• Nenhum resultado encontrado

A INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DA CINZA DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR (CBC) EM CONCRETOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "A INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DA CINZA DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR (CBC) EM CONCRETOS"

Copied!
4
0
0

Texto

(1)

A INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DA CINZA DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR (CBC) EM CONCRETOS

THE INFLUENCE OF THE ADDITION OF

ASH FROM BAGASSE CANE SUGAR (CBC) IN CONCRETE

Juliana Nicoleti Telles de Castro, Jorge Luis Akasaki – Campus de Ilha Solteira – Faculdade Engenharia – Engenharia Civil –juliananicoleti@hotmail.com – PIBIC/CNPq.

Palavras-chave: Concreto; Cinza do Bagaço de cana-de-açúcar; Cimento Portland Keywords: Concrete; Ash from bagasse cane sugar; Portland Cement

RESUMO

1. INTRODUÇÃO

Atualmente o Brasil é o maior produtor de derivados de cana-de-açúcar no mundo e a produção tende a crescer continuamente devido a Política Nacional de Biocombustíveis. Tais medidas levam a expectativa do aumento contínuo na geração de bioenergia. Contudo, a produção de açúcar, álcool e energia a partir da cana-de-açúcar pode causar problemas ambientais em decorrência da geração de resíduos como a Cinza do Bagaço de Cana-de-açúcar (CBC). Em função de sua composição química, a CBC se destaca pelo elevado teor de dióxido de silício, portanto, apresenta-se como potencial aditivo mineral para argamassas e concretos.

O interesse na realização desta pesquisa justifica-se pela necessidade de se avaliar a possibilidade do emprego da cinza do bagaço da cana-de-açúcar (CBC) em matrizes cimentícias.

Primeiramente, pelos resultados preliminares obtidos por outros pesquisadores que atestam a viabilidade do uso das cinzas em matrizes cimentícias. Em segundo lugar pela necessidade em se pesquisar tecnologias alternativas para a construção civil, com melhores desempenhos ambiental, social, econômico e tecnológico, favorecendo o alcance desse serviço a todos os seguimentos da sociedade.

Utilizados como matéria prima para argamassas e concretos, os resíduos deixariam de ser causa primária de problemas ligados à saúde pública e ao meio ambiente. A interdependência dos conceitos de meio ambiente, valoração de resíduos e saúde apresenta-se bastante clara e as ações nesses setores devem, portanto, ser integradas e voltadas, em última análise, para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

2. OBJETIVOS

 Estudo e a análise do comportamento da cinza de bagaço de cana-de-açúcar (CBC) sem sofrer o processo de moagem (in natura) quando adicionado ao concreto, utilizando teor de substituição de 5, 10, 15 e 20% em relação à massa de cimento (CP-V ARI)

 Realização de ensaio de resistência à tração e módulo de elasticidade, onde os resultados obtidos foram comparados com o concreto produzido com 100% de cimento (referência).

 Como a CBC não passou por um processo de moagem, foi estudado diferentes tempos de mistura na betoneira para reduzir as partículas do material.

(2)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados neste projeto foram:

 Cimento Portland de alta resistência inicial (CP-V)

 Agregado miúdo (areia natural)

 Agregado graúdo (brita basáltica com granulometria máxima de 19)

 Água

 Aditivo (Viscocrete 20 HE)

O concreto com a substituição de CBC foi dimensionado para um consumo de cimento em 1000 litros de concreto; como a CBC tem uma densidade menor que a densidade do cimento, foi feito uma correção na massa de cimento após a substituição para que o volume permanecesse em 1000 litros.

Os concretos utilizados na realização dos ensaios da presente pesquisa foram produzidos segundo a NBR 12821 (1993), em betoneira de eixo inclinado com capacidade de 120 e 360 litros, alternando a mesma de acordo com a quantidade (em volume) de concreto. Foi mantida a colocação dos materiais na betoneira em movimento para todas as composições, sendo a ordem de colocação dos materiais usual a vários autores de concreto:

1o - Colocação da brita, CBC e 50% de água, os quais foram homogeneizados durante 5 minutos;

2o - Depois desse tempo foi adicionado na mistura o cimento, a areia, o resto da água e o aditivo, se necessário, misturando-os por mais 10 minutos.

Foram realizados os seguintes processos:

 Slump ou Teste de Adensamento

 Adensamento

 Cura dos corpos-de-prova

 Capeamento

 Ensaio de Resistência à Tração

 Ensaio de Módulo de Elasticidade 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

1..1 Ensaios de Resistência à Tração

As Figuras 01, 02, 03 e 04 ilustram a comparação dos traços com substituição com o concreto referência; cada figura com uma idade e um tempo de mistura diferentes.

Fig. 01: gráfico comparativo dos valores de tração. Fig. 02: gráfico comparativo dos valores de tração.

(3)

Fig. 03: gráfico comparativo dos valores de tração. Fig. 04: gráfico comparativo dos valores de tração.

Comparado todos os traços, quanto maior a porcentagem de massa de cimento substituída, menor a resistência a tração do concreto. O tempo de mistura da brita com a cinza parece não interferir na resistência do concreto. Porém, o traço de 15% - 5min se destacou com o melhor resultado depois do referência e terá que ser mais bem avaliado nos próximos ensaios.

4.2 Módulo de elasticidade

As Figuras 05, 06, 07 e 08 ilustram a comparação dos traços com substituição com o concreto referência; cada figura com uma idade e um tempo de mistura diferentes.

Fig.05: gráfico comparativo dos valores de mód. de elasticidade Fig. 06: gráfico comparativo dos valores de mód. de elasticidade

Fig.07: gráfico comparativo dos valores de mód. de elasticidade Fig. 08: gráfico comparativo dos valores de mód. de elasticidade

Comparado todos os traços, quanto menor a porcentagem de massa de cimento substituída, maior o valor do módulo de elasticidade. O tempo de mistura da brita com a cinza não mostrou um padrão que interferisse no resultado. A idade também não provocou grandes alterações nos valores.

O traço de 5% obteve valores muito próximos do referência.

5. CONCLUSÕES

(4)

Observou-se que existe uma relação entre a porcentagem de massa de cimento substituída e a resistência à tração, quanto maior a substituição por CBC, menor a resistência. O tempo de mistura pareceu não interferir no resultado, sendo que o concreto produzido com 15% - 10min de CBC obteve valores mais altos que os outros.

No ensaio de módulo de elasticidade, observou-se que o traço de 5% obteve valores muito próximos do referência, o que indica ser viável a sua utilização.

Com os resultados dos ensaios das próximas idades será possível uma melhor analise do concreto com adição de cinza, porém conclui-se inicialmente que, apesar de não aumentar a resistência a tração e nem o módulo de elasticidade, o concreto com CBC tem valores próximos do referência e pode ser utilizado como uma substituição.

6. BIBLIOGRAFIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5733 – Cimento Portland de Alta Resistência Inicial. Rio de Janeiro, 1991.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739 – Concreto – ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos: procedimento. Rio de Janeiro, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522 – Concreto - Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12653 – Materiais Pozolânicos – Especificações. Rio de Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12821 – Preparação de concreto em laboratório. Rio de Janeiro, 1993.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Balanço nacional da cana-de-açúcar e agroenergia.Brasília: MAPA/SPAE, 2007a. 139p.

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Dados estatísticos.

Disponível em: <http://www.conab.gov.br > Acesso em: 15 jul. 2010.

CORDEIRO, G. C. Utilização de cinzas ultrafinas do bagaço de cana-de-açúcar e da casca de arroz como aditivos minerais em concreto. Tese de Doutorado.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, 2006.

HELENE, P. R. L., TERZIAN, P. Manual de dosagem e controle do concreto. São Paulo: Pini; Brasília, DF: SENAI, 1992.

Referências

Documentos relacionados

3.2 Discriminação de classes de variedades de cana-de-açúcar Utilizando os dados das seis bandas refletivas do sensor ETM+, a acurácia para discriminar as cinco variedades de