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PDF As Relações entre o Império do Brasil e a República do ... - UFOP

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Academic year: 2023

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Uma Historiografia controversa

Os primeiros escritos

Antonio de Sena Madureira também culpa Solano Lopes pela guerra em seu livro Guerra do Paraguaiiii. Um relato muito interessante desse conflito foi deixado pelo general prussiano Max von Versen em sua História da Guerra do Paraguai.

O revisionismo histórico do início do séc. XX

Este livro, publicado no final dos anos 1970, ensinou a gerações de estudantes que, ao destruir o Paraguai, a Inglaterra consolidaria sua posição hegemônica na América do Sul e acabaria com seu último estado independente e livre em relação ao capitalismo. Com seu livro Guerra do Paraguai: Verdades e Mentirasxiv, Acyr Vaz Guimarães conduz uma discussão irada sobre o livro de Chiavenatto.

A corrente neo-revisionista da década de 90

As palestras proferidas foram transformadas em artigos, que sob a organização de Maria Eduarde Marques deram origem a "Guerra do Paraguai-130 anos depois"xviii, uma excelente coletânea, pois traz as opiniões dos maiores especialistas no assunto, sobre diversos aspectos do conflito. Em relação ao Brasil, o Paraguai apresentava sérias diferenças territoriais e em relação à navegação da bacia do Prata, então único acesso direto à província de Mato Grosso.

Buscando as razões

Após o incidente em que Francia expulsou Câmara do Paraguai, não houve contato oficial entre os dois países até o início da década de 1840, quando Francia morreu. A aproximação entre os dois países estava de acordo com o objetivo do Brasil de isolar a província de Buenos Aires no Prata. Havia sérias diferenças entre os dois países em relação às fronteiras que separavam os dois países.

Além disso, havia uma disputa entre os dois países pela livre navegação do rio Paraguai, principalmente dentro do território paraguaio. Mas se o apoio boliviano não chegou ao Paraguai por meio de soldados, veio por meio do comércio entre os dois países. Assim, as negociações entre os dois países foram retomadas, culminando com a assinatura do Tratado Loizaga-Cotegipe em 9 de janeiro de 1872.

Após alguns dias de conversações, foi assinado um acordo restabelecendo a aliança entre os dois países. Essas divergências, somadas aos conflitos sobre a demarcação das fronteiras entre os dois países e as divergências sobre a livre navegação na bacia do Prata, serviram de estopim para o conflito armado.

A política externa imperial durante a Guerra da Tríplice Aliança

As relações entre o Império brasileiro e a República do Paraguai ao

As relações entre o Império do Brasil e a República do Paraguai foram praticamente inexistentes até a década de 1840, devido ao isolamento imposto pelo "Perpétuo Ditador" Francia. Durante os primeiros anos do governo de Carlos López, as relações entre Brasil e Paraguai foram relativamente boas. No entanto, em meados da década de 1850, o governo paraguaio começou a dificultar a navegação dos navios brasileiros no rio Paraguai.

O governo imperial reivindicava os territórios entre os rios Branco e Apa, com base no princípio do uti possidetis de facto, uma vez que seus cidadãos ocupavam o território; o governo paraguaio aceitou apenas o uti possidetis jures, que se baseava na posse legal da terra, com recurso ao Tratado de Santo Ildelfonso, de 1777. Diante dessa pressão, o governo paraguaio cedeu e em abril de 1856 ' assinou um tratado. que garantiu a livre navegação e adiou por mais seis anos a discussão sobre as fronteiras entre os dois paísesxxii. Moniz Bandeira apontou em seu livro "O Expansionismo Brasileiro"xxiii que as relações entre o Império do Brasil e a República do Paraguai já estavam bastante tensas 10 anos antes do início do conflito.

Após alguns anos de turbulência nas relações com o Brasil, enquanto Lópes tentava consolidar a posição do Paraguai como um estado forte e organizado em relação às demais nações da bacia do Prata, em 11 de novembro de 1864, o general paraguaio ordenou a prisão do vapor. Marquês Brasileiro de Olinda. No dia 12 do mesmo mês, Lópes declarou o rompimento das relações entre a República do Paraguai e o Império.

O Tratado da Tríplice Aliança

O artigo 9º do tratado fala sobre o compromisso dos países do Tríplice Pacto de respeitar a soberania, independência e integridade da República do Paraguai. Este artigo (9º) do tratado explica a preocupação do Império do Brasil com o possível interesse da Argentina na anexação do estado paraguaio, na reunificação das províncias do sub-reino do Prata, na formação de um estado comparável ao estado brasileiro em amplitude geográfica e política. relevância e economia. No Artigo 7 do tratado, os diplomatas enfatizaram que a guerra não era contra o povo do Paraguai, mas contra seu governo nesse sentido.

Ainda de acordo com o Tratado, no Artigo 6º, nenhum dos países aliados poderia depor armas, ou negociar paz, armistício ou trégua com o país Guarani antes da derrota total do governo de Lópes, nem separadamente dos demais países da Tríplice Aliança não. . O governo que substituiu Solano Lópes teria de indenizar os governos aliados pelos gastos incorridos com a guerra, bem como pelos danos e prejuízos causados ​​durante os conflitos a propriedades públicas e privadas, por tropas paraguaias em territórios de países vizinhos. No Brasil, a assinatura do Tratado repercutiu negativamente entre os membros do Partido Conservador.

Essa suspeita baseava-se na confirmação do artigo 9º do Tratado de Aliança, que garante a independência do Paraguai apenas por um período de cinco anos. Além disso, Almeida Rosa lembrou que a Tríplice Aliança foi formada em um "momento crítico" porque não podia contar com o apoio de outras nações, já que o Brasil estava rompendo com a Inglaterra devido aos acontecimentos da questão Christie e dos Estados Unidos. Os estados mantiveram uma atitude "inquieta" em relação ao império.

As relações entre o Império Brasileiro e as demais nações no contexto

Entre os países da América do Sul, alguns protestos foram registrados ao longo da guerra, principalmente devido à rejeição do governo imperial à proposta de mediação de paz feita por essas nações. Mas só em maio de 1864, após algumas desculpas do governo britânico por meio de nota enviada ao governo brasileiro, é que as relações internacionais entre os dois países foram finalmente restabelecidas.xxix. As relações entre os dois países se normalizaram com a derrubada de Prado e sua substituição pelo vice-presidente general Canseco, que ao assumir anulou todos os atos de seu antecessor, restabelecendo-se assim as relações entre o Império do Brasil. estabelecida e a República do Peru.xxxii.

O tratado entre os dois plenipotenciários tinha considerações de paz e amizade entre os dois países, mas sobretudo de fronteiras e navegação. Se a Argentina anexasse o Paraguai, a Argentina assumiria automaticamente a dívida de guerra do Paraguai com o Brasil. Além da assinatura em separado do tratado de paz com o Paraguai, havia outras pendências entre os dois países, como questões de fronteira e incompatibilidade política, com a volta do partido conservador brasileiro ao poder.

Além de deixar o Brasil, Gill buscou a reaproximação com a Argentina desde o momento em que o novo presidente argentino começou a admitir os erros de seus enviados encarregados de negociar a paz entre os dois países. O golpe fracassou e Pereira Leal foi substituído no cargo por Antônio de Araújo e Gondim, mas as relações entre os dois países, embora restabelecidas, não voltaram ao patamar anterior.

As relações entre o Império do Brasil e o Paraguai no pós-guerra

O estabelecimento do Governo Provisório

Com a ocupação de Assunção pelas tropas aliadas, o governo imperial enviou uma missão especial chefiada pelo chanceler José Maria da Silva Paranhos, cujo principal objetivo era estabelecer um governo provisório paraguaio com o qual a paz pudesse ser concluída. Eles formaram dois grupos políticos: os Bareiristas, liderados por Cándido Bareiro, primo de Solano Lópes e ex-representante do governo Lopista na Europa, que se uniu aos conservadores paraguaios; e os decouistas, liderados por Juan Francisco Decoud, candidato reformista com ideais liberais. Após a composição dessa comissão, Paranhos intensificou as discussões com o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Mariano Varela, e com o representante uruguaio, Adolfo Rodrígues, sobre o governo provisório.

Aquele que estabelece a criação do Governo Provisório Paraguaio, composto por três membros eleitos por cidadãos Guarani que se comprometem a atuar de acordo com as Forças Aliadas, mas preservando sua liberdade e soberania nacional. Assim que foi aprovada a criação do governo provisório do Paraguai, grupos políticos começaram a se organizar para a disputa. Após o estabelecimento de uma comissão de 21 cidadãos paraguaios, que passou a indicar uma "comissão eleitoral" de 5 membros, o governo provisório paraguaio foi finalmente eleito.

Além disso, reiterou a aceitação pelo governo provisório do Tratado de 1º de maio de 1865 como condição primordial para a paz, abriu a navegação dos rios Paraná e Paraguai a todos os países aliados e o apoio dos aliados para a reestruturação política do país Guarani. . Ao assinar o acordo em 20 de junho, o governo provisório se comprometeu a realizar eleições no prazo de três meses a partir da data de assinatura, ou seja, em 20 de setembro.

O Tratado Loizaga-Cotegipe

Isso mostra que o Brasil não tinha interesses expansionistas no Paraguai, já que as terras concedidas por meio desse tratado estiveram em desacordo com os dois países por muito tempo antes da guerra. Outra questão importante discutida na paz assinada por Cotegipe foi a dívida de guerra, determinada pelo Tratado da Tríplice Aliança, a ser devida pelos vencidos aos vencedores. Essa foi uma forma de manter algum "compromisso" do país guarani com o Império brasileiro, além de ser uma forma utilizada para se defender da intenção argentina de anexar o Paraguai.

A reação Argentina

No entanto, nenhum dos dois países estava em condições financeiras e militares para entrar em outro conflito armado de grande escala. Entre os meses de julho e agosto daquele ano, o Império, representado na pessoa de Domingo José Gonsalves de Magalhães, Barão do Araguaia, acompanhou as discussões entre os dois países sem exercer pressão "oficial" sobre nenhum deles. Este ato aproximou o Paraguai da Argentina, até que em 3 de fevereiro de 1876, ambos os países assinaram, em Buenos Aires, o Tratado de Paz, Fronteiras, Amizade e Comércio e Navegação.

O Império Brasileiro, pretendendo atingir esses objetivos, sempre apoiou a independência do Paraguai e de todos os demais países sul-americanos. A partir de então, as relações entre o Império e o Paraguai começaram a ficar tensas, principalmente com o agravamento da guerra civil no Uruguai. Os liberais que então ocupavam os cargos ministeriais mais importantes do império acreditavam que uma aliança entre Brasil e Argentina seria muito importante para acabar com a rivalidade existente entre os dois países desde os tempos coloniais.

Para demonstrar mais uma vez a força e a habilidade de seu corpo diplomático, em 1872, quebrando uma das principais cláusulas do Tratado de 1º de março de 1865, o Império assinou uma paz separada com a República do Paraguai. É claro que a influência brasileira no Paraguai diminuiu ao longo da década de 1870, devido à aproximação do Paraguai com a Argentina e por algumas causas internas, como disputas políticas entre conservadores e liberais. Além disso, com a retirada das últimas tropas brasileiras, que só deixaram Assunção em 1876, os dois países passaram a manter relações mais distantes.

A Guerra do Paraguai representou um marco na história do Brasil e de todo o Cone Sul das Américas, pois a partir daí ocorreu uma série de mudanças nas estruturas do país.

Referências

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