• Nenhum resultado encontrado

direitos humanos das mulheres na gravidez e no parto

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "direitos humanos das mulheres na gravidez e no parto"

Copied!
34
0
0

Texto

O QUE OS TRABALHADORES DE SAÚDE PODEM FAZER PARA PROMOVER OS DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES DURANTE A GRAVIDEZ E O PARTO. Se não tiver tempo para ouvir, procure trabalhar com colegas do serviço de saúde. Este livreto é baseado principalmente em dois estudos, "Violência em Ações de Saúde - Um Estudo de Pesquisa sobre Cuidados de Maternidade", apoiado pela Fundação Ford e parte do projeto acima, e "Entre Tecnologia e Direitos Humanos - Os Limites e Possibilidades das Propostas para Humanização do Parto" (www.mulheres.org.br/parto), apoiado pela FAPESP.

É importante notar que os usuários dos serviços de saúde estão – cada vez mais – assumindo o papel de sujeitos, e não de simples objetos, reificados, desprovidos de autonomia, vontade e direitos. Sabemos que o pleno exercício destes direitos depende da informação e da nossa capacidade de os fazer cumprir, através da melhoria das condições de trabalho na área da saúde e das condições de vida da população utente. Médico sanitarista e delegado estadual, é, entre outras coisas, autor da Lei dos Direitos do Usuário e da Lei Sanitária do Estado de São Paulo.

Este folheto foi escrito para ajudar os nossos profissionais de saúde a lidar com a nova realidade de ajudar as mulheres durante a gravidez, o parto e o período pós-parto. Como cada um de nós, profissionais de saúde, podemos buscar mais satisfação e realização neste novo cenário. Dessa forma, entendemos que a promoção do cuidado humanizado, pautado na compreensão de humanização que descrevemos, torna-se uma contribuição inestimável dos profissionais de saúde para a promoção dos direitos das mulheres na assistência à maternidade, especialmente os direitos das usuárias. - desfrutar do avanço da ciência, da integridade corporal e do status humano.

Se você não tiver tempo para ouvir, tente trabalhar com seus colegas de saúde. Uma coisa é ser firme nas recomendações ao paciente – todo paciente espera se sentir firme por parte da equipe de saúde – outra bem diferente é ser rude e desrespeitoso. Durante muito tempo, os profissionais de saúde separaram as mulheres da família e dos amigos, as esposas dos homens e as mães dos filhos, argumentando que isso era para o seu próprio bem.

Promova o direito ao acesso ao leito e à eqüidade na assistência Lúcia estava sentada no banco com as mãos nas cadeiras, o olhar cansado

Promover o direito ao acesso aos leitos e a equidade no atendimento. Lúcia sentou-se num banco com os braços apoiados nas cadeiras e os olhos cansados. morador): “Deixei sua porta limpa, mandei quem estava “no bico do corvo” para outro hospital e não para casa, para que não voltem.” O morador comentou que se sentiu desesperado na hora, “ porque você vê que todo mundo está indo embora e você sabe que ficará sozinho e terá que se contentar com o que vai acontecer". Este recurso revelou-se particularmente útil para casos de pacientes de baixo e médio risco para os quais existem camas disponíveis, mas ainda existe um sério estrangulamento de vagas para casos de alto risco. Começamos com essa história de conscientização sobre o pré-natal, regionalização dos postos de saúde de acordo com o hospital, mas nem sempre a proposta é implementada porque naquela época as mulheres que faziam pré-natal no posto de saúde não tinham. lugar no hospital.

Quando pensamos no problema do acesso a um leito para parto no Brasil, é importante lembrar que, em termos desse direito, a sociedade brasileira está dividida entre aproximadamente 30% da população que possui algum tipo de convênio ou seguro. – que garante um arranjo, mais simples ou mais avançado, menos ou mais seguro, para atendimento médico em hospitais – e as demais pessoas que dependem do Sistema Único de Saúde. Entre aqueles que contam com o SUS, a inclusão no serviço equivale quase a resolver o problema sozinho, pois significa estar incluído em um sistema formal de assistência. Embora a internação hospitalar para parto em áreas urbanas no Brasil esteja próxima de 100%, o acesso a um leito antes da internação hospitalar pode envolver o retorno para casa ou o encaminhamento para outro serviço.

No caso de São Paulo, a questão do acesso aos leitos tem pelo menos três complicadores. Não há sequer um consenso clínico sobre o que é o trabalho de parto latente (que aparece em alguns textos como “falso parto”) e a fase ativa. Alguns serviços (ou profissionais) admitem mais cedo, o que muitas vezes significa escolher entre múltiplas intervenções ao inscrever-se precocemente; ou mais peregrinação por parte do paciente, mediante admissão posterior.

Isto é especialmente importante nas chamadas gravidezes “de risco” que dependem de camas especializadas de cuidados intensivos neonatais. Para as mulheres, esta etapa pode eventualmente envolver mais desafios, como o tratamento recebido pelos profissionais; barreiras institucionais à inclusão-aceitação: o serviço reconhece o “trabalho real” em oposição ao “trabalho falso”; disponibilidade de leitos; a brevidade da peregrinação, se for o caso; e porque não, o direito a um acompanhante, como uma mulher de classe média. Durante o pré-natal é importante informar as pacientes sobre qual serviço devem procurar no momento do parto e nos esforçamos para disponibilizar leitos reservados por área geográfica; organizar visitas a estes serviços durante os cuidados pré-natais; e orientar sobre os sintomas da fase ativa do trabalho de parto para que as mulheres em trabalho de parto tenham menos dificuldade em identificar o momento ideal para procurar o serviço.

Essas podem ser ferramentas fundamentais para promover a ida oportuna da paciente ao serviço, uma vez que a simples carta do médico que faz o encaminhamento para o parto - porque garante o acesso da mulher a nada - torna-se pejorativa por profissionais e pacientes chamada de “autorização”. dar a volta". Informar as pacientes e seus prestadores de cuidados pré-natais sobre a assistência que devem procurar durante o parto; durante o pré-natal, marcar visita ao serviço médico que estará presente durante o parto; e fornecer liderança. Contudo, a oferta adequada de leitos, regionalizados e hierárquicos, incluindo leitos de alto risco, tanto em hospitais quanto em centros de parto, é um recurso.

Informe a mulher sobre seus direitos relacionados à maternidade e à reprodução 6

Sempre que a mulher comparecer à consulta de pré-natal ou realizar algum exame necessário para acompanhamento da gravidez, você poderá solicitar a DECLARAÇÃO DE PRESENÇA ao serviço de saúde. Mas a ligadura não pode ser realizada imediatamente após o parto ou cesariana, a menos que a mulher tenha um problema grave de saúde ou tenha feito múltiplas cesarianas. Antes de uma mulher decidir fazer uma laqueadura, ela tem o direito de ser informada sobre todos os outros métodos para prevenir a gravidez.

A mulher tem o direito de ser informada sobre onde procurar ajuda em caso de complicações após o aborto. Nestes casos, ela deverá solicitar à unidade ou Secretaria de Saúde do seu município que indique quais hospitais oferecem esse tipo de atendimento. Nos casos em que a vida da mulher esteja em risco, a equipe de saúde deverá informá-la de forma simples e clara sobre os riscos e, caso ela concorde, poderá ser solicitada a interrupção da gravidez.

Nestas situações, as mulheres têm direito ao aborto gratuito, seguro e com cuidados respeitosos e dignos. Essas e nossas outras propostas estão totalmente alinhadas aos documentos de Recomendações para Assistência ao Parto Normal da Organização Mundial da Saúde de 1985 e 1996. Rede Feminista Nacional pela Saúde e Direitos Reprodutivos - Redesaúde A Rede Nacional Feminista pela Saúde e Direitos Reprodutivos (RedeSaúde) é a articulação do movimento de mulheres no Brasil, que em 2001 completou 10 anos de operação.

Fundado em agosto de 1991 – pelo Seminário Nacional Feminista sobre Saúde e Direitos Reprodutivos, promovido em Itapecerica da Serra/SP pelo SOS Corpo – Gênero e Cidadania, de Recife/PE, e Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, de São Paulo/SP –, A RedeSaúde tornou-se um espaço permanente de articulação política, reflexão e troca de conhecimentos entre grupos feministas, ONGs, grupos de pesquisa e organizações que priorizam a questão da saúde da mulher, possibilitando a formulação de novas ideias e incentivando capazes de influenciar as políticas públicas vigentes no país. Além disso, a RedeSaúde mantém um site principal que disponibiliza todas essas publicações www.redesaude.org.br, além de outros dados e informações sobre a saúde da mulher. Trabalhar em conjunto com uma rede de profissionais, serviços e entidades da sociedade civil organizada é uma das estratégias mais importantes para romper o isolamento enquanto profissionais, fortalecer a confiança nas possibilidades de mudança de práticas e promover os direitos dos usuários e dos profissionais – profissionais dos serviços de saúde.

Indispensável: um site para mulheres que não aceitam atendimento obstétrico no Brasil: http://www.amigasdoparto.com.br. Inclusive sua cartilha sobre os direitos da gestante http://redesaude.org.br/html/ct-gravidezsaudavel.html. Grupo de mulheres que atua há 20 anos na promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres - inclusive durante a gravidez e o parto - e possui um centro de saúde feminista em São Paulo.

Uma obra de arte: site de um trabalho do antropólogo Robie Davis-Floyd, http://www.birthpsychology.com/messages/index.html. Um site para pessoas que tratam a gravidez e o parto como eventos normais http://www.childbirth.org.

Referências

Documentos relacionados

Assim, serão analisados documentos internacionais de proteção aos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres e normas internais, dentre as infraconstitucionais como a