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POLICARPO QUARESMA” DE LIMA BARRETO

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Academic year: 2023

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O discurso político-satírico em “Dom Quixote” de Cervantes: uma análise intertextual com a obra “O Triste Fim de Policarpo Quaresma” de Lima Barreto/Sueli. O corpus consiste na análise do livro Dom Quixote e Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto.

Análise do discurso: Fundamentos

  • Ideologia no discurso
  • O sujeito e suas vozes
  • Heterogeneidade
  • O discurso político

Com esta teoria, o homem passou a analisar a sua realidade e assim começou a formular uma ideologia na qual acreditava que os escravos do tempo seriam a causa motriz e os seus senhores o final. Segundo Eduardo e Egina Carneiro (2007), “o sujeito da Análise do Discurso está fora da realidade investigada e observa o fenômeno a uma distância suficiente para assumir um comportamento neutro diante do fato”. Descentrado porque é inconsciente dentro de uma ideologia, histórico porque não está alienado do mundo que o rodeia e social porque não parte do indivíduo, mas daquilo que se entende num espaço coletivo.

Brandão mostra que isso implica três coisas: o sujeito não ocupa lugar central na formação do discurso; ele não é a fonte daquilo que diz; muito menos tem uma identidade fixa e estável. O professor de Lingüística Patrick Charaudeau (2006, p. 16-17) da Universidade de Paris apresenta uma reflexão sobre a natureza, funções, regras e procedimentos do discurso político como processo de influência social e uma questão importante sobre o processo contemporâneo de construção de identidades (exemplos do contrato de comunicação para o discurso político). O autor distingue a sua abordagem das de Weber, Arendt e Habermas, apoiando uma dupla base do discurso político (Ibid., p. 45-46): esta é o resultado de uma mistura entre a palavra que descreve o político como a idealidade do objetivos e o que a política deve gerar como prática.

Discurso político satírico em Don Quijote

  • Miguel de Cervantes Saavedra
  • Contexto Histórico
  • O cavaleiro da Triste Figura
  • Análise discursiva da Obra

Passou os últimos anos da sua vida em Madrid, onde escreveu a primeira parte de Dom Quixote, e durante esse tempo escreveu incansavelmente. É importante enfatizar o contexto histórico de Dom Quixote para que possamos compreender a ideologia da principal obra de Cervant. Uma obra que se destaca na compreensão da loucura de Dom Quixote é o Elogio da Loucura, escrita em 1509 pelo filósofo holandês Erasmo de Rotterdam.

2003, p.16), portanto consideramos também a loucura como personagem da obra de Dom Quixote de La Mancha, pois dá vida ao personagem que morre ao recuperar a sanidade. Dom Quixote usa a retórica de forma eficaz, o que contradiz sua condição de louco. A loucura de Dom Quixote foi alimentada por histórias de cavalaria, enquanto a loucura de Triste Fim de Policarpo Quaresma está na paródia do Brasil, representada pelo patriotismo exagerado do Major Quaresma.

Enquanto em Dom Quixote temos uma paródia dos romances de cavalaria numa crítica social mais centrada nos costumes locais, em Triste Fim e Policarpo Quaresma temos uma crítica muito forte ao sistema como um todo político, social e económico. É interessante notar a importância do estudo da intertextualidade em textos literários, principalmente quando permite a análise de textos de diferentes períodos, como Dom Quixote e Triste Fim de Policarpo Quaresma.

Discurso político satírico em Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima

Lima Barreto, o escritor dos oprimidos

Filho mais velho de João Henriques de Lima Barreto e Amália Augusta, casal de mulatos que morava no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, seu pai era tipógrafo e sua mãe professora, segundo a biografia escrita por Carlos Faraco (2001, págs. 1-30). Assim que iniciou os estudos, Lima Barreto sentiu o preconceito dos colegas em relação a ele, um dos quais chegou a dizer: "como pode um mulato ter nome de rei?" Não fez um bom curso porque preferia estudar filosofia na biblioteca a frequentar as aulas, o que o levou à vocação de escritor. Nessa época, as pessoas tratavam de forma irônica e preconceituosa o fato de Lima Barreto estar cada vez mais aperfeiçoado como romancista. Por ser mulato, achavam que ele era incapaz de se tornar um intelectual famoso.

Impossibilitado de publicar seu romance e devido a vários outros problemas, Lima Barreto começa a beber excessivamente. Durante a Primeira Guerra Mundial surgiram novas ideias políticas e Lima Barreto manifestou simpatia pelo socialismo, escrevendo para diversos jornais, criticando, entre outras coisas, o conceito de patriotismo do elegante Olavo Bilac. Endividado e com a saúde cada vez mais debilitada, em 1917 candidatou-se à Academia Brasileira de Letras, mas não foi selecionado.

O Pré Modernismo e o Brasil do Início do Século XX

O Major Quaresma

Outro fator importante relacionado ao contexto histórico da obra de Barrett é o fato de o marechal Floriano Peixoto sair da realidade para a ficção, aparecendo em seu próprio papel de presidente. O próprio Marechal Floriano lhe disse: “Você, Quaresma, é um visionário..” Entre os coadjuvantes mais importantes da obra, destacamos Ricardo Coração dos Outros, que foi cantor, compositor e tocava violão, era um complexo personagem, só que menos importante que o major, era a personificação do artista nacional na visão do Major Quaresma, que fazia aulas de violão para aprender a tocar modinhas, que considerava legitimamente nacionais, representando a cultura popular das classes menos favorecidas, pois para a pequena burguesia, que era o habitat de Policarpo Quaresma, um guitarrista não era bem visto. Outra personagem importante da história foi a afilhada do Major Quaresma, Olga, filha de Coleoni, imigrante italiano, foi a única que entendeu as ações do padrinho e, diferentemente da maioria, admirou sua ousadia (FIGUEIREDO, 1997, p. 388) “teve graça solidária ao ver a ação do homem que ela conhecia há tantos anos, depois de seu sonho isolado, obscuro e persistente, incompreendido."

De modo que eu (agora digo também eu) não tenho o direito de me sacrificar, de provar minha amizade, de ter qualidades superiores em minha vida. Sou algo como um móvel, um enfeite, não tenho relacionamentos, nem amizades, nem caráter. A personagem do Marechal e Presidente Florian Peixot, que, como já dissemos, sai da realidade para a ficção, é importante sobretudo porque representa o poder.

Análise discursiva da Obra

34; Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, convencido de que a língua portuguesa foi emprestada do Brasil; Tenho certeza também de que, por isso, a fala e a escrita em geral, especialmente no campo das letras, se encontram na condição degradante de sofrerem constantemente duras críticas por parte dos donos da língua. Confiantes de que a sabedoria dos legisladores encontrará formas de implementar tal medida, e conscientes de que a Câmara e o Senado avaliarão o seu alcance e utilidade. Os argumentos que o Major, baseado nas suas convicções patrióticas, utilizou para convencer a câmara foram de que a língua portuguesa só foi emprestada pelo colonizador; não é realmente nacional como a língua Tupi que representava a identidade do país.

Confiantes de que a sabedoria dos legisladores saberão encontrar formas de concretizar tal medida e conscientes de que a Câmara e o Senado pesarão o seu alcance e utilidade” (BARRETO, 2001, p. 53). No momento em que reconhece que tudo o que pensou e viveu foi um grande erro, a voz do narrador e a da personagem se misturam, as emoções de Policarpo Quaresma são inseridas na fala do narrador. É um discurso melancólico, em que o personagem se sente traído pelo país que tanto defendeu, mas por outro lado, é um momento de revelação, quando percebe que errou, se decepcionou com tudo e não tem perspectivas. , percebeu o quanto era ingênuo ao assumir a luta pela transformação histórica e social do país, ou seja, seus projetos patrióticos foram em vão.

Semelhanças e Diferenças nas obras de Cervantes e Lima Barreto

O discurso nunca é completamente autônomo; através da intertextualidade disso, não é uma única voz que fala, mas várias vozes que “geram múltiplos textos que se entrelaçam no tempo e no espaço, na medida em que é necessária uma completa escavação ‘filológico-semiótica’ para recuperar o significado profundo de essa polifonia” (BLIKSTEIN, 2003, p. 45). Neste capítulo trataremos das diferenças e semelhanças nos discursos de Quixote e Policarpo Quaresme, e no último tópico discutiremos a intertextualidade tal como utilizada na literatura do ensino médio. Preocupados com a saúde mental de Dom Quixote, o pároco e o barbeiro, e as pessoas que moravam na casa de Dom Quixote enquanto Dom Quixote dormia, queimaram quase toda a biblioteca, culpando os livros pela insensatez do fidalgo.

Dom Quixote enfrenta melhor as adversidades, porque não as reconhece, e as consequências para a estupidez dos protagonistas são muito mais graves na obra de Lima Barreto. Já em Dom Quixote o humor prevalece e muitas vezes os próprios personagens secundários participam do engano, ora para proporcionar entretenimento, ora para atingir seus objetivos. Dom Quixote tinha uma sobrinha que cuidava da saúde e uma esposa que cuidava dos afazeres domésticos, uma babá como a chamavam na época, e o major morava com a irmã, também solteira, que cuidava dos afazeres domésticos e tinha uma jovem cristã a quem ele defendeu e tentou ao máximo libertá-lo de sua crença.

A Intertextualidade e sua aplicação no Ensino Médio

As obras acontecem em contextos históricos completamente diferentes: na Espanha do início do século XVII e no Brasil no início do século XX, trezentos anos separam uma obra da outra. As mortes dos personagens principais, embora apareçam em ambas as obras, ocorrem em circunstâncias completamente diferentes quanto ao tipo de morte: enquanto Quixote morreu de causas naturais, o major foi condenado à morte acusado de traição. Portanto, é necessária e urgente a “alfabetização literária”, que nada mais é do que dar ao aluno a oportunidade de adquirir literatura e assim adquirir experiência literária.

Com base em todas essas considerações, acreditamos que, a partir da análise intertextual de textos literários, a aula de literatura despertará motivação adicional no aluno. Para tanto, o estudo deve ser muito mais amplo do que uma simples análise comparativa, é necessário conhecer todos os aspectos da obra, pois sem entender o “porquê” o aluno dificilmente se interessa por literatura, já que nem sempre as obras mais importantes estão dentro seu alcance. Acreditamos que mudar esse panorama exige um esforço coletivo não só dos professores, mas de toda a equipe pedagógica de cada escola.

Considerações finais

Dimensões da Loucura nas Obras de Miguel de Cervantes e Lima Barreto: Dom Quixote de La Mancha e Triste Fim de Policarpo Quaresma. Os paradoxos da repetição e da diferença: notas sobre o comentário textual de Foucault, Bakhtin e Borges.

Referências

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110, de 7.5.2015, publicada recentemente no sitio da Receita Federal do Brasil RFB, reconheceu que a declaração de compensação DCOMP é meio válido para a comprovação do pagamento de