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Ethan Frome - ABRHidro

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Academic year: 2023

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XXIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS

AS PERDAS DE ÁGUAS EM BACIAS SANITÁRIAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Leonardo Felippe Pereira Gonçalves Silva 1; Marco Aurélio Machado Jorge 2; Marcos Vinícius Cavalcante Marçal 3; Pâmella Vely Andrade 4; Renata Lemes Costa 5; Victor de Oliveira Carvalho 6

& Karla Alcione Cruvinel7

RESUMO: No que se refere a perda de água, as bacias sanitárias têm papel fundamental, uma vez que é apontada como a responsável pela maior parte do consumo de água na edificação. A falta de interesse, juntamente com a ausência de informações de parte da população, resulta em grande quantidade de água perdida nesses equipamentos, principalmente em locais públicos, onde o descaso é considerável e a manutenção esporádica. Neste âmbito, este trabalho visou levantar as perdas de águas em bacias sanitárias no Câmpus Colemar Natal e Silva, da Universidade Federal de Goiás. Para essa avaliação, realizou-se o levantamento e cadastramento de todas as bacias sanitárias localizadas nos prédios do Câmpus e aplicou-se o método “teste da caneta” proposto por FUNASA (2013). Os resultados mostraram que as perdas de água nesses aparelhos são elevadas, resultando em 91,92 m³ perdidos mensalmente. Nos prédios mais novos, como a Faculdade de Medicina, apresentaram menores problemas. Por fim, identificou-se um índice de perdas totais de água de 2,24

% e o custo financeiro dessas perdas de R$ 19.810,60 anualmente.

ABSTRACT: Regarding water loss, sanitary basins play a fundamental role, since it is said to be responsible for most of the water consumption in the building. Lack of interest, coupled with the lack of information from the population, results in large amounts of water lost in sanitary basins, especially in public places, where there is considerable negligence and sporadic maintenance. In this context, this work aimed at raising water losses in sanitary basins in Colemar Natal e Silva Câmpus, Federal University of Goiás. For this evaluation, the survey and registration of all sanitary basins located in the buildings of the campus were carried out and applied the "pen test" method proposed by FUNASA (2013). The results showed that the losses of water in these devices is high, resulting in 91.92 m³ lost monthly. In newer buildings, such as the Faculty of Medicine, they presented less problems. Finally, a total loss index of 2.24% and the financial cost of these losses of R $ 19,810.60 annually were determined.

Palavras-Chave: desperdício de água, aparelho Sanitário, vazamentos.

1) Alameda da Mata, Quadra 06 Lote 16, Residencial Recanto do Bosque (Goiânia –GO); (62) 9.8251-5223; leodeonfelp@gmail.com.

2) Avenida VV8, Village Veneza Condomínio Invent Max (Goiânia – GO); (62) 9.8110-2956; marcoauma16@hotmail.com.

3) Rua Aquino Porto, Quadra 82 Lote 25, Jardim Balneário Meia Ponte (Goiânia – GO); (62) 9.8110-4939; marcosviniciusmarcal74@gmail.com.

4) Rua Estrela do Sul, Quadra 15 Lote 32, Bairro Cardoso (Aparecida de Goiânia – GO); (62) 9.9461-6741; velyandrade@gmail.com.

5) Rua Tamboril, número 365 quadra 13 lote 73/75, Setor Santa Genoveva (Goiânia – GO); (62) 9.8182-5215; renatalemescosta@hotmail.com.

6) R. 259, 34 - Quadra 96, Lote 01 - Setor Leste Universitário, Residencial Arte Way Apto 1004 (Goiânia – GO); (62) 9.8180-0231;

victor_carvalho35@gmail.com.

7) Universidade Federal de Goiás - UFG, Avenida Universitária, Número 1488 – Setor Leste Universitário – Goiânia – GO – CEP 74605-220 – Brasil – Tel: +55 (62) 3209-6086 – e-mail: karlaalcione.ufg@gmail.com.

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1. INTRODUÇÃO

De fato, a água é um recurso natural de extrema importância e é essencial para a vida dos seres vivos. Analisando este recurso para os seres humanos, nota-se que há uma preocupação mundial tanto para disponibilidade, quanto para qualidade dessa água para abastecimento e realização das atividades diárias da população. Isto porque, há um avanço da demanda, causado pelo crescimento da população mundial, da mesma forma, como mencionado, não se deve estar atento apenas à disponibilidade, mas também à qualidade, que deve atender aos padrões de potabilidade (RIBEIRO; ROLIM, 2017)

Contudo, o cenário que se presencia está longe do adequado ou ideal, visto que, há constantemente uso e deterioração da qualidade das águas, bem como o lançamento de efluentes in natura nos mananciais, lagos, reservatórios de forma a contaminar as fontes de abastecimento. Da mesma forma, o saneamento precário ou indisponível para todos, somado a má gestão e investimentos nestas áreas, provoca a escassez ou má qualidade desse recurso hídrico que deveria ser um bem coletivo, mas que muitas vezes se torna veículos de transmissão de doenças para muitas comunidades.

Sendo assim, muitos estudos do uso da água no mundo foram realizados, a fim de caracterizar e proporcionar um panorama melhor para possíveis ferramentas de gestão e controle da água.

Segundo o Relatório da Agência Nacional das Águas (2016), mundialmente, 71% das águas são destinadas para a irrigação, 23% para o uso nas indústrias e 6% para o consumo doméstico. Com relação ao consumo doméstico, as atividades que mais demandam água estão relacionadas à higienização, preparação de alimentos, ingestão, cuidados botânicos, limpeza de imóveis e automóveis.

De acordo com Hafner (2007), em análise ao uso da água nas residências no Brasil, 37% é utilizado nos chuveiros, 22% em bacias sanitárias 18% em pias da cozinha, 9% em máquina de lavar roupas, 7% em lavatórios, 4% em tanques e 3% em pias externas. Deve-se ressaltar que a adversidade não está no uso, mas na realidade de que se utiliza mais do que realmente se necessita.

O que se observa, segundo Gonçalves (2005), é que há diversos problemas nos sistemas prediais principalmente quando se trata de edifícios escolares. Isto ocorre, pois falta sensibilização por parte dos usuários quanto à conservação ao meio ambiente, a inexistência ou a ineficiência de um sistema de manutenção, além da não responsabilidade direta pelo pagamento da conta de água.

De fato, somado a isto, o ambiente escolar é um espaço considerado de extrema importância para a discussão do consumo de água, visto que, trata-se de um local destinado a formação de cidadãos, os quais devem compreender a importância da correta utilização dos recursos naturais para a sustentabilidade do Planeta (OLIVEIRA, 2013).

Diante disso, verifica-se a necessidade do uso racional da água, que busca otimizar o consumo, sem alterar as atividades consumidoras, isto é, está relacionado com o controle da demanda. Dessa forma, este trabalho buscou realizar o levantamento de perdas de água em bacias sanitárias em prédios da Universidade Federal de Goiás (UFG).

2. METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Inicialmente, a metodologia de pesquisa foi realizada através da compreensão teórica, em conjunto com as investigações de campo. Assim, levantou-se dados de consumo e custo mensal de água dos edifícios do Câmpus Colemar Natal e Silva da Universidade Federal de Goiás, estrategicamente pré-determinados, através de contas de consumo hídrico cobrados pela rede de saneamento local (SANEAGO).

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O diagnóstico das perdas de água foi realizado nos banheiros femininos e masculinos de todos os prédios do Câmpus Colemar Natal e Silva da UFG, utilizou-se como método o “teste da caneta”

em bacias sanitárias (vasos e mictórios), conforme proposto pela FUNASA (2013). Este método foi escolhido devido à alta presença de bacias sanitárias com sistema de descargas por válvula, sendo o mais adequado para tal.

O levantamento consistiu na identificação da quantidade de filetes formados em cada bacia sanitária. Utilizando do valor proposto também pela FUNASA (2013), que indicam uma perda de 8L/filete/dia, desta forma, pode-se calcular o volume perdido pelas bacias para cada prédio estudado, analisando e comparando os valores em periódicos mensais e anuais. Por fim, os dados levantados foram trabalhados na ferramenta Excel para que fossem realizadas análises, agregando- se gráficos e tabelas das perdas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1. Resultados Gerais

O levantamento identificou que as maiores porcentagens de equipamentos com perdas de água, em termos proporcionais, estão no prédio da Biblioteca, seguidas pela Faculdade de Odontologia e pela Faculdade de Nutrição e Enfermagem. Este cenário pode ser justificado pelo número de usuários dos aparelhos e frequência de uso, principalmente na Biblioteca, que funciona também durante o período de férias. Ouros fatores que também podem estar relacionados aos resultados são as idades dos prédios e a periodicidade de manutenção. Percebe-se que o prédio da Medicina foi o que apresentou o menor volume perdido, fato este justificado devido a sua recente inauguração. É válido ressaltar que foram encontradas bacias sanitárias em que existia tanto a caixa de descarga acoplada quanto a válvula de descarga. Na Tabela 1 estão apresentados os números de filetes identificados nas bacias sanitárias de cada prédio estudado.

Tabela 1 – Distribuição de bacias sanitárias e número de filetes de vazamento em bacias sanitárias por edifícios estudados

Realizou-se também uma análise do tipo de banheiro, categorizando em feminino, masculino ou misto. A Figura 1 mostra os dados com relação ao tipo de banheiro, podendo-se observar que majoritariamente as perdas estão nos banheiros do tipo feminino.

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Figura 1 – Porcentagem de perdas em relação ao tipo de banheiro

A alta porcentagem relacionada ao banheiro feminino é indicada pelo uso mais frequente e pelo tipo de bacia sanitária, visto que, no banheiro masculino além das bacias sanitárias há a presença de mictórios, porém durante o estudo, não se fez diferenciação entre bacia sanitária e mictório.

Foi realizada ainda uma análise com relação ao pavimento em prédios que possuem banheiros em mais de um andar. Os dados estão apresentados na Figura 2. Percebe-se que os banheiros com maiores perdas são o térreo e o primeiro andar.

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A tabela mostra que os primeiros andares apresentaram as maiores porcentagens, fato que ocorre devido a maior facilidade de uso e ao fato de que os primeiros andares possuem um maior público, como salas de aulas, sendo reservadas as áreas administrativas para os últimos andares.

Para o caso do centro cultural, apresentaram-se os resultados de maneira particular devido aos usos diferentes dos banheiros. Optou-se por separar por camarim, galeria de arte, sala de dança e teatro. O gráfico apresentado na Figura 3 mostra a porcentagem de perdas de água para cada local, sendo notório o teatro, local de maior frequência de uso, o que apresentou a maior porcentagem de perdas.

Figura 3 - Porcentagem de perdas de água nas bacias sanitárias por ambientes no Centro Cultural

O gráfico apresentado na Figura 4 mostra o consumo de água na Universidade Federal de Goiás– Câmpus Colemar Natal e Silva de janeiro a agosto. Como esperado os meses de menor consumo são os do período de férias (janeiro e julho). A média de consumo de água na universidade, para este campus, é 4.103,75 m³/mês. As perdas totais nas bacias sanitárias levantadas neste estudo são de 91,92 m³/mês, essa estimativa foi realizada utilizando a metodologia da FUNASA (2013).

Figura 4 - Consumo de água no Câmpus Colemar Natal e Silva no primeiro semestre de 2018 e o volume de perdas por bacias sanitárias

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Ao analisar a figura 4, pode-se perceber que mesmo nos meses de maior consumo como junho, as perdas por bacias sanitárias possuem um valor significativo. O agravante dessas perdas por bacias sanitárias é o fato de que são águas que passaram por tratamento, são cobradas na conta de água e vão diretamente para a rede de esgoto sem nenhum tipo de uso. Além da economia financeira, a questão ambiental é fortemente destacada nessas perdas. Tendo em vista essa afirmação, pode-se destacar que às patologias hidrossanitárias podem ser identificadas através do monitoramento contínuo do consumo de água. Além disso, o uso da educação ambiental visando ensinar o uso consciente é um forte aliado para a preservação do patrimônio institucional (NUNES, WANDERLEY, SILVA, 2017).

A estimativa de volume de água perdida por mês para cada prédio está apresentada na Tabela 2.

Utilizando-se nos cálculos os 8L/filete/dia, conforme recomendado pela FUNASA (2013), o prédio que obteve o maior volume de perda foi a Faculdade de Odontologia, seguido do Centro de Aulas D e da Biblioteca. Portanto, com os volumes de perdas de água em bacias por mês em cada prédio e com o valor de médio de consumo mensal do campus em estudo (4.103,75 m³/mês), calculou-se o índice de perdas.

Com esses valores, analisa-se que 2,24 % da água consumida não são utilizadas pelos alunos e servidores. Nota-se que a manutenção e reparos são tão essenciais quanto às campanhas de conscientização para evitar desperdícios e perdas.

Tabela 2 – Volume de perdas de água e índice de perdas (IP) por prédio estudado

Ao analisar a tabela anterior, verifica-se que as perdas apresentam um valor significativo, sendo necessária a manutenção das bacias sanitárias que apresentam defeitos. Por fim, calculou-se qual seria o custo financeiro anual da Universidade somente com os vazamentos de Bacias sanitárias para o campus em questão. Para isso, utilizou-se dos dados das tarifas de cobranças da prestadora de serviço de água, esgoto e tratamento de efluentes que atende a Universidade, os quais são prestados pela Companhia de Saneamento - SANEAGO.

Ao analisar as contas de água e esgoto, verifica-se que a Universidade se enquadra como categoria pública. Por mês é estimado a perda de 91,92 m³ de água, que consequentemente, geram efluentes que passam por tratamento. Portanto, utilizando a tarifa para categoria Pública com a faixa de consumo acima de 10, a universidade deixaria de gastar anualmente o valor aproximado de R$

19.810,60 realizando apenas a manutenção nas bacias sanitárias.

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Essa economia gerada na manutenção poderia ser utilizada para investimentos em equipamento hidrossanitários mais modernos, substituindo os equipamentos que possuem caixa de descarga por aqueles que possuem válvula de descarga Dual. Esses dispositivos economizadores de água possuem menor manutenção e, consequentemente, o seu uso de água é reduzido visando o conforto do usuário aliado as questões ambientais (OLIVEIRA, 2002).

4. CONCLUSÃO

Verifica-se que apesar de não ter a sua devida importância, a manutenção de bacias sanitárias, principalmente em entidades públicas é de suma importância. Os vazamentos provenientes dessas bacias acarretam problemas financeiros e ambientais. Os resultados obtidos contribuem para o crescimento dos estudos de maior gestão e controle do uso da água em cima do notável valor de gasto anual de R$ 19.810,60 (correspondente a 4.103,75 m³/mês), além de fornecer informações para embasar planos de ações e fomento de futuras pesquisas.

Apesar dos resultados de perda apresentados não representarem uma parcela tão expressiva do consumo como um todo dos prédios da universidade, a economia de gastos gerada, caso não houvesse tais perdas de água, expressa a importância do tema. As informações levantadas se mostram ainda mais importantes uma vez que articulam como ferramentas de conscientização da sociedade, permitindo que o desempenho ambiental da universidade melhore e a investigação da temática se torne um exemplo a ser seguido.

Entretanto, a fim de se obter uma melhor gestão e controle para um uso racional da água, é necessário também ações de conservação, ou seja, de controle não apenas da demanda, mas também da oferta. Entre essas ações, e aplicando a manutenção nessas bacias, é possível citar a redução da quantidade de água extraída das fontes de abastecimento, redução do consumo de água, redução do desperdício de água e redução das perdas de água.

REFERÊNCIAS

COC UFRJ. Conservação e reúso de água em edificações – experiências nacionais e internacionais.

Disponível em: <http://wwwp.coc.ufrj.br/teses/mestrado/rh/2007/teses/hafner_av_07_t_m_rhs.pdf>.

Acesso em: 06 dez. 2018.

CONFINS REVISTA FRANCO-BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Participação social na avaliação de impacto ambiental: lições da experiência da bahia. Disponível em:

<https://journals.openedition.org/confins/6750?lang=pt>. Acesso em: 06 dez. 2018.

CONJUNTURA DOS RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL INFORME 2016. Agência Nacional das Águas. Disponível em: < http://www3.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-

conteudos/conjuntura-dos-recursos-hidricos/informe-conjuntura-2016.pdf>. Acesso em: 04 mai.

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GONÇALVES, O.; ILHA, M.; AMORIM, S.; PEDROSO, L. Indicadores de uso racional de água para escolas de ensino fundamental e médio. Ambiente Construído, Porto Alegre, v.5, n.3, p.35-48, jul/set, 2005.

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NUNES,L.G.C.F; WANDERLEY,T.R.B; SILVA,S.R. (2017). Indicadores de consumo de água, vazamentos e perdas: estudo de caso das escolas públicas de Recife. Revista Científica ANAP, v.10, n.20

OLIVEIRA, F. R. G. de. Consumo de água e percepção dos usuários para o uso racional da água em escolas estaduais de Minas Gerais. 2013. 193f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2013.

OLIVEIRA, L.H. (2002). As bacias sanitárias e as perdas de água nos edifícios. Revista Ambiente Construído, v.2, n.4, p.39-45.

RIBEIRO, L.G.G.; ROLIM, N.D. (2017). Planeta água de quem e para quem: uma análise da água doce como direito fundamental e sua valoração mercadológica. Revista de Direito Ambiental e sociedade v.7, n.1, pp. 7 – 33.

SANEAGO. Estrutura tarifária. Disponível em:

<https://www.saneago.com.br/2016/arquivos/res_normativa_0125_2018.pdf>. Acesso em: 04 mai.

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