• Nenhum resultado encontrado

O Movimento Negro em Alagoas e as lutas travadas pelo INEG 2010/2022

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "O Movimento Negro em Alagoas e as lutas travadas pelo INEG 2010/2022"

Copied!
52
0
0

Texto

Este trabalho nasceu da urgência e necessidade de estudar e reafirmar as lutas do Movimento Negro em Alagoas. A criação do Teatro Experimental do Negro em 1944 foi um momento histórico na luta do Movimento Negro Brasileiro.

O MOVIMENTO NEGRO EM ALAGOAS E A ASSOCIAÇÂO CULTURAL ZUMBI DOS PALMARES

A atuação do movimento negro de Alagoas, em especial da Associação Cultural Zumbi, a aproximação com a Serra da Barriga, seja em termos de seu tombamento ou atividades a serem desenvolvidas naquele local será constante. Através de entrevista concedida por Zezito de Araújo, que foi um dos militantes e fundador da Associação Cultural Zumbi, podemos constatar que até o ano de 1980 no interior do estado de Alagoas não havia conhecimento de uma organização em prol da causa do negro movimento. Parece-nos que no decorrer das ações do movimento negro alagoano, em especial da Associação Cultural Zumbi, ocorreu a aproximação com a Serra da Barriga, seja no tocante ao seu tombamento, seja nas atividades a serem realizadas.

A Associação Cultural Zumbi, como um dos primeiros sujeitos do movimento negro alagoano, conseguiu discutir e inserir no país a preocupação com a comunidade afro-alagoana como especialidade da população.

O INSTITUTO DO NEGRO DE ALAGOAS – INEG ORIGEM E FORMAÇÃO Os estudos feitos sobre Movimentos sociais até aqui nos mostram que a partir

O INSTITUTO DO NEGRO DE ALAGOAS – ORIGEM E FORMAÇÃO DO INEG Os estudos realizados até agora sobre os Movimentos Sociais nos mostram que desde. O Instituto do Negro de Alagoas nasceu da formação de núcleos de estudos em conjunto com a intenção de criar uma entidade que de fato procurasse debater e direcionar as reais demandas da comunidade negra no estado de Alagoas. A partir da entrevista realizada com Jeferson Silva, membro do Instituto do Negro de Alagoas, ele tece uma crítica sobre como o debate racial se deu no estado de Alagoas e como ele é veiculado de forma culturalista nas narrativas da área de História negra no Brasil.

Além do viés político, o Instituto do Negro de Alagoas também atua junto ao legislativo estadual, já que o instituto é composto por um corpo de advogados negros e isso. O Instituto do Negro de Alagoas também participou da agenda de implantação das cotas de pós-graduação da UFAL, participando ativamente dos debates com a Reitoria e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI). É nesse sentido que o Instituto do Negro de Alagoas iniciou o debate sobre esse tema dentro da UFAL com o objetivo de promover o negro nos espaços acadêmicos, o que por sua vez leva ao crescimento da instituição acadêmica como instituição'' (INSTITUTO DO NEGRO DE ALAGOAS, 2013).

C ONSIDERAÇÕES FINAIS

SILVA, Iraneide Soares da CAMINHOS, PEGADAS E MEMÓRIAS: uma história social do movimento negro brasileiro. Riquelly Silva, 08 de setembro de 2022 Maceió-AL, a íntegra da entrevista encontra-se no apêndice desta monografia.

APÊNDICE

S Em qual bairro isso aconteceu, onde você nasceu e se criou?

E o debate político negro foi a campanha de Hami Abu Jamal e eu só disse isso para mim mesmo, mas e os negros no Brasil. Eu até contribuo para os atuais encontros nacionais, precedidos de textos que os militantes escrevem e transmitem a todos os militantes do país incitando o debate, mas não consegui convencer meus camaradas do contrário, claro que não. Aí eu quebrei a corrente e antes de quebrar com a corrente já comecei atendendo alguns casos do movimento negro, em especial a coordenação de sujeitos negros em Alagoas que era o CENAL e aí não quebrei com a corrente só a Sirlene deixou. também a Sirlene Gomes que é do CEPA, o Pedro também é professor de história e a gente sai e vai montar uma organização específica para tratar dos nossos assuntos que vai ser o QUILOMBRO, CEPA QUILOMBO.

S Jeferson você foi aluno de dois professores negros que era o José Roberto, o Robertinho e o Zezito, qual as influencias de ter sido aluno na

Enfim, foi uma via que segui muito atrás, nunca percebi um professor que me influenciou, e por causa desse professor não tenho consciência disso no meu caminho particular, mas claro que isso não nega a contribuição. Eu lembro do Zezito me dando um relatório sobre o ford grant, do programa ford foundation, é o que eu lembro dele.

S Como se deu a constituição do cepa quilombo?

Aí as coisas deram errado, eu me senti muito mal e foi aí que percebi a importância da minha intervenção e pensei que tinha que voltar para Alagoas, senão o debate iria por água abaixo. Aí eu pensei que tinha que voltar, não tenho dinheiro para ficar aqui. Então eu fiquei assim, a Selina até ficou meio chateada comigo porque eu vi que eu não aguentava mais, não me coloquei na situação de falar "olha, não vai ter mais isso não aqui'' a galera tava no clima de apresentação cultural todo sábado ou quinzena no mirante e isso me incomodava um pouco e me incomoda até hoje, pra falar a verdade, essa coisa de como a elite alagoana se apropriou disso , construiu, ou reconstruiu essa coisa de cultura negra e com folclore no meio, que me deixa e um caminho.

Agora mesmo o pessoal do SESC chamou a gente pra fazer uma atividade lá, acham que a gente ia colocar uma roda de coco no meio, aí eu pensei não cara não, o INEG é o contrário disso aí, é o contrário que falei eu to com a Mari , Mariano Marques, Não Mari, essa parte não dá certo, estamos construindo ao contrário, somos contra essa perspectiva tradicionalista, aí eu vi que a espécie Quilombo estava nesse sentido, e eu não estava eu ​​não podia mudar, eu não me coloquei em toda situação que gostaria de intervir para mudar alguma coisa, pensei em deixar um rastro para os irmãos de lá que eles acham interessante e tal, então resolvi sair, quando voltei de São Paulo , resolvi sair e não vou continuar no Cepa Quilombo e aí a Sirlene continuou jogando.

S Como surgiu o INEG e quais eram as principais inquietações e o que te levou a pensar a criá-lo em Alagoas?

S Quais foram as principais dificuldades enfrentadas no processo de criação INEG?

A dificuldade era que, para os próprios gestores entenderem, as pessoas no poder, de certa forma, eles não entendem esse debate negro, não entendiam na época, principalmente essa política que reivindica política pública. Até então, falar de negro era como dar uma palestra, mas não entender isso como uma política objetiva concreta, e a gente veio com isso, sabe, olha, vocês têm uma política editorial e a gente gostaria que a imprensa oficial definisse uma política específica política de produção de escritores negros. Então nós sempre fomos pró-activos, o INEG é assim, acho que o que nos diferencia no diálogo com os outros é que o INEG nunca foi uma organização panfletária, com todo o respeito, este discurso panfletário não é pejorativo, mas é assim, há organizações que só fazem isso, que também é importante, agitação política, principalmente quando estão ligadas a partidos de esquerda tradicionais, mas o INEG sempre foi proactivo nas políticas públicas, por isso quando viemos falar com algum gestor, viemos com uma proposta .

Essa objetividade é uma espécie de compartilhamento de recursos, colocar o dedo na ferida, e é perturbador, era perturbador, e eles não entendiam assim.

S Sobre a atuação do INEG nas ações de políticas de cotas na UFAL

Como eu disse, a gente não quer saber mais do debate porque o debate já foi feito, com os irmãos daquela época, né? Dentro desse debate surge outro, a nossa proposta inicialmente era que a nota de corte dos cotistas fosse menor, isso foi algo que apostamos nas reuniões das comissões, não desistimos disso e conseguimos fazer acontecer . passou, porque para nós não fazia sentido, o cotista tem que ter um ponto de corte menor, seja na pós ou na graduação, e para nós foi importante, e podemos fazer com esse atributo, depois outro debate, um debate, como vocês sabem sobre professores e concursos públicos, que já havia outra iniciativa no país sobre essa forma de interpretar a lei de cotas em concursos públicos, precisamos ter essa discussão, porque senão ninguém vai, e nós faremos e ele faz e está presente neste processo. Eu não vi isso em nível nacional, as instituições e as pessoas que têm conduzido esse debate, estão tipo ah tudo bem, então mudou a forma de interpretar as leis, de fazer os concursos, mas o que ficou ficou certo.

Acho que o INEG é a única organização que tenta pegar retroativamente essa correção das ligas anteriores e torná-la, bem, isso é tudo.

S Me fala Um pouco das frentes de atuação atual do INEG hoje

E a gente tem que seguir em frente, o debate é importante, a dinâmica é importante e essas coisas assim, mas a gente tem que debater política pública, a gente não pode só debater e debater um pouquinho, né. Enfim arquitetos, assistentes sociais, porque entendemos que temos que formar organizações negras, um dos debates que o INEG traz é também sobre a necessidade das pessoas formarem organizações negras, quando incentivamos a criação da ANU (Associação de Negros e Preto) na UFAL muito insistimos nesse debate porque sabemos que os alunos negros precisam se organizar como tal com base na raça, não simplesmente um núcleo dentro do DCE ou um sindicato, mas precisamos formar uma associação de psicólogos negros que tivemos esse debate com os psicólogos, então vamos pensar em uma coisa mais. Eu insisto porque essa articulação é uma coisa muito aberta, muito solta, a gente tem que institucionalizar as coisas. Tem que criar uma associação, a Associação dos Psicólogos Negros de Alagoas e isso vale para todas as categorias, então hoje o INEG de alguma forma atendeu os pedidos, temos propostas e projetos maiores, um deles foi as cotas no município que já foram aprovadas mas ainda não legalizou, aliás, vamos processar isso, mas é um julgamento mais fácil porque já teve a anuência da câmara, só que os caras legalizam agora né, mas esse foi o último, aliás a questão do black face, agora a gente quer junto com o pessoal do IFAL- mas discutir os conselhos porque o IFAL não tem um conselho de hetero-identificação, só na pós-graduação que tem, para o concurso mas não para os alunos, então eu começo a discutir sobre isso.

Referências

Documentos relacionados

(C): - Ele não recebe por isso “no EJA” a gente tem a gente trabalha, até com essa chamada 111 (Bloco 1, UP 1, PEJA2), depois com a, são as fases que você passa no