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Os migrantes são mesmo positivamente selecionados? evidências do mercado metropolitano

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Academic year: 2023

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Isso levanta a possibilidade de que as interações entre as regiões fonte e alvo sejam importantes para explicar as diferenças observadas no viés de escolha. O objetivo deste trabalho monográfico é verificar se os migrantes que vivem nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo são selecionados favoravelmente para o mercado de trabalho de acordo com características não observáveis ​​(por exemplo, habilidades, motivações, ambições , etc.), utilizando dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego1 (PED) de 2006. A seguir, testa-se a presença de seleção positiva por regressão múltipla para cada uma das regiões metropolitanas.

INTRODUÇÃO

Esse processo tenderia a aumentar sua produtividade marginal na região de origem ao mesmo tempo em que diminuiria na de destino, processo que só terminaria quando a produtividade fosse igual nas duas regiões. Na medida em que as pessoas respondessem às diferenças de renda entre as regiões por meio da migração, os salários mais altos na região de destino diminuiriam devido à maior oferta de trabalhadores e o contrário ocorreria para os salários na região de origem, de modo que a renda per capita do diferentes regiões convergiriam. Mas e se os indivíduos que saem de uma localidade em busca de uma melhor renda em uma região mais próspera forem justamente os indivíduos que na região de origem possuem as características com maior chance de geração de renda?

REVISÃO DA LITERATURA

L ITERATURA T EÓRICA

  • Teoria do Capital Humano e Migração
  • Família como Unidade Decisória
  • Modelo de Renda Esperada e Migração
  • Desigualdade, Migração e Seleção
  • Informação Assimétrica, Migração e Seleção
  • Modelo Básico de Seleção Positiva de Migrantes

O retorno monetário ocorre por meio da diferença salarial entre a região de destino e a região de origem do migrante. Para uma pessoa que migra da região a para a região b, os rendimentos na região de destino seguem a distribuição. Para isso, o autor compara salários na região de origem e destino para pessoas cuja decisão ótima é migrar, ou seja, compara as médias condicionais E(lnwa |I>0) e . ) 0 i.

C = , e que o custo de oportunidade varia com o salário na região de origem, ou seja, Co,h =(1+k)Co,l. Dado que os salários na região de destino são maiores do que na região de origem (k>0) e que a migração envolve custos monetários não relacionados aos salários (Cm >0), r será maior que h r , então os migrantes l serão selecionados positivamente.

L ITERATURA E MPÍRICA SOBRE M IGRAÇÃO E S ELEÇÃO NO B RASIL

Nessa regressão, Ri é o vetor com as dummies para "estado de residência" (em que o grupo de referência são os nascidos no estado de São Paulo), NiMi é o vetor de interação entre "estado de nascimento" e "migração". E como os nascidos em São Paulo são o grupo de referência do vetor Ni, quando Ni =0 para todo i temos a observação de um indivíduo nascido em São Paulo, de modo que φ, tomado isoladamente, dá exatamente quantos (14 . 08%) migrantes nascidos em São Paulo ganham mais do que um não migrante nascido em qualquer estado. O modelo (2.26) proposto por Santos Júnior é muito interessante, pois permite que migrantes nascidos em diferentes estados tenham diferentes vieses de seleção, mas é preciso reinterpretar os resultados apresentados por ele.

A interpretação correta levaria em conta que o viés de seleção esperado para um migrante nascido no país k é φ+ηk. Com isso, podemos continuar dizendo que os migrantes são geralmente selecionados positivamente, mas que o tamanho da seleção é inferior a 14,08%, pois η < 0 para quase todos os estados (exceto Rio de Janeiro e Goiás). Santos Junior, Menezes-Filho e Ferreira (2005), em artigo baseado na dissertação de mestrado de Santos Junior (2002), corrigem a interpretação e com base nos mesmos resultados econométricos, afirmam que os migrantes nascidos no Rio de Janeiro ganhariam 23% mais do que os não migrantes, valor obtido a partir de φ+ηk. No entanto, o resultado dos imigrantes maranhenses não é mencionado.

15 É importante notar, por outro lado, que junto com o viés de seleção, o coeficiente pode potencialmente capturar qualquer possível discriminação no mercado de trabalho. O importante da releitura que proponho é que ela relativiza o resultado dos migrantes rastreados positivamente e abre espaço para novas investigações na área. Além disso, embora Santos Júnior (2002) não apresente os resultados de um modelo em que haja interação entre "estado de residência" e "migração", é possível que o viés de seleção também dependa da região de destino.

Silva e Silveira Neto (2005) utilizam o primeiro modelo econométrico de Santos Junior (2002) e PNAD para os anos de 1993 e 2003 para testar mais uma vez a presença de seleção positiva de migrantes no Brasil e verificar se houve alguma mudança de patamar. de seleção entre esses dois anos.

ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS UTILIZADOS

  • M IGRAÇÃO
    • Estado de Nascimento
    • Último Local de Residência
  • R ENDA E H ORAS T RABALHADAS
  • G RAU DE I NSTRUÇÃO
  • S EXO
  • C OR
  • I DADE
  • E STADO C IVIL
  • T AMANHO DA F AMÍLIA
  • M UNICÍPIO DE R ESIDÊNCIA
  • M UNICÍPIO ONDE T RABALHA
  • S ETOR DE O CUPAÇÃO
  • P OSIÇÃO NA O CUPAÇÃO
  • M ÊS DE R EFERÊNCIA

Outra opção para a especificação operacional do migrante, que pode ser feita a partir dos dados do PED, é considerar como migrante o indivíduo que declarou já ter residido em município diferente do município da região metropolitana de referência. A Tabela 3.2 mostra como a amostra de cada região metropolitana está distribuída nesta última medida de local de residência. A maior parte deles provém de municípios do estado de Minas Gerais (78,69%), o que significa que, ao considerarmos como migrantes apenas indivíduos nascidos em outro país, estaremos subestimando muito o número de migrantes dessa região metropolitana.

Na RMSP, 49,24% dos indivíduos da amostra tiveram como último local de residência um município fora da região da capital. No caso do Centro-Oeste e Sul, o efeito da especificação dos migrantes sobre a composição da população de migrantes por região de origem depende da região da capital. A Tabela 3.5 mostra como a educação é distribuída entre os grupos migrantes e não migrantes.

A participação relativa das mulheres é maior entre as não migrantes do que entre as migrantes na RMBH e RMS. Em todas as regiões metropolitanas, a proporção de pessoas entre 20 e 29 anos é maior entre os não migrantes do que entre os migrantes. Este fato está relacionado a outro fato já discutido de que os migrantes são mais velhos que os não migrantes.

Pode-se observar que os migrantes geralmente têm famílias maiores do que os não migrantes. Foi criada uma dummy para o fato de o indivíduo residir em município da Região Metropolitana diferente da respectiva capital. Na RMBH, por exemplo, os migrantes estão relativamente mais empregados do que os não migrantes em todos os setores, exceto serviços.

Tabela 3.5  Grau de Instrução
Tabela 3.5 Grau de Instrução

ANÁLISE ECONOMÉTRICA

Na RMVU, por exemplo, verificamos que, após os controles, os migrantes ganham 6,30% a mais por hora do que os não migrantes em seu trabalho principal. Na tabela A.1 anexa podemos observar que: i) pretos e pardos ganham menos que brancos (cerca de 15% e 10% menos, respectivamente); ii) as mulheres ganham menos que os homens (em média 27% menos), iii) o valor da hora aumenta com o nível de escolaridade (sendo que a diferença entre os salários dos licenciados e dos licenciados ronda os 86%); iv) aumentos salariais de pouco mais de 4% por ano de idade (como proxy de experiência) e o termo quadrático dessa variável é significativo; v) os casados ​​ganham cerca de 10% a mais que os solteiros; vi) mais um indivíduo na família está associado a uma redução salarial na ordem dos 2%; vii) a indústria de transformação é o setor que dá, em média, os melhores salários; viii) indivíduos que trabalham e/ou residem em município diferente da capital de região metropolitana recebem menos do que indivíduos que trabalham e/ou residem na capital; e ix) os assalariados do setor público ganham cerca de 30% a mais que os trabalhadores do setor privado com carteira de trabalho assinada, sendo que no DF essa diferença é superior a 75%, sendo que empregadores e pessoas físicas com “segundo emprego” também recebem mais de empregados com carteira de trabalho assinada (em média 48% e 30% respectivamente). Nesse modelo, resultados estatisticamente significativos foram encontrados em quatro das seis regiões metropolitanas: na RMPA, onde se estima que os migrantes ganhem 1,72% a mais que os não migrantes; na RMR, onde a diferença é de 8,45%; na RMS 6,63% e por fim na RMSP, onde os migrantes ganham 2,83% menos.

Podemos ver que os coeficientes estimados por este segundo modelo são menores em magnitude do que os do primeiro. Como a principal diferença entre as duas especificações é que a última permite a captação de migrantes intrapaíses, essa queda na magnitude do coeficiente parece indicar que os migrantes intrapaíses se assemelham mais aos não migrantes do que os migrantes interpaíses em termos de características não observáveis. Em primeiro lugar, deve-se notar que dividir a amostra migrante em cinco subamostras por região de origem aumenta os desvios padrão associados a cada dummy de migração.

No entanto, deve-se ter cuidado ao estabelecer correlações entre a região de origem e o viés de seleção. Por exemplo, enquanto no sudeste do DF os migrantes são selecionados positivamente e os nordestinos são selecionados negativamente, na RMPA os nordestinos ganham 16,4% a mais que os não migrantes (significativamente em 1%), enquanto os do sudeste não parecem ser ganham mais do que os não migrantes, estatisticamente. O fato de Salvador e Recife serem capitais com alta desigualdade (0,651 e 0,671 respectivamente em 1991) pode explicar por que os coeficientes encontrados são os mais altos nas respectivas regiões metropolitanas.

Fica claro que os migrantes intraestaduais são mais semelhantes aos não migrantes, na maioria das regiões metropolitanas, na medida em que os coeficientes são geralmente menores, em módulo, do que os coeficientes das demais regiões de origem.

CONCLUSÕES

No entanto, se olharmos apenas para os coeficientes significativos, vemos, por exemplo, que os migrantes do Sudeste são selecionados mais positivamente do que os migrantes do Nordeste. As diferenças nas taxas de seleção de migrantes em função da região metropolitana de destino e da região de origem parecem sugerir que as interações origem-destino podem ser importantes na determinação da direção e extensão do viés de seleção de migrantes. Desigualdade, afastamento e concentração de grupos migrantes na região de destino parecem ser importantes para explicar o fenômeno.

Em primeiro lugar, penso que seria interessante fazer novos testes ao nível da seleção de migrantes, com atenção às diferenças entre regiões de destino e entre regiões de origem. Em segundo lugar, uma vez verificada a diferença por região de origem e destino, seria interessante explorar a razão dessa diferença com análises estatísticas mais rigorosas.

ANEXOS

Análise de regressão - Migrando = Última Residência fora da variável dependente RM: logaritmo da renda por hora de trabalho principal. Análise de regressão - Migrante = Nascido em outro estado variável dependente: logaritmo de rendimentos por hora de trabalho principal.

Imagem

Tabela 3.5  Grau de Instrução
Tabela 3.7  Cor
Tabela 3.6  Sexo
Tabela 3.8  Idade
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Referências

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