Monografia oferecida à Faculdade de Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás como pré-requisito para conclusão do curso de Licenciatura em Educação Física. A INTRODUÇÃO DE JOGOS COLABORATIVOS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA [manuscrito] / Vinicius Candido. Este trabalho tem como objetivo destacar a importância dos jogos cooperativos como ferramenta de inclusão nas aulas de educação física e no processo de ensino e aprendizagem.
A seguir, são discutidas as demarcações dos jogos e jogos cooperativos e sua importância para a inclusão dos alunos nas aulas de educação física. De acordo com os Parâmetros do Currículo Nacional (2001), o objetivo da educação física é contribuir para a formação de indivíduos saudáveis, críticos, independentes e participativos, que desenvolvam habilidades físicas, cognitivas e sociais. Os conhecimentos adquiridos nas aulas de educação física devem ser repassados aos indivíduos que os cercam e influenciá-los positivamente.
Atualmente entende-se que a prática de jogos cooperativos é fundamental para o desenvolvimento de uma compreensão de compartilhamento, convivência e inclusão. Quando pensamos em jogos cooperativos como instrumento de inclusão nas aulas de educação física, pensamos em atividades que ajudem a construir um ambiente mais amigável e acessível para todos. Portanto, este trabalho busca revisar o processo de inclusão utilizando os jogos cooperativos como instrumento nas aulas de educação física por meio de pesquisa bibliográfica.
OBJETIVOS
METODOLOGIA
A utilização de um recorte temporal tão antigo justifica-se pela importância de estabelecer bases teóricas clássicas e mais consolidadas sobre o tema, compreender a evolução do pensamento sobre o tema e identificar tendências e mudanças na abordagem do tema ao longo do tempo. Posteriormente, foram utilizados recortes mais atuais para tratar diretamente dos Jogos Cooperativos, com obras como Brotto (2001), Soler (2002), Amaral (2007), Correia (2006), abordando diretamente e mais especificamente os Jogos Cooperativos, com o objetivo de a referência mais antiga aos trabalhos de Terry Orlick sobre jogos cooperativos. Justificou-se esse recorte temporal, pois nesse período houve uma intensificação de estudos e pesquisas sobre o tema, o que possibilitou o desenvolvimento de uma base teórica sólida sobre a utilização de jogos cooperativos como ferramenta pedagógica de inclusão nas aulas de educação física.
Por fim, realizou-se uma análise dos trabalhos identificados e discutiu-se a importância e o impacto dos jogos cooperativos como ferramenta pedagógica de inclusão nas aulas de educação física.
REVISÃO DE LITERATURA
EDUCAÇÃO FÍSICA E JOGO
Analisando a história, é possível notar que antes da inclusão formal da educação física no currículo escolar, a educação física era utilizada apenas para fins higiênicos e militares. Posteriormente, a Educação Física foi utilizada como base para o aproveitamento do tempo livre, conforme aponta Guiradelli Jr. (1988). Analisando esse problema, podemos concluir que a educação física é uma prática pedagógica diretamente relacionada à cultura corporal.
3 - A Educação Física é uma área de conhecimento e intervenção académica-profissional cujo objeto de estudo e aplicação é o movimento humano, incidindo sobre as diversas formas e modalidades de treino físico, ginástica, jogos, desporto, combate/artes marciais, dança, na perspetiva da prevenção de problemas de saúde, promoção, proteção e reabilitação da saúde, formação cultural, educação e reeducação motora, rendimento físico e desportivo, lazer, gestão de negócios relacionados com atividades físicas, recreativas e desportivas, para além de outras áreas que proporcionem ou possam propiciar oportunidades para o exercício de atividades físicas, recreativas e esportivas. 34;Educação Física" é uma parte da educação que tem como foco o movimento e o desenvolvimento do corpo humano. Segundo o Coletivo de Autores (1992), a Educação Física escolar visa refletir sobre a cultura corporal acumulada historicamente, mas com o objetivo contribuir para o desenvolvimento crítico dos alunos.
Cada faixa etária possui determinadas características como moral, social, sexual, embora a idade não seja um marcador confiável, o ensino da educação física deve levar em consideração esse desenvolvimento respeitando as diferenças. Os PCN (2001, p.15) também enfatizam a importância da educação física nas primeiras séries, pois contribui para o desenvolvimento físico, intelectual e social dos alunos. Segundo (AMARAL, 2007) a Educação Física é mais que um esporte, é um mundo que oferece muitas oportunidades para o desenvolvimento, socialização e inclusão dos alunos.
Segundo Castellani (2009), a Educação Física dentro da escola tem como principal objetivo ajudar o aluno a desenvolver o conhecimento pleno de seu corpo e a utilizá-lo de forma satisfatória e expressiva, respeitando seus limites e garantindo o desenvolvimento da qualidade do potencial de cada indivíduo. A educação física também tem a função de ajudar o aluno a desenvolver um senso crítico em relação à comunidade e ao meio social, lembrando que as diferenças entre as pessoas não devem ser motivo de discriminação e exclusão social. Nas crianças, as brincadeiras garantem a liberação de energias acumuladas que precisam ser gastas, além de contribuir para aspectos importantes da formação da personalidade.
Como vários autores apontaram, jogar jogos na educação física pode ter um impacto significativo na maneira como os alunos percebem e se relacionam com seus corpos, além de aumentar a auto-estima e a confiança. Assim, é importante que a educação física ofereça uma abordagem de jogo equilibrada e inclusiva que valorize as capacidades e diferenças individuais e promova um ambiente saudável e motivador para a aprendizagem.
JOGOS COOPERATIVOS E EDUCAÇÃO FÍSICA
Os jogos cooperativos, que abordaremos no próximo tópico, são uma excelente estratégia para o cumprimento desses princípios, pois priorizam a interação e o trabalho em equipe em detrimento da competição e valorizam apenas os alunos mais capazes. Além disso, é importante que o professor estabeleça metas e objetivos para que todos os alunos envolvidos alcancem seu potencial máximo de desenvolvimento. Os jogos cooperativos são uma forma simples de representar a vida em comunidade, e que a história dos jogos cooperativos está diretamente relacionada ao desenvolvimento humano, pois desde os primórdios da humanidade as pessoas o fazem.
Os jogos cooperativos são diferentes dos jogos tradicionais porque os jogadores jogam juntos em vez de um contra o outro. Jogos cooperativos sem perdedores são jogos que podem ser considerados totalmente cooperativos porque todos jogam juntos e todos ganham juntos. Jogos cooperativos com resultados coletivos são jogos em que há divisões em duas ou mais equipes, onde uma joga contra a outra e depende do esforço coletivo da participação de cada equipe, sendo que o objetivo é alcançado jogando em conjunto.
Segundo Brott (1999), os jogos cooperativos no-loser são caracterizados pelo agrupamento de todos os jogadores em uma única equipe com um objetivo comum. Entende-se que a ausência de exclusão e derrota é a principal contribuição dos jogos cooperativos sem perdedores para a inclusão. Durante os jogos cooperativos, os jogadores experimentam a autodescoberta ao entenderem a importância de seu papel no jogo.
Segundo Orlick (1989, p. 132), os jogos semi-cooperativos requerem a cooperação e participação de todos os membros da equipe. Segundo Cortez (1996), os jogos cooperativos são um grande recurso para a formação social dos cidadãos, contribuindo para o desenvolvimento intelectual, físico, emocional e social, crítico, criativo, solidário e democrático. Segundo Cortez (1996, p. 8) “as atividades devem ser orientadas, planejadas e ter tempo e espaço para sua aplicação na escola, pois os jogos cooperativos podem fortalecer o desenvolvimento e a formação dos alunos”.
Os jogos cooperativos oferecem uma abordagem diferente ao mundo competitivo, pois seus objetivos são baseados na solidariedade e não na exclusão. Os jogos cooperativos nas aulas de educação física desempenham um papel importante na formação integral dos alunos. Segundo Correia (2004), estes jogos cooperativos podem ajudar a compreender as pessoas promovendo valores como a solidariedade, a liberdade e a cooperação.
Do ponto de vista pedagógico, os jogos cooperativos têm grande potencial inclusivo, permitindo que os participantes aprendam a se relacionar e a conviver e respeitar as diferenças.
JOGOS COOPERATIVOS COMO INSTRUMENTO DE INSCLUSÃO
Os jogos cooperativos têm grande capacidade de transformação social, promovendo a inclusão, promovendo o espírito de equipe e o desenvolvimento integral das pessoas, sem excluir nenhum aluno, independentemente de suas características físicas. Segundo Correia (2007), as aulas de Educação Física caracterizam-se por um forte espírito competitivo, com jogos que buscam o vencedor. Diante disso, a inclusão dos Jogos Cooperativos no conteúdo da Educação Física será uma importante contribuição para quebrar essa tradição esportiva e competitiva nas escolas, que muitas vezes promove um ambiente de exclusividade.
Segundo Brotto (2002), os jogos cooperativos buscam unir em liberdade, criando ambientes amigáveis povoados pela ludicidade. Os jogos cooperativos podem auxiliar no processo de inclusão nas aulas de educação física, ensinando valores como respeito, solidariedade, amizade e autonomia, para desenvolver habilidades de convivência social. Brotto (2002) também enfatiza que os jogos cooperativos nos poupam o potencial de trabalhar juntos e alcançar objetivos comuns, ao invés de competir uns contra os outros.
Os jogos cooperativos desempenham um papel importante no desenvolvimento geral do indivíduo e podem influenciar diretamente a forma como o aluno se socializa. É inegável a importância dos jogos cooperativos no processo de inclusão durante as aulas de educação física. A prática de jogos cooperativos tem um impacto significativo na formação do caráter social do aluno, desde que abordada com responsabilidade e de acordo com seus princípios.
Assim, torna-se fundamental estudar esses jogos no campo da educação, a fim de aprimorar sua aplicação por professores e profissionais de Educação Física e proporcionar um ambiente mais inclusivo nas aulas de Educação Física. Embora existam algumas dificuldades na implementação de jogos cooperativos, conforme constatado nas publicações que constituíram o referencial teórico deste estudo e ainda existam raízes competitivas profundamente enraizadas na sociedade e na escola, e que as expectativas do grupo nem sempre serão alcançado, cooperativo. os jogos podem contribuir ainda mais para a criação de um ambiente inclusivo nas aulas de Educação Física. Cabe ao professor orientar o diálogo, mediando a adaptação de jogos cooperativos como meio de inclusão, buscando entre os jogos classificados por Terry Orlick (1989) as características que melhor atendem às necessidades do grupo.
As práticas de jogos colaborativos podem proporcionar aos participantes experiências inclusivas importantes para o desenvolvimento emocional e social. Com base na revisão bibliográfica estabelecida neste estudo, podemos dizer que as aulas de educação física devem garantir a inclusão e participação de todos, respeitar a singularidade física dos alunos, favorecer um caráter lúdico, estimular a reflexão sobre a competição e questionar os valores estéticos da alunos. nossa cultura, cultura relacionada a atividades físicas. Esse método precisa ser introduzido e difundido entre os professores para mudar nossas aulas de educação física e a realidade em que vivemos.
Portanto, é fundamental a inclusão dos jogos cooperativos nas salas de aula, principalmente na Educação Física, pois faz parte do conteúdo da disciplina.
