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Palavras-Chave: Política Pública; Educação; Pessoa com Deficiência

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POLÍTICA PÚBLICA DE ACESSO À EDUCAÇÃO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA A PARTIR DO PLANO VIVER SEM LIMITE

Mírian Rosa Pereira1

Resumo [comunicação oral]

O estudo apresenta uma discussão sobre a política de acesso à educação destinada às pessoas com deficiência, com fundamentos na historicidade de luta e garantia de direitos. O objeto de estudo é o Plano Viver sem Limite, sancionado pelo Decreto 7.612/2011, com análise qualitativa através do cruzamento de dados da proposta inicial e os dados registrados no Observatório do Plano, especialmente referente ao nível nacional e o estado do Pará. Foi possível apresentar um panorama analítico dos resultados obtidos por meio de apontamento das metas alcançados e os indícios da permanência de violação dos direitos das pessoas com deficiência.

Palavras-Chave: Política Pública; Educação; Pessoa com Deficiência.

Abstract

The study presents a discussion about the policy of access to education for people with disabilities, based on the historicity of struggle and guarantee of rights. The object of study is the Living Without Limit Plan, sanctioned by Decree 7,612 / 2011, with a qualitative analysis through the data crossing of the initial proposal and the data registered in the Observatory of the Plan, especially referring to the national level and the state of Pará. It is possible to present an analytical overview of the results obtained by pointing out the goals achieved and the indications of the continued violation of the rights of persons with disabilities.

Keywords: Public Policy. Education. Disabled Person.

I. INTRODUÇÃO

O Brasil tem avançado em relação à legislação relativa aos direitos da pessoa com deficiência e a sociedade atual vem se tornando mais acessível à diversidade. Assim sendo, o Decreto 7.612, de 17 de novembro de 2011, lança o Plano Nacional dos Direitos da

1 Mestranda do Programa de Pós Graduação em Educação, da Universidade Federal do Pará.

Conselheira do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência no município de Marabá, estado do Pará. E-mail: mirian-pereira@hotmail.com

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Pessoa com Deficiência, sob o título Plano Viver sem Limite, pelo Governo Federal2 através da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Secretaria de Direitos Humanos, com o objetivo de implementar novas iniciativas e intensificar os benefícios voltados às pessoas com deficiência

O Plano Viver sem Limite iniciou no ano de 2012, sendo compreendido como primeiro documento a nível federal que envolve atuação intersetorial e transversal, sobretudo, conta com o envolvimento de 15 ministérios e com a perspectiva de adesão dos Estados, do Distrito Federal e os municípios, como também, incentiva à criação e reelaboração de políticas públicas articuladas nas áreas da Educação, atenção à Saúde, Inclusão Social e Acessibilidade à promoção dos direitos das pessoas com deficiência nas esferas estaduais e municipais.

O presente estudo abordará exclusivamente a área da educação que foi constituída no Plano Viver sem Limite. A discussão teórica aprofunda-se nos conceitos de base sobre a dignidade da pessoa humana refletida à educação das pessoas com deficiência nas nuances da legislação e das políticas públicas. O intuito é discutir sobre o cenário atual dos resultados alcançados pelo Plano e pelo estado do Pará, um dos estados que compõe a região norte, do território Brasileiro.

II. DISCUSSÃO DE BASE TEÓRICA

Os direitos humanos como ação política demanda a presença de todos os sujeitos na busca de direitos e cidadania, sobretudo, de forma ativa e organizada. Para tanto, é extremamente necessária o processo político, em que seja constituído de modo permanente e que extrapola o entendimento de concessão de direito.

O entendimento de direitos humanos baseia-se em paradigma de conhecimento sistêmico, cuja proteção é garantida pelo Estado, as instituições multilaterais e a luta pela promoção impulsionada por movimentos e organizações da sociedade civil.

Nessa perspectiva, os acontecimentos e lutas históricas trouxeram provocação para mudanças diante das demandas sociais historicamente excludentes e de violações de direitos. E, como resposta, os direitos humanos trazem os posicionamentos evolutivos nas diferentes culturas e comunidades do mundo, porém, mesmo definido de maneira globalizada, não segue uma linearidade de conquistas em âmbito nacional, e consecutivamente mundial.

A inclusão como movimento social iniciou na segunda metade da década de 80, do século XX, nos países desenvolvidos, amparados em diversos tratados. Dentre estes movimentos podemos destacar a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, ocorrida

2 Pela presidenta Dilma Rousseff.

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em 1990, em Jomtien, na Tailândia, com o propósito de discutir e reforçar o direito à educação, estabelecido há mais de quarenta anos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Como produto, foi elaborada a Declaração Mundial sobre Educação para Todos desdobrada em planos de ações para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem.

O grande impulso foi através da difusão das ideias expressas na Declaração de Salamanca, em 1994, que reafirmou o compromisso com a Educação para Todos e apresentou ações para os governos pensarem, discutirem e tomarem medidas para efetivar uma educação inclusiva, que promova a dignidade humana e o exercício dos direitos humanos. Já, a Declaração de Guatemala, em 1999, apontou que as pessoas com deficiência1 tenham os mesmos direitos e liberdades fundamentais que as demais pessoas.

No Brasil, o movimento para inclusão das pessoas com deficiência foi o resultado da repercussão das políticas internacionais sobre a educação que reafirmam o papel do Estado e amplia as responsabilidades das políticas públicas. Dentro dessa perspectiva, de educação como direito social, em 1996, foi promulgada da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394 que define a educação especial, conforme consta no capítulo V, em seu artigo 58.

E gradativamente foi consolidada a legislação brasileira voltada para os direitos das pessoas com deficiência. Como destaque nos marcos legal, em 2008, a Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi incorporada à legislação brasileira. Entre as determinações se destaca o acesso da pessoa com deficiência “ao ensino primário inclusivo, de qualidade e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem” (BRASIL, 2009) e a formação de professores para trabalhar com pessoas com deficiência.

Também, surge como um divisor de água para a compreensão da questão da deficiência, que começa a reconhecer a pessoa com deficiência a partir do modelo social, em que “assegurar a vida digna não se resume mais à oferta de bens e serviços médicos, mas exige também a eliminação de barreiras e a garantia de um ambiente social acessível aos corpos com impedimentos físicos, intelectuais ou sensoriais” (DINIZ et al, 2010, p. 111).

Há avanços na concepção da educação, em que democratiza o acesso à escolarização obrigatória e à promoção da igualdade. Entretanto, é necessário prover a equiparação de oportunidades a todos os cidadãos na sociedade, baseado nos princípios e nas políticas públicas, para priorizar tais fatores, assim, fomentar o princípio da inclusão, com propostas nos âmbitos estaduais e municipais voltadas para educação especial.

Vivemos um novo marco teórico e político na educação brasileira, que resultou na perspectiva da educação inclusiva, e definindo a educação especial como modalidade

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não substitutiva à escolarização, e tendo o atendimento educacional especializado como complementar ou suplementar à formação dos estudantes, e o detalhamento dos perfis de estudantes que fazem parte da educação especial.

Recentemente, em 2015, foi promulgada a Lei nº. 13.146, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, com o intuito de avançar e firmar o cumprimento de medidas para garantia de bem-estar e a promoção da dignidade humana das pessoas com deficiência.

Também, vale ressaltar que com o propósito de consolidar a política nacional de educação especial, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) junto com a Secretária de Educação Especial (SEESP) implementou o Plano de Desenvolvimento da Educação, Programa Escola Acessível, visando instituir financiamento do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) para a educação inclusiva, através dos Decreto nº 6.571/2008, incorporado pelo Decreto nº 7.611/2011. Também criou o Programa de Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais, como local um específico para atender às especificidades da Educação Especial.

Diante deste cenário, a educação inclusiva tornou-se cada vez mais como pauta nos debates educacionais brasileiros, impulsionando novas reflexões e reorientação para o apoio técnico e financeiro, com o intuito de promoção para garantia de condições voltadas para inclusão escolar.

A crítica que perpassa a essa discussão é que ainda prevalece o desequilíbrio mundial, nacional, regional e municipal em relação aos direitos humanos. Logo, como bússolas estão às desigualdades sociais. Contudo, no campo teórico-prático se encaminha para um modelo social, ainda tênue as garantias sobre a dignidade da pessoa humana.

Na atualidade, o desafio atual é pensar na perspectiva que os sujeitos deixem de serem expectadores e tomem atores sociais da sua própria história, e não esquecer que a deficiência é uma problemática social imposta por barreiras, não do sujeito. Para tanto, a educação escolar e inclusiva não deve ser apenas proposta de acesso aos estudantes com deficiência à escola, mas, de políticas públicas que possam garantir o desenvolvimento de práticas pedagógicas de ensino pautadas na qualidade, igualdade, autonomia, estímulo e explorar as potencialidades dos sujeitos, removendo os obstáculos para acontecer à aprendizagem.

A política pública de recursos voltados para educação especial define a dupla matrícula dos alunos com deficiência, conforme o artigo 9º, do Decreto nº 6.253/2007, em que assegura a contabilização da matrícula no AEE no âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, sem ocasionar prejuízo à matrícula no ensino comum. Mas, prevalece crítica ao Ministério da

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Educação em relação à transferência de recursos financeiros, destinados à educação especial e educação inclusiva.

2.2 Cenário que envolve as Pessoas com Deficiência

Os dados do último Censo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informa que em relação a variável da taxa de alfabetização, apontou 90,6% para a população brasileira, enquanto o segmento de pessoas com deficiência apresenta uma taxa de 81,7%. As oportunidades educacionais oferecidas aos estudantes estão com escolaridade baixa ou de qualidade insuficiente. As regiões Nordeste e Norte apresentaram as maiores diferenças nas taxas de alfabetização entre população total e das pessoas com deficiência, respectivamente, 11,7% e 8,8% pontos percentuais.

O Censo também indica que grande parte da população das pessoas com deficiência continua sem instrução e ensino fundamental completo, no total de 61,1%. É possível dizer que as pessoas com deficiência apresentam taxas de alfabetização e escolarização menores em relação à população total. Portanto, a equiparação de oportunidades para todos necessita ser garantida, pois ainda permanecem como necessidade as políticas públicas educacionais que assegurem as possibilidades de desenvolvimento pessoal e social.

Com relação aos dados da educação especial, o Censo Escolar, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), registra uma evolução nas matrículas, de 504.039 em 2003 para 930.683 em 2015, expressando um crescimento de 85%. Ao ingresso em classes comuns, verifica-se um crescimento de 425%, passando de 145.141 estudantes em 2003 para 760.983 em 2015. E os recursos públicos voltados para a educação especial estão relacionados com o contexto da educação básica e as articulações com as políticas sociais e econômicas do país.

2.3 Escopo dos Dados

O estudo traz uma análise documental do Plano Viver sem Limite, com coleta de dados e cruzamento de informações disponibilizadas no dia 30 de março de 2017, no Observatório do Plano, no endereço eletrônico3, com análise das metas iniciais à garantia do acesso à educação das pessoas com deficiência como uma forma de acompanhamento geral e de monitoramento das ações do estado do Pará.

O Decreto nº 7.612, no art. 3º, estabeleceu as seguintes diretrizes do Plano Viver sem Limite para educação:

I - garantia de um sistema educacional inclusivo;

3 http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-com-deficiencia/observatorio

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II - garantia de que os equipamentos públicos de educação sejam acessíveis para as pessoas com deficiência, inclusive por meio de transporte adequado;

III - ampliação da participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mediante sua capacitação e qualificação profissional (BRASIL, 2011, p. 1).

A execução do Plano Viver sem Limite ocorre através das responsabilidades firmadas em “convênios, acordos de cooperação, ajustes ou instrumentos congêneres, com órgãos e entidades da administração pública federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com consórcios públicos ou com entidades privadas” (BRASIL, 2011, p. 1).

A fragilidade para concretização desta política pública está na maneira que determina aceitação, uma vez que fica a critério dos entes federados a adesão e de maneira voluntária. No estado do Pará, do total de 144 municípios, somente 04 fizeram adesão ao Plano, que são: Baião, Castanhal, Mãe do Rio e Santa Isabel do Pará.

A manutenção financeira do Plano é garantida pelos recursos orçamentários da união, entes federados ou entidades públicas e privadas.

Os recursos da união previstos para as ações do Plano Viver sem Limite são:

Recursos Federais nos Anos de 2011-2014

Área Valor

Educação R$ 1.840.865.303 Saúde R$ 1.496.646.714 Social R$ 72.240.000 Acessibilidade R$ 4.1988.500.000

Total: R$ 7.608.253.018 Fonte: Site SDH/PR

Inicialmente a pretensão do Pano era implantar 15.000 Salas de Recursos Multifuncionais com equipamentos, mobiliários e materiais pedagógicos, e destinadas para o Atendimento Educacional Especializado, mas, alcançou o total de 17. 500. Menciona que o critério de seleção das escolas para o recebimento das salas foi estabelecido pelo Ministério da Educação, mediante o quantitativo de estudantes com deficiência matriculados e registrados no Censo Escolar, seja oriundos do espaço urbano ou do campo. No estado do Pará foram implantadas o total de 1.468 Salas de Recursos Multifuncionais.

A aquisição dos equipamentos e demais itens que compõem as Salas de Recursos Multifuncionais ocorreram através de licitações pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Já, a manutenção e a garantia do funcionamento das salas na escola estão sob a responsabilidade do município através da Secretaria de Educação.

Neste sentido, o Plano se isenta da continuidade da implementação da política e invoca o ente federal arcar com da responsabilidade das despesas pela a permanência da

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educação inclusiva. E a sociedade para assumir a compromisso de controle social através dos conselhos de luta de direitos. No estado do Pará, do total de 144 municípios, houve a criação somente de sete Conselhos Municipais de Luta dos Direitos das Pessoas com Deficiência, em Augusto Correa, Barcarena, Bragança, Canãa dos Carajás, Castanhal, Marabá e Paragominas.

O observatório do Plano registra a orientação que caso haja Sala de Recursos Multifuncionais que não esteja atendendo o estudante com deficiência com o atendimento educacional especializado deve-se recorrer a Secretaria de Educação do estado ou município, bem como, os conselhos de educação ou de direitos das pessoas com deficiência.

Já, em relação aos kits de atualização de Salas de Recursos Multifuncionais, a meta inicial era de 30 mil. Entretanto, somente, 15 mil escolas receberam o kit desde o ano de 2011 até o ano de 2014. Os kits são compostos por: scanners com voz, equipamento que permite prioritariamente ao deficiente visual a digitalização e escuta de conteúdos dos materiais impressos de maneira convencional; acionadores, que são utilizados por estudantes com redução de mobilidade física; bolas com guizos e outros materiais pedagógicos acessíveis. É possível perceber até o momento a meta não foi alcançada plenamente.

Em relação aos recursos que trata da acessibilidade arquitetônica, o total era de 42 mil escolas públicas, com o objetivo de torná-las acessíveis. Contudo, foram atendidas 40.316 escolas nos anos de 2011 a 2014. No estado do Pará, há o total de 1.798 escolas nesta perspectiva acessível.

A destinação da verba financeira ocorre através do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) - Escola Acessível, pelo FNDE. A unidade escola poderá adquirir equipamentos de tecnologia assistiva, cadeiras de rodas e promover acessibilidade arquitetônica no prédio, com: construção de rampas, reforma de sanitários, alargamento de vias de acesso e portas, a instalação de corrimãos e de sinalização visual, tátil e sonora, etc.

Em relação à compra de 2.609 ônibus para o Transporte Escolar Acessível, somente foram adquiridos 2.304 veículos e entregues a 1.437 municípios dor território brasileiro, no estado do Pará, foram 132 ônibus. Esta meta continua como uma demanda emergencial para o translado escolar, uma vez que ainda há um número expressivo de estudantes com deficiência com idade escolar obrigatória fora da escola, como também, a ausência de acessibilidade urbana na maioria dos municípios, que acaba provocando impedimento aos estudantes com deficiência frequentarem o ensino comum ou atendimento educacional.

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Diante dos dados, ainda permanece a negação de direitos de acesso à educação, e como alternativa de suavizar a situação, há o apontamento de outra possiblidade para adquiri os veículos através de recursos próprios ou financiamento com a adesão Programa Caminho da Escola – Transporte Escolar Acessível, dos estados e municípios junto ao Ministério da Educação.

Na meta que traça a prioridade no preenchimento de vagas para pessoas com deficiência nos cursos oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), houveram 21.520 matrículas até 29 de fevereiro de 2016, em programa de capacitação Técnica de formação profissional, com cursos a nível médio de maneira presencial, oferecidos pelos Institutos e Centros de Educação Profissional e Tecnológica das redes públicas estaduais, distrital e municipais. No estado do Pará 80 instituições os cursos com o total de 637 matrículas.

Em relação ao apoio às universidades federais em seus projetos de acessibilidade, foi implanto o Programa de Acessibilidade na Educação Superior - Incluir, com a criação e reestruturação de Núcleos de Acessibilidade exclusivamente nas universidades públicas federais, o objetivo é possibilitar o acesso e permanência dos estudantes, professores e servidores com deficiência aos espaços físicos, ensino, pesquisa e extensão. Nesta meta, 59 universidades federais, receberam em seus orçamentos os recursos financeiros destinados pelo Ministério da Educação. Entretanto, há determina técnicas para aplicação da verba. E somente 02 Instituições de Ensino Superior no Pará receberam o recurso, dos municípios de Belém e Santarém.

Para a educação bilíngue, foi constituído um pacote que contempla a contratação de 606 tradutores e intérpretes de Libras para as instituições federais de ensino, a criação de 27 cursos de Letras/Libras e de 12 cursos de Pedagogia na perspectiva bilíngue. Desse compromisso firmado, houve a manifestação da criação de 26 cursos de Letras/Libras.

Já, na meta de ampliação, por meio de busca ativa, do número de crianças e adolescentes beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC) matriculadas na escola. Há os dados do Censo Escolar de 2013, do número de 497.827 beneficiários do BPC com deficiência até 18 anos, o total de 319.146 (64,11%) está matriculado na escola. E no estado do Pará, 14.878 estudantes com deficiência.

III. CONCLUSÃO

As questões referentes o acesso à educação das pessoas com deficiência estão a cada dia gerando amplas discussões e questionamentos. Contudo, para a efetivação de direito e consolidação de política educacional inclusiva voltada aos estudantes com

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deficiência há outros fatores sociais, culturais, atenção à saúde e outros, que estão correlacionados. Nesta tentativa de compreender o âmbito educacional diante da realidade proposta e efetivado através do Plano é possível dizer que ainda prevalece à necessidade de implementação de política pública intersetorial. Logo, o Plano é uma ação inicial diante do amplo cenário de violação de direitos e ausência de compromisso por parte do Estado.

O Plano traz o demonstrativo que nos últimos anos o Governo Federal vem reforçando e ampliando políticas educacionais na busca de contribuir com a melhoria da educação, rumo à consolidação da educação inclusiva e fortalecimento da gestão das escolas públicas. Entretanto, diante das barreiras educacionais que os estudantes com deficiência enfrentam nas escolas e a visualização dos dados do Plano, ainda permanece nas esferas estaduais e municipais ausência de políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência, assim, resultado em distanciamento dos sujeitos e reclusa dos espaços sociais.

Desta maneira, investigar os aspectos que envolvem a política pública voltada para o acesso à educação é um trajeto inacabado.

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