• Nenhum resultado encontrado

Existem duas populações de macrófagos, classificadas como macrófagos M1 e macrófagos M2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "Existem duas populações de macrófagos, classificadas como macrófagos M1 e macrófagos M2"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

TITULO:

Eferocitose de células apoptóticas infectadas com Streptococcus pneumoniae induz reprogramação de macrófagos M2 AUTORES:

Ana Campos Codo, Vânia Luiza Deperon Bonato, Alexandra Ivo de Medeiros – Universidade Estadual Paulista;

campus de Araraquara; curso Farmácia-Bioquímica, a

naacodo@gmail.com

, categoria da bolsa: FAPESP/IC.

INTRODUÇÃO

Macrófagos são as principais células envolvidas na resolução de infecções e na remoção de células mortas, denominada eferocitose. Existem duas populações de macrófagos, classificadas como macrófagos M1 e macrófagos M2. Esses subtipos diferem-se quanto ao fenótipo e funções efetoras. Macrófagos M1 estão relacionados a um perfil mais pró- inflamatório, eficientes na eliminação de patógenos e ação tumoricida. Por outro lado, macrófagos M2 estão relacionados a um perfil mais anti-inflamatório, envolvidos no reparo tecidual, inflamações alérgicas e infecções helmintícas. Durante a inflamação alérgica crônica pulmonar há o predomínio de macrófagos M2, linfócitos Th2 e eosinófilos. No entanto, indivíduos acometidos por esse processo inflamatório crônico são mais suscetíveis a infecções pulmonares, principalmente por Streptococcus pneumoniae. Nessa infecção, há um acúmulo de neutrófilos infectados neste pulmão favorecendo o desenvolvimento de um quadro de asma neutrofílica, associdado aos quadros mais graves doença e menos responsivos ao tratamento. Em ambos processos inflamatórios há um grande acúmulo de eosinófilos e neutrófilos infectados que morrem por apoptose e são fagocitados por macrófagos. Nossa hipótese é que a fagocitose de diferentes fontes de células apoptóticas poderia levar a diferentes microambientes, resultando na reprogramação de macrófagos M2. A fagocitose de células apoptóticas não infectadas levaria a manutenção do perfil M2 de macrófagos. Enquanto a fagocitose de células apoptóticas infectadas com S. pneumoniae levaria a reprogramação desses macrófagos a um perfil M1, agravando o caso da doença.

OBJETIVOS:

O objetivo deste estudo é determinar o efeito da fagocitose de células apoptóticas infectadas e não infectadas no fenótipo de macrófagos M2.

MATERIAIS E MÉTODOS:

As células apoptóticas não infectadas (Ishii, Wen et al.) foram geradas a partir de eosinófilos obtidos do exsudato peritoneal de ratos e irradiados com 5mJ de luz UV-C. As células apoptóticas infectadas (iACs) foram geradas a partir de uma linhagem neutrofílica (HL-60) infectadas com S. pneumoniae e irradiados com 1mJ de luz UV-C. Os macrófagos foram incubados com IL-4, IL-10 e M-CSF para indução do perfil M2 e então incubados com ACs ou iACs para que a fagocitose das mesmas. A plasticidade foi avaliada utilizando o sobrenadante para quantificação de citocinas e as células para quantificação de cDNA por qPCR.

RESULTADOS:

Os eosinófilos obtidos do exsudato peritoneal foram incubados por 18h com irradiação de 5mJ de luz UVC resultando em 85% de células apoptóticas (Anexina-V+/7AAD-). Além disso, a incubação de neutrófilos com S. pneumoniae resultou em 71% de infecção, e a irradiação desses neutrófilos com 1mJ resultou em 73% de células em apoptose (Anexina- V+/7AAD-). Os macrófagos M2 foram hábeis em eferocitar essas células, visto que 78% e 88% dos macrófagos M2 continham ACs e iACs, respectivamente. A eferocitose de ACs por macrófagos M2 resultou em uma manutenção no perfil de ativação, ou seja, genes relacionados ao fenótipo M2, como Arg1, Cd206 e Fizz, mantiveram seus altos níveis de expressão, e não houve modulação da expressão de genes relacionados ao perfil M1, como Inos, Cd86 e Il-6. No entanto, a eferocitose de iACs por macrófagos M2 resultou em uma mudança no perfil de ativação, uma vez que foi observada uma diminuição drástica da expressão de genes Arg1, Cd206 e Fizz e o aumento de genes relacionados ao perfil M1, inos, Cd86 e Il-6. Ainda, foi observado o aumento na produção das citocinas inflamatórias IL-6, TNF-α, IL-12 e IL-1β e diminuição da produção de TGF-β.Além disso, observou-se que essa plasticidade de macrófagos foi dependente da eferocitose, uma vez que o efeito foi revertido quando a mesma foi bloqueada com beads de Anexina-V, que impediu a interação de moléculas de fosfatidilserina aos receptores fagocíticos, impedindo a eferocitose das células apoptóticas.

DISCUSSÃO:

O conjunto dos nossos resultados corroboram com a hipótese inicial, posto que a eferocitose de eosinófilos não infectados por macrófagos M2 auxilia na manutenção deste fenótipo visto que a expressão de marcadores como Arg1, Cd206 e Fizz mantiveram-se elevados e a expressão de genes relacionados a M1 não foi alterada. Por outro lado, a eferocitose de iACs por macrófagos M2 promoveu a plasticidade destes para um perfil fenotípico M1. Por mais que a asma alérgica seja a mais prevalente e relacionada a casos severos da doença, a asma neutrofílica está relacionada à exacerbação da doença devido ao aumento da hiperresponsividade pulmonar e do dano tecidual. Para comprovar o efeito da eferocitose nesse processo, o bloqueio da eferocitose pela incubação de AC ou iAC com beads de Anexina-V foi capaz de reverter o fenótipo desses macrófagos M2.

REFERÊNCIAS:

(Fadok, Bratton et al. 1998, Elmore 2007, Ravichandran and Lorenz 2007, Medeiros, Serezani et al. 2009, Cassetta, Cassol et al. 2011, Korns, Frasch et al. 2011, Biswas, Chittezhath et al. 2012, Hiraiwa and van Eeden 2013, Possa, Leick et al. 2013, Birge, Boeltz et al. 2016, Henson 2017)

Referências

Documentos relacionados

Combina sistematicamente operações básicas para uma meta- heurística básica que evita mínimos locais ou uma meta-heurística construtiva.. Especificamente projeta e testa se