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faculdades doctum de caratinga

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Academic year: 2023

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O objetivo desta monografia é estudar a possibilidade de compensação monetária pelo abandono afetivo reverso, cujas vítimas são idosos abandonados emocionalmente por seus familiares. Partindo do ponto de compreender como os direitos dos idosos podem ser defendidos em nosso ordenamento jurídico e também como principal objeto de estudo, a forma como o abandono afetivo é enfrentado na doutrina, na legislação e na jurisprudência brasileira, buscando uma visão mais aprofundada de como o instituto da responsabilidade civil pode beneficiar e proteger sujeitos jurídicos mais idosos. A negligência emocional reversa pode ser entendida como uma negligência que causa danos materiais e morais e é passível de indenização por danos morais.

Também será dividido em três capítulos que terão como objetivo explicar o conceito de família e amor, trazendo o direito de responsabilidade. O terceiro capítulo será dedicado ao abandono de idosos, levando em consideração suas breves considerações sobre o abandono afetivo reverso, o tratamento afetivo, as obrigações dos filhos para com os pais e os malefícios decorrentes do abandono reverso. Com a adoção do referido princípio, o abandono afetivo passa a ter remédio civil, tendo como ideia principal a indenização e o cuidado com o dever legal, o dever de cuidado e sua ausência por si já constitui ato ilícito.

Com base no exposto, e percebendo que o abandono afetivo reverso ocorre com certa frequência, durante a elaboração deste trabalho pretendemos analisar a possibilidade de responsabilidade civil para os filhos que abandonam os pais idosos.

A PESSOA IDOSA NO ORDENAMENTO JURÍDICO

Tal como outros ramos do direito, o direito da família é diretamente influenciado pelos princípios constitucionais e, segundo Dias, o princípio da interpretação constitucional é uma das inovações mais importantes porque promove que o direito deve ser sempre interpretado com base no panorama mais amplo. 13 Portanto, a fim de demonstrar a importância dos princípios no direito civil, especialmente no direito de família, discutiremos a seguir alguns aspectos relacionados aos princípios mais relevantes para o desenvolvimento desta pesquisa: a dignidade da pessoa humana, a solidariedade no seio da família , e o carinho e o princípio da proteção do idoso. O princípio da dignidade da pessoa humana, princípio importante, tem como base legal o artigo 1º, III, da Constituição Federal de 1988, que afirma que a República Federativa do Brasil tem, além da soberania, a cidadania como base . e a dignidade do homem. O princípio não só garante a simples sobrevivência, mas também garante o direito de viver de forma digna, sem a intervenção do Estado ou do sector privado para atingir o seu objectivo.

Segundo Gagliano e Pamplona Filho, o direito de família gira em torno do princípio do afeto, pois as relações familiares são imbuídas de laços afetivos e amorosos. O idoso tem seus direitos e garantias amparados no Estatuto do Idoso e na Constituição Federal de 1988, princípio que lhes assegura a proteção integral da saúde física e mental com dignidade, para que não sejam discriminados, tendo tratamento respeitoso e preferencial tanto por parte de sua família e comunidade. É possível, portanto, inferir que os quatro princípios aqui discutidos são de suma importância para o direito da família, bem como para a implementação dos direitos que ele confere.

O Estatuto do Idoso utiliza um único critério para definir o idoso e sua idade, de modo que se enquadram nesta categoria as pessoas com 60 (sessenta) anos ou mais. Devido ao descaso e ao abandono a que muitas vezes os idosos estão expostos, a existência de dispositivos que protejam e amparem os idosos tornou-se imprescindível, como na Constituição Federal de 1988, no Código Civil Brasileiro (Lei n) e em leis específicas como como o Estatuto do Idoso (Lei da Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842/94) e a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei nº). O Estatuto do Idoso é dividido em sete títulos, que dizem respeito ao direito à liberdade, ao respeito, à dignidade, à saúde, à moradia, ao transporte, à proteção, ao cuidado, ao acesso à justiça e à alimentação, este estatuto aborda os direitos fundamentais e as garantias constitucionais das pessoas com mais de 60 (sessenta) anos de idade.

[..] O estatuto do idoso [..], que foi criado com o objetivo de garantir a dignidade do idoso, [...] veio na hora certa, com o objetivo de dar continuidade ao movimento em direção à universalização do cidadania, que também traz esperança aos idosos de que os seus desejos e necessidades sejam realmente garantidos. O artigo 3.º da Lei dos Idosos afirma a importância das relações familiares no que diz respeito às garantias dos idosos. Ressalte-se que, assim como na Constituição Federal de 1988, o Estatuto do Idoso elenca a família como a principal responsabilidade do idoso.

RESPONSABILIDADE CIVIL

A segunda alternativa era a possibilidade de reparação do dano através do pagamento de determinada quantia. Um marco muito importante para a responsabilidade civil foi a Lei de Aquilia, que deu origem à responsabilidade civil extracontratual na forma como hoje é conhecida. A responsabilidade civil consiste em concretizar a reparabilidade abstrata do dano em relação a um sujeito passivo da relação jurídica que se cria.

Indenização e contribuinte formam o binômio da responsabilidade civil, que se afirma então como o princípio que subordina a indenização ao seu efeito sobre o autor do ato ilícito.39. O Código Civil de 2002 adotou genericamente a responsabilidade civil subjetiva, que é aplicada quando não há previsão legal expressa que estabeleça a aplicação da responsabilidade objetiva. Pode-se assim concluir que quem comete um ato ilícito está sujeito às consequências da responsabilidade civil, ou seja, causa dano a outra pessoa, seja de natureza pecuniária ou moral.

Nosso ordenamento jurídico dividiu a responsabilidade civil em contratual e extracontratual, compreendendo esta última as modalidades objetiva e subjetiva, e para tanto adotou-se a tese dualista ou clássica. Portanto, para melhor desenvolver esta monografia, faz-se necessário discutir alguns aspectos importantes relativos à responsabilidade civil na sua forma extracontratual. A responsabilidade civil subjetiva decorre do dano causado em decorrência de ato doloso ou negligente.Esta culpa, sendo de natureza civil, será caracterizada quando o agente causador do dano agir de forma negligente ou imprudente.

Portanto, a responsabilidade civil extracontratual subjetiva é aquela em que deve ser feita a verificação, com base no caso concreto, da real existência de culpa no ato cometido. Segundo Gagliano e Pamplona Filho, Tartuce existe uma corrente doutrinária que considera a existência de quatro pressupostos necessários à configuração da responsabilidade civil. Por esse motivo, serão discutidos a seguir os quatro elementos básicos essenciais à motivação da responsabilidade civil subjetiva extracontratual.

Nota-se que alguns autores, ao tratarem do primeiro pressuposto da responsabilidade civil extracontratual subjetiva, mencionam apenas a culpa, porém, seria correto falar em ações puníveis, pois considerada isolada e abstrata, a culpa tem apenas relevância conceitual. No ato ilícito, não há intenção de causar dano, a pessoa que causou o dano não deseja diretamente praticar o ato ilícito, mas o realiza por negligência.

ABANDONO AFETIVO INVERSO

O abandono afetivo invertido por desprezo, desrespeito ou indiferença filial representa um fenômeno jurídico e social relevante que merece muito mais atenção do que realmente recebe. Segundo Cunha, o conceito de abandono afetivo está diretamente relacionado à ausência de afeto entre pais e filhos, em que estes buscam reparar essa lacuna afetiva que existe em suas vidas por meio do judiciário. Para entender o que significa o abandono afetivo, que está relacionado à falta de afeto, ao descaso com o dever de cuidado que deveria existir entre as pessoas, principalmente entre parentes de uma mesma família, pois o dinheiro não é suficiente para garantir a vida de qualquer pessoa, porque há coisas na vida, que são mais importantes que o carinho, o amor, o cuidado, a devoção e o respeito, entendemos também o abandono afetivo reverso, que ocorre quando os filhos abandonam os pais, negam-nos e privam-nos da afetividade.

Disponível em: Acessado em 11 de outubro de 2019. 65 Este acórdão, embora se refira para- No que diz respeito ao abandono afetivo dos pais em relação aos filhos, abriu precedentes, por analogia, para a sua utilização na busca de indenização aos pais idosos quando estes são abandonados material e emocionalmente pelos filhos. Disponível em: Acessado em 5 de novembro de 2019.

A intenção do abandono afetivo reverso não veio para impor devoção, mas sim para lembrar aos filhos que, aceitando ou não essas características, jamais se libertarão do dever de cuidado para com os pais, dever que foi trágica e vergonhosamente necessário ser cumprido. expressa em dispositivo constitucional para que as crianças pudessem valorizar aqueles que lhes deram a vida. Além disso, existe um projeto de lei n que corresponde a uma tentativa de prever explicitamente a responsabilidade por abandono afetivo em relação aos idosos, de acordo com o estatuto do idoso e o direito civil, acrescentando um parágrafo ao art.1632 no lei n e uma subseção . ao artigo 3º da Lei n para esclarecer a indenização por danos morais por abandono afetivo de idosos. Desta forma, mesmo apesar da ausência de lei específica de abandono afetivo reverso, quando o seu direito ao cuidado for violado, o idoso tem o direito de reclamar uma compensação financeira, comprovando todos os requisitos legais para o mesmo.

O presente trabalho apresentou uma análise do abandono afetivo reverso, que se caracteriza pelo abandono emocional dos filhos em relação aos pais idosos. O que se verifica é que, apesar de existirem garantias constitucionais específicas na área das políticas públicas para os idosos, o descaso das crianças com os seus deveres de cuidado para com os pais idosos e a ausência de comportamentos de apoio, que desta forma caracterizam o abandono afetivo reverso. . Por isso, ao longo da elaboração deste documento, os exemplos discutidos trataram do abandono afetivo paterno-filial e buscaram uma analogia com o abandono afetivo reverso, uma vez que na jurisprudência ainda não é possível observar uma compreensão pacificada do tema.

Por fim, ao final desta monografia conclui-se que existe sim a possibilidade de responsabilização civil do filho pelo abandono afetivo do pai idoso, fato que pode causar danos irreparáveis ​​à sua vida. Disponível em: Acessado em 11 de outubro de 2019.

Referências

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