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IX Encontro Nacional de Águas Urbanas – Belo Horizonte

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Academic year: 2023

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ANÁLISE DA SUBSTITUIÇÃO DE TUBOS DE CONCRETO POR TUBOS DE POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE EM SISTEMAS DE

DRENAGEM VIÁRIA

José Themocles de A. Farias Neto(1);Julio Cesar Rech(2); Aline S. Rech (3);Jakcemara Caprario(4); Camila Trein(5); Alexandra R. Finotti(6)

(1), (2), (3) Universidade do Contestado – UnC. E-mail: neto.farias.pa@gmail.com; juliocesar@unc.br

(4) e (6) Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. E-mail: jakcemara@hotmail.com;

alexandra.finotti@ufsc.br;

(5) Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. E-mail: camilatrein@yahoo.com.br

Palavras-chave: Sistemas de drenagem; sistemas viários; tubulação alternativa.

Resumo – Com a expansão das cidades, novas malhas viárias são demandadas, exigindo a implantação de sistemas de drenagem eficientes e, sempre que possível, de baixo custo. Para isso, empresas de engenharia buscam materiais alternativos visando à substituição dos sistemas convencionais, mais precisamente os tubos de concreto. Pensando neste conceito, a utilização de mantas de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) surge como uma alternativa para a substituição dos sistemas convencionais. Desta forma, essa pesquisa pretende comparar os custos de mão de obra e implantação de sistemas que utilizam tubos de concreto armado de 1,2 m de diâmetro e mantas de PEAD. Para esse fim, utilizou-se da seguinte metodologia: a) análise financeira e técnica da aplicação de tubos de concreto e tubos de PEAD; b) verificação dos equipamentos e maquinários para a execução de ambas as etapas; e c) discussão de benefícios da aplicação das técnicas nos sistemas de drenagem pluvial. Os resultados demonstram a superioridade das mantas PEAD, principalmente em relação ao baixo custo de implantação, alta resistência e maleabilidade do material. Os valores são consideravelmente inferiores em todas as fases de implantação, quando comparados com os tubos de concreto.

Conclui-se que o baixo custo de implantação aliado à agilidade de execução, torna a substituição dos tubos de concreto por tubos de PEAD viável técnica e economicamente, permitindo a conclusão das obras dentro dos prazos estabelecidos nas referidas licitações.

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Introdução

O crescente desenvolvimento socioeconômico mundial, incluindo o avanço de cidades, construções e ampliações dos sistemas viários, instiga a área da Engenharia Civil a utilizar medidas alternativas e eficientes para as mais variadas obras. Entre as áreas de atuação, destacamos a demanda crescente por sistemas drenantes, garantindo a eficiência e agilidade no escoamento das águas superficiais. A necessidade de investimentos em novos materiais e métodos que garantam esses requisitos permite que se eleve a vida útil dos projetos, evitando gastos excessivos nas obras e nas suas posteriores manutenções.

A concepção dos sistemas de drenagem viária difere dos sistemas de drenagem em áreas urbana. Enquanto a aplicação dos elementos drenantes em rodovias são pontuais, as tubulações de drenagem em áreas urbana necessitam redes interruptas e de alta eficiência. No entanto, ambos necessitam ser projetados usando aporte técnico, incluindo dados meteorológicos de séries históricas regionais com previsões e simulações imediatas e futuras, qualidade do material de uso construtivo, e localização eficiente dos sistemas no terreno.

Desta forma, os objetivos de implantação permanecem os mesmo, favorecer o escoamento imediato da água superficial excedente, a fim de evitar danos localmente (FÁTIMA, 2013).

Desta forma, o emprego de tubos de PEAD nos sistemas viários surge como uma alternativa atraente, despertando o interesse entre os engenheiros e projetistas, por possibilitar a substituição eficaz das tubulações de aço e concreto, devido suas características mecânicas e químicas. Este artigo tem como objetivo realizar um estudo de viabilidade técnica e econômica para a substituição de tubos de concreto armado por tubos de PEAD em obras de drenagem viária. A fim de poder avaliar da melhor forma os critérios técnicos do presente artigo, foi realizado um estudo de caso da aplicação de ambos os tubos.

Metodologia

A utilização de composições unitárias, para processos de orçamentos de obras civis de grande porte, é uma prática cada vez mais adotada nas empresas. Uma vez realizada, enquanto o serviço é executado, passa a ser uma importante ferramenta de controle de custo. Entre os métodos está a análise da contribuição individual referente aos seguintes tópicos: custos de mão-de-obra, material e equipamentos, sendo o entendimento orçamentário destes eixos a forma mais segura para obter-se resultados precisos.

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Nos serviços analisados dentro de uma empresa estão as aferições e apontamentos, através de informações planificadas em tabelas, objetivando apontar o melhor custo benefício a ser aplicado para o serviço de drenagem. Desta forma, a metodologia estabelecida neste estudo ordenou-se da seguinte forma: a) análise financeira e técnica da aplicação de tubos de concreto e tubos de PEAD, em relação aos custos de serviços, implantação e material; b) verificação dos equipamentos e maquinários para execução de ambas as etapas; c) discussão de benefícios da aplicação das técnicas nos sistemas de drenagens pluviais.

Resultados e Discussão

Os dados utilizados nesta pesquisa foram cedidos por uma empresa de engenharia atuante na construção de rodovias no país, a SETA Engenharia S.A (Serviços de Engenharia e Topografia). Desta forma, após a análise dos dados repassados apresentamos os seguintes resultados. Inicialmente, destacamos que peças de drenagem geralmente são constituídas por concreto, podendo ter ou não armadura de ferro, dependendo do diâmetro e da movimentação viária. A seguir serão apresentadas informações sobre a substituição de tubos de concreto armado (PA2) de diâmetro 1,2 m por tubos de PEAD de mesmo diâmetro. O comparativo de viabilidade técnica e econômica é apresentado na figura 1, demonstrando resultados positivos para a substituição.

Figura 1. Resultado de execução dos tubos de PEAD vs tubo de concreto armado (PA2) com diâmetro de 1,20 m.

Fonte: Autores (2016).

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O tubo com diâmetro de 1,20 m de PEAD apresentou um custo com horas-máquina por metro de bueiro assentado no valor de R$ 25,50. Este valor está muito abaixo dos R$

206,13 dos bueiros convencionais de concreto armado. Em relação à mão de obra, a otimização da equipe garante uma economia no custo do serviço em 32% em relação ao seu concorrente. Ao realizar o comparativo de mão de obra com a equipe do DNIT (Figura 2) nota-se uma proporção muito semelhante a do tubo de PEAD, porém o valor de mão de obra dos operadores está incluso no custo dos equipamentos/máquinas.

Figura 2. Equipes de produção para execução do bueiro.

CONCRETO PEAD

EQUIPE DE PRODUÇÃO EQUIPE DNIT - SC EQUIPE DE PRODUÇÃO

Encarregado Encarregado de turma Encarregado

Pedreiro Pedreiro Pedreiro

Servente Servente Servente

Operador de escavadeira hidráulica Operador de retroescavadeira Operador de caminhão Munck

Operador de rolo compactador Motorista de caminhão basculante Motorista de caminhão betoneira Motorista de caminhão Pipa Autores (2016).

A análise dos equipamentos utilizados é abordada na figura 3. Nesta etapa identificamos o excessivo uso de maquinário para execução de obras com tubos de concreto.

Figura 3. Equipamentos utilizados para execução de bueiro.

CONCRETO PEAD

EQUIPE DE PRODUÇÃO EQUIPE DNIT - SC EQUIPE DE PRODUÇÃO Escavadeira hidráulica Caminhão carroceria Retroescavadeira

Caminhão basculante Caminhão basculante Placa vibratória ou compactador Placa vibratória ou compactador

Caminhão guindauto 6

toneladas x metro Operador de retroescavadeira Caminhão betoneira

Caminhão Munck Rolo compactador Caminhão pipa Autores (2016).

A utilização do tubo de PEAD proporciona um ganho na produtividade devido ao menor volume de material escavado, e também em relação à substituição do berço de concreto por uma camada de 10 cm de areia e o recobrimento mínimo de 30 cm. Com esse material e permitindo uma movimentação leve sem o uso de equipamentos especiais, além da redução

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do número de colaboradores na frente de serviço, garantindo mais segurança na realização da atividade.

A possiblidade na otimização do transporte é uma variável a ser analisada, uma vez que tubos de diâmetros inferiores podem ser transportados dentro de tubos com diâmetros superiores. Os tubos de PEAD possuem uma vida útil de 75 anos, três vezes maior que os tubos convencionais de concreto. Seu sistema de união ponta-bolsa garante 100% de hemerticidade.

De modo geral, alguns cuidados devem ser tomados na hora da execução.

Primeiramente a escolha do fabricante, pois no mercado há inúmeras alternativas de produtividade do material, sendo que sua boa procedência deve estar aliada a qualidade da matéria prima empregada para fabricação. Uma consulta às especificações técnicas do produto em questão é recomendada, a fim de verificar se o fabricante atende aos requisitos de fabricação exigidos pelas normativas nacionais e internacionais vigentes, tais como, American Society for Testing and Materials (ASTM), American Association of State Highway and Transportation Officials (AASHTO), e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Conclusões

A utilização dos tubos de PEAD é uma alternativa para a otimização de custos, prazos e recursos nas obras. Indicado tanto para obras de drenagem pluvial, quanto para sanitárias e viárias, sua ótima praticidade está relacionada à qualidade estrutural, de resistência química e hermeticidade, fazendo com que atinja uma vida útil de projeto superior às tubulações de concreto. A segurança na implantação devido à leveza do material, a diminuição de colaboradores e o tempo de exposição às maquinas, traz confiabilidade para sua adoção. O auxilio no planejamento das obras, em relação à otimização do prazo, traz ganhos importantes para o comprimento dos marcos contratuais, evitando multas por atraso, e consequentemente, perca de credibilidade junto ao cliente. Sua substituição também oferece aos clientes uma ampla diversidade de produtos na linha de tubos corrugados e acessórios, aquecendo a competitividade dentro do mercado brasileiro.

Agradecimentos

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Esta pesquisa foi desenvolvida através de informações repassadas pela Empresa Seta Engenharia S.A. Desta forma os autores agradecem imensamente o auxilio que por fim resultaram na elaboração deste estudo. Agrademos também, a Universidade do Contestado pela concessão de bolsas de iniciação cientifica.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. NORMA DNIT 094/2014:

Tubos de poliéster reforçado com fibra de vidro (PRFV) e poliolefínicos (PE e PP) para drenagem em rodovia.

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. Sistema de Custo Rodoviários (SICRO 2): Custo Unitário de Referência. Pág. 252 jan. 2016.

DÓREA, Aldo M. Como preparar orçamentos de obras: dicas para orçamentista, estudos de caso, exemplos. São Paulo, Editora PINI, 2006.

TIGRE ADS. CATÁLOGO DE TUBULAÇÕES CORRUGADAS Soluções em Tubulações

Corrugadas de PEAD. Disponivel em: <http://www.tigre-

ads.com/Content/uploads/arquivos/CATALOGO-GERAL-TIGRE-ADS-016_56c977fd-eb93- 4cf5-8a68-b1b067a3fda7.pdf> Acesso em 25 jul. 2016.

. Manual de Bolso para instalação de Tubulações Corrugadas TIGRE-ADS.

Disponivel em: <http://www.tigre-ads.com/Content/uploads/arquivos/MANUAL-DE- INSTALACAO-_2c289565-370c-47c2-8b6c-5d67edc512b0.pdf> Acesso em 26 jul. 2016.

Referências

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