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O panteísmo em Alberto Caeiro e Antonio Machado : o sagrado na leitura poética

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Academic year: 2023

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Panteísmo em Alberto Caeiro e Antonio Machado: o sagrado na leitura poética / Izabelly Maria da Silva Mota. Esta pesquisa tem como objetivo fazer uma análise de como o sagrado é representado, mais especificamente, o panteísmo, na obra de Alberto Caeiro e Antonio Machado.

LITERATURA COMPARADA

Deixa de ser vista como continuidade, mera repetição, e assume uma forma de ruptura. Deve ser aliada ao estudo das transformações, além da análise das absorções e conexões como forma de superar o complexo de fontes e influências, [..] A literatura comparada traz como característica fundamental, desde o início, a ideia da transversalidade, quer se trate das fronteiras entre nações e línguas, quer se trate das fronteiras entre áreas do conhecimento.

MISTICISMO E PANTEÍSMO

Dessa forma, não há necessidade de mediador, pois o sagrado inclui o todo, o ser humano é o protagonista desse dogma. Dessa forma, é possível estabelecer um diálogo entre a doutrina panteísta e a visão de Caeiro e Machado, pois ambos realizam uma aproximação entre a percepção do sagrado relacionada aos elementos da natureza.

MODERNIDADE LUSITANA

Epifânio (2016) defende que Teixeira de Pascoaes surge como o principal representante deste ideal que anseia pelo renascimento da pátria, pelo que o Renascimento português se manifesta como uma forma de tornar esse objetivo possível. A presença do panteísmo no Renascimento português e na concepção de Teixeira de Pascoaes influencia a produção de Pessoa, como atesta seu heterônimo Alberto Caeiro, que “[..] relaciona o divino a elementos que podem ser.

MODERNIDADE HISPÂNICA

Assim, a literatura desenvolvida no final do século XIX e início do século XX coloca questões que vão além dos problemas políticos da nação. Dessa forma, pode-se estabelecer uma relação entre os símbolos do misticismo e do lirismo de Juan Ramón Jiménez, conforme aparecem em sua poética, caracterizando-se como um tema que inclui a produção de escritores desse período.

LÍRICA MODERNA

O autor demonstra a compreensão da lírica relacionada ao fator espiritual35, visto que essa perspectiva que o poeta aceita constitui um tema extremamente relevante em sua produção. A espiritualidade é um tema recorrente para os poetas no contexto moderno, Rimbaud demonstra em sua lírica a ansiedade causada por esse tema.

HETERONÍMIA E PSEUDÔNIMO

O poeta espanhol Antonio Machado afirmou o ideal de "fazer-se diferente" sob pseudônimos, sendo os mais famosos Abel Martín e Juan de Mairena. 51 “[..] por colocar na boca dos «poetas apócrifos» – essencialmente Juan de Mairena e Abel Martín – a quase totalidade dos seus desenvolvimentos filosóficos e reflexivos. Assim como Pessoa, Machado cria pseudônimos representando mestre e discípulo relacionados à filosofia: "O discípulo de Abel Martín, Juan de Mairena, imagina o caminho para conquistar o mestre [..]" (ABELLÁN, 1979, p. 80, tradução nossa). é uma tentativa de conquistar o mestre, a partir do discípulo.

Nesse sentido, Abellán (1979) comenta que Juan de Mairena escreveu uma biografia sobre seu mestre, chamada Vida de Abel Martín, possibilitando compreender outra semelhança entre os poetas, a criação de mestres e discípulos relacionados à filosofia. 53 "O discípulo de Abel Martín, Juan de Mairena, antevê o caminho da superação do maestro. A imagem espelhada a que Machado se refere aqui é justamente a função desempenhada em sua obra por Abel Martín e Juan de Mairena; se o primeiro é o superego de Machado, o segundo pode ser um alter ego, embora os papéis possam ser trocados entre si ou com os outros apócrifos que ele deixou em grande parte sem desenvolver [...] (ABELLÁN, 1979, p. 83, tradução nossa). ) .54.

A MULTIPLICIDADE DOS “EUS” EM FERNANDO PESSOA

William Blake e Fernando Pessoa ousaram, para além do mero conhecimento do ser e do mundo, afirmar o poder produtivo da imaginação e mostrar na linguagem outras formas de sentir e pensar que promovem uma abertura para uma outra inteligibilidade da existência de si, dos outros e do mundo. Fernando Pessoa é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, além de ser um dos grandes representantes do movimento Modernista em Portugal, conhecido por sua genialidade e grande produção heteronímica que inclui diversas criações de seu outro “eu”. Fernando Pessoa é [...] um poeta moderno e múltiplo, seja pelos seus poemas, seja pela criação das suas personas - os heterónimos - cujos diferentes estilos individualizam e caracterizam a forma como cada um deles compreende o mundo, as fronteiras da expressão ultrapassam quando é construído o seu diferente.

E tanto que depois de escrever esses trinta poemas, imediatamente peguei outro pedaço de papel e escrevi em sequência os seis poemas que compõem Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa. Fernando Pessoa é um dos casos mais complexos e estranhos, se não o único, da literatura portuguesa, tão inquietante que só o futuro, quando estiver de posse de toda a sua produção, virá a compreendê-lo e julgá-lo, como merece. . Dessa forma, o panteísmo surge como tema de extrema relevância em sua obra e no momento histórico.

O SAGRADO EM FERNANDO PESSOA

A esse respeito, Silva (2009) comenta que tal afirmação leva a crer que Pessoa faz parte de uma ordem oculta, o que explicaria o voto de silêncio. Assim afirma que: “O livro de preceitos de ouro que Fernando Pessoa [..] veio traduzir para a nossa língua foi escrito num só fôlego por esta extraordinária mulher russa, dois anos antes da sua morte. Nela, o autor comenta que: “[..] se sua Alma canta em sua pupa de carne e matéria; se sua Alma chora dentro de seu castelo de ilusão; se sua Alma luta para romper o cordão de prata que a liga ao MESTRE , saiba, ó Discípulo, que sua Alma é da terra." (BLAVATSKY, 2016, p. 6).

Para além deste influxo espírita, Silva (2009, p. 214) diz que: “Em 1935, em artigo publicado no Diário de Lisboa [..] Fernando Pessoa [..] comenta extensamente um projeto de lei apresentado pelo Deputado proposto é José Cabral.” . Do ponto de vista do heterónimo Ricardo Reis, Pessoa demonstra que: "Apesar da invocação e exaltação de Epicuro como modelo e patrono espiritual da sua busca do fim supremo da ataraxia, Reis não - como outras personas pessoenses - não se limita para. aos seus ensinamentos". (SILVA, 2009, p. 217). Relativamente à letra do poeta lusitano, é de extrema importância compreender que “Na constatação da ausência de Deus e no vício do pensamento residem as raízes mais profundas da inquietação de Pessoa, materializadas em Campos no sentimento que tantas vezes reafirmou da sua irrealização. .” (SILVA, 2009, p. 219).

MÍSTICA EM FERNANDO PESSOA

Indica, assim, uma visão multifacetada dentro de um mesmo heterônimo, ora questionando a tradição cristã, ora entendida como forma de contato com o sagrado. Assim, a figura do rei assume o papel de despertar o renascimento de Portugal na forma de um grande império. Sebastião como figura representativa do esforço individual necessário à realização de um processo de renovação espiritual que deve ocorrer em toda a sociedade, individualmente.

Desta forma, a língua portuguesa demonstra a capacidade de se afirmar sob a forma de um território espiritual em que todos se identificam, funcionando como um fator comum de identidade pátria, "[..] uma forma de confirmação da nacionalidade [...] vontade àquele sentido espiritual que Pessoa conectou à missão que conduziu ao Quinto Império” (JÚDICE, 1996, p. 329). Demonstrando a genialidade de Pessoa na construção do projeto estético de um poeta que idealiza o sagrado, ligado à natureza. Desta vez, ele usa a imagem de uma parede para o poema, que mostra o ideal de construção.

A DIVERSIDADE DE PERSPECTIVAS EM ANTONIO MACHADO

Assim, é possível relacionar a perspectiva do divino que Bergson tem com a doutrina panteísta, visão religiosa que o poeta Antonio Machado69 apresenta em sua lírica, "Como consequência imediata desse [...] substancialismo panteísta, Machado revela em segunda parte do apêndice sua teologia temporalista e a ideia do Deus existente [..]" (GABOR, 1963, p. 341, tradução nossa)70. 69 Esse aspecto da produção de Machado será explorado no próximo sub- capítulos, além de possibilitar uma aproximação com a obra de Caeiro, que se caracteriza pelo contato com o sagrado. Além disso, as posições de Machado não podem ser compreendidas porque possuem um caráter definitivo que permite entendê-las como uma busca, que acaba por ser um aspecto muito relevante de sua poesia, principalmente após o autoconhecimento.

Jaeckel (2010) comenta que a lírica de Machado é marcada pela tarde, pois 36 poemas dos 96 presentes em sua obra Soledades. Espaços como jardins floridos, pátios e hortas têm um significado especial em sua produção, pois remetem ao período feliz da infância do poeta em Sevilha. Fora desses temas, o amor retratado nas letras de Machado pode ser entendido de forma idealizada, mas não como vivido ou recíproco.

O SAGRADO EM ANTONIO MACHADO

AM exibe uma curiosidade mórbida permanente sobre a metafísica do ser/não-ser.” (OUBALI, 2014, p. 3, tradução nossa).86. A morte constitui um eixo central na compreensão de Machado sobre o sagrado, pois "a morte definitivamente o chocou e o fez duvidar de sua fé e de sua própria existência". (OUBALI, 2014, p. 18, tradução nossa)90. 89“O tema da morte é a consequência lógica das especulações de AM# sobre o tempo inspiradas na leitura de [..] Schopenhauer e Nietzsche.

O tempo é o responsável por nos conduzir direta e infalivelmente ao Tánatos, o grande cemitério da humanidade. Assim, Machado, por meio de sua lírica, apresenta uma visão múltipla sobre o santo, pois “[..] da filosofia pagã [...] se Machado não é abertamente anticristão é porque tem uma atitude de tolerância para com as outras religiões.” (OUBALI, 2014, p. 14, tradução nossa) 97. 97 “[..] a visão de uma transmissão que em nada equivale à ideia do céu cristão, mas também da filosofia pagã.

O MÍSTICO EM ANTONIO MACHADO

O PANTEÍSMO EM ANTONIO MACHADO

Cobos (1971) diz que o panteísmo não só influencia as letras de Machado, como também aparece em sua produção por meio de seus pseudônimos. Dessa forma, os apócrifos demonstram um caráter utópico, pois aparecem como uma possibilidade de reconstrução da realidade. Além disso, em suas letras há uma aproximação com a natureza, no sentido de que ela é associada a Deus.

Dessa forma, é possível entender Machado não apenas como um niilista, mas como alguém que é influenciado por esse movimento em sua produção. Em alguns momentos de sua produção, Machado revela seu olhar sobre a morte, como no poema IV En el entierro de un amigo, presente em sua obra Soledades. Dessa forma, a reflexão que o poeta faz apresenta a formação de um mistério porque a fonte aparece como.

Dessa forma, o poema de Machado reforça seu caráter de lírica voltada para o fim, a morte. Assim, o ponto de vista apresentado por Mairena é que: "El mundo es sólo un aspect de la divinidad; de forma alguma uma criação divina.

O ONÍRICO E O SINESTÉSICO

Terra Roxa in druge dežele: revija za literarne vede, v. https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/terraroxa/article/view/33102/pdf_1. Revista de Filosofia da Universidade da Costa Rica, v. https://inif.ucr.ac.cr/wp-content/uploads/2022/05/El-Dios-de-Antonio-Machado.pdf. Leilão de machos, Campinas, SP, v. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8635886.

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Disponível em: http://www.hu.usp.br/wp-content/uploads/sites SILVA- SANTOS_SP11-Anais-do-II-Segundo-Simp%C3%B3sio-Internacional-Pensar-e- Repensar-a - Am%C3%A9rica-Latin.pdf.

Referências

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O encanto dessa relação indissociável entre forma e conteúdo pode ser visto também no mesmo verso axial, “A cada braço uma força”, pois o que aí se diz é que o