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Marco Civil da Internet

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Academic year: 2023

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Cada empresa é responsável por possíveis danos que seus produtos possam causar a terceiros em decorrência de ato ilícito, artigo 927 do Código Civil (BRASIL, 2002), e da utilização do aplicativo WhatsApp para a prática de atos ilícitos, como planejar crimes, prejudicando a sociedade, mas a dúvida que fica é se a responsabilidade por esse uso ilegal será da empresa WhatsApp, ou dos próprios usuários criminosos. A interceptação de mensagens trocadas através do aplicativo WhatsApp pode ser tecnicamente inviável devido à criptografia que possui, limitações técnicas que serão abordadas no item 3.2 ao discutir a questão da viabilidade técnica de interceptação. Embora o Marco Civil proteja as comunicações pela Internet, serviço oferecido pelo aplicativo Whatsapp, tal regulamentação permite a violação do sigilo dessas comunicações por ordem judicial.

Essa relutância do WhatsApp em fornecer tais informações pode incentivar o uso do aplicativo por pessoas que desejam privacidade absoluta de suas conversas, que podem ser pessoas comuns em suas conversas íntimas ou criminosos que não desejam que suas conversas sejam interceptadas pela polícia. de natureza não autorizada. A decisão da Justiça de bloquear o uso do app por usuários de todo o país não tem sido eficaz para obrigar o WhatsApp a cumprir ordens judiciais descumpridas, o que pode ter exigido outros tipos de sanções previstas na lei. para WhatsApp, como será visto no Capítulo 4. Todos os três bloqueios do aplicativo Whatsapp foram causados ​​pelo descumprimento de ordem judicial sobre fornecimento de informações de comunicação entre usuários do aplicativo para investigação de infrações penais (Portal G1, 2016), assim como a interceptação de comunicações telefônicas em O Brasil é permitido por ordem judicial para fins de investigação criminal ou instrução de processo penal, estaria de acordo com a Lei nº. internet permitida por ordem judicial em.

O Marco Civil da Internet – MCI, Lei nº 12.965 (BRASIL, 2014), nos incisos II e III do artigo 3º, protege a privacidade e os dados pessoais e garante a liberdade de expressão, comunicação e expressão, nos termos da Constituição Federal, mas nesse mesmo códice, os artigos 22 e 23 permitem o fornecimento de informações para instrução de julgamento em processos civis ou criminais, através de ordem judicial. Assim, interceptar comunicações do aplicativo WhatsApp a pedido da Justiça brasileira, por meio de ordem judicial, seria legal e não constituiria qualquer forma de abuso ou violação de direitos fundamentais garantidos pela Constituição e pelo Marco Civil da Internet. Há casos em que a atividade principal da aplicação é ilegal, como a aplicação secreta, partilha de mensagens anónimas, e a página “Tudo Sobre Todos”, que vendia dados pessoais de cidadãos sem o consentimento do utilizador.

A Coordenadora do Grupo de Apoio ao Combate aos Crimes Cibernéticos da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF), Neide Cardoso de Oliveira, é favorável ao arquivamento dos processos pendentes no Supremo Tribunal Federal (STF), que apontam à inconstitucionalidade dos bloqueios judiciais do pedido. O advogado reconhece que a solução para a polêmica sobre a interceptação ou não de mensagens do aplicativo Whatsapp é dupla. Segundo Ribeiro, a decisão do magistrado foi tomada com forte respaldo na legislação brasileira e apenas seis meses após a decisão que pedia violação do sigilo dos dados do WhatsApp, o juiz determinou o bloqueio do aplicativo por não ter sido cumprido. chegando a impor multa que começava em R$ 50 mil e chegava a R$ 1 milhão por dia de descumprimento (RIBEIRO, 2017).

O fato de não ser possível interceptar mensagens do aplicativo Whatsapp seria devido à criptografia ponta a ponta que existe atualmente nas trocas de mensagens, onde apenas o conteúdo que a enviou e seu destinatário podem ser acessados. Fábio Wladimir Monteiro Maia, engenheiro de sistemas da Federação das Associações das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional) afirma que não é viável interceptar dados de comunicações do aplicativo Whatsapp enquanto a criptografia estiver ativa no aplicativo porque “não há método para conhecimento público que dá acesso ao conteúdo claro das mensagens sem estar em posse da chave de descriptografia em um prazo razoável” e que não é possível desabilitar a criptografia para um usuário específico do aplicativo Whatsapp (MAIA, 2017). Opinião compartilhada pelo engenheiro Brian Action, cofundador do Whatsapp, que afirma que a criptografia do aplicativo não pode ser quebrada e “não há como remover [a criptografia] de um usuário específico, a menos que o WhatsApp seja inutilizável para ele”.

Backdoor (backdoor), é um método em que o criador do aplicativo dá acesso ao conteúdo criptografado a terceiros e cria chaves mestras para quebrar a criptografia.

APLICAÇÃO DE SANÇÕES A EMPRESA WHATSAPP

A interceptação de comunicações telefônicas é permitida no Brasil por ordem judicial para fins de investigação criminal ou orientação processual penal, nos termos da lei nº. 9.296, de 24 de julho de 1996 (Brasil, 1996), que regulamenta a forma como será realizada essa interceptação. Apesar do inciso II do artigo 7º da lei que reconhece a violação da privacidade da comunicação pela Internet por meio de decisão judicial na implementação da lei, o que leva a pensar que se trata de uma norma de eficácia limitada, uma vez que não há não seria aplicável lei que regulamentasse a interceptação de comunicação por meio de aplicativos em smartphones (LEITE; LEMOS, 2014, p. 729). II – a inviolabilidade e o sigilo do fluxo de suas comunicações na Internet, salvo ordem judicial, na forma da lei; (BRASIL, 2014).

5º da Constituição Federal, que permite a violação do sigilo das comunicações telefônicas por ordem judicial, nos casos e na forma prevista em lei para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, porém, apesar de ser uma lei pré-Marcos . Civil, poderá ser utilizado para regular o inciso II do artigo 7º. O disposto nesta lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de tecnologia da informação e telemática (BRASIL, 1996). Assim, mesmo que a norma do inciso II do artigo 7º da Lei 12.965 (Brasil, 2014) fosse de eficácia limitada, já teria saído do poder legislativo com uma lei que dá efetividade a essa norma.

O Marco Civil da Internet estipula que os provedores de aplicações de Internet não sediados no Brasil deverão respeitar a legislação brasileira, e um decreto regulamentará o procedimento para apuração de infrações ao dispositivo legal (LEITE, LEMOS, 2014, p. 729), desde que os dados coletados sejam em território nacional e o conteúdo da comunicação pelo menos um dos terminais esteja localizado no Brasil. Em qualquer operação de coleta, armazenamento, preservação e tratamento de registros, dados pessoais ou comunicações de provedores de conexão e aplicações de Internet, em que pelo menos um. 1. O disposto no título aplica-se aos dados coletados no território nacional e ao conteúdo das comunicações, desde que pelo menos um dos terminais esteja localizado no Brasil.

2º O disposto no caput aplica-se ainda que as atividades sejam exercidas por pessoa jurídica com sede no exterior, desde que ofereça serviço ao público brasileiro ou a pelo menos um membro do mesmo grupo econômico estabelecido no Brasil. Terceiros provedores de conexão e aplicativos de internet deverão fornecer, na forma de regulamentação, informações que possibilitem a verificação do cumprimento da legislação brasileira relativa à coleta, preservação, armazenamento ou tratamento de dados, bem como o respeito à privacidade e confidencialidade das comunicações. O decreto a que se refere o n.º 40 do artigo 11.º do Marco dos Direitos do Cidadão na Internet ainda não foi editado, levantando-se a questão de saber se a aplicação das sanções previstas no artigo 12.º é legal, uma vez que não se tratava de uma regulamentação sobre a forma como as violações ocorreriam. não seja. investigação, mas este dispositivo legal estabelece sanções para graves violações de garantias e direitos fundamentais, como dignidade, privacidade, honra, crimes, etc.

Discussão no STF sobre bloqueios do WhatsApp

A não aplicação das sanções previstas no artigo 12 do Marco Civil da Internet causaria grandes prejuízos à sociedade, devido à lentidão do executivo federal2 na edição do decreto regulamentador. a aplicação de sanções é inviável, porque o Decreto não as alterará, porque só a lei pode fazer isso, o Decreto apenas preencheria lacunas processuais, que, na sua falta, poderiam ser preenchidas pelo juiz no caso concreto. Segundo a secretária Rosa Weber, a audiência pública possibilitou o diálogo entre o Supremo Tribunal Federal e a sociedade, que “nada mais faz do que cumprir o mandamento da Constituição Federal, onde proclama o caráter democrático da lei que estabelece”. Segundo o ministro Edson Fachin, o objetivo da audiência pública foi cumprido, pois o tribunal ouviu dos expositores a repercussão do caso nos mais diversos aspectos.

As explicações oferecidas - seja pela qualificação, seja pela sua representatividade - enriqueceram o debate e ajudarão tanto a nós como a todos os Desembargadores deste Tribunal a buscar a melhor solução possível para um problema que, como vimos, é bastante complexo, a suscitar articulações . entre liberdade, direitos fundamentais, privacidade e trocas justas em uma sociedade aberta (FACHIN, 2017). Foram quatro ordens judiciais em primeira instância que determinaram o bloqueio do aplicativo em todo o país, afetando milhões de brasileiros (STF, 2016). Nesse contexto, questiona-se nos dispositivos o Marco Civil da Internet (Lei que legitima o bloqueio do aplicativo WhatsApp no ​​território nacional: artigos 10, § 2º e 12, incisos III e IV.

A ADI 5.527, ajuizada pelo Partido República (PR), tem por objeto os dispositivos do Marco Civil da Internet que têm servido de base para decisões judiciais que determinam a suspensão do serviço de mensagens entre internautas (art. 10, § 2º e 12, incisos III e IV, da Lei nº 12.965/14). Na ADI em questão, o serviço prestado pelo aplicativo Whatsapp é considerado serviço público e seu encerramento violaria o princípio da continuidade dos serviços públicos, abrindo assim a possibilidade de perguntar se a empresa decide encerrar suas atividades no Brasil . Não pode. A empresa Whatsapp não é concessionária nem permissionária de serviços públicos, portanto o encerramento de suas atividades de forma obrigatória ou com opção de negócio não viola o princípio da continuidade dos serviços públicos.

Na ADPF 403, o Partido Popular Socialista (PPS) sustenta que o bloqueio judicial do WhatsApp viola o preceito fundamental da liberdade de comunicação e expressão, garantido no artigo 5º, inciso IX, da Constituição Federal e também no Marco Civil e na discussão do questões técnicas desde o bloco até a aplicação (FACHIN, 2016). A atual ADPF 403 traz, entre outras coisas, discussões como (i) a possibilidade técnica ou não de interceptação de conversas conduzidas pelo aplicativo WhatsApp; (ii) a possibilidade ou não de suspensão temporária das atividades do aplicativo WhatsApp; (iii) a possibilidade ou não de cooperação do WhatsApp com os pedidos judiciais com base no art. Caso o STF declare a constitucionalidade dos dispositivos questionados pela ADI 5527, subsidiará a legalidade do bloqueio do aplicativo Whatsapp pela Justiça.

CONCLUSÃO

Disponível em: . Disponível em: . Disponível em: .

Referências

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Por fim, foi apresentada uma proposta de utilização de TIC que sugeriu o emprego do aplicativo WhatsApp para criar um grupo de discussões de Química em uma turma de alunos da 1ª