TÍTULO:
Parâmetros estruturais da vegetação da ilha fluvial de Ilha Solteira AUTORES:
Sonia Yoko Sawakuchi (1), Otávio Italo Matos Uzumaki (1), Andreia Alves Rezende (2)
1UNESP-FEIS, Discente, Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado e-mail: uzumakiitalo@gmail.com, soniaysawakuchi@gmail.com
2UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia e Zootecnia, Herbário (HISA).
INTRODUÇÃO:
A ilha fluvial denominada Ilha Solteira que se encontra no Domínio Atlântico, localizada no Rio Paraná a 1 km a jusante da barragem da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (UHE), na divisa dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, sofreu grande pressão antrópica sobre os recursos naturais devido à formação dos reservatórios e das construções das usinas hidrelétricas do complexo Urubupunga.
Na década de 60, antes da construção da UHE de Ilha Solteira, com base em cartas topográficas e imagens aéreas, verificou- se que a ilha fluvial apresentava uma área total de 28,20 hectares e 64,60% da área era recoberta pela vegetação arbórea.
Nas análises das imagens de 1978, após da construção da UHE, foi verificado uma redução de 21,13% da área original e de uma drástica redução da vegetação com perda de 83% da vegetação arbórea (ANDRADE, 2013).
A redução da área total da ilha pode ser atribuída ao desprendimento dos sedimentos e não reposição dos mesmos pela ação da erosão, fato esse que consequentemente pode causar a perda da vegetação ainda existente e até mesmo o desaparecimento da ilha (WILSON-JR. et al., 2017).
OBJETIVOS:
Avaliar a estrutura da vegetação da ilha fluvial denominada Ilha Solteira, depois de 50 anos após o início das obras de construção da UHE de Ilha Solteira.
MATERIAL E MÉTODOS:
O estudo realizou-se na ilhota da parte norte da ilha fluvial, com área aproximada de 1,88 hectares e vegetação caracterizada como floresta estacional semidecidual. Para avaliar a situação da vegetação da ilha fluvial utilizou-se o método de ponto quadrante (MARTINS 1993; FELFILI et al. 2011). Com a distância entre os pontos de cada quadrante de 10 metros,utilizou-se 31 unidades amostrais, distribuídas sistematicamente na área, nas quais foram amostrados os indivíduos com DAP ≥ 3 cm.
Os parâmetros analisados foram de densidade absoluta (DA) e relativa (DR), de frequência absoluta (FA) e relativa (FR).
RESULTADOS:
Foram amostrados 121 indivíduos distribuídos em 17 espécies, 16 gêneros e 14 famílias, sendo que duas espécies são exóticas, Cordia myxa L. e Syzygium cumini (L.). As espécies que apresentaram maior densidade absoluta (DA) e relativa (DR) foram Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. com 36 indivíduos e Cecropia pachystachya (Trécul). com 29 indivíduos, do mesmo modo quanto considerou a frequência Absoluta (FAi) e relativa (FR), constatou-se a expressiva ocorrência das mesma espécies Celtis iguanaea (Jacq.), e Cecropia pachystachya (Trécul) presente em 16 unidades amostrais respectivamente.
DISCUSSÃO:
O fato de Celtis iguanae (Jacq.)Sarg. apresentar altos valores estruturais é devido a sua alta capacidade de regeneração natural, sendo uma espécie pioneira atuando nos processos iniciais de sucessão ecológica, assim como possuir uma significativa contribuição no banco de sementes (CAMPOS; SOUZA, 2003). Já a espécie Cecropia pachystachya (Trécul) é caracterizada por árvores pioneiras de rápido crescimento, seus indivíduos produzem frutos continuamente ao longo do ano constituindo um grande número de sementes que são dispersas por aves e morcegos (GANDOLFI, 2000), colaborando para a regeneração de áreas degradadas. Quantas espécies amostradas com apenas um único individuo somou-se um total de seis, entre elas Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) e Psidium guajava L.
REFERÊNCIAS:
ANDRADE, P.C.C. Evolução dos Processos Sedimentológicos e Morfológicos a Jusante de Barragens de Usinas Hidrelétricas. Dissertação de Mestrado. COPPE/UFRJ, RJ, Brasil. 2013.
FELFILI, J. M. et al. Fitossociologia no Brasil: Métodos e Estudos de Caso. Minas Gerais: Universidade Federal de Viçosa, 2011.
GANDOLFI, S. História natural de uma Floresta Estacional Semidecidual no município de Campinas. 2000.
551f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) – Universidade de Campinas, Campinas, 2000.
MARTINS, F. R. Estrutura de uma floresta mesófila. 2ª ed. Editora da UNICAMP, Campinas, SP. 1993.
WILSON-JR, G.; CELERI, A.; SOUZA, M. G.; SILVA, H. R.; DIAS, J. H.P. Variações morfológicas da Ilha Solteira, Rio Paraná. In: Congresso Internacional de Hidrossedimentologia, 2, Foz de Iguaçu, Paraná, 2017. CAMPOS, J. B.; SOUZA, M. C.
CAMPOS, J. B.; SOUZA, M. C. Potencial for natural forest regeneration from seed bank in an upper Parana river floodplain, Brazil. Brazilian Archives of Biology and Technology, Paraná, v. 46, n. 4, p. 625–639, 2003.