TÍTULO:
Impacto econômico do cumprimento do protocolo de tromboembolismo venoso no Hospital Estadual Américo Brasiliense
AUTORES:
Alice Rosa Alves de Oliveira, Leticia Ferreira dos Santos; Patrícia de Carvalho Mastroianni.
Campus Araraquara, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Farmácia-Bioquímica, alicerosafcf@gmail.com Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC
INTRODUÇÃO:
As doenças tromboembolíticas podem trazer consequências graves e são comuns em pacientes submetidos a internações clínicas e cirúrgicas1. Apesar disso, é uma patologia altamente evitável, sendo de grande importância a aplicação de sua profilaxia aos pacientes internados. Nesse contexto, evidencia-se a importância de se estabelecer Protocolos Clínicos, baseados em evidencias científicas, sobre a profilaxia de Tromboembolismo Venoso (TEV), bem como o monitoramento do seu cumprimento pela equipe de saúde2.
OBJETIVOS:
Avaliar o cumprimento e os custos do protocolo farmacoterapêutico estabelecido para a profilaxia de TEV.
MATERIAL E MÉTODOS:
Estudo descritivo e transversal, conduzido no Hospital Estadual Américo Brasiliense. Por meio de relatórios de dispensação de medicamentos, prescrições e estratificação de risco dos pacientes, foi possível monitorar o cumprimento do protocolo de profilaxia de TEV. As variáveis de interesse, foram: as não conformidades, os prescritores, as enfermarias, o custo estimado do protocolo e a economia gerada, segundo a conformidade com o protolo.
RESULTADOS:
Identificou-se que 65,5% das prescrições apresentavam pelo menos uma não conformidade. De cada três pacientes estratificados com médio e alto risco, dois não receberam a profilaxia, sem possuírem justificativas de contraindicações previstas no protocolo. O custo total da profilaxia no período foi de R$ 11.784,08/mês e a economia gerada pelo não cumprimento foi de R$ 1.000,18/mês. A omissão de uma dose diária de heparina não-fracionada, gerou economia de R$
1.849,86/mês. As demais não conformidades geraram um prejuízo de R$ 849,68/mês.
DISCUSSÃO:
Os resultados demonstraram uma baixa adesão dos prescritores ao protocolo, o que pode ser justificado por uma participação pouco efetiva da equipe de saúde em sua elaboração e implantação.A ampla divulgação e distribuição dos protocolos à equipe de saúde, bem como treinamentos e discussões, são ferramentas imprescindíveis para o cumprimento efetivo dos protocolos, corroborando para o uso racional de medicamentos3. Apesar da análise econômica apontar para um ganho financeiro, a economia estava relacionada a necessidades não atendidas de pacientes, e não como uma redução de gastos baseada no uso racional de medicamentos. Os medicamentos utilizados na profilaxia de TEV demandam um significativo percentual dos gastos totais com medicamentos pela instituição, destacando a importância do monitoramento do cumprimento do protocolo tanto para a segurança do paciente, quanto na redução de custos para a instituição4. Considera-se a proposta de monitoramento e análises econômicas dos protocolos uma ferramenta importante para gestão plena de qualidade por indicadores.
REFERÊNCIAS:
1. Geerts WH, Bergqvist D, Pineo GF, Heit JA, Samama CM, Lassen MR, et al. Prevention of venous thromboembolism: American College of Chest Physicians evidence-based clinical practice guidelines (8th edition).
Chest. 2008.
2. Lau, BD; Haut, ER. Practices to prevent venous thromboembolism: a brief review. BMJ Quality & Safety, v. 23, n. 3, p. 187–195, 2014.
3. Holloway K, Green T. Drug and therapeutics committees - A practical guide. GenebraWHO, , 2003.
4. Mastroianni PC, Oliveira ARA, Nadai TR, Lucchetta RC. Indicadores para avaliação econômica da aquisição hospitalar de medicamentos. J Bras Econ Saúde. 2017. Surgical Clinics of North America. 2015.
