XXVIII Congresso de Iniciação Científica
O Não-signo na Construção Visual do Espetáculo Judas – Piedade para os Ratos, encenado pelo Teatro Didático da UNESP.
Bianca Nóbrega Luccas, Orientador Prof. Dr. Wagner Cintra, Colaborador Teatro Didático da UNESP, São Paulo, Instituto de Artes da UNESP, Licenciatura em Arte-Teatro, nobregaluccas@gmail.com, Bolsista de Iniciação Científica.
Palavras Chave: Teatro, Encenação, Teatro Visual, Semiótica, Artes Visuais.
Introdução
Este trabalho apresenta um estudo teórico acerca do espetáculo Judas - Piedade para os Ratos, encenado pelo Teatro Didático da UNESP. O Teatro Didático da UNESP tem como estética principal em suas produções o Teatro Visual; uma linguagem híbrida que coloca em cena diversos elementos no mesmo nível de existência poética: bonecos, objetos, atores, imagens, etc. Todo elemento colocado em cena, mesmo que ao acaso, sempre será signo de alguma coisa e consequentemente conterá algum conteúdo. Partindo desta premissa, a pesquisa pretende analisar como os códigos visuais são organizados na encenação, que tem como princípio a não construção de signos em cena.
Objetivos
Realizar levantamento bibliográfico específico sobre os temas da pesquisa; refletir acerca dos elementos que caracterizam a existência do Teatro Visual como linguagem; analisar a organização plástica do espetáculo Judas – Piedade para os Ratos; pensar os elementos que compõem o espetáculo (marionetes, mascaras, atores, objetos, etc.) como signos; refletir sobre a relação entre imagem, significante e significado intuído a partir das imagens apresentadas no espetáculo; desenvolver conhecimentos relativos à construção de signos plásticos desprovidos de conteúdo simbólico.
Material e Métodos
Pesquisa de ordem qualitativa foi desenvolvida com base no acompanhamento do processo de criação do espetáculo Judas - Piedade para os Ratos. Para tal, foram utilizados como ferramenta conceitos advindos da semiótica a fim de auxiliar na análise da construção visual do espetáculo. A pesquisa se desenvolveu através das seguintes etapas:
levantamento bibliográfico sobre Teatro Visual e Semiótica (nas Artes e no Teatro), acompanhamento do processo de montagem do espetáculo, documentação escrita do processo, acompanhamento da estreia e apresentações do espetáculo Judas - Piedades para os Ratos, entrevista com o diretor e com as atrizes e os atores do grupo, organização e sistematização do material levantado e análise do objeto prático (espetáculo) à luz da bibliografia.
Resultados e Discussão
O Teatro Visual é uma forma de expressão teatral idiossincrática, pois estimula o exercício da autonomia do espectador em relação às imagens apresentadas. Há um movimento natural e instintivo por parte do espectador de tentar entender os signos presentes na obra, identificando-os e decodificando o que está em cena. A esse processo damos o nome de recepção. Porém, e se na obra apresentada, um espetáculo teatral como é o caso do objeto de estudo desta pesquisa, existir a intenção por parte do artista-criador de não criar signos no palco?
Figura 1. Cena do espetáculo Judas – Piedade para os Ratos.
Conclusões
A narrativa plástica criada e apresentada em cena não pressupõe significados determinados. Posto isto, podemos afirmar que não existe um limite do que pode ser comunicado. O espectador passará por uma experiência visual real. Neste contexto, o espectador é o responsável por criar as suas próprias narrativas simbólicas. A construção simbólica irá depender da interpretação individual do que é posto em cena, levando em consideração o repertório cultural de cada observador.
Agradecimentos
Agradeço aos meus e minhas colegas, integrantes do Teatro Didático da UNESP, por me receberem junto ao grupo e abrirem esta importante etapa de criação para que eu realizasse a minha pesquisa. E principalmente ao meu orientador Prof. Dr. Wagner Cintra, pela confiança e parceria.
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1 CINTRA, Wagner. No limiar do desconhecido - reflexões acerca do objeto no teatro de Tadeusz Kantor. São Paulo: Ed. Unesp, 2012.
2 INGARDEN, R.; BOGATYREV, P.; HONZL, J.; KOWZAN, T. O
Signo Teatral: a semiologia aplicada à arte dramática. PortoAlegre:
Globo, 1977.Traduzido. Coleção Teoria & Crítica.
