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Academic year: 2023

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O direito ao esquecimento é a capacidade de um indivíduo evitar que fatos antigos de sua vida, mesmo que verdadeiros, sejam investigados perpetuamente pela mídia. O tema que será discutido neste trabalho é o direito ao esquecimento quando este colide com a liberdade de informação, manifestação e manifestação de opinião e a liberdade de imprensa.

Análise Histórica

O conceito de direitos humanos fundamentais está ligado a um conjunto de direitos inerentes à pessoa humana ao nascer. Mais tarde houve a Declaração de Direitos, que pôs fim ao regime de monarquia absoluta. É o primeiro documento a reconhecer a existência de direitos inerentes a todas as pessoas, independentemente da raça, género, religião, cultura ou posição social.

Assim, no campo dos direitos individuais, os norte-americanos foram pioneiros e conferiram a esses direitos o status de direitos fundamentais (COMPARATO, 2008). Em 1917, a Constituição Mexicana foi a primeira a conferir aos direitos trabalhistas o status de direitos fundamentais, e também acrescentou liberdades individuais e direitos políticos (COMPARATO, 2008). Por esta razão, a Comissão de Direitos Humanos o recebeu como um passo preliminar para a posterior adoção de um pacto ou tratado internacional (COMPARATO, 2008).

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos foi adotada na Conferência de San José da Costa Rica em 22 de novembro de 1969.

Os Tratados Internacionais e a Compreensão Jurídica Aplicada à Proteção

Em 2007, a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República elaborou um relatório do livro intitulado “Direito à memória e à verdade. Contudo, o referido dispositivo dispõe em seu parágrafo 3º, incisos IV e V, que o consentimento poderá ser dispensado quando for sobre “a defesa dos direitos humanos ou a proteção do superior interesse público e geral”. Sobre o assunto, há dois acórdãos recentes do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que a “Chacina da Candelária” e a “Aída Curi” -caso é, que trouxe para a esfera jurídica o questionamento do chamado direito à esfera jurídica.

Por isso, ajuizou a ação pedindo indenização por danos e direito ao esquecimento, que lhe foi concedida, considerando que a proteção de sua paz, intimidade, privacidade e integridade física deve vir antes do direito à informação e que a história pode ser contada sem mencionar sua nome ou imagem (CANÁRIO, 2013). Contudo, vale ressaltar que, embora tenha sido concedido o direito ao esquecimento para que o nome e a imagem do acusado não sejam mais explorados pelos programas de televisão, quando na Internet se procurava a "Chacina da Candelária", o nome do ainda constam acusados, condenados e absolvidos, entre eles Jurandir Gomes de França, autor da ação. Muitos anos depois, o caso foi investigado pelo mesmo programa de televisão, que revelou as memórias e o sofrimento dos irmãos da vítima, que ajuizaram ação de indenização por danos morais e direito ao esquecimento (PORTO, 2015).

Terwangne ​​​​fala das três facetas do direito ao esquecimento: o direito de esquecer o passado judicial; o direito ao esquecimento estabelecido pela legislação de proteção de dados; e, na era digital, a controversa possibilidade de estabelecer uma espécie de prazo de validade para os dados pessoais que deve aplicar-se ao contexto específico das redes sociais.

Incursões do Direito Privado

Desta forma, o direito ao esquecimento no contexto da vida privada visa proteger a integridade física e a dignidade de uma pessoa, especialmente daqueles que já foram condenados, ex-presidiários e criminosos em geral, que teriam o direito de proteger a sua imagem , honra e privacidade para fins de ressocialização (PIRES e FREITAS, 2013). Podemos, portanto, concluir que o direito à informação está sempre em conflito com os limites impostos à vida privada e à intimidade das pessoas, que devem ser respeitados quando os factos das suas vidas não são de interesse público ou de carácter histórico (PORTO, 2015). Portanto, para que um desses direitos se destaque num caso específico, é necessário que o outro seja relativizado.

Incursões do Direito Público

Foi um verdadeiro massacre dos direitos humanos básicos e o direito à memória ajuda a reconstruir os acontecimentos ocorridos para que nunca mais se repitam. O direito ao esquecimento consiste no poder do indivíduo de não permitir que fatos passados ​​de sua vida, ainda que verdadeiros, sejam revelados publicamente de forma ilimitada e atemporal, seja por meio de televisão, internet, jornais, entre outros, considerando que exibi-lo pode causam dor, sofrimento e constrangimento àqueles que basicamente já cumpriram a pena (WOHJAN e WISNIEWSKI, 2015). Em termos de terminologia, este direito também é conhecido como “direito de ficar sozinho” ou “direito de ficar sozinho”.

O direito ao esquecimento é um ramo dos direitos da personalidade e está diretamente relacionado ao direito à vida privada e à privacidade dos indivíduos (BOLDRINI, 2016).

Noções Fundamentais

No Brasil, com o advento da tecnologia, o avanço da Internet e como resultado das discussões que se seguiram aos casos Chacina da Candelária e Aída Curi, recentemente julgados pela 4ª Turma do Supremo Tribunal Federal, houve oportunidade para a elaboração da Declaração 531 do VI Dia da Justiça Civil, aprovada pelo Conselho Judiciário Federal em 2013 (BOLDRINI, 2016). DECLARAÇÃO 531 – A proteção da dignidade humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento. Não dá a ninguém o direito de apagar fatos ou reescrever a própria história, mas apenas oferece a oportunidade de discutir os usos dados aos fatos passados, mais especificamente a maneira e a finalidade com que são lembrados.

Portanto, é possível notar que a finalidade desse direito não é permitir que as pessoas apaguem seu passado e reconstruam sua história, mas apenas garantir a finalidade para a qual esses dados serão utilizados e garantir a ressocialização daqueles que já pagaram pelos seus crimes, uma vez que o direito ao esquecimento tem as suas raízes inerentes nas condenações penais. Hoje, o direito ao esquecimento voltou a ser conhecido devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação e das redes sociais através da Internet. A privacidade tornou-se uma questão importante na nossa sociedade porque é impossível prever todas as implicações que podem surgir devido à divulgação de dados pessoais, especialmente quando se trata de crianças e jovens que utilizam cada vez mais a Internet (LIMA, 2013).

No entanto, quando se trata do direito ao esquecimento, a primeira preocupação que temos é o conflito deste direito com outros direitos humanos fundamentais, nomeadamente o direito à liberdade de expressão e de expressão de pensamento e o direito à liberdade de imprensa, que irá ser tratado mais adiante.

Origens Históricas

Após a constatação, o participante protocolou pedido de proibição de exibição do documentário (PAIVA, 2014). Então, um de seus descendentes entrou com uma ação de direito à privacidade, alegando que a publicação invadiria sua esfera privada. Contudo, o Tribunal Federal Suíço não lhes concedeu o direito ao esquecimento devido à sua natureza histórica e científica, o que impossibilitou-lhes o direito ao esquecimento (LIMA, 2013).

No Brasil, o direito ao esquecimento já foi abordado, embora não com essa denominação, em um caso ocorrido em 1976. Após cumprir sete anos de pena de prisão, obteve liberdade condicional em 1987 (LIMA, 2013). Mas em 2013, o programa da Rede Globo, Linha Direta-Justiça, decidiu transmitir uma reportagem que recriava o assassinato do socialista.

Por isso, Doca entrou com uma ação alegando que sua pena já havia sido cumprida e que, portanto, tinha direito à privacidade.

O Direito à Liberdade de Expressão

Contudo, a decisão de segunda instância autorizou a divulgação, permitindo que a emissora publicasse o caso apenas de acordo com as provas da época, prezando a liberdade de expressão da imprensa (LIMA, 2013). Dessa forma, a liberdade de expressão é a proteção da dignidade da pessoa humana e do Estado democrático de direito, pois está vinculada ao direito de voto dos indivíduos (BOLDRINI. 2016). E há também, como parte deste direito, a garantia da liberdade de expressão na imprensa, que também se encontra na Constituição da República de 1988, no seu artigo 5º.

A liberdade de comunicação consiste num conjunto de direitos, formas, processos e suportes que permitem a boa coordenação da criação, expressão e disseminação de pensamentos e informações. Portanto, a liberdade de expressão faz parte do grupo de direitos que pertencem à liberdade de comunicação (TÔRRES, 2013). Nesse sentido, para a corrente majoritária de preconceito axiológico, a liberdade de expressão é limitada por outros direitos e garantias fundamentais, como a vida, a integridade corporal e a liberdade de movimento.

Os direitos básicos – incluindo o direito à liberdade de imprensa e de expressão – encontram limites uns nos outros e no respeito pela dignidade da pessoa humana, ou seja, no conjunto de regras da própria constituição.

Colisão dos Direitos Fundamentais

A Constituição da República de 1988, no seu artigo 5º, prevê tanto o direito à informação como o direito ao esquecimento, sendo este último uma extensão do direito à vida privada e à intimidade. Porém, os referidos direitos pertencem a categorias diferentes, tendo em vista que temos direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira geração. Tendo por um lado o direito à informação e à liberdade de expressão e de imprensa e por outro lado o direito ao esquecimento.

Isso deixa o tradutor inseguro sobre qual direito deve prevalecer no caso específico (RAMOS FILHO, 2014). No conflito em análise, temos o direito ao esquecimento, que decorre dos direitos da personalidade e garante a proteção da esfera privada, a privacidade, o sigilo, a paz e a não exposição da imagem pessoal. O direito ao esquecimento veio à tona recentemente no Brasil, quando os casos “Chacina da Candelária” e “Aída Curi” foram julgados pela 4ª Câmara do Supremo Tribunal de Justiça, que, aliás, teve conclusões diferentes (BOLDRINI, 2016).

Tal contradição, longe de apontar para a atuação contraditória do STJ, demonstra como o direito ao esquecimento exige uma análise intensa dos detalhes de cada caso específico para determinar se os requisitos do direito ao esquecimento são efetivamente atendidos.

Análise Principiológica

A revisão baseia-se no princípio da proporcionalidade ou razoabilidade, buscando o máximo acordo possível sobre direitos conflitantes. O princípio da proporcionalidade é amplamente utilizado na resolução de conflitos entre direitos fundamentais e interesses coletivos. O direito ao esquecimento encontra grandes dificuldades na sua implementação, pois os meios de comunicação difundem informações sobre cada pessoa e cada facto de forma ilimitada.

Diante desta divergência, onde por um lado o direito à informação valoriza o interesse público e por outro o direito ao esquecimento protege o interesse privado, como tais conflitos deveriam ser resolvidos. E em casos, como o de Aída Curi, em que não é possível recontar a história sem citar o nome da vítima, acredito que o direito ao esquecimento deva prevalecer dada a grande extensão temporal do acontecimento e o sofrimento causado. sua família sempre que a mídia decidir se lembrar dela. O direito ao esquecimento garante a proteção da esfera privada, da honra, da privacidade e da imagem das pessoas.

O DIREITO AO ESQUECIMENTO NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO: o conflito entre liberdade de expressão, liberdade de informação e de imprensa versus direitos de personalidade.

Referências

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