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ORIENTAÇÕES A PAIS E PROFESSORES SOBRE A MEDICALIZAÇÃO DA INFÂNCIA: DESENVOLVER PARA NÃO MEDICAR Paranavaí - PR 2021 EduE D I T O R AFatecie Adriana de Fátima Franco Fernando Wolff Mendonça (Organizadores) (3)1ª Edição Impressa: junho de 2021

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Academic year: 2023

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Este texto é fruto de estudos que fazem parte de um projeto de pesquisa institucional intitulado Um Retrato da Medicalização da Infância no Estado do Paraná. O problema da medicalização da infância é uma reclamação recorrente entre professores e pais, com partidários e críticos divididos.

Figura 1. Realidade das crianças atualmente
Figura 1. Realidade das crianças atualmente

É possÍVeL preVenir trAnstornos dA AprendiZAGeM e CoMportAMento ? A eduCAção esCoLAr pode

CoLABorAr nesse proCesso ?

1 Para saber mais sobre a história das lobas, recomendamos o vídeo que você encontra no seguinte link: . 2 Para maiores esclarecimentos sobre a teoria Histórico-Cultural, são exibidos os seguintes vídeos: ; e .

Figura 3. Desenvolvimento e aprendizagem
Figura 3. Desenvolvimento e aprendizagem

C oMo As CriAnçAs se desenVoLVeM ?

Somente uma mudança no método de educação de adultos permitirá superar a crise e passar para outra atividade dominante e estabelecer um período estável de desenvolvimento. Observamos que o período estável estabelecido pela superação da crise pós-parto e desenvolvimento da comunicação emocional direta com os adultos dura até cerca de um ano, quando culmina uma nova crise.

Figura 5. Diagnósticos
Figura 5. Diagnósticos

MediCALiZAção dA inFÂnCiA

Assim, as explicações biológicas começaram a justificar problemas de natureza social “Os cérebros disfuncionais são a causa da violência. Com esses dados que justificam o crescimento do mercado farmacêutico brasileiro, relacionando-o ao comportamento de automedicação, verifica-se que a relação do consumidor com a indústria farmacêutica supera a relação de uso de medicamento sob prescrição e responsabilidade do médico . São medicamentos que, para serem comercializados, necessitam de prescrição médica e foram desenvolvidos para atuar no enfrentamento de questões como desânimo, tristeza, ansiedade, medo, sentimentos, desatenção, impulsividade.

Existem diferentes classificações de drogas psicotrópicas, dentre as quais se destacam: antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos, estimulantes psicomotores e potencializadores da cognição (GRASSI & CASTRO, 2015). Outro aspecto que merece destaque é que o uso de medicamentos prescritos começou a atingir crianças e adolescentes e está aumentando, conforme revela um estudo de 2016 da OMS alertando a população para a tendência mundial de crescimento do uso de psicofármacos. em crianças e adolescentes. De fato, o alto consumo de remédios prova que são massivamente usados ​​para aliviar ou tratar qualquer tipo de sofrimento, como se o sofrimento não fosse algo humano.

Percebe-se, porém, que o uso indiscriminado de estimulantes está se tornando cada vez mais comum, e mesmo sem comprovação científica, crianças e adolescentes são tratados de forma irregular, o que patologiza problemas sociais. Welch, Schwartz e Woloshin (2008, apud BONADIO, 2013) condenam que há uma epidemia de diagnósticos em decorrência da medicalização da vida e do diagnóstico precoce, criticam o uso indiscriminado de medicamentos e a falta de critério e consenso nos diagnósticos, pois há uma definição imprecisa em relação a eles. Segundo Moysés (2001), médico e professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, a medicalização desloca problemas cotidianos (perdas, frustrações, tristezas) para problemas da área médica, assim os problemas sociais mudam. nos problemas biológicos presentes no assunto.

Figura 6. O uso da Ritalina
Figura 6. O uso da Ritalina

A ÚLtiMA ALternAtiVA deVe ser o MediCAMento

Como veremos adiante neste texto, o uso de medicamentos pode causar efeitos colaterais relevantes quando as prescrições criteriosas não são seguidas. Os processos mediados reconstroem o comportamento da criança de acordo com o uso de signos como estímulos, que acabam por reconstituir também as funções psicológicas básicas da criança, conforme indicam Vygotsky e Luria (1996). Para investigar o problema da medicalização, o projeto de pesquisa “Retrato da Medicalização da Infância no Estado do Paraná” teve como objetivo levantar dados sobre o número de crianças de zero a dez anos matriculadas na rede pública municipal de ensino no estado de Paraná (educação infantil e primeiro ciclo do ensino fundamental) com diagnóstico de transtorno de aprendizagem e uso medicamentoso para tal.

A Tabela 2 refere-se ao uso de drogas controladas no ensino fundamental, onde pode-se observar que os percentuais de uso dessas drogas são maiores quando comparados aos percentuais da educação pré-escolar, que são apresentados na tabela 1. Em geral, também conforme Tabela 1. Educação pré-escolar, também não há grandes diferenças entre os percentuais apresentados nas cinco cidades. Nesse quesito, a hegemonia é o TDAH, assim como na educação infantil, mas, diferentemente disso, o medicamento mais prescrito é a Ritalina, em todos os municípios.

Os dados apresentados levantam sérias questões sobre o uso de medicamentos prescritos para tratar problemas relacionados à infância. Observamos na pesquisa que o uso de estimulantes (principalmente o metilfenidato) e antipsicóticos (principalmente a risperidona) tem se apresentado como a principal via de tratamento para crianças com diagnóstico de TDAH, e que essa prescrição aumenta com a idade. Já o metilfenidato tem efeitos cardiovasculares e psiquiátricos reconhecidos, que, embora raros na população em geral, são mais importantes em grupos de risco para doenças dessa magnitude, como aponta o órgão regulador do uso de medicamentos - AGÊNCIA EUROPEIA DE MEDICAMENTOS IT (2009).

Tabela 1. Quantidade de crianças que usam medicação controlada na Educação Infantil Cidade Fazem uso de
Tabela 1. Quantidade de crianças que usam medicação controlada na Educação Infantil Cidade Fazem uso de

F inALiZAndo : eM deFesA deFinALiZAndo: eMdeFesAde

Neste ponto voltamos ao que já foi discutido em tópicos anteriores, ou seja, o papel do adulto como fundamental na orientação das atividades da criança em cada período do desenvolvimento. Especialmente nas primeiras fases da infância, a sociabilidade da criança é totalmente condicionada pela atividade adulta. Entrelaçada ao desenvolvimento do controle comportamental está a importância da brincadeira, ou seja, das ações ativas e significativas da criança sobre objetos que visam satisfazer uma necessidade de forma imaginária para o desenvolvimento da atenção voluntária.

As informações que chegam até nós, ou que buscamos, distanciam o desenvolvimento da criança de suas origens sociais e culturais e o aproximam dos inibidores de drogas. 11 Disponível em: . A participação no ato de brincar para a formação da personalidade da criança só é possível por meio dessa direção pedagógica.

Disponível em: . Disponível em: . Disponível em:

  • A CriAnçA de onteM e de Hoje
  • d esenVoLViMento inFAntiL
  • r etrAto dA MediCALiZAção no p ArAnÁ
  • i MportÂnCiA dA FAMÍLiA no

O desenvolvimento da criança depende da interação com os outros, ela não se desenvolve ou “amadurece” sozinha. Por outro lado, o adulto precisa entender as ações da criança, para que a comunicação entre elas seja estabelecida. É de grande importância para o desenvolvimento da criança que os adultos nessa fase conversem muito com ela, mencionem objetos do mundo e também seus sentimentos.

Essa crise é caracterizada pela necessidade de adquirir uma nova forma de atividade, visto que a forma atual não mais satisfaz as necessidades da criança. Por meio de gestos indicativos, os adultos enfatizam e nomeiam objetos e situações e direcionam a atenção da criança para o que ela deseja. Por quererem fazer o que um adulto faz, mas ainda não podem pagar, as crianças lançam mão de ficções em que brincam, de dirigir, de ser mãe, professora.

A crise dos três anos caracteriza-se por uma fase de teimosia e rebeldia na criança, na qual ela se apega às suas ideias e desejos e dificilmente os abandona, o que constitui uma mudança brusca em sua personalidade. Quarto período (por volta dos 6 aos 11 anos): neste período, a principal atividade da criança é o estudo e o relacionamento mediado por símbolos, ou seja, a leitura e a escrita. Ainda neste período ocorre uma crise de sete anos, que se caracteriza por uma perda de espontaneidade, em que a criança não fala mais o que pensa, como fazia no período anterior, ou seja, passa a planejar e agir em de alguma forma "artificial".

Figura 7. Filhos-cobaia
Figura 7. Filhos-cobaia

Considerando o importante papel da linguagem no processo de desenvolvimento da atenção e da autorregulação, destacamos que na interação entre adulto e criança e/ou criança e criança é fundamental a atenção a esse aspecto, o diálogo, a mediação. , intervém, cria oportunidades diversificadas para dar à criança a enorme riqueza cultural que coletivamente construímos e que nos cabe colocar ao seu serviço, conduzindo-a à plenitude da sua humanização. Documentário Tarja Branca - O título refere-se a uma forma de abordar os problemas da infância que se opõe à solução da "linha preta", ou seja, o uso de substâncias controladas. Recomendações do Ministério da Saúde para a introdução de práticas não médicas e para a publicação de protocolos municipais e estaduais de dispensação de metilfenidato para prevenir a medicalização excessiva de crianças e jovens.

A produção do conhecimento e suas implicações para a prática de encaminhamento, diagnóstico e medicalização da criança: contribuições da psicologia histórico-cultural. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, 2016. Disponível em: .

Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 2015. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação - Curso de Psicologia, 2016. Periodização da desenvolvimento psíquico à luz da Escola de Vigotski: a teoria histórico-cultural do desenvolvimento infantil e suas implicações pedagógicas.

Psicóloga, Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá; Psicóloga da Secretaria Municipal de Educação de Maringá. Psicóloga pela Universidade Estadual de Londrina, especialização em psicologia clínica pela Universidade Estadual de Londrina e em Saúde Mental pela Universidade Estadual de Londrina. Professora pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

doutoranda em educação no programa de pós-graduação em educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM); Professor do Centro de Educação, Comunicação e Arte da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Psicóloga, mestre em psicologia pela Universidade Estadual de Maringá, doutora em psicologia pela Unesp Assis-SP e pós-doutoranda no programa de pós-graduação em psicologia da UEM. Mestre no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá - UEM.

Psicóloga pela Universidade Estadual de Maringá, Mestre em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá. Professor Adjunto do Centro de Educação, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá.

Imagem

Figura 1. Realidade das crianças atualmente
Figura 2. Self-made
Figura 3. Desenvolvimento e aprendizagem
Figura 4. Ritalina
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Referências

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Os resultados obtidos mostram que as crianças com Síndrome de Down tem percentis mais baixos no que se refere aos dados para altura e peso, porém não no que