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PANDEMIA COVID-19

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Academic year: 2023

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Constituem a fonte principal, embora não exclusiva, dos conteúdos das várias edições do Portugal Social em Muda. Em 2021, teria sido difícil publicar o quarto volume do Portugal Social em Muda sem o dedicar ao tema da pandemia de COVID-19 e do seu impacto social.

1 PORTUGAL SOCIAL EM MUDANÇA

IMPACTOS SOCIAIS DA PANDEMIA COVID-19

A SITUAÇÃO DOS CASAIS

EM IDADE ATIVA NO PRIMEIRO

ESTADO DE EMERGÊNCIA: FATORES E IMPACTOS DIFERENCIADORES

Inquérito ICS/ISCTE COVID-19 (1ª vaga): caracterização da população em idade ativa e a viver em união de casal durante o primeiro estado de emergência. O ISCTE COVID-19 já refletia o impacto das medidas de emergência no mercado de trabalho.

Figura 1.1 Indivíduos em idade ativa e a viver em casal,  segundo o sexo, o escalão etário e o nível de escolaridade  (%), março de 2020
Figura 1.1 Indivíduos em idade ativa e a viver em casal, segundo o sexo, o escalão etário e o nível de escolaridade (%), março de 2020

EDUCAÇÃO E PANDEMIA

PORTUGAL SOCIAL EM MUDANÇA

Um a um, os países europeus vão impondo o encerramento das instituições de ensino, primeiro parcialmente - em determinados níveis de ensino - e depois totalmente. Os estudantes internacionais em mobilidade de créditos numa instituição de ensino superior portuguesa já registam um revés no ano da eclosão da pandemia, e os últimos dados da, embora apenas referentes ao 1.º semestre, confirmam esse revés. Em março de 2020, o governo decreta o fechamento de todas as instituições de ensino a partir de 16

Embora a transição para a educação online tenha sido globalmente bem-sucedida (OCDE 2020), a emergência sanitária levou a que a maior parte dos conteúdos fosse ministrada em aulas síncronas, o que não é o método privilegiado na modalidade de ensino à distância. No entanto, o maior problema parece residir na organização do tempo para atender adequadamente às exigências desse tipo de ensino. Uma proporção maior de inquiridos, face aos anteriores, declara ter apenas as «condições mínimas» (26,8%) ou «não ter as condições mínimas» (2,7%) em termos de gestão do tempo para realizar a atividade de ensino à distância (figura 2.8 ).

A passagem repentina do regime presencial para o ensino à distância de emergência, mesmo com aulas presenciais, de acordo com as normas de saúde pública, exigiu de todos (professores, alunos e famílias) um enorme esforço de adaptação. , mas não deixaram de ter efeitos perturbadores no processo de ensino-ensino. A maioria dos alunos dos vários níveis de ensino indicou que aprendeu menos nas aulas a distância, o que não poderia ser alheio ao cansaço provocado pelo aumento do tempo de ecrã nas aulas síncronas e à falta de interação e socialização com os pares. Os professores também acusaram lacunas de formação nesta área, pois tiveram que adaptar metodologias e materiais de ensino para os digitais.

Figura 2.1 – Indivíduos que acederam à internet, em média, pelo menos uma vez por semana, em % do total de indivíduos
Figura 2.1 – Indivíduos que acederam à internet, em média, pelo menos uma vez por semana, em % do total de indivíduos

ENVELHECIMENTO E COVID-19

IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS

A segunda tendência enfatiza o gênero, já que as mulheres são mais infectadas pela Covid-19 e os homens estão mais representados nas mortes. Fonte: Cálculos dos autores com base nos microdados Covid-19 (DGS) e estimativas da população residente (INE). Esses resultados também mostram que as mortes diretamente atribuíveis à infecção por Covid-19 afetaram desproporcionalmente os idosos.

Fonte: Cálculos dos autores com base nos microdados Covid-19 (DGS) e estimativas da população residente (INE). A Figura 3.11 refere-se aos óbitos por Covid-19 na população com 65 anos ou mais em função da população do município utilizando as mesmas fontes e procedimentos estatísticos do mapa anterior. Fonte: Cálculos dos autores com base nos microdados Covid-19 (DGS) e estimativas da população residente (INE).

Este capítulo procurou fazer uma primeira abordagem às implicações da pandemia no processo de envelhecimento da população portuguesa, tendo em conta as duas principais manifestações: o número de casos confirmados e de óbitos. Apesar de o número de infeções ser muito superior ao número de mortes, são as mortes provocadas pela Covid-19 que têm maior impacto no processo de envelhecimento da população. Embora as consequências das mortes por Covid-19 sejam mais fáceis de identificar, pois afetam diretamente a população e a estrutura territorial do país, isso não significa que as infecções também não tenham implicações, embora a existência de informação neste caso seja menor. está claro. - dente.

Figura 3.1 Casos confirmados e óbitos acima e abaixo dos  65 anos, Portugal, semanas 11 de 2020 a 25 de 2021 (%)
Figura 3.1 Casos confirmados e óbitos acima e abaixo dos 65 anos, Portugal, semanas 11 de 2020 a 25 de 2021 (%)

MOBILIDADE LIMITADA E CONSUMOS DE ENERGIA

Ao mesmo tempo, a limitação populacional e o consequente aumento da necessidade de consumo de energia no setor residencial tornaram ainda mais evidentes as situações de pobreza energética (Horta e Schmidt 2021). Com esta normalização, como se vê na figura 4.5, assiste-se a um regresso, também progressivo, a um padrão mais regular de consumo de eletricidade. Por esta razão, existe uma forte coincidência temporal entre as mudanças no consumo de combustível e as mudanças no consumo de eletricidade.

Os consumos de gasolina e gasóleo no transporte rodoviário voltaram a níveis próximos dos níveis pré-pandemia no final da primeira entrega, ao contrário do que aconteceu com o consumo na aviação. Esta quebra significativa do consumo de combustíveis derivados do petróleo deveu-se, sobretudo, à grande redução verificada nos transportes rodoviários (gasóleo rodoviário e gasolina) e na aviação. O consumo de gasóleo rodoviário está simultaneamente associado ao transporte individual e coletivo de passageiros e ao transporte de mercadorias.

O consumo de combustível de aviação (figura 4.10) foi o que apresentou as maiores quedas percentuais logo na primeira parada, sendo também o que menos recuperou. A diminuição do consumo de combustível no transporte marítimo (figura 4.11) reflete o mesmo tipo de restrições, tanto nas atividades recreativas (incluindo cruzeiros internacionais) como no tráfego de mercadorias. Por exemplo, a diminuição do consumo de produtos petrolíferos levou, sem dúvida, a uma menor necessidade de transporte, geralmente por via marítima.

Figura 4.1 Evolução do PIB, procura de energia   primária e emissões de CO 2  na União Europeia
Figura 4.1 Evolução do PIB, procura de energia primária e emissões de CO 2 na União Europeia

IMPACTO DA COVID-19 NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Este capítulo explora o impacto da pandemia na estrutura do governo português em comparação com a Espanha e a Itália, observando mudanças em aspectos-chave do processo de tomada de decisão. Na gestão das situações mais frequentes, de crises financeiras, a literatura acadêmica tem formulado o que podemos chamar de argumento dos nós críticos. Segundo esse argumento, diante de situações de colapso financeiro que alteram drasticamente a ordem social e produzem demandas urgentes de difícil atendimento e que exigem medidas sofisticadas e impopulares, os políticos procuram consultar especialistas.

Esses especialistas possuem o conhecimento técnico necessário e estão livres da pressão imediata de calendários eleitorais e disputas partidárias. A natureza da atual crise de origem externa e com impactos desconhecidos antecipa a desejabilidade de um comportamento cooperativo, de baixa intensidade ideológica e baseado no conhecimento técnico. Este capítulo analisa em que medida esta tendência se verificou em Portugal face a dois outros países do sul da Europa (Espanha e Itália), e analisa as variações registadas em aspetos chave da estrutura e do processo de decisão entre o início de 2020 e julho de 2021.

PORTUGAL EM PERSPETIVA COMPARADA

Durante a pandemia, quase não houve mudança de atores-chave, até que o Ministro da Saúde renunciou em janeiro de 2021 para se candidatar a chefe de governo da Catalunha (figura 5.2). Ressalte-se que o ministro da Saúde do governo Conte, general1 Roberto Speranza, foi confirmado no governo seguinte (figura 5.3). No entanto, no campo da saúde tem havido um equilíbrio entre os perfis amador, especialista e tecnocrata.

Considerando apenas a pasta da Saúde, a situação muda, onde os ministros generalistas são claramente maioria: mesmo no governo tecnocrático formado em 2021, confirmou-se o ministro da Saúde generalista que administrou o início da pandemia no governo anterior (figura 5.6) . Olhando para os atores que têm tido um papel mais visível na gestão da pandemia, identificamos de imediato o nível político, constituído pela Ministra da Saúde (Marta Temido) e dois Secretários de Estado. Este sistema multinível de decisão da política de saúde é liderado pelo Conselho Interterritorial do SNS, órgão que congrega os ministérios da saúde nacionais e regionais.

Embora os governos espanhóis tendam a ter níveis moderados de especialização em suas pastas, os ministros da saúde nacionais (e também regionais) tendem a ser especialistas partidários ou especialistas em questões de saúde. Mas não foi o caso do ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, e de sua sucessora, Carolina Darias, que foi nomeado até janeiro de 2021. Ao nível da relação com os pareceres científicos, foi criado no início de 2020 o Conselho Nacional de Saúde para a saúde pública, bem como a task force COVID-19 que, sob a coordenação da Direção-Geral da Saúde e composta por técnicos de saúde de várias especialidades , tinha a missão de centralizar informações epidemiológicas e evidências científicas e emitir diretrizes e recomendações.

Figura 5.1 Mudanças de Governantes em Portugal
Figura 5.1 Mudanças de Governantes em Portugal

COMENTÁRIO FINAL

Do ponto de vista das famílias, os casais com filhos menores são os mais penalizados, muitas vezes de duas formas: a dificuldade de gestão do tempo e a situação familiar num contexto que obriga a conciliar as exigências do trabalho remoto com as implicações do ensino à distância . trabalho e a incidência da diminuição dos rendimentos em resultado da interrupção de situações de inserção incerta no mercado de trabalho, que afeta sobretudo os escalões etários mais jovens (18-24 e 25-34 anos) e menos qualificados. Os idosos também foram afetados de forma desproporcional em termos de mortalidade e morbidade relacionadas à pandemia, situações de isolamento social devido ao confinamento e declínio geral das condições de saúde e qualidade de vida. Da mesma forma, as desigualdades sociais foram reforçadas pelas condições habitacionais existentes, com destaque para as situações de pobreza energética.

Reconhecer, medir e definir estes impactos socialmente assimétricos – que, aliás, se reforçam mutuamente – é essencial para confirmar que a pandemia não atinge todos de forma igualitária, o que exige a identificação de prioridades e medidas diferenciadas consoante os grupos e situações de maior risco . Os custos sociais e os novos determinantes de tendências anteriores, acelerados pelo contexto da pandemia, ganham assim visibilidade e relevância, implicando, tal como nas situações de agravamento das desigualdades anteriormente identificadas, a necessidade de novas interpretações e de novas políticas públicas. Olhando para os resultados do IPC, a demarcação dos dois blocos é clara: de um lado estão Espanha, Grécia e Portugal, onde as perceções dos cidadãos são mais negativas, e do outro lado, Bélgica, Alemanha e Irlanda, onde as perceções dos cidadãos são menos negativos.

De acordo com os dados do Barómetro Global da Corrupção (GCB) 2013, 78% dos inquiridos em Portugal consideram que o nível de corrupção aumentou desde 2011, e 76% consideram que as ações do executivo no combate à corrupção são ineficazes. Em todos os países, sem exceção, o maior alvo é sem dúvida a classe política – os partidos políticos. 2013, como o mais afetado por este fenómeno – 73% dos inquiridos portugueses, 83% dos inquiridos espanhóis e 90% dos inquiridos gregos apontaram a classe política como a instituição mais corrupta nos seus países.

PORTUGAL SOCIAL EM MUDANÇA

Imagem

Figura 1.1 Indivíduos em idade ativa e a viver em casal,  segundo o sexo, o escalão etário e o nível de escolaridade  (%), março de 2020
Figura 1.3 Indivíduos em idade ativa e a viver em casal,  segundo o tipo de agregado doméstico e o escalão etário  (%), março de 2020
Figura 1.4 Indivíduos em idade ativa e a viver em casal,  segundo o tipo de agregado doméstico e a situação  profissional (%), março de 2020
Figura 1.6 Avaliação das condições para exercer o teletrabalho em termos de equipamentos, situação familiar e gestão do  tempo, segundo o tipo de agregado doméstico (%), março de 2020
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Referências

Documentos relacionados

Foi observado que durante o ano de 2020, primeiro ano de isolamento social em virtude da pandemia da Covid-19, alguns comportamentos não saudáveis estiveram em evidência