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Eutanásia, suicídio assistido e Direito Comparado AUTORES

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Academic year: 2023

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TÍTULO:

Eutanásia, suicídio assistido e Direito Comparado AUTORES:

Beatriz Mellin Campos Azevedo; Prof. Dr. Paulo César Corrêa Borges, Campus Franca, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS), Direito, biamellin@gmail.com, bolsa FAPESP de Iniciação Científica.

INTRODUÇÃO:

Este trabalho consiste em uma adaptação da segunda etapa realizada na pesquisa financiada pela FAPESP, intitulada

“Eutanásia e suicídio assistido no Direito Penal brasileiro e no direito comparado”. Eutanásia é a morte a pedido explícito e consciente, praticada por terceiro, que age por móvel piedoso de alívio de sofrimento (ROMEO CASABONA, 1994).

Suicídio assistido é a morte praticada pela própria pessoa que sofre, com auxílio de um terceiro, que também age mediante pedido expresso e com intenção benevolente de aliviar dor alheia (ROXIN, 2000). O presente artigo propõe-se a estudar o tratamento penal das referidas práticas na Holanda, Bélgica e Suíça, por serem os primeiros países a permitirem eutanásia e/ou suicídio assistido, e compará-los com a legislação penal brasileira quanto a esse aspecto, por meio do Direito Comparado, disciplina jurídica que parte do pressuposto de que a comparação com um ordenamento estrangeiro que traz soluções distintas contribui para melhor compreensão do pátrio (DUARTE, 2006).

OBJETIVOS:

O objetivo precípuo deste artigo traduz-se em uma melhor compreensão da solução que o ordenamento jurídico brasileiro traz à questão da eutanásia e do suicídio assistido.

MATERIAL E MÉTODOS:

Foi feita uma revisão bibliográfica apurada para seleção de obras referentes ao tema de morte com dignidade nos ordenamentos penais dos referidos países. Foram analisadas as legislações criminais brasileira, holandesa, belga e suíça, referentes às práticas de eutanásia e suicídio assistido, sob aspectos específicos. Posteriormente, os dados obtidos foram comparados de acordo com as técnicas próprias do Direito Comparado.

RESULTADOS:

A eutanásia e o suicídio assistido permanecem crimes na Holanda, porém, por meio de uma alteração em dois artigos de seu Código Penal, em 2002, criou-se uma exceção: médicos que praticarem essas condutas de acordo com os critérios de estabelecidos em lei não serão punidos. Ainda em 2002, a Bélgica aprovou sua Lei da Eutanásia, que contém os requisitos para que quem a pratique não incorra em crime, incluindo a necessidade de que seja conduzida por um médico (COHEN- ALMAGOR, 2013). Na Suíça, o suicídio assistido é praticado por organizações não governamentais criadas para esse fim, que justificam suas condutas por meio de uma brecha no Código Penal (ANDORNO, 2013). No Brasil, ambas as práticas são punidas criminalmente pelos arts. 121 e 122 do Código Penal, no entanto, tramita no Senado o PLS 236/2012 que se propõe a criar um delito específico para eutanásia, com pena mais branda do que o homicídio simples, e com possibilidade de concessão de perdão judicial, a depender das circunstâncias do caso, o que se aplica também à assistência ao suicídio.

DISCUSSÃO:

Os resultados parciais obtidos demonstram a controvérsia ética das condutas em tela, de modo que alguns países permitem-nas e outros, como o Brasil, proíbem-nas. Foi possível perceber, por meio da atividade de comparação realizada, que essa divergência possui relação com fatores como grau de religiosidade da população, de escolaridade, idade média, e com características históricas e culturais de cada país.

REFERÊNCIAS:

ANDORNO, R. Nonphysician-assisted suicide in Switzerland. Cambridge Quarterly of Healthcare Ethics, v. 22, p. 246–

253, 2013.

COHEN-ALMAGOR, R. First do no harm: pressing concerns regarding euthanasia in Belgium. International Journal of

Law and Psychiatry, v.36, n.5-6, p.515-521, 2013. Disponível

em:<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S016025271300068X>. Acesso em: 23 maio 2017.

DUARTE, R. P. Uma introdução ao Direito Comparado. O Direito, Portugal, v..138, n. 4, p. 769-792, 2006.

ROMEO CASABONA, Carlos María. El derecho y la bioética ante los límites de la vida humana. Madrid:Editorial Centro de Estudios Ramón Areces, 1994.

ROXIN, Claus. A Apreciação Jurídico Penal da Eutanásia. Revista Brasileira de Ciências Criminais. São Paulo: Revista dos Tribunais, ano 8, n.º 32, out./dez, p. 10-38, 2000.

Referências

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Deste modo, apenas se a conduta do agente aumentar o risco de dano ao bem jurídico valorado positivamente pela norma, haverá imputação objetiva. 65 Tratando-se de suicídio