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MELISSA VIVACQUA - LPH

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Academic year: 2023

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Essa crença elevada na capacidade de transformação por meio da sociedade civil levou os ambientalistas a ignorar – em vez de rejeitar – a teoria marxista, pois ela concentra sua atenção em campos estruturais desacreditados pelas ONGs, entendidas a partir da análise marxista da sociedade civil. A sociedade civil surge como resultado da libertação dos indivíduos das ordens do Antigo Regime, consequência, portanto, das revoluções burguesas e da expansão do capitalismo que destruiu várias estruturas sociais em todo o mundo.

Mas eles não mudam por si mesmos, mas apenas como resultado de indivíduos orquestrando suas ações em grande parte da sociedade civil35. Ao mesmo tempo, a sociedade civil passou a se organizar em grupos de pressão, as chamadas organizações não governamentais ambientalistas, para propor soluções para a degradação ambiental e assim atuar de forma efetiva dentro da sociedade capitalista em busca principalmente da melhoria da qualidade de vida no planeta. Há, portanto, uma clara coincidência entre o fortalecimento do Estado e a inibição de iniciativas no campo da sociedade civil.

O fato de que o conceito de sociedade civil só recentemente foi revivido por muitos pesquisadores é digno de nota e digno de nota. Durante esses processos, atores sociais e políticos reconheceram suas ações como parte da resposta da sociedade civil ao Estado. Como vimos, no caso do Brasil, a democratização significou o surgimento da sociedade civil, que inicialmente tentou impor novas demandas ao Estado.

Somos também guiados pela crença de que a solução dos problemas ambientais deve ocorrer no campo da sociedade civil, mas não exclusivamente nesse campo, como acreditam as ONGs ambientais.

Gráfico I: Fundação das ONGs Ambientalistas
Gráfico I: Fundação das ONGs Ambientalistas

A atuação das ONGs Ambientalistas no Brasil

A entidade aponta a ética antropocêntrica - extremamente enraizada na cultura moderna - como fator de aprofundamento da atual crise ambiental, acreditando na necessidade de mudança para uma sociedade baseada em valores ecocêntricos, que atribui valor intrínseco a todos os seres vivos e o homem compreende. apenas como um certo fio na teia da vida. As respostas do questionário traçam a perspectiva de criar uma nova consciência individual, fundamental para o alcance da sustentabilidade, para possibilitar a formação de grupos de pressão dentro da própria sociedade civil. A crítica à produção e ao consumo ilimitados como causas representativas da crise ambiental está relacionada à ideia da finitude dos recursos naturais do planeta Terra e da limitada capacidade de assimilação natural dos resíduos gerados pela atividade humana.

No entanto, o processo de globalização, ou seja, a expansão do sistema capitalista e sua lógica de produção, não é visto pela Mater Natura como um fenômeno a ser combatido. A entidade considera as relações capitalistas de produção como um fator moderador para aprofundar a crise ambiental e que a mudança das relações capitalistas de produção seria uma alternativa para superá-la. Dessa forma, o Estado e o mercado seriam levados a agir de acordo com as novas mudanças trazidas pela sociedade civil.

Ao identificar a Revolução Socialista como um fator que aprofundou a crise ambiental, Mater Natura acaba subestimando a importância do marxismo na compreensão do problema ambiental. No entanto, é importante analisar as respostas dadas por esta ONG ao questionário, pois alguns pontos são fundamentais para entender que, apesar da diversidade do movimento ambientalista, há uma tendência de analisar a superficialidade do sistema capitalista, propondo soluções paliativas. e/ou medidas de reforma para a crise ambiental. O desenvolvimento tecnológico é visto como um aliado no combate à crise ambiental e ao industrialismo irracional, devido às possibilidades de desenvolvimento de novas técnicas menos nocivas à biodiversidade, como é o caso das tecnologias "limpas" ou "verdes".

As tecnologias de pequena escala também são um fator importante na redução da crise ambiental. Ao contrário do que se observa em certos aspectos do movimento ambientalista, há uma nuance na leitura do significado ambiental do desenvolvimento tecnológico. Ao contrário da Mater Natura, a Conservation International aponta que o livre mercado, o controle estatal da economia e a Revolução Socialista nada têm a ver com a crise ambiental.

Isso vem ilustrar sua atitude para a solução do problema ambiental: as mudanças para uma sociedade sustentável não se concretizarão com a revolução, mas com a ação consciente da sociedade civil. Por esta razão, a intervenção mais geral da sociedade civil deve assumir a forma de mudanças na ordem capitalista internacional. Acaba sendo tão poluente - ou até mais - que o capitalismo, apresentando um agravante: com a implantação do Estado autoritário, o espaço de expressão/ação da sociedade civil é drasticamente comprimido, deslocando assim o cenário de articulação de mudanças.

A adoção de uma política de conservação/conservação dos recursos naturais encontra-se, portanto, envolta em limites inerentes ao próprio sistema capitalista. A esperança de uma transformação construída integralmente pela sociedade civil tem sido frustrada por experiências recentes, como mostramos anteriormente.

QUESTIONÁRIO MATER NATURA

A seguir, listamos uma série de fatores, ações e projetos relacionados à crise ambiental moderna. Marque a caixa que melhor corresponde à relação de cada índice com a crise ambiental do ponto de vista de sua organização. Os critérios de avaliação são os seguintes: reduz muito a crise ambiental; faz pouco para reduzir a crise ambiental; não tem nada a ver com a crise ambiental; aprofunda um pouco a crise ambiental; aprofunda muito a crise ambiental.

QUESTIONÁRIO CONSERVATION INTERNATIONAL — BRASIL

QUADRO TTPOLOGIA DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA

Imagem

Gráfico I: Fundação das ONGs Ambientalistas
Gráfico III - Fundação de entidades ambientalistas governamentais
Gráfico II: Distribuição percentual da fundação das ONGs Ambientalistas

Referências

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