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PDF XXIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS PERCEPÇÃO ... - ABRHidro

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Academic year: 2023

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XXIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS

PERCEPÇÃO AMBIENTAL NO RIBEIRÃO PINGUIM, PARANÁ: ESTUDO DE CASO USANDO PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO RÁPIDA (PAR)

Mariana Borges Albuquerque1; Felipe Guilherme da Silva Bassaco 2; Renan Henrique Casarim de Albuquerque3; Ederaldo Luiz Beline4; Isabela Arantes Ferreira5; Alex Simões Bosso6; Angélica

Ardengue de Araújo7 & Cristhiane Michiko Passos Okawa8

RESUMO – A urbanização provoca diversos problemas no ambiente, o que gera impactos diretos nos fundos de vale em ambiente urbano. Este trabalho tem por objetivo descrever a percepção ambiental de quatro avaliadores, sobre os impactos ambientais encontrados no fundo de vale do ribeirão Pinguim, por meio de aplicação de um Protocolo de Avaliação Rápida (PAR). Foram vistoriados 5 pontos e, para cada um deles, foram computados os resultados do PAR para 12 parâmetros. Percebe-se que foram obtidos resultados diferentes para cada avaliador, embora, em geral, o ponto 1 tenha sido considerado o menos impactado e o ponto 4 tenha sido considerado o mais impactado. Conclui-se que PAR é uma ferramenta útil principalmente pela facilidade de aplicação e pela visão holística que proporciona sobre o ambiente estudado e que as diferenças na percepção ambiental dos avaliadores não comprometem o resultado do diagnóstico ambiental.

ABSTRACT – Urbanization causes many impacts on the environment, which generates direct implications on valley bottoms that are located inside the urban environment. This paper aims to describe the environmental perception of four evaluators concerning the environmental impact found on the Pinguim valley bottom through the application of a Rapid Assessment Protocol (RAP). Five points were assessed and, for each of them, were obtained the RAP results for 12 parameters. It’s noticed that different results were obtained for different evaluators although, in general, point 1 was considered the least impacted and point 4 was considered the most impacted. In conclusion, RAP is a useful tool especially because it’s easily applied and brings a holistic view on the analyzed environment, and the differences in environmental perception of evaluators do not compromise the environmental diagnosis results.

Palavras-Chave – Gestão de rios urbanos, gestão de recursos hídricos, impactos ambientais, fundos de vale urbanos.

____________________

1) Graduanda em Engenharia Civil, UEM. Av. Colombo, 5790, Maringá/PR. (044) 998429478. bgsalbuquerque@gmail.com 2) Graduando em Engenharia Civil, UEM. Av. Colombo, 5790, Maringá/PR. (044) 998515148. ra99688@uem.br

3) Mestrando em Ensino de Ciências Ambientais, UEM. Graduado em Engenharia Ambiental, UTFPR. Av. Colombo, 5790, Maringá/PR. (044 ) 999003035. engcasarim@gmail.com

4) Mestre em Geografia, UEM. Graduado em Engenharia Civil, UEM. Av. Colombo, 5790, Maringá/PR. (044) 991733367.

beline.engenharia@gmail.com

5) Graduanda em Engenharia Civil, UEM. Av. Colombo, 5790, Maringá/PR. (044) 999859889. isarantes10@gmail.com 6) Graduado em Engenharia Civil, UEM. Av. Colombo, 5790, Maringá/PR. (043) 996619758. alexbosso@gmail.com

7) Mestranda em Ciências da Engenharia Ambiental, USP/São Carlos. Graduada em Engenharia Ambiental, UTFPR. Av. Trabalhador São C arlense, 400, São Carlos/SP. (016) 981607646. angelica.ardengue@gmail.com

8) Professora Associada da Universidade Estadual de Maringá, UEM. Doutora em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, UEM. Mestre em Engenharia Hidráulica, UFPR. Graduada em Engenharia Civil, UEM. Av. Colombo, 5790, Maringá/PR. (044) 30115183. cmpokawa@uem.br.

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INTRODUÇÃO

Por muito tempo existiu uma estreita relação entre a localização das cidades e a existência de cursos d’água e, com isso, a ocupação do homem ocorreu primeiramente em áreas de fundo de vale, que eram vistas como locais importantes. Porém, com o aumento de ações antropogênicas tais como ocupação das margens, descarga de águas pluviais e de esgotamento sanitário, entre outras, surgem impactos ambientais nos fundos de vale urbanos, conforme Corrêa et al. (2018).

Segundo Cristiano et al. (2011), tendo em vista que fundo de vale é o ponto mais baixo de um relevo acidentado, por onde escoam as águas das chuvas, formando uma calha que recebe a água do seu entorno, como se fosse um dreno natural, a impermeabilização do solo do entorno é um problema para a sub-bacia, visto que, além de provocar a erosão e o assoreamento do solo, o escoamento superficial das águas pluviais transporta poluentes encontrados na superfície, inclusive resíduos sólidos, de acordo com Tucci (1997).

Embora as áreas de fundo de vale devam ser preservadas durante o processo de planejamento e zoneamento urbano, verificam-se frequentemente, nestas áreas, processos de erosão das margens e assoreamento do leito, disposição inadequada de resíduos sólidos, desmatamento da mata ciliar, descarga concentrada de águas pluviais, entre outros problemas.

Uma das maneiras de diagnosticar os impactos ambientais presentes em um fundo de vale urbano é o Protocolo de Avaliação Rápida (PAR), que é uma metodologia consolidada para avaliação de características de corpos d’água e que utiliza percepção ambiental de avaliadores, especialistas ou não, acerca de parâmetros pré-definidos, segundo Callisto et al. (2002); Krupek (2010); Firmino et al. (2011); Rodrigues e Castro (2008).

O objeto de estudo foi o ribeirão Pinguim e o PAR utilizado foi uma adaptação realizada por Lobo et al. (2011) do protocolo proposto por Callisto et al. (2002), que avalia 12 parâmetros.

Portanto, esse trabalho tem por objetivo principal descrever a percepção ambiental de quatro avaliadores, sobre os impactos ambientais encontrados no fundo de vale do ribeirão Pinguim durante uma vistoria, por meio de aplicação de um PAR.

METODOLOGIA

Caracterização da área de estudo

Realizou-se a presente pesquisa no leito e nas margens do ribeirão Pinguim, no trecho localizado entres as coordenadas geográficas 23°28’37”S 51°54’45”W e 23º28’39”S 51º54’30”W (Figura 1), na região metropolitana dos municípios de Maringá, Marialva e Sarandi. Os municípios estão situados na Mesorregião Norte Central do estado do Paraná, de acordo com IBGE (2018).

Embora o ribeirão Pinguim tenha uma grande extensão, analisou-se exclusivamente, neste estudo, o trecho limitado pelas coordenadas geográficas supracitadas, que possui aproximadamente

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uma extensão de 480 m e encontra-se em uma área de floresta tropical perene, com solo classificado como latossolo com textura argilosa. Em relação à geomorfologia, a área em estudo está localizada no terceiro planalto, no bloco nomeado como Planalto de Campo Mourão. Em relação às bacias hidrográficas, o ribeirão Pinguim pertence à bacia do Ivaí. Com relação ao clima, a região apresenta clima Cfa, ou seja, clima subtropical úmido mesotérmico, no qual as chuvas encontram-se concentradas no verão, ITCG (s/d).

Figura 1 – Localização da bacia hidrográfica do ribeirão Pinguim no noroeste do estado do Paraná.

Protocolo de Avaliação Rápida (PAR)

Com o intuito de realizar o diagnóstico dos impactos ambientais encontrados no fundo de vale do ribeirão Pinguim, utilizou-se a adaptação do Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) realizada por Lobo et al. (2011) de Callisto et al. (2010). Este protocolo é dividido em duas partes.

Representada na tabela 1, a primeira parte do PAR é dividida em sete parâmetros, sendo eles:

tipo e ocupação das margens do corpo d’água, impactos antrópicos na margem, impactos antrópicos no leito, odor da água e/ou do sedimento, oleosidade da água e/ou do sedimento, presença de plantas aquáticas e tipo de fundo. Para a pontuação desta etapa, os parâmetros recebem pontuação de 0 a 4, sendo: 4 pontos (situação natural), 2 pontos (levemente impactado) ou 0 (severamente impactado).

Tabela 1 - Primeira parte do Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) utilizado em campo nesse estudo.

(4)

Parâmetros Pontuação

4 pontos 2 pontos 0 ponto

1. Tipo de ocupação das margens do corpo

d’água Vegetação natural

Campo de pastagem/

Agricultura/

Monocultura/

Reflorestamento

Residencial/

Comercial/Industrial

2. Impactos antrópicos

na margem Ausente Moderada

Acentuada (fábricas, canalização, retilização de curso

do rio, esgoto, lixo etc.)

3. Impactos antrópicos no leito

Ausente (livre de qualquer material em suspensão/lixo)

Moderada Acentuada

4. Odor da água e/ou do

sedimento Ausente Moderada

Acentuada (ovo podre, óleo/Industrial) 5. Oleosidade da água

e/ou do sedimento Ausente Moderada Acentuada

6. Presença de plantas

aquáticas Parcial Total Ausente

7. Tipo de fundo Pedras/Cascalho Lama/Areia Cimento/Canalização

Fonte: Adaptado de Lobo et al. (2011).

Adaptada do protocolo proposto por Hannaford et al. (1997), a segunda parte dá ênfase na avaliação da complexidade do habitat e os seus níveis de conservação, dando maior importância ao tipo de substrato, às características do fluxo d’água, estabilidade das margens e presença de mata ciliar e é dividida em cinco parâmetros (Tabela 2). Além de se distinguirem em relação à quantidade de parâmetros, as duas partes se diferenciam quanto à pontuação. Nessa parte do protocolo, a pontuação para cada parâmetro vai de 0 a 5 pontos, sendo utilizadas as pontuações: 5 pontos, 3 pontos, 2 pontos e 0 ponto.

Em seguida, prossegue-se com a classificação do objeto em estudo, que é dividida em três diferentes níveis de preservação ambiental (Tabela 3). Para obter esta pontuação, realiza-se a somatória de todos os pontos atribuídos para os doze parâmetros analisados por cada avaliador.

Trechos com somatória de pontuação maior que 32 pontos são considerados trechos naturais, somatória entre 22 e 32 pontos são classificados como trechos alterados e pontuação menor que 22 pontos são classificados como trechos impactados.

Tabela 2 – Segunda parte do Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) adaptado de Callisto et al. (2010).

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Parâmetros Pontuação

5 pontos 3 pontos 2 pontos 0 pontos

8.

Diversidade de habitats

Mais de 50% com habitats diversificados

(pedaços de troncos submersos, cascalho, remansos, folhiço ou outros habitats estáveis).

30 a 50% de habitats diversificados.

10 a 30% de habitats diversificados.

Menos que 10% de habitats diversificados

9. Deposição da lama

Entre 0 e 25% do fundo coberto por lama.

Entre 25 e 50%

do fundo coberto por lama

Entre 50 e 75% do fundo coberto por

lama.

Mais de 75% do fundo coberto por

lama

10.

Alterações no canal do rio

Canalização (retificação) ou dragagem ausente ou mínima; rio com padrão

normal.

Alguma canalização

presente, normalmente

próximo à construção de

pontes.

Alguma modificação presente nas duas margens; 40 a 80%

do rio modificado.

Margens modificadas; acima

de 80% do rio modificado

11. Presença de mata ciliar

Acima de 90% com vegetação ripária nativa,

incluindo árvores, arbustos ou macrófitas;

mínima evidência de desflorestamento.

Entre 70 e 90%

com vegetação ripária nativa;

desflorestamento evidente, mas não afetando o desenvolvimento

da vegetação.

Entre 50 e 70%

com vegetação ripária nativa;

desflorestamento óbvio; trechos com

solo exposto ou vegetação eliminada.

Menos de 50% da mata ciliar nativa;

desflorestamento muito acentuado.

12.

Estabilidade das margens

Margens estáveis;

evidência de erosão mínima ou ausente;

pequeno potencial para problemas futuros.

Menos de 5% da margem afetada.

Moderadamente estáveis;

pequenas áreas de erosão frequentes. Entre

5 e 30% da margem com

erosão.

Moderadamente instável; entre 30 e

60% da margem com erosão. Risco elevado de erosão durante enchentes.

Instável; muitas áreas com erosão;

frequentes áreas descobertas nas

curvas do rio;

erosão óbvia entre 60 e 100% da

margem.

Canalização.

Fonte: Adaptado de Lobo et al. (2011).

Tabela 3 - Níveis de preservação ambiental definidos para o PAR selecionado.

Pontuação Nível de Perturbação

0-22 Impactado

23-32 Alterado

>32 Natural

Fonte: Lobo et al. (2011).

(6)

A aplicação do PAR no ribeirão Pinguim realizou-se no dia 6 de abril de 2019, com uma equipe voluntária de quatro avaliadores. Essa equipe foi selecionada com voluntários que já possuíam algum conhecimento na área ambiental, ainda que não sejam especialistas. Embora o protocolo selecionado para a aplicação seja autoexplicativo, ele foi disponibilizado previamente à pesquisa de campo, para que fosse possível o esclarecimento de dúvidas referentes a cada parâmetro analisado.

Foram definidos 5 pontos ao longo do curso d’água e, para o registro das coordenadas geográficas, utilizou-se um aparelho GPS. A aplicação do PAR foi realizada sem que os avaliadores se comunicassem, por meio do preenchimento de fichas previamente preparadas com os 12 parâmetros e suas avaliações, de acordo com as tabelas 1 e 2.

Os dados obtidos em campo foram tabulados e foi realizada a somatória por parâmetro e por ponto vistoriado, para cada avaliador. A partir desses resultados, foi analisada a percepção ambiental de cada avaliador.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 4, estão apresentados os resultados das pontuações do avaliador 1, para os 12 parâmetros que constam no PAR utilizado, por ponto vistoriado.

Nota-se que, para o avaliador 1, todos os pontos vistoriados encontram-se não conservados, com o ponto 1 classificado como Alterado e os demais pontos classificados como Impactados, embora os pontos 2, 3 e 4 estejam no valor limite entre Alterado e Impactado. O ponto 1, portanto, foi o melhor avaliado por esse observador, com boas pontuações com relação à ausência de impactos antrópicos no leito, odor, oleosidade, presença parcial de plantas aquáticas e rio sem retificação. O ponto 5 foi considerado o pior ponto (pontuação 17), com boas pontuações apenas sobre ausência de odor e oleosidade da água/do sedimento.

Os resultados do PAR efetuado pelo avaliador 2 estão apresentados na Tabela 5. Nota-se que a percepção do ponto 1 é de um ambiente classificado pelo método como Natural e todos os demais pontos foram classificados como Alterados. As pontuações variaram de 23 para o ponto 4 a 36 para o ponto 1. Esse observador não notou a presença de plantas aquáticas e considerou a ocupação das margens com vegetação natural para o ponto 1.

Já na percepção do avaliador 3 (Tabela 6), todos os pontos estão impactados, obtendo pontuações variando de 13 para o ponto 4 a 21 para o ponto 1. Percebe-se uma diferença considerável na percepção desse avaliador com relação aos demais, pois o ponto 1, embora tenha recebido a maior pontuação, foi classificado como impactado, com apenas o tipo de fundo (pedras/cascalho) e o padrão do rio (sem retificação) atingindo a pontuação máxima nesse ponto. Salienta-se, portanto, que a

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percepção ambiental pode variar bastante de um observador para o outro, devido aos critérios subjetivos inerentes a cada pessoa.

Tabela 4 – Resultados do PAR do Avaliador 1, para todos os pontos e para os 12 parâmetros.

Avaliador 1

Parâmetro Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5

1 0 0 0 0 0

2 0 2 0 0 0

3 4 2 2 0 0

4 4 2 2 4 4

5 4 4 4 4 4

6 4 0 0 0 0

7 4 4 4 4 2

8 3 3 2 2 2

9 5 2 5 5 2

10 3 3 3 2 3

11 0 0 0 0 0

12 0 0 0 0 0

Somatório 31 22 22 21 17

Nível de

Perturbação Alterado Impactado Impactado Impactado Impactado

Tabela 5 – Resultados do PAR do Avaliador 2, para todos os pontos e para os 12 parâmetros.

Avaliador 2

Parâmetro Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5

1 4 4 4 2 2

2 4 4 2 2 2

3 4 2 2 2 2

4 4 4 2 4 4

5 4 4 4 4 4

6 0 0 0 0 0

7 4 2 4 2 2

8 0 2 3 2 0

9 5 2 3 2 3

10 5 5 5 3 5

11 0 0 0 0 0

12 2 2 0 0 0

Somatório 36 31 29 23 24

Nível de

Perturbação Natural Alterado Alterado Alterado Alterado

(8)

Para o avaliador 4 (Tabela 7), o ponto 1 foi considerado em estado natural (33 pontos) e os pontos 2 (22 pontos) e 3 (20 pontos) são os que se encontram em estado mais crítico.

Tabela 6 – Resultados do PAR do Avaliador 3, para todos os pontos e para os 12 parâmetros.

Avaliador 3

Parâmetro Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5

1 0 0 0 2 2

2 0 2 0 0 2

3 2 2 0 0 0

4 2 2 2 2 2

5 2 0 2 2 2

6 0 0 0 0 0

7 4 2 4 2 2

8 3 3 2 2 2

9 5 5 5 3 2

10 3 2 3 0 3

11 0 0 0 0 0

12 0 0 0 0 2

Somatório 21 18 18 13 19

Nível de

Perturbação Impactado Impactado Impactado Impactado Impactado Tabela 7 – Resultados do PAR do Avaliador 4, para todos os pontos e para os 12 parâmetros.

Avaliador 4

Parâmetro Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5

1 2 2 2 2 2

2 2 2 0 2 2

3 4 2 2 0 2

4 2 4 4 4 4

5 4 4 4 4 4

6 0 0 0 0 0

7 4 2 2 4 2

8 3 0 2 3 0

9 5 2 2 3 2

10 5 2 2 0 2

11 0 0 0 2 2

12 2 2 0 2 2

Somatório 33 22 20 26 24

Nível de

Perturbação Natural Impactado Impactado Alterado Alterado

(9)

Comparando a percepção dos quatro avaliadores, percebem-se diferenças de conceituação quando do preenchimento das fichas de avaliação. Portanto, recomenda-se que o pesquisador analise, antes de realizar a vistoria em campo, se há a necessidade de treinamento para esclarecimentos quanto aos parâmetros do PAR; tal treinamento deverá ser informativo, para esclarecimentos quanto ao que cada parâmetro representa.

Tabela 8: Média e Desvio Padrão da pontuação dos pontos avaliados.

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5

Somatório 121 93 89 83 84

Média 30,25 23,25 22,25 20,75 21,00

Desvio Padrão 6,50 5,50 4,79 5,56 3,56

Nível de Perturbação Médio Alterado Alterado Alterado Impactado Impactado

Na Tabela 8 estão contidos os dados da média e do desvio padrão das pontuações obtidas pelos quatro avaliadores. O nível de perturbação médio faz a avaliação da pontuação média obtida no respectivo ponto.

Recomenda-se ainda que seja replicado esse estudo com um número maior de avaliadores, para verificar se há variação significativa nos resultados e que essa metodologia seja replicada para o local estudado ao longo do tempo, para monitorar as características do ribeirão e fornecer subsídios aos gestores municipais.

Percebe-se que protocolos de avaliação rápida são ferramentas que produzem um resultado geral bom, mesmo que haja divergências na percepção dos avaliadores. Com os resultados da aplicação do PAR, ou seja, sem a necessidade de estar no local vistoriado, nota-se que para o ponto 1: existe ocupação das margens, existem impactos antrópicos nas margens, não existem ou são poucos os impactos antrópicos no leito, o odor da água ou do sedimento é ausente a moderado, a oleosidade da água ou do sedimento é ausente, não há presença significativa de plantas aquáticas, o tipo de fundo do ribeirão é de pedras/cascalho, existe 30 a 50% de hábitats diversificados, entre 0 e 25% do fundo é coberto por lama, não existem alterações significativas no canal do rio (apresenta padrão normal sem retificação), ocorre desflorestamento acentuado com menos de 50% da mata ciliar nativa, as margens são instáveis com risco elevado de erosão durante episódios de enchentes.

A mesma maneira de avaliação pode ser realizada para os outros 4 pontos, mas não será aqui efetuada para respeitar o número máximo de páginas permitido nas normas do evento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O PAR mostrou ser uma ferramenta útil e de fácil aplicação para diagnósticos de impactos ambientais em fundos de vale inseridos em ambiente urbano. Para esse estudo, no geral, o ponto 1 foi considerado o mais bem avaliado ou menos impactado e os pontos 4 e 5 foram os mais impactados.

Essa metodologia pode ser replicada em momentos posteriores, para avaliar a evolução da degradação ambiental nesse objeto de estudo ou pode ser replicada em ambientes diferentes, tais como outros fundos de vale, áreas de proteção ambiental, parques, inseridos em meio urbano.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem Wagner Cassiano e Bruno Cassiano, pela preciosa ajuda em campo.

REFERÊNCIAS

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Aplicação de um protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats em atividades de ensino e pesquisa (MG-RJ)”. Acta Limnologica Bras., v. 14, n. 1, pp. 91 – 98.

CORRÊA, R. A.; VAZQUEZ, G. H.; VANZELA, L. S. (2018). “Projeto estratégico de ocupação do fundo de vale do córrego da Aldeia no perímetro urbano de Fernandópolis/SP”. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 10, n. 2, pp. 458 - 472.

CRISTIANO, C. C.; DE ARAÚJO, M. I.; CORINO, H. L. (2011). “Considerações Gerais Sobre As Áreas De Fundos De Vale Na Cidade De Maringá-PR”. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, v. 4, n. 2, pp. 291 -304.

FIRMINO, P. F.; MALAFAIA, G.; RODRIGUES, A. S. L. (2011). “Diagnóstico da integridade ambiental de trechos de rios localizados no município de Ipameri, sudeste do estado de Goiás, através de um Protocolo de Avaliação Rápida”. Braz. J. Aquat. Sci. Technol., 15(2), pp.1 - 12.

HANNAFORD, M. J.; BARBOUR, M. T.; RESH, V. H. (1997). “Training reduces observer variability in visual-based assessment of stream habitat”. J. N. Am. Benthol. Soc., 16(4), pp. 853 - 860.

ITCG – Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná. Disponível em:

http://www.itcg.pr.gov.br/. Acesso em 8 abr 2019.

KRUPEK, R.A. (2010). “Análise comparativa entre duas bacias hidrográficas utilizando um protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats”. Ambiência, v. 6 n.1 p .47 - 58.

LOBO, E. A.; VOOS, J. G.; JÚNIOR, E. de A. F. (2011). “Utilização de um protocolo de avaliação rápida de impacto ambiental em sistemas lóticos do Sul do Brasil”. Caderno de Pesquisa, v. 23, n. 1, pp. 18 - 32.

RODRIGUES, A.S.de L.; CASTRO, P.T.A. (2008). “Protocolos de Avaliação Rápida: Instrumentos Complementares no Monitoramento dos Recursos Hídricos”. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 13, n.1, pp.161 - 170.

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TUCCI, C. E. M. (1997). “Plano Diretor de drenagem urbana: princípios e concepção”. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 2, n. 2, pp. 5 - 12.

Referências

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