• Nenhum resultado encontrado

Jünger-Heidegger: o debate sobre o niilismo ocidental

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "Jünger-Heidegger: o debate sobre o niilismo ocidental"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

XXVIII Congresso de Iniciação Científica

Jünger-Heidegger: o debate sobre o niilismo ocidental

Autor: Renata Alonge da Silva, orientador: Prof. Dr. Andrey Ivanov. UNESP, campus de Marília, Faculdade de Filosofia e Ciências. Curso: Filosofia. Email: renataalonge21@hotmail.com

Palavras Chave: niilismo, Jünger, Heidegger

Introdução

O debate ocorrido entre Ernst Jünger e Martin Heidegger nos anos 50 do século passado trata essencialmente do destino do niilismo. Em seu ensaio Über die Linie [Sobre a linha], Jünger busca fornecer uma definição do niilismo e elaborar o seu diagnóstico a respeito da situação do niilismo na contemporaneidade. Para isso, descreve os processos do niilismo e tenta compreender a linha de seu ultrapassamento.

Segundo o autor, o niilismo não deve ser confundido com o caos, a doença e o mal porque se harmoniza com amplos sistemas de ordem e preserva seu vigor. Para Jünger, o niilismo consiste num processo contínuo de redução, diminuição, desaparecimento, num processo de simplificação do mundo: o desaparecimento do espanto, do maravilhoso, do belo, das formas de veneração, do absoluto. Além da redução e desaparecimento, o niilismo é um fenômeno marcado pela tendência crescente à tecnicização, ao automatismo, à fragmentação e à especialização.

Jünger identifica a época contemporânea como o momento em que se dá a consumação do niilismo e, desse modo, o momento de seu ultrapassamento.

Enquanto a análise de Jünger é marcada por uma caracterização do niilismo e pela possibilidade de sua superação, a análise de Heidegger, por sua vez, em seu texto Sur Seinsfrage [Sobre a questão do ser], é marcada pela contraposição ao posicionamento de Jünger, pela necessidade de discutir a respeito da essência do niilismo - que é esquecimento do ser -, da sua relação com a história da metafísica ocidental e com o problema da técnica moderna, da necessidade de superação da metafísica via abandono da linguagem da metafísica e da necessidade de se estabelecer um novo pensar.

Objetivos

O objetivo da pesquisa consistiu em estudar os escritos referentes ao debate sobre o niilismo ocorrido na década de 50 entre Jünger e Heidegger, mais precisamente os dois textos-cartas que constituem esse debate, quais sejam, o texto Sobre a linha (Über die Linie) de Jünger e o Sobre a questão do ser (Sur Seinsfrage) de Heidegger.

Material e Métodos

O método de base foi historiográfico e teve como fontes, sobretudo, a tradução do texto Sobre a linha de Jünger e do texto Sobre a questão do ser de Heidegger, bem como uma ampla bibliografia de autores-comentadores sobre o assunto. Para entendermos as particularidades dos posicionamentos de cada um dos filósofos, foi preciso irmos além dos dois textos aqui mencionados, fazendo transversalmente conexões com outros escritos seus, como também com escritos de comentadores de Jünger, Heidegger e, também, de Nietzsche.

A aplicação do método envolveu: leitura, coleta e classificação do material; revisão analítica; reflexão;

escrita.

Resultados e Discussão

Após meses de leituras, sistematização de dados e reflexão chegamos à compreensão da proposta jüngeriana de ultrapassamento do niilismo e da contraposição de Heidegger em relação à possibilidade deste ultrapassamento afirmada por Jünger. Enquanto para Jünger o homem reencontrará o ser e poderá voltar-se mais plenamente à prática da transcendência após o ultrapassamento do niilismo, para Heidegger esse ultrapassamento só será possível se ele superar a filosofia e a ciência vigentes e engendrar um novo pensamento que reconquiste as experiências originárias do ser, as quais foram ocultadas pelo pensamento da tradição ocidental.

Conclusões

Após a realização desse estudo, do amplo levantamento bibliográfico, da leitura e sistematização de dados, foi adquirido um vasto repertório referente aos estudos de Jünger sobre o niilismo e à filosofia heideggeriana, sobretudo em relação à filosofia do segundo Heidegger, como também em relação à filosofia de Nietzsche, mais precisamente do terceiro Nietzsche.

____________________

Principais referências bibliográficas da pesquisa:

HEIDEGGER, Martin. Sobre a questão do ser. In:

Marcas do caminho. Petrópolis: Vozes, 2008.

JÜNGER, Ernst. Sobre a linha. Cadernos de tradução da USP, n.3, São Paulo, 1998.

Referências

Documentos relacionados

Um dizer sim ao mundo na eternidade, como expressado: ''Se o acaso transforma em destino, se no vir a ser suceder é suceder necessariamente, se cada momento é interiormente