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prevalência de brucella abortus, brucella canis em cães

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Academic year: 2023

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PREVALÊNCIA DE BRUCELLA ABORTUS, BRUCELLA CANIS EM CÃES DA REGIÃO DE PELOTAS.

VITÓRIA BAIERLE MAGGI¹; JAIR FAGUNDES GARCIA JÚNIOR²; LARISSA PEREIRA ALVES³; MARCO ANTÔNIO DO AMARAL VIDAL4; SOFIA DÁVILA

FERNÁNDEZ5; LUIZ FILIPE DAMÉ SCHUCH6

1 Universidade Federal de Pelotas - Faculdade de Medicina Veterinária – vih_maggi@hotmail.com;

2 Universidade Federal de Pelotas - Faculdade de Medicina Veterinária - fagundesgarcia55@gmail.com;

3 Universidade Federal de Pelotas - Faculdade de Medicina Veterinária - lyz_poynter@hotmail.com;

4 Universidade Federal de Pelotas - Faculdade de Medicina Veterinária – marco.a.vidal@hotmail.com 5 Universidade Federal de Pelotas - Faculdade de Medicina Veterinária –

so_davila@hotmail.com;

6 Universidade Federal de Pelotas - Faculdade de Medicina Veterinária – lfdschuch@gmail.com;

1. INTRODUÇÃO

A brucelose canina é uma enfermidade infectocontagiosa crônica de caráter zoonótico e distribuição mundial, caracterizada principalmente por ocasionar problemas reprodutivos. É causada por bactérias do gênero Brucella que pode acometer uma ampla variedade de animais domésticos e silvestres (RODRIGUES et al, 2016).

O principal agente envolvido na ocorrência da doença em cães é a Brucella canis que é um cocobacilo gram-negativo, com aspecto rugoso e intracelular facultativo. A zoonose tem uma importância particular, visto o estreito relacionamento homem-animal. Os cães também se apresentam suscetíveis à infecção pela Brucella abortus, principalmente em ambientes rurais.

Esse agente tem como portas de entrada as mucosas oronasais, conjuntivais e genitais, podendo a infecção ocorrer por acesso dos cães aos microrganismos presentes em secreções vaginais, materiais placentários, entre outros, sendo a transmissão venérea a mais relevante (DUMON, 2005;

IOWA STATE UNIVERSITY, 2007 apud SILVA 2013).

Segundo (AZEVEDO et al., 2003), os sinais clínicos comumente relatados são aumento escrotal, atrofia testicular, aborto, natimorto, infertilidade. Raramente cães adultos manifestam esses sinais clínicos, tornando-se portadores assintomáticos.

Os testes de aglutinação rápida são amplamente utilizados para o diagnóstico da B. abortus, no entanto para brucelose canina o método diagnóstico mais utilizado para detectar a doença é imunodifusão em gel de ágar (IDGA).

O presente estudo objetivou agregar conhecimento científico e social aos acadêmicos da área de medicina veterinária acerca da prevalência da brucelose em cães na região de Pelotas-RS, com avaliação de fatores de risco dentro do ambiente em que eram mantidos os animais, possibilitando assim orientações adequadas para essa enfermidade.

2. METODOLOGIA

O estudo foi realizado em ONG situada no município de Capão do Leão entre os meses de maio e junho. A ONG se localiza em área rural, isolada por bosques. O local possui aproximadamente seiscentos cães de origens distintas,

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provenientes de resgates, em sua maioria oriundos do Município de Pelotas. Para análise foram coletados quarenta animais selecionados por intenção.

A amostra continha o mesmo número de fêmeas e machos (20 fêmeas e 20 machos) dando enfoque maior em animais não castrados, em idade reprodutiva.

Eram 14 castrados, 25 não castrados e um não informado. A coleta foi autorizada pela responsável pela ONG.

Para a realização dos exames foi necessário a obtenção do soro dos animais. Para isso, utilizou-se tubos com vácuo sem anticoagulante para a coleta e armazenamento do material (sangue). As amostras foram mantidas nos tubos, devidamente identificadas e encaminhadas ao Laboratório de Saúde Coletiva – UFPel (LASC) para separação do soro e processamento. Posteriormente separou-se o soro, em centrifuga (Centrífuga Kasvi) por cinco minutos com uma rotação de 3500 rotações por minuto (rpm). As amostras já purificadas foram acondicionadas em freezer com temperatura graduada, para posteriores investigações.

Para análise foi utilizada a técnica de imunodifusão (IDGA) realizada baseada nas indicações do fabricante do kit de antígeno, do Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), com adaptação. Obtendo os resultados finais após a leitura em 48h.

O teste do Antígeno Acidificado tamponado (AAT) foi utilizado para detectar a presença de anticorpos para Brucella abortus. Usou-se o antígeno comercial tamponado a pH 3,65 e corado com rosa de bengala. Observaram-se os resultados minutos após a aplicação da técnica.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Da amostra da população canina realizada na ONG, no município Capão do Leão, Rio Grande do Sul, foram identificados resultados positivos em 22,5 % (9/40) para Brucella canisao teste IDGA. Desses, 14 cães eram castrados, sendo 21,42% (3/14) positivos ao teste. O grupo de animais não castrados, composto por 25 cães, 20% (5/25) foram positivos para o teste. Para Brucella abortus 100%

(40/40) negativos no teste. A prevalência de Brucella canis na população estudada no referente trabalho foi de 22,5%. Portanto, os resultados encontrados são compatíveis com os da literatura internacional e brasileira, onde mostram índices de prevalência que variam entre 0,84 e 57,1% (MEDGI et al., 1999;

AZEVEDO et al., 2003; MORAES et al., 2002).

Os levantamentos sobre a prevalência da infecção são variáveis, dependendo da área geográfica e do tipo de teste aplicado. Entretanto, as maiores porcentagens da infecção normalmente ocorrem entre cães que já atingiram idade reprodutiva e não foram castrados (GOMES et al., 1999).

Segundo, (RODRIGUES et al. 2016) os grupos de animais sem domicílio e em alta densidade apresentam prevalência mais alta, como foi o caso da amostra analisada. Os animais do estudo não apresentaram os anticorpos para o agente Brucella abortus, o fato explica-se por ausência de contato dos cães com animais potencialmente acometidos pela infecção.

Os responsáveis pela ONG foram informados e orientados sobre os resultados positivos apresentados pelo estudo, sendo que, os animais podem ser vetores em potencial na disseminação de doenças. Medidas de prevenção cabíveis a brucelose canina seriam manter higiene dos cães, evitar que os cães entrem em contato com secreções e urina de outros animais e controle populacional castrando os animais.

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4. CONCLUSÕES

Conclui-se que os fatores de risco, gênero, origem e castração para brucelose não foram relevantes, no entanto são necessários cuidados e mudanças na forma de manejo dos animais para que a bactéria não se dissemine dentro da população da ONG e não acometa os humanos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Sérgio S. et al . Inquérito sorológico e fatores de risco para a brucelose por Brucella canis em cães do município de Santana de Parnaíba, Estado de São Paulo. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 23, n. 4, p. 156-160, 2003.

GOMES, M.J.P.; DRIEMEIER, D.; SOARES, H.C.; BASTOS, C.D.; CANTO, S.P.; BRUM, M.; ROSSI, A.C.; CORBELLINI, L.G. Brucella canis: isolamento em um cão com epididimite e orquite – relato de um caso. Clín. Vet., n.18, p.17-20, 1999.

MEGID, J.; BRITO, A.F.; MORAES, C.C.G. et al. Epidemiological assessment of canine brucellosis . Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.51, p.439-440, 1999.

MORAES, C.C.G.; MEDGI, J.; SOUZA, L.C. et al. Prevalência da brucelose canina na microrregião da Serra de Botucatu, São Paulo, Brasil. Arq. Inst.

Biol., v.69, p.7- 10, 2002.

RODRIGUES, SOUZA G., MAGALHÃES I., COLARES R., SANTIAGO S.

Brucelose Canina: Revisão de Literatura - Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.10, n.4) p. 870 – 888, out - dez (2016).

SILVA R., MANHOSO F., Ocorrência de Brucelose Canina no Brasil: Revisão de Literatura - UNIMARCIÊNCIAS 22 (1-2), 2013.

TECPAR. Plataforma de kits diagnósticos. Disponível em:<http://portal.tecpar.br/wpcontent/uploads/2017/06/bula_brucella_ovis_amarel a.pdf>. Acesso em: 02 jul. 2018.

Referências

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