1 Eng. Agr., Estudante de Mestrado em Agrobiologia, UFSM. E-mail:fabriciofuzzer@yahoo.com;
cariane94@hotmail.com
2Eng. Agr., Estudante de Doutorado em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS. E-mail:huth.caroline@yahoo.com.br
3 Eng. Agr., Estudante de Graduação em Agronomia, UFSM. E- mail:carenalessandra.agro@gmail.com
4 Eng. Agr., Doutor, Professor Dep. de Estudos Agrários, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS (UNIJUÍ).
5 Eng. Agr., Postdoc, Prof. Dep. de Fitotecnia, UFSM. E-mail:sjlopes@smail.ufsm.br
6 Eng. Agr., Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), UNIJUI.
7 Estudante de graduação em Agronomia, UNIJUI.
INFLUÊNCIA DE DOSES DE NITROGÊNIO E REGULADOR DE CRESCIMENTO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE AVEIA BRANCA (Avena
sativa) EM ÁREA PÓS-CULTIVO DE MILHO
Fabricio Fuzzer de Andrade1, Caroline Huth2, Caren Alessandra Müller3, Cariane Pedroso da Rosa1, Gerusa Massuquini Conceição4, Sidinei José Lopes5, Juliana
Auler7, Djenifer Muller7, Jose Antonio Gonzalez da Silva4, Jordana Schiavo6 . Entre as espécies Avena, a aveia branca (Avena Sativa L.) é a umas das mais cultivadas e comercializadas (COFFMAN, 1977). Sendo uma cultura típica de regiões de clima temperado, cultivado no período de inverno. É uma espécie monocotiledônea utilizada para cobertura do solo, principalmente, no sistema de plantio direto, produção de forragem, feno e silagem, utilizados na alimentação de bovinos e produção de grãos e sementes (MACHADO, 2000).
A deficiência de nutrientes, especialmente de nitrogênio, afeta diretamente a produção de biomassa e eficiência do uso da radiação solar, como também afeta o rendimento de grãos e seus componentes (KUTMAN et al., 2011). A quantidade de nitrogênio necessária pode variar de acordo com alguns fatores, tais como: matéria orgânica e cultura anterior.
O excesso de nitrogênio pode causar risco de acamamento, afetando diretamente o rendimento de grãos e sementes da cultura, para isso tem se recomendado a utilização de reguladores de crescimento. Segundo (ZAGONEL &
FERNANDES, 2007), a utilização do trinexapac-ethyl reduz a estatura das plantas, melhorando a arquitetura da planta, diminuindo assim o acamamento e otimizando o uso da radiação solar.
O objetivo deste trabalho foi avaliar os indicativos de qualidade de sementes de aveia branca produzidas em área pós-cultivo do milho sob diferentes doses de nitrogênio e de regulador de crescimento trinexapac-ethyl.
Foram utilizadas sementes de aveia branca, cultivar Barbarasul, proveniente de área localizada no município de Augusto Pestana, RS, semeadas na terceira semana de junho de 2015, no delineamento de blocos ao acaso, em cobertura residual de milho, em sistema milho/aveia. Foi utilizada semeadora-adubadora na composição da parcela com 5 linhas de 5 m de comprimento e espaçamento entre linhas de 0,20 m, formando a unidade experimental de 5 m2.
Os tratamentos empregados no cultivo foram doses do regulador de crescimento (trinexapac-ethyl): 0, 200, 400 e 600 ml ha-1, e doses de nitrogênio: 30,
90 e 150 kg de N.ha-1, resultando em um bifatorial, totalizando 12 tratamentos. A aplicação do N ocorreu em duas etapas, parte na adubação de base juntamente com a semeadura e a outra parte no estádio fenológico de quarta folha expandida, com N disponibilizado na forma de ureia. O regulador de crescimento (trinexapac-ethyl) foi aplicado com pulverizador costal à pressão constante de 30 lb pol-2, pelo CO2
comprimido, com pontas de jato plano “leque”, seguindo a recomendação técnica para a cultura de trigo entre o estádio fenológico de 1º e 2º nó visível.
As avaliações fisiológicas foram realizadas na Universidade Federal de Santa Maria, no Laboratório Didático e de Pesquisa em Sementes, em Santa Maria, RS, em delineamento inteiramente casualizado, esquema bifatorial 3x4 (doses de nitrogênio e doses de trinexapac-ethyl).
Após a colheita efetuou-se a superação da dormência, para posterior realização das avaliações fisiológicas. Utilizou-se o método do pré-resfriamento à temperatura de 10°C, por um período de 5 dias (BRASIL, 2009). As avaliações fisiológicas foram:
Germinação: foram utilizadas quatro repetições de 100 sementes, as quais foram colocadas em rolos de papel germitest umedecidos a 2,5 vezes o peso seco do papel e mantidos em um germinador regulado à temperatura de 20°C. As avaliações foram realizadas aos cincos e dez dias após o início do teste conforme as RAS (BRASIL, 2009), sendo os resultados expressos em porcentagem de plântulas normais.
Comprimento de plântula: as sementes foram semeadas em papel germitest, onde foi umedecido com água destilada, na proporção de 2,5 vezes o peso do papel seco. Foram colocadas 20 sementes no terço superior da folha do papel, ficando no germinador à 20°C. As avaliações foram realizadas no sétimo dia após a semeadura, aonde foi mensurado o comprimento da raiz e o da parte aérea em 10 plântulas, tomada aleatoriamente.
Matéria Seca de plântulas: foram utilizadas quatro repetições de 10 plântulas retiradas do teste de comprimento de plântulas aonde foram acondicionadas em sacos de papel e colocadas em estufa com ventilação forçada, à temperatura de 60°C, durante 48 horas. Posteriormente, foi determinada a matéria seca das plântulas em balança analítica e o resultado foi expresso em gramas (g).
Foram verificadas a normalidade da distribuição dos erros através do teste de Anderson-Darling e homogeneidade das variâncias dos tratamentos através do teste de Bartlett das variáveis. Atendidos estes pressupostos, os resultados foram comparados pelo teste de Scott-Knott em 5% de probabilidade de erro, utilizando o programa Action (ESTATCAMP, 2011). Os dados que não atenderam aos pressupostos foram transformados pelo procedimento Box-Cox.
A análise da variância, através do teste F, revelou que não houve diferença significativa das doses de nitrogênio e as doses do redutor de crescimento, entretanto, houve interação doses de nitrogênio x doses de trinexapac-ethyl para a variável primeira contagem (p< 0,05). No teste de primeira contagem (Tabela 1), a menor média foi na interação de 30 kg de N ha-1, e com regulador de crescimento de 200 ml ha-1, e 150 kg de N ha-1 com 400 ml ha-1 de trinexapac-ethyl, apresentando 73% de plântulas normais em ambas interações. A variável germinação apresentou efeito significativo para as doses de N e para a interação doses de N x doses de trinexapac-ethyl. A dose de regulador de crescimento não apresentou efeito significativo pelo teste F (p<0,05), diferindo do que foi encontrado por May et al.
(2013) em sementes de sorgo, em que o aumento de trinexapac-ethyl reduziu a germinação das sementes.
A maior média de germinação (Tabela 1) foi observada na dose de 90 kg de N ha-1, com 89% de plântulas normais. E na interação 150 de N ha-1 com 200 ml ha-1 de regulador de crescimento obteve a maior média de plântulas normais, 92%. A variável comprimento de raiz não apresentou efeito significativo para as doses e nem para a interação doses de N x doses de regulador de crescimento. Porém, formou grupos diferentes no teste de médias para as doses de N, com maior média na dose de 90 kg de N ha-1, apresentando comprimento de 15,52 cm de raiz (Tabela 1). Já, o comprimento de parte aérea, apresentou efeito significativo para as doses (N e regulador de crescimento) e para a interação. A maior média foi obtida na dose de nitrogênio de 150 kg ha-1, e na dose de 600 ml ha-1 de trinexapac-ethyl, obtendo, respectivamente, 9,78 cm e 9,72 cm de comprimento de parte aérea. A interação dessas doses de N e regulador de crescimento mencionadas acima, também apresentaram a maior média de comprimento, com 10,34 cm (Tabela 1).
A análise de variância revelou efeito não significativo para as doses e para a interação doses de N x doses de trinexapac-ethyl para a variável massa seca de raiz.
A variável massa seca de parte aérea apresentou efeito significativo apenas para as doses de N. A dose de 150 e 90 kg de N ha-1 apresentaram maior peso de massa seca de parte aérea (Tabela 1). No entanto, a interação, doses de N x regulador de crescimento, formou grupos diferentes no teste de médias, apresentando a menor média de peso de massa seca na interação 30 kg de N ha-1 e 200 ml ha-1 de trinexapac-ethyl.
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para analise de sementes. Brasília, DF:MAPA/ACS. 2009.
COFFMAN, F. Oat History, Identification and Classification. United States Department of Agriculture, 1977.
KUTMAN, U.; YILDIZ, B.; CAKMAK, I. Effect os nitrogen on uptake, remobilization and partitioning of zinc and iron throughout the development of durum wheat. Plant Soil, v.342, n.
1-2, p. 149-164, 2011.
MACHADO, L. Aveia: Forragem e Cobertura do Solo. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, 2000.
MAY, A.; MAGALHAES, P.; ABREU, M.; PARELLA, N.; CAMPANHA, M.; SILVA, A.;
SCHAFFERT, R.; PARRELLA, A. Fito-hormônios no desenvolvimento vegetativo e germinação das sementes de sorgo sacarino. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v. 12, n.
1, p. 33-43, 2013.
ZAGONEL, J.; FERNANDES, E.C. Doses e épocas de aplicação de redutor de crescimento afetando cultivares de trigo em duas doses de nitrogênio. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 25, n. 2, p. 331-339, 2007.
Tabela 1. Primeira contagem (%), germinação (%), comprimento de raiz e de parte aérea (cm) e massa seca de raiz e parte aérea (g pl-1) de plântulas de aveia branca em diferentes doses de nitrogênio e do regulador de crescimento (trinexapac-ethyl).
Santa Maria, 2017.
Dose N (Kg ha-¹)
Dose R (mL ha-¹)
0 200 400 600 Média
PC (%)
30 77 A a 73 B a 76 B a 81 A a 77 A
90 82 A a 80 A a 82 A a 80 A a 81 A
150 81 A a 85 A a 73 B b 80 A a 79 A
Média 80 a 79 a 77 a 80 a
CV% 6,22
G (%)
30 86 A a 83 B a 83 B a 88 A a 85 B
90 88 A a 87 B a 91 A a 89 A a 89 A
150 85 A b 92 A a 81 B b 87 A b 82 B
Média 86 a 87 a 85 a 88 a
CV% 4,33
COMPRIMENTO RAIZ (cm)
30 15,03 A a 14,09 A a 14,40 A a 14,70 A a 14,55 B 90 15,53 A a 15,18 A a 14,41 A a 16,35 A a 15,52 A 150 14,53 A a 14,79 A a 14,43 A a 14,58 A a 14,58 B
Média 15,03 a 14,89 a 14,41 a 15,21 a
CV% 8,48
COMPRIMENTO P.A. (cm)
30 8,05 B c 7,38 B c 8,88 A b 10,03 A a 8,58 B
90 9,29 A a 9,5 A a 8,86 A a 8,79 B a 9,11 B
150 9,39 A b 10,20 A a 9,19 A b 10,34 A a 9,78 A
Média 8,91 b 9,03 b 8,97 b 9,72 a
CV% 8,06
M.S. RAIZ (cm)
30 0,0333 0,0297 0,0305 0,0310 0,0311 A
90 0,0290 0,0300 0,0283 0,0355 0,0306 A
150 0,0302 0,0300 0,0285 0,0280 0,0292 A
Média 0,0308 a 0,0299 a 0,0291 a 0,0314 a
CV% 11,29
M.S. P.A. (cm) **
30 0.051750 a 0.048750 b 0.053000 a 0.061500 a 0,053750 B 90 0.057250 a 0.057750 a 0.054500 a 0.057750 a 0,056813 B 150 0.061000 a 0.061750 a 0.057750 a 0.061250 a 0,060438 A Média 0,056667 a 0,056083 a 0,055083 a 0,060167 a
CV% 10,41
