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A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DESAFIOS E DIFICULDADES NA AUSÊNCIA DE PROFESSOR BILÍNGUE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

OBSERVATÓRIO DA INCLUSÃO E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO – DIVERSIFICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM INCLUSÃO E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO

ARIADNE SILVA CARDOSO SOUZA

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL:

DESAFIOS E DIFICULDADES NA AUSÊNCIA DE PROFESSOR BILÍNGUE

SANTO ANTÔNIO DE JESUS 2020

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2 ARIADNE SILVA CARDOSO SOUZA

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DESAFIOS E DIFICULDADES NA AUSENCIA DE PROFESSOR BLÍNGUE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Inclusão e Diversidade na Educação, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Especialista em Inclusão e Diversidade na Educação.

Orientador/Orientadora: Prof.ª. Lucia Gracia Ferreira Trindade.

SANTO ANTÔNIO DE JESUS 2020

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3 ARIADNE SILVA CARDOSO SOUZA

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DESAFIOS E DIFICULDADES NA AUSENCIA DE PROFESSOR BLÍNGUE

Santo Antônio de Jesus – Ba, aprovada em 10 de Julho de 2020

Banca Examinadora

__________________________________________

Prof. (a) Dra. Lúcia Gracia Ferreira Trindade orientadora

___ ____

Lilian Moreira Cruz

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4 SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. CAMINHO METODOLÓGICO

3. EDUCAÇÃO DE SURDOS: CONTEXTO HISTÓRICO

4. RELATO DE EXPERIÊNCIA: OBSERVAÇÃO NA SALA DE AULA COM UMA ALUNA SURDA DA EDUCAÇÃO INFANTIL.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 6. REFERÊNCIAS

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5 SOUZA, Ariadne Silva Cardoso. A importância do Ensino da Libras na Educação Infantil. (22 p) 2020. Trabalho de Conclusão do Curso em Inclusão e Diversidade na Educação – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Santo Antônio de Jesus, 2020.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem pretende relatar as experiências com uma aluna surda, observadas na classe de educação infantil, que enfrentou dificuldades de comunicação na escola por não saber a Libras. Busca refletir acerca da importância do ensino da Libras na Educação Infantil tendo como base relatos de experiência observadas na sala de aula em uma escola pública na cidade de Serrinha- BA. Sabe-se que a construção do conhecimento tem por base elementos essenciais na vida de qualquer estudante, e um dos elementos fundamentais é a comunicação e a interação.

Atualmente muito tem discutido acerca da inclusão de surdos na escola regular, sabe-se que a questão da inclusão se torna palavra de ordem que se converte em desafio aos docentes, pais, famílias e responsáveis que acreditam que a escola pode ser um espaço acolhedor. Considerando que a situação específica dos surdos os quais historicamente foram excluídos dos espaços educacionais e da sociedade por serem vistos como pessoas com problemas mentais na época, hoje ainda existe segregações em relação aos surdos, pois ainda possuem grandes dificuldades para ter acesso ao ensino de Libras que é a sua primeira língua. Este estudo trouxe como tema central o ensino de Libras para crianças da educação infantil que segundo a LDB no artigo 29, se configura como sendo a “[...] primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.

Então, para que esse desenvolvimento ocorra na criança surda é necessário que ela aprenda a Libras com sua professora na sala de aula, juntamente com seus colegas ouvintes para uma melhor interação.

Lev Semyonovich Vygotsky ( 1987) conceituou que o desenvolvimento intelectual da criança ocorre a partir da interação social e a linguagem tem papel fundamental para formação intelectual e caráter do indivíduo. Sendo assim, faz-se necessário o ensino de Libras na educação pré-escolar e para isso exige a formação de professores nessa área, para atender a demanda existente. Segundo Mühl (2006 apud SPENASSATO, 2009) a educação inclusiva fundamenta-se num ensino o qual atenda a todas especificidades abrangendo uma reorganização curricular, formação dos professores, reformulação das políticas educacionais e implementação de projetos educacionais inclusivos.

Sendo assim, nosso estudo tem relevância, pois trata de uma temática atual e pertinente para a educação inclusiva, logo percebemos a importância de discutirmos experiências sobre as dificuldades que a criança surda enfrenta em sala de aula sem ter conhecimento da Libras. Assim considerando a importância do ensino da Libras na educação infantil. Diante do exposto emergiu o seguinte objetivo geral do estudo:

Identificar os desafios e dificuldades da criança surda da educação infantil na escola regular sem professor bilíngue. E os objetivos específicos buscou: descrever os desafios encontrados pela aluna surda, e evidenciar possíveis dificuldades na sala de aula como um todo.

Neste sentido, buscamos dialogar com a literatura científica, sobretudo com as publicações de trabalhos acadêmicos enfocados no tema estudado. E para fundamentar o

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6 estudo dialogamos com a teoria sociointeracionista de Vigostky (1987) e trazendo autores como: Spenassato (2009), STROBEL (2009) e entre outros. E neste estudo, buscaremos dialogar com os teóricos e autores que nos subsidiaram a ampliação de conceitos sobre educação, surdez e a Libras, enfocando, sobretudo, o movimento histórico da educação dos surdos as principais políticas públicas voltadas à atenção educativa dos não ouvintes e sobre a Libras como língua de acesso de comunicação e difusão da cultura surda.

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2 CAMINHO METÓDOLOGICO

As observações foram realizadas no ano de 2018 em uma escola da educação infantil na zona rural na cidade de Serrinha Bahia durante dois dias, com apoio da Secretaria de Educação Municipal e autorização com termo de consentimento da gestão da escola e a docente e participei também de palestras sobre a importância da Libras para os surdos realizado em uma escola do ensino fundamental na cidade. Tratou-se de uma experiência com o objetivo de identificar as dificuldades e desafios da criança surda na escola regular sem professor bilíngue.

Para realização de qualquer pesquisa é necessário bastante cuidado, acima de tudo respeito, discrição e estudar de forma criteriosa cada observação. E o percurso trilhado foi estabelecido de forma planejada e avaliada para compreensão do caminho percorrido para efetivação da observação.

O estudo que realizamos configurou-se como sendo de abordagem qualitativa, pois tratou-se de uma temática ligada à educação especial em torno da investigação de qual forma é conduzida a inclusão de surdos na educação infantil, no objetivo de identificar as dificuldades, os desafios, informações, opiniões e etc., acerca da inclusão da criança surda na educação infantil. Minayo (2001, p. 16) afirma “Entendemos por metodologia o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade”.

Assim, o pesquisador durante as observações teve um estudo exploratório e contextualizado dentro de uma abordagem qualitativa. Os pressupostos básicos para a realização das observações foram: contato prévio, leitura, observação, diálogo com a professora o qual não foi entrevista e sim trocas de informações.

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3 EDUCAÇÃO DE SURDOS: CONTEXTO HISTÓRICO

A história da educação de surdos é marcada por diversas trajetórias que se definiram em grandes lutas para garantia de seus direitos. Primeiramente vamos trazer histórias as quais relatam sobre como os surdos eram vistos e tratados. Strobel, (2009) discorre em sua pesquisa que os surdos na Idade Antiga, em Roma eram abandonados e também feitos escravos que trabalhavam de dia a noite no moinho. Na Grécia, os surdos eram considerados pessoas sem valor algum para sociedade, sendo assim eles eram condenados a morte jogados em rios também e os que sobreviviam seguiam suas vidas como mendigos e escravos. Já no Egito, os surdos eram tratados como privilegiados, pois achavam que eles se comunicavam com deuses egípcios, porém eles não recebiam educação. Na Idade Média os surdos ainda eram castigados recebia tratamento desumanos como: lançados em fogueiras, impedidos de frequentar igrejas pelo fato de não poder se confessar, era proibido casamento de duas pessoas surdas para não nascer outro surdo, não podiam votar, e receber heranças. Apesar de tantas dificuldades o líder religioso John Beverley colaborou com iniciativas para a educação de surdos nessa época, e também já no final os filhos de nobres começaram a receber educação nos mosteiros.

Na Idade Moderna os surdos começaram a possuir alguns direitos na Espanha, pois Pedro Ponce de Leon tinha dois irmãos surdos e com isso ele criou a primeira escola para surdos eles eram famílias importantes, daí então os surdos que conseguiam se comunicar passaram a ter direitos em heranças. Ponce Leon utilizou como metodologia de ensino a surdos o uso de dactilogia, escrita e oralização, logo após ele criou também escolas para professores de surdos. Abade Charles Michel de L’Epée foi uma pessoa que ajudou muito na educação de surdos ele criou a primeira escola pública para surdos na França, chamado: Instituto para Jovens Surdos e Mudos de Paris e ensinou vários professores para surdos e fundou 21 escolas para surdos na Europa.

Na Idade Contemporânea o Brasil teve destaque em criar a primeira escola para surdos na cidade do Rio de Janeiro em 1857 chamado na época de Imperial Instituto dos Surdos Mudos, fundado pelo professor surdo Eduardo Huet, no entanto somente gêneros masculinos podiam frequentar, só a partir do século XX meninas começaram tiveram direitos. Atualmente denominado como INES, Instituto Nacional de Educação de Surdos.

Honora (2009) destaca que em 1880 ocorreu um movimento para decidir a educação dos surdos, porém a grande maioria dos participantes eram ouvintes e, consequentemente, poucas pessoas foram favor do uso da linguagem gestual. Assim, esse congresso não foi favorável para a melhoria da inclusão dos surdos, uma vez que a Libras é importante para a comunidade surda. Já no século XVI foi a época mais considerada fundamental para educação de surdos, pois foi surgindo várias escolas e institutos e houve grandes evoluções para incluir os surdos na sociedade. A autora relata também sobre Alexandre Graham Bell o qual foi um dos defensores do oralismo, cientista e filho de surda ele lutou para que os surdos fizessem parte dos grupos ouvintes, ou seja, não achava correto surdo se comunicar com sinais, e desempenhou para a recuperação de surdos, porém sem sucesso.

Em 1993 no Brasil começou uma batalha para a legitimação do uso da língua de sinais, algumas comunidades surdas lutaram por este direito e em 2002 a Libras finalmente foi reconhecida oficialmente como primeira língua dos surdos e ganhou espaço no contexto educacional, com a presença de intérpretes na escola do ensino fundamental e médio, garantido pela Lei 13.146 6 de julho de 2015, e a oferta do ensino de Libras em curso de licenciaturas e fonoaudiologia pelo decreto 5.626, de 22 de

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9 dezembro de 2005, porém mesmo com tantos avanços a Libras é pouco usada devido à falta de acesso ao curso de Letras Libras e Pedagogia Bilíngue.

3.1 O BILIGUISMO

Tendo em vista a importância da língua de sinais para a comunicação dos surdos no ano de 2002, os surdos ganharam mais uma luta quando foi criado a Lei 10.436, de 24 abril de 2002, que reconhece a LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais como primeira língua dos surdos e a Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, no artigo 28, inciso IV – “oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas”.

O direito dos surdos ganhou força também no ano de 2005 quando foi criado o decreto 5.626 de 22 de dezembro o qual complementou a Lei 10.436 que garantiu o os demais direitos como: saúde, trabalho e acesso e também defendeu a cultura surda dando importância na obrigatoriedade da presença de um interprete na sala de aula.

Vale ressaltar que atualmente muitos professores não sabem se comunicar em Libras, em especial, os docentes da educação infantil que, muitas vezes recebem um aluno surdo na sala de aula e irá enfrentar muitas dificuldades para inclui-lo. No que diz respeito a educação bilíngue nota-se que na prática existe descuidos em relação a educação de surdos, muitas crianças surdas na idade pré-escolar estão fora da escola, experiência vivenciada quando visitei várias escolas públicas e privadas e só encontrei uma aluna surda frequentando a escola da educação infantil.

Sabe-se que os surdos devido à limitação eles são bastantes visuais, sendo que para eles entenderem com mais clareza é preciso algo mais visual, para isso é necessário que as escolas se adequem a essa especificidade como: salas de aulas apropriadas, recursos visuais e professor bilíngue para que possa ensinar a criança surda e ouvintes também. Spenassato (2009) afirma que é de suma importância, para a criança surda, uma intervenção prematura para que ela tenha um bom desenvolvimento cognitivo, e o autor assegura que crianças surdas e ouvintes possuem capacidades significativas para aprender a Libras. O autor defende que:

É muito importante para o desenvolvimento de uma criança surda a intervenção precoce, ou seja, nos primeiros anos de sua vida, para que ela adquira e desenvolva uma linguagem e, receba estimulação para o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e físico. Por isso, a inclusão deve ocorrer desde a educação infantil. (2009, p 03).

Na sua reflexão sobre a inclusão o autor exemplifica que é fundamental para a criança aprender a Libras na idade pré-escolar, com a proposição de práticas pedagógicas, com métodos linguísticos e escrito em Língua Portuguesa, pois a escola não pode limitar-se somente com sinais. Entende- se que a Libras tem o papel importante para a comunicação dos surdos, no ano de 2005 foi regulamentado o decreto de número 5.626 o qual definiu a Libras na disciplina curricular na formação de professores da educação básica e entre outros direitos.

Dado o exposto, podemos observar que atualmente não houve grandes avanços para a oferta bilíngue nas escolas, pois ainda não foi inserido no currículo educacional o ensino de Libras para surdos e ouvintes. A maioria dos professores da educação básica não possui conhecimento em Libras, com isso foi obrigatório a presença de intérpretes de Libras na sala de aula. Atualmente no Brasil desde de 2002 a Libras passou a ser

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10 reconhecida como primeira língua o dos surdos, sendo assim a Libras deveria ter destaque na vida escolar dos surdos.

Segundo os dados do censo escolar de 2018 do ano de 2018 vulgado no site do MEC- Ministério da Educação no Brasil possui 21.987 alunos surdos matriculados na educação básica, mas acreditamos que ainda possui muitos fora da escola devido as falhas da falta de oferta do ensino de Libras. Em face disso alguns desafios são encontrados na sala de aula. As comunidades surdas possuem características linguísticas especificas.

Regulamentado por leis e decretos, como citado neste artigo, os quais institui o ensino de Libras em cursos de licenciaturas, interprete de Libras educacional, sala de recursos, porém esse conjunto de garantias apontado para atender a educação especial, na prática não saiu muito do papel, pois houve poucas mudanças. Muitos surdos ainda estão com dificuldades na escola sem ter acesso a aprendizagem da Libras, nas escolas faltam recursos materiais para trabalhar conteúdo específicos e somente a inserção de disciplina de Libras nos cursos de licenciatura não garante a aprendizagem da Língua.

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4 Relato de experiência: observação na sala de aula com uma aluna surda da educação infantil

A escola fica na cidade de Serrinha Bahia localizada na zona rural, e sua estrutura é inadequada por ser uma escola da educação infantil, pois possui duas salas de aula bem pequenas, uma sala da gestão, cozinha, dois banheiros e não possui área de lazer. A sala possui 15 alunos sendo uma surda com 5 anos de idade. A professora possui graduação em Pedagogia, mas não tem formação em Libras. Chamaremos a aluna surda com o nome fantasia X e a professora Y.

A priori, foi observado que a escola não possuía nenhum recurso para incluir a aluna X, sobretudo que sua professora não é bilíngue e se comunicam através de gestos com bastante dificuldade. As atividades eram improvisadas sem nenhuma metodologia que alcance a sua especificidade. Era notório as dificuldades encontradas na sala de aula, começando pela falta de comunicação dos alunos ouvintes com a aluna surda.

A aluna X por possuir perda auditiva possui limitações as quais impede de realizar várias tarefas por não compreender a língua oral, com isso gera uma situação de exclusão quando a escola não está preparada para tal singularidade. Vale ressaltar que nas observações foi notado que na sala de aula não possui painel com vogais em Libras, alfabeto em Libras, livros de historinhas infantis adaptado, e nos momentos mais lúdicos da aula a aluna X ficava com bastante dificuldade para compreender as brincadeiras.

Acreditamos, que para um aluno surdo da educação infantil ser bem acolhido na sala de aula é necessário que o professor saiba a Libras para poder ensiná-lo, e recursos visuais. Para ensinar a língua portuguesa como segunda língua é preciso livros em Libras e matérias visuais colados na parede, pois o surdo é bastante visual. A aluna X enfrentava dificuldades por não se comunicar com sua professora, colegas e a falta de recursos deixava-a bastante frustrada. Segundo Piaget ( 1983 ) , o conhecimento resulta da interação do indivíduo no ambiente que vive. Sabemos que essa fase a criança tem contato com leituras infantis escritas e figuras animadas, mas tem que ser de acordo à sua especificidade. Nota-se que ainda há uma decadência no currículo educacional, os surdos enfrentam dificuldades na escola. Segundo os últimos dados do IBGE (2010) no Brasil possui cerca de 10 milhões de indivíduos surdos, sendo assim seria necessário que nossos professores da Educação Básica passassem por formação em Libras.

Identifica-se que a inserção de Libras no sistema educacional percorre caminhos a passos lentos, o modelo de educação atualmente ainda não atende às pessoas com necessidades especiais, muitas crianças surdas estão fora da escola sem saber se comunicar em Libras. Sobre isso, Santos et al (2016) afirmam que é necessário que desde a educação infantil a criança aprenda a Língua de Sinais para dar maior apropriação de sua identidade e como suporte na aprendizagem L21, e que as escolas se apoderem de uma estrutura adequada considerando as especificidades dos surdos.

Durante as observações foi identificado que X fica um pouco isolada e perdida na sala de aula, nas atividades desenvolvidas e no recreio por não ter uma comunicação com seus colegas. É complexo para uma criança surda conviver em uma sala de aula onde sua professora não possui conhecimento em Libras. O que pude identificar é que a

1 L2: Língua portuguesa para surdos.

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12 escola não possui nenhum suporte para acolher essa aluna, e não há nenhuma iniciativa, planos ou projetos para atender essa demanda com mudanças.

O processo de inclusão dos surdos exige da escola um currículo com metodologias adequadas que possibilite ao aluno compreender os conteúdos e sobretudo valorizando a cultura surda. Vale ressaltar, que uma criança na fase pré-escolar requer um professor que tenha domínio em Libras, visto que é a língua natural dos surdos.

Spenassato (2005) afirma que assim como a escola a sociedade também não está preparada para lidar com a diferenças, é preciso que valorize a diversidade e reconheça as especificidades dos indivíduos. De acordo com Fernandez apud Spenassato:

A escola inclusiva tem o compromisso com o respeito à pluralidade cultural e o acolhimento às diferenças individuais, o que implica reconhecer a diferença linguística relativa aos surdos que, pela falta da audição, necessitam do acesso a experiências linguísticas mediadas por uma língua que não ofereça barreiras à sua interação e aprendizagem: a língua de sinais (2005, p.17).

O autor deixa claro a importância da Libras, e que a escola para ser inclusiva precisa assumir seu papel de espaço que ofereça acesso ao conhecimento sem empecilhos e que desenvolva competências, garantindo suas ações pedagógicas, reconhecendo e valorizando as diversidades e seu processo de aprendizagem, assim, buscando ser uma escola preparada pedagogicamente para ser inclusiva.

Durante minha pesquisa para a realização da observação foi identificado que nenhuma escola do município de Serrinha Bahia possui professor que tenha conhecimento em Libras e isso gera uma problemática para a inclusão dos surdos. A falta do ensino de Libras faz com que crie uma grande barreira na interação dos surdos e esta ausência, consequentemente, gera atraso no desenvolvimento da aprendizagem, pois é através da comunicação e interação com o meio em que vivemos faz com que compreendemos e agimos sobre o mundo.

As conversas no decorrer das observações com a professora foram de grande importância para experiência, nesses diálogos dos relatos citados, a docente falava das dificuldades enfrentadas na sala de aula por não ter conhecimento em Libras, da falta de materiais adaptados, falta de recursos de apoio para auxiliar na inclusão e a falta de reuniões formativas com profissionais em Libras que são elementos essenciais para efetivar a inclusão na escola. É suscetível de insucesso educacional quando um aluno surdo é matriculado numa escola que não tenha professor bilíngue, e um currículo que não atenda as especificidades, e a ausência de materiais em Libras, por fim não basta ter um aluno com necessidades educacionais matriculado para a escola ser denominada inclusiva.

Seguindo esse pressuposto Rosa (2010) aponta que a Língua de sinais é a língua materna da comunidade surda no Brasil, assim a Libras tornou-se a primeira língua a ser ensinada e mediadora para o ensino da língua portuguesa. No que tange a educação especial, é considerável afirmar que ela assume um papel importante para garantir a inclusão, e o bilinguismo é importante para a valorização da cultura surda e é através da linguagem que amplia o desenvolvimento cognitivo do sujeito.

Durante as observações, notou-se que a aluna X demonstrava bastante dificuldade para realizar as atividades propostas pela sua professora, percebemos que os conteúdos não atendiam suas limitações, e a maioria das atividades era iguais dos alunos ouvintes. E também a professora por não se comunicar em Libras, assim como a aluna surda, elas enfrentam dificuldades para interação e sabemos que para

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13 compreensão dos surdos é necessário o uso da Libras e materiais adaptados em Libras e português como segunda língua.

Era visível a vontade da aluna X de interagir com sua professora e demais colegas, sua falta de audição era um empecilho nos momentos de brincadeiras, rodas de conversas, para falar de suas necessidades biológicas e entre outras. Observei que, um professor com uma boa base teórica, prática, ou seja, um bilíngue desenvolveria um bom trabalho sobretudo, ensinando a língua de sinais para todos, o que contribuiria bastante para a inclusão.

Por certo que, para a transição da criança surda da educação infantil para o ensino fundamental é necessário que ela já possua conhecimento em Libras não somente por ser um direito educacional, mas também para garantir seu desenvolvimento cognitivo no seu processo de alfabetização, ora é com a língua de sinais que o surdo compreende o mundo. No ensino fundamental a professora do ensino fundamental pode ou não se comunicar em Libras, uma vez que, é obrigatório a presença de um interprete.

Nesse sentido Neiva (2013) enfatiza que não é suficiente a presença de um intérprete na sala de aula para que a inclusão aconteça, é necessário que seja ofertado o ensino da Libras no currículo escolar, utilizar metodologia com práticas direcionadas a surdos, promover capacitação aos professores para que tenham conhecimento do ensino bilíngue.

O fato é que a escola da educação infantil ao receber um aluno surdo seria interessante garantir o ensino aprendizagem da Libras para seu desenvolvimento. No capitulo VI, artigo 22, do decreto de nº 5626, dá garantia do direito à educação das pessoas surdas ou com deficiência auditiva no inciso I preconiza que: I – “escolas e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngues, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental”. Logo, entende-se que professores da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental precisam passar por formações em Libras, todavia, a Libras não pode ser substituída pela língua portuguesa, mas não deixa de ser a primeira língua a ser ensinada aos surdos.

Cada dia da observação era um novo aprendizado para refletir sobre minhas práticas docentes, sobretudo nas questões da inclusão. Ao acompanhar os desafios e dificuldades de uma aluna surda e sua professora, em que ambas não possuem conhecimento em Libras na sala de aula, pude perceber a importância do ensino de Libras no contexto educacional. Muito se fala na inclusão dos surdos na escola regular, mas pouco se vê na prática. Uma criança surda, na educação infantil, necessita de um docente capacitado para ensinar a Libras, pois a aquisição da linguagem de um indivíduo surdo é uma língua visual-espacial a qual é responsável para a formação de todos os sujeitos não ouvintes. Vale lembrar que a inclusão é palavra de ordem para garantir o direito de todo cidadão com dificuldades educacionais.

Podemos constar que na escola onde foi feita as observações a aluna surda só teve como garantia a sua matrícula, porém a didática não é compatível a suas necessidades. Até o final das observações pude constar que na sala de aula existe vários entraves que levam a exclusão da aluna X, ela não sabe Libras, vídeos didáticos com histórias sinalizadas, jogos adaptados, atividades com conteúdo sinalizados e entre outros.

Logo, percebe-se que no paradigma educacional há uma emergência na formação de professores para trabalhar as diferenças na sala. A educação inclusiva requer metodologias que atendam as especificidades. Assim, defendemos que o problema não está no aluno e sim na falta de professores com formações adequadas para a diversidade. A professora Y tem desejo de aprender a Libras, mas encontra

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14 dificuldade para entrar em um curso, pois na cidade pouco é ofertado e quando aparece oportunidade geralmente é cobrado com valores altos. E vale ressaltar que para se comunicar fluentemente em Libras é preciso muito esforço, dedicação e prática.

O que pude notar também é que a tentativa da professora Y de ensinar o português para a aluna X foi carregada de insucesso uma vez que a Libras é a sua primeira língua e atualmente reconhecida oficialmente como língua materna dos surdos.

Essa experiência me fez compreender a necessidade da Libras para a educação dos surdos, mas há um desinteresse enraizado por parte da política educacional que não oferece capacitação aos professores da educação básica para atender as diversidades nas escolas. Não basta garantir sua matrícula, mas sim formar professores bilíngues principalmente na educação infantil onde começa os primeiros passos para o conhecimento e compreensão do mundo.

Em linhas gerais, constatou-se através das observações que embora as políticas educacionais reconheçam a importância da língua de sinais, ainda não é ofertado capacitação para os professores atender os surdos. Na sala de aula observou-se que não existe condições de incluir a aluna surda, e pude notar que muitos encaram que o problema está na surdez e não na falta de a escola não estar preparada.

Assim, frente ao insucesso da escola observada a qual me fez repensar o quanto é importante que a Libras predomine em todo sistema educacional, certifico que a educação especial deixa muitas brechas em relação a inclusão, existe uma problemática na inclusão dos surdos que é o não oferecimento de educação bilíngue que por consequência gera uma barreira na qualidade de ensino. Nessa perspectiva, Neiva (2013) afirma que, para que a educação de surdos seja de qualidade são necessárias políticas educacionais eficientes para atender as limitações, e há décadas que a comunidade surda vem lutando por melhorias no oferecimento do ensino de Libras nas escolas públicas. O autor evidencia que:

O momento histórico que vivemos de luta por uma educação bilíngue para surdos e da organização/fortalecimento da comunidade surda, para o registro no Plano Nacional de Educação 2011- 2020, da possibilidade de organização de escolas e classes bilíngues (específicas) na Meta 4 do projeto é fruto, dentre outras lutas, de uma ampla discussão com a comunidade surda e com pesquisadores que compreendem a necessidade da organização de escolas e classes específicas, principalmente considerando a necessidade que os surdos têm de um ambiente linguístico natural para a aquisição precoce da Libras, o que uma escola comum não pode oferecer (NEIVA, 2013, p.14).

Na sua reflexão sobre a inclusão, Neiva reforça a importância do ensino precoce da Libras, ou seja, desde a educação infantil é necessário que ocorra essa aprendizagem para o desenvolvimento integral dos surdos. Seria mais interessante ainda que o ensino de Libras fosse mais amplo, ou seja, as crianças ouvintes também ter acesso a essa língua para se comunicar com os surdos. As crianças precisam desse vínculo para constituir a quebra de barreiras entre as diferenças e nesse aspecto a professora bilíngue desempenha o papel principal para estimular as relações de grupo.

Nesse sentido, Vigostky (1987) evidencia que a criança ao adquirir a linguagem suas funções mentais são alteradas, seu pensamento começa a ganhar definições possibilitando as imaginações em vários sentidos e com isso a criança ganha estímulos no seu desenvolvimento cognitivo. Assim, para que a criança surda obtenha sucesso no

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15 seu desenvolvimento é necessário que ela aprenda e se comunique com outras crianças através da Libras.

A educação inclusiva ganhou ênfase no ano de 2008 quando foi lançada a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva para subsidiar os direitos das pessoas com deficiências, garantindo os direitos fundamentais para os indivíduos com limitações educacionais. A Educação inclusiva ganha importância quando na prática ela é vivenciada, e a escola tem o papel fundamental de ser um espaço sem exclusões e discriminações, mas sim um lugar onde oportunize de forma ampla aprendizagem para todos. Uma criança surda ao ser matriculada numa escola onde não há professor bilíngue não há condições de uma criança surda desenvolver aprendizagem nesse espaço.

O reconhecimento da Libras fortaleceu a cultura surda, por outro lado ainda não é garantido na prática esse direito, pois ainda a Libras não é parte integrante no ensino dos surdos nas escolas. Sim, a Libras é de fato importante para inclusão dos surdos e na constituição de sua identidade. A Língua Brasileira de Sinais possui gramática própria, sendo expressiva e comunicativa e é inegável o significado que possui na vida dos surdos, e até os dias de hoje os surdos vem lutando para que a Libras seja LI 2no currículo escolar para sua aprendizagem.

É notório as dificuldades que as escolas enfrentam ao receber um aluno surdo na sala de aula, pois a maior parte dos professores não são bilíngues e isso é uma problemática para efetivar a inclusão. Durante as observações percebi as dificuldades de a professora elaborar atividades, conversar, brincar e contar histórias para a sua aluna surda entender, e para driblar a situação a professora contava com mímicas para comunicação e improvisos nas atividades. Para Almeida, (2015) para que exista uma educação igualitária é preciso, sobretudo, políticas educacionais especificas para garantir a qualidade na aprendizagem.

A inclusão de surdos é um grande desafio para as escolas comuns devido à falta de recursos para adaptá-los e capacitação dos professores. Atualmente algumas escolas possuem salas de recursos para atendimentos aos alunos com necessidades especiais que é o Atendimento Educacional Especializado – AEE, e vale ressaltar que na escola observada não possui sala de recurso. É interessante ter esse atendimento, porém não é suficiente para a inclusão. E o maior desafio do professor é a tentativa de comunicação com o aluno surdo, uma vez que, não é possível sem o conhecimento da Libras, e o conhecimento precoce da língua de sinais é um direito de toda criança surda na escola.

Assim, para reforçar ainda mais esse direito, vale ressaltar que para a criação de uma escola inclusiva é imprescindível a formação de professores bilíngues da educação infantil para ensinar as crianças surdas e ouvintes a língua de sinais.

E indubitável que alguns avanços em relação à educação de surdos foram conquistados, como exemplo a efetivação na lei Libras como primeira língua e segunda língua no Brasil, porém a língua de sinais ainda é desconhecida por muitos, principalmente por muitos profissionais da educação. Nota-se a escassez de professores bilíngues para a educação infantil, uma vez que é necessário que as crianças surdas aprendam a Libras na idade pré-escolar para se obter uma aprendizagem amplamente significativa, e que a Libras seja efetiva não somente nos espações escolas, mas também em vários espaços educacionais, nessa perspectiva Almeida afirma que:

O ensino bilíngue não deve ser pensado apenas na questão pedagógica de sala de aula, quando é disponibilizado a presença do interprete.

2 L1: Língua de Sinais Brasileira

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16 Faz-se necessário que o Projeto Pedagógico das escolas seja bilíngue, com a participação dos sujeitos surdos, que as políticas educacionais contemplam uma educação que reconheça a surdez como diferença, e principalmente, ultrapassem os muros da escola e atinjam outras instituições, em especial, a família. (ALMEIDA 2015, p. 36).

Na reflexão do autor percebemos que a Libras deve fazer parte da vida dos surdos, e percebemos que a inobservância estatal é um dos entraves que os surdos enfrentam. É preciso que as políticas Educacionais se unam e ofereçam cursos gratuitos de Libras para os professores para que assim seja cumprido os direitos à educação de qualidade para os surdos e ao seu desenvolvimento cognitivo os quais são assegurados pelas leis que regem a educação igualitária.

Sob a perspectiva da inclusão acreditamos que organizações nas escolas como oficinas, cursos de extensão com parceria de outras instituições educacionais, entre outros colaboraria para abrir um leque de informações sobre a importância do ensino e aprendizagem da Libras dando maior visibilidade para a formação dos surdos.

Outrossim, a coletividade entre famílias e escolas na luta pelos seus direitos sob o viés de viabilizar oportunidades do ensino de Libras gratuitos seria um fator importante para incluir e efetivar a inclusão dos surdos na educação e na sociedade.

A educação de qualidade é um direito de todos garantido pela Constituição de 1988, a qual preconiza no artigo 205:1 “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Evidenciando que, a lei de 1988 cita no texto a garantia do pleno desenvolvimento da pessoa sem distinção, ou seja, o papel da educação inclusiva é dar acesso de oportunidade para todos, transformando a escola em um espaço sem discriminações, e são muitos os desafios para que a inclusão efetive nos espaços educacionais devido ainda a falta de preparações nos profissionais educacionais.

Carvalho (2004) pontua que na construção de uma escola inclusiva é necessário trilhar alguns caminhos como a valorização, a formação docente, mudanças curriculares e trabalho em equipe. Ele ressalta que:

As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos. Sob essa ótica, não apenas portadores de deficiência seriam ajudados e sim todos os alunos que, por inúmeras causas, endógenas ou exógenas, temporárias ou permanentes, apresente dificuldades de aprendizagem ou no desenvolvimento (CARVALHO, 2004 p. 29, apud SOUSA 2016, p.

109).

Podemos perceber que a inclusão percorre caminhos amplos devido à vasta necessidades de atendimento educacionais existentes, porém muitos educadores enfrentam grandes problemas para se trabalhar com a diversidade, pois políticas educacionais na prática não garantem formação adequada para cada tipo de especificidade. Algumas escolas contam com sala de recursos que oferecem atendimento educacional especializado, com profissionais especializados em educação especial que, na maioria das vezes, não é suficiente para atender as demandas. Logo, quando uma atividade recomendada para avanços no desenvolvimento não abrange a criança surda, consequentemente, gera exclusão. No decorrer da minha pesquisa nas escolas as quais visitei para a observação, as salas de recursos existentes nenhuma

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17 possuía profissional com conhecimento em Libras, ou seja, um grande problema para atender aos surdos.

Em linhas gerais, para a escola ser inclusiva, é preciso que exista formação adequada a cada especificidade com diversos cursos disponíveis para os professores dar conta dos limites e possibilidades na sala de aula, e o uso de tecnologias adaptadas também fazem parte desse processo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante as observações constamos que a falta de um professor bilíngue na educação infantil é fator de segregação e exclusão. Embora, reconheçam que a Libras é a primeira língua dos surdos, as escolas ainda não oferecem o ensino da língua de sinais.

Em relação ao objetivo que buscou identificar as dificuldades que o aluno surdo da educação infantil enfrenta na sala de aula sem o acesso à sua primeira língua a Libras, chegamos a entender que essa falta causa grandes prejuízos na linguagem, pensamento e no seu desenvolvimento cognitivo, uma vez que, é através da Libras é que surdo terá maior desempenho intelectual.

A professora observada reconhece que o fato de não possuir conhecimento em Libras cria problemas que clamam por solução e gera exclusão na sua sala de aula, e foi notório as dificuldades de comunicação e o desconforto na criança surda, pois, certamente, esses entraves e a falta de recursos não garante a sua aprendizagem.

Complementarmente nesse contexto torna-se evidente que ainda os surdos são vítimas da exclusão no seu processo de formação educacional.

Ao compreender a necessidade da Libras na educação infantil, acreditamos que para ganhar forças na luta pela inclusão é necessário mostrar à necessidade da aquisição da Libras através de projetos, promover incentivos e divulgar os resultados obtidos do insucesso escolar, e assim cobrar do governo melhorias.

Diante das observações conclui-se que uma criança surda ao ser matriculada na escola sem a oportunidade de aprender a Libras não garante a sua aprendizagem. É discriminatório, pois o indivíduo fica excluso e sem vontade de ir à escola por conta da dificuldade de comunicação com a professora e as outras crianças, é triste a realidade de um sujeito surdo na sala de aula sem professor bilíngue. A Libras oficialmente é a primeira língua do surdos e segunda língua dos ouvintes no Brasil como supracitado em todo o texto, embora seja reconhecida ainda não faz parte da proposta curricular educacional e com isso aumenta o índice de evasão escolar dos que fazem parte do grupo de surdos.

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6 REFERÊNCIAS

BRASIL Lei 13.146 de 6 de julho de 2015 disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm.

BRASIL Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005 disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm.

BRASIL Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 disponível em : http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

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ALMEIDA Wolney Gomes, Educação de Surdos: Formação, estratégias e prática docente. Ilheus - Ba . 2015.

ALBRES, Neiva de Aquini / NEVES, Sylvia Lia Grespan . Libras em estudo: política linguística – São Paulo: FENEIS, 2013.

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm

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20 MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

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BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Disponível em:

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SANTOS, Maria José Lima et al O ensino da Libras na Educação Infantil, Minhas Vivências Diárias, Joao Pessoa PB, 2016

Referências

Documentos relacionados

Assim sendo, é de ex- trema importância a presença do professor surdo na educação de Surdos, uma vez que, este possui particularidades semelhantes aos alunos, contribuindo para uma