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Academic year: 2023

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É necessário também realizar uma abordagem crítica à necessidade de reforma do Código de Processo Penal, devido à existência de dispositivos incompatíveis com o Estado Democrático de Direito. Esta monografia tem como objetivo demonstrar a inconstitucionalidade do artigo 385 da Lei de Processo Penal devido à sua incompatibilidade com a Constituição Federal do Brasil de 1988, com o sistema processual por ela adotado e com o Estado Democrático de Direito.

O Sistema Acusatório

Iniciou-se então um período marcado pela adoção do sistema processual inquisitorial, que só terminou com a Revolução Francesa, com seus ideais liberal-democráticos. O abandono do sistema inquisitorial deu lugar novamente ao sistema processual acusatório, que, segundo Aury Lopes Jr. O ano de 2006 caracteriza-se actualmente pelas seguintes características: .. a) uma distinção clara entre as actividades de acusação e de julgamento. ;

O Sistema Inquisitório

Pode-se dizer, portanto, que o moderno sistema processual acusatório é pautado pela imparcialidade do juiz, que assegura garantias ao acusado, que passa a ser parte e sujeito de direitos na ação penal. Confidencial, sempre escrito, não é contraditório e reúne na mesma pessoa as funções de acusação, defesa e julgamento. No sistema investigativo (ou investigativo), imbuído do princípio investigativo, o que se vê é a flexibilização dos direitos e garantias individuais, em favor de um suposto interesse coletivo em ver os acusados ​​punidos.

O discurso subjacente é a eficiência da prestação judicial, a celeridade e a necessidade de segurança, razão pela qual o arguido, mero figurante, submete-se ao processo em estado de submissão absoluta, sendo na realidade mais objecto de perseguição do que sujeito de direitos. Pode-se assim dizer que o sistema processual da Inquisição é caracterizado pela ausência de garantias conflitantes e de amplas defesas, de modo que as funções de julgar, acusar e defender estão reunidas numa única figura: o Juiz.

O Sistema Brasileiro

Em 1988, as garantias do contraditório e da ampla defesa foram finalmente ampliadas, com a promulgação da atual Constituição Federal Brasileira, garantindo o exercício dos direitos fundamentais constitucionalmente previstos. 34. contraditório, público, imparcial, garante ampla defesa; há uma distribuição das funções de acusar, defender e julgar por diferentes órgãos.” processo criminal. tornar-se sujeito de direitos.

A Constituição de 1891, inspirada na Constituição norte-americana de 1787, continha em seu texto alguns direitos individuais, o que possibilitou o surgimento do devido processo legal, embora não tenha sido explicitamente descrito no texto da Constituição. Na época do golpe militar, em 1967 e 1969, os direitos individuais foram novamente deixados de lado, e a mudança nessa realidade social só veio com a promulgação da Constituição de 1988, que, além de prever direitos e garantias constitucionais, abordava expressamente o princípio do julgamento justo no seu Artigo 5, LIFE.

As Legislações Portuguesas

A partir de então, outros tribunais semelhantes foram estruturados em outros estados brasileiros, dando início à independência do judiciário nacional, embora os recursos ainda fossem movimentados em tribunais superiores em Portugal. A Lei portuguesa tem refletido numerosos pontos no nosso atual Código de Processo Penal, especialmente no que diz respeito à divisão de funções desempenhadas pelas partes no processo. No que diz respeito ao Direito Penal, não poderíamos ter começado pior: a divisão do território nacional em grandes latifúndios denominados chefias hereditárias, aos seus beneficiários o rei de Portugal concedeu plenos poderes jurisdicionais, pelas “cartas de doação”, que concedeu ao capitão e ao seu ombudsman (e eventualmente ao ombudsman do Tesouro) jurisdição conjunta "até e incluindo a pena de morte, em relação a escravos, peões, pagãos e cristãos e homens livres".

Os poderes conferidos aos feudos e a prática da escravidão transformaram-se em grandes benefícios para os proprietários de terras, que se apropriaram das terras e tinham privilégios relativos ao poder público, pois não havia controle ou exercício de autoridade nas capitanias, para que pudessem exercer o seu pleno direito. autoridade. autoridade sobre aqueles a quem estavam sujeitos. Não havia liberdade para tomar; A instalação de gráficas e a importação de livros eram proibidas e não havia ensino superior.

O Código Criminal do Império

Outra característica estabelecida no direito do império foi a ausência de uma regulamentação sobre a pena que permitisse a sua aplicação ad perpetuam. O Código do Império optou por estabelecer três tipos de crimes: públicos, privados e policiais. Os crimes públicos eram aqueles caracterizados por comportamentos que desafiavam a ordem política, o império ou o imperador; o privado, por outro lado, foi caracterizado por práticas contra indivíduos e propriedades; Por fim, a polícia foram os crimes cometidos contra a civilidade e os bons costumes.

O Código Penal do Império, aprovado em 1830 e vigente até 1891, caracterizava-se pela inviolabilidade dos direitos civis e pela individualização da pena, característica do condenado, não podendo ultrapassar a pessoa do infrator. .

A Necessidade de Constitucionalização do Processo a partir da

Não se pode aceitar que no Estado Democrático de Direito consagrado na nossa actual Constituição ainda existam a figura do juiz curioso e o poder ilimitado do Estado, sobretudo porque tais figuras violam directamente os princípios e garantias constitucionais e mais do que isso, afeta a população No seu íntimo, na sua dignidade, respeitam uma geração de pessoas que lutou durante incontáveis ​​anos para que o Brasil vivesse a democracia que hoje está incluída no sistema. A ideia de que a justiça penal democrática exige um equilíbrio entre, por um lado, os desejos razoáveis ​​da sociedade de um maior grau de eficiência no sistema penal, com uma redução da lentidão processual e da impunidade dos criminosos, está a ser cada vez mais consolidada. perpetradores de comportamentos criminosos e, por outro lado, a não menos cara esperança de que a atividade repressiva do Estado nunca se desvie dos resultados civilizatórios que qualificam e condicionam essa atividade como formal e essencialmente legítima (CRUZ, 2014, p. 223). Esses dispositivos refletem a figura do juiz inquisitivo, típico do sistema inquisitivo onde as funções de julgar, acusar e defender se combinavam neste único indivíduo que ditava o ato criminoso.

Antigamente, sob os auspícios do sistema inquisitivo, todos os poderes de julgar, defender e processar estavam reunidos na pessoa de um juiz, o que implicava uma atitude imparcial no processo, pois não havia contradição nem ampla defesa. Com a instauração do sistema de Ministério Público, escolhido com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a fim de melhor assegurar as garantias individuais do indivíduo e garantir um Judiciário baseado nos princípios fundamentais do devido processo legal, as funções de julgar, acusar e defesas distribuídas a diversos órgãos para garantir a imparcialidade do juiz e, finalmente, permitir a existência de um processo baseado em contraditório e amplas defesas.

A definição democrática de sujeitos processuais

Essa atuação da autoridade judiciária foi severamente amenizada ao longo dos anos para dar espaço a um processo livre de interferências arbitrárias e parciais, permitindo que os sujeitos da ação atuem durante a persecução penal, cada um dentro de suas responsabilidades, contribuindo para uma audiência mais cabal. . justificar. No direito penal, os sujeitos processuais são o juiz, o Ministério Público ou o autor (parte ativa), o arguido, que é parte passiva da relação jurídica processual e os demais assistentes judiciais. Ao Ministério Público, titular da ação penal pública, compete a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme previsto no artigo 127, caput, da Constituição Federal, que também tem a papel dar. de inspetor da lei.

Para Manuel Sabino Pontes na área criminal, a missão do Ministério Público é promover a ação penal de forma eficiente, independente e sem outro sentimento que não o de Justiça. O Ministério Público não está sujeito à imparcialidade, mas as mesmas causas de obstrução e suspeição são atribuídas aos magistrados.

A função jurisdicional no Estado Democrático de Direito

O conceito de sentença

Neste capítulo será abordada a inconstitucionalidade do artigo 385 do Código Penal e sua incompatibilidade com os princípios do devido processo legal, da correlação e da imparcialidade, bem como a forma como esse tema é atualmente resolvido pela jurisprudência. Embora a Constituição Federal de 1988 tenha adotado o sistema processual acusatório e embora tenha passado por diversas reformas desde sua publicação em 1941, o Código de Processo Penal ainda apresenta resquícios do curioso sistema processual. Como exemplo de que esse sistema processual, já silenciosamente revogado pela CRFB/88, ainda encontra espaço no ordenamento jurídico brasileiro, temos o artigo 385 do Código de Processo Penal, em clara oposição às garantias constitucionais: “Art.

Compreendê-lo de outra forma permitiria ao juiz conciliar as funções de acusação e de julgamento entre as suas atribuições, reavivando a figura do juiz inquisitivo, típica do sistema processual inquisitivo já não utilizado em nosso ordenamento jurídico. Nestes termos, conclui-se que o artigo 385 do Código de Processo Penal é inconstitucional, uma vez que não é possível ao juiz tomar uma decisão de forma contrária ao que foi construído durante o julgamento através da atuação conjunta dos sujeitos. do caso.

O devido processo: a noção de contraditório

Deve-se garantir o contraditório e a ampla defesa, permitindo à parte ver os documentos e atos processuais, manifestar-se, contribuir para a convicção motivada do juiz que finalmente proferirá a sua decisão - tendo em conta toda a formação processual que se constrói através do mútuo participação dos sujeitos da ação. É um princípio constitucional que delineia todo o processo, que limita a atividade do juiz e do próprio legislador, uma vez que este deve obedecer aos direitos e garantias constitucionalmente garantidos ao cidadão, não podendo, portanto, haver violação da liberdade do arguido. sem o devido processo prévio. O devido processo legal deve ser analisado sob duas perspectivas: a primeira, processual, que garante a proteção dos bens jurídicos por meio do devido processo; a segunda, essencial, exige, no âmbito da aplicação e do desenvolvimento normativo, uma atuação substancialmente adequada, correta, razoável (devido processo legal substantivo) (TÁVORA; ALENCAR, 2017, p. 88).

Portanto, o devido processo legal deveria ser, antes de tudo, uma garantia para o acusado contra os excessos do Estado na implementação da lei. Nestes termos, conclui-se que não existe devido processo sem contradição, uma vez que esta é inerente à primeira.

O princípio da correlação e a imparcialidade

O princípio da correlação está intimamente relacionado com os institutos dos artigos 383 e 384 do Código de Processo Penal, que tratam da mudança ou mutação da dor. A instituta alteratio libelli e a mutatio libelli não contradizem o princípio da correlação, da contradição e da legalidade. O princípio da correlação, também conhecido como princípio da conformidade, está intimamente relacionado com o princípio da imparcialidade, pois exige que o juiz se atenha aos factos contidos na acusação e exclui a possibilidade de o juiz conduzir o processo de acordo com a sua vontade. própria vontade. prazer..

O princípio da imparcialidade nada mais é do que a garantia ao acusado de que o juiz não utilizará juízos de valor (de caráter pessoal) para julgar a ação, e que o processo será conduzido adequadamente de acordo com os ditames legais. O princípio da imparcialidade está consagrado constitucionalmente nos artigos 5º, XXXVII e LIII, que veda a exceção ou o tribunal e garante que o processo e o julgamento sejam realizados pela autoridade competente.

Análise jurisprudencial

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, por sua vez, inovou nesta questão, considerando a impossibilidade de aplicação do artigo 385 do Código de Processo Penal, como clara violação do sistema acusatório. Embora o entendimento da maioria seja pela constitucionalidade e aceitação do artigo 385.º do Código Penal, não se pode ignorar a existência de um entendimento emergente, ainda que minoritário, pela inconstitucionalidade da referida norma processual penal. Por fim, aliado ao bom senso e à interpretação constitucional e humanitária da norma processual penal, os juízes acolheram a tese da inconstitucionalidade do artigo 385 do Código Penal, por clara violação do sistema acusatório, do estado de direito democrático e constitucional princípios.

Concluída esta monografia e à luz das razões já expostas, conclui-se que o artigo 385.º da Lei de Processo Penal é inaplicável por se tratar de um dispositivo incompatível com os princípios constitucionais e com o sistema processual acusatório instituído pela Constituição de 1988. O A existência de dispositivos curiosos na Lei de Processo Penal, como o artigo 385 do referido texto legal, revela a necessidade de reforma processual urgente, para melhor adequação às diretrizes contidas na Constituição de 1988.

Referências

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