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A produção do gênero literário parábola no discurso intertextual de Friedrich Nietzsche.

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Academic year: 2023

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XXIV Congresso de Iniciação Científica

A produção do gênero literário parábola no discurso intertextual de Friedrich Nietzsche.

Rafael Miranda Porto Alegre, Marco Antônio Domingues Sant’Anna, Campus de Assis, Faculdade de Ciências e Letras, Letras, portoalegrerafael@gmail.com, IC/FAPESP.

Palavras Chave: Parábolas; Nietzsche; intertextualidade.

Introdução

O presente projeto tem como fundamento o estudo das parábolas bíblicas, em conexão com as manifestações do gênero na literatura moderna e contemporânea, que se tem servido amplamente da fonte bíblica. Dentre os autores que se utilizam dessa forma característica de discurso presente na Bíblia destacam-se os nomes de Sören Kierkegaard, Franz Kafka, Bertolt Brecht e Friedrich Nietzsche, que deixam transparecer nitidamente as marcas da influência da literatura sagrada em suas produções artísticas. Com base nesse diálogo entre a fonte bíblica e a literatura, pretendemos averiguar, enfocando os conceitos relacionados à intertextualidade, o modo como os textos “A árvore da montanha”, presente no livro Assim falou Zaratustra (1884), e o “Aforismo 125”, do livro A Gaia Ciência (1881), de Friedrich Nietzsche (1844- 1900), apropriam-se das propriedades estruturais do gênero literário da parábola. Nesses textos “A árvore da montanha” (Assim falou Zaratustra) e o “Aforismo 125” (Gaia Ciência), de Nietzsche, destacam-se procedimentos formais e funcionais característicos do gênero em questão. Como um exemplo dessa apropriação e desse diálogo intertextual, podemos nos referir à instância da proclamação da “morte de Deus” e a ideia do “super-homem”, presentes nas duas narrativas. Com essas proposições, Nietzsche pretendeu elevar o homem acima de si mesmo, demonstrando que a morte de Deus transparece como resultado do progresso das Luzes, do triunfo da ciência e da racionalidade sobre as sombras da ignorância e da superstição.

Material e Métodos

Em relação à metodologia, pretendemos realizar pesquisas de gabinete, fazendo, em primeiro lugar, as leituras do corpus selecionado para o trabalho, quais sejam: “A árvore da montanha” e o “Aforismo 125”, de Friedrich Nietzsche.

Na sequência, será realizada uma ampliação do levantamento e a assimilação do material bibliográfico que compõe a fortuna crítica sobre o autor em estudo e a bibliografia teórica referente ao gênero das parábolas, aos processos de construção de sentido fundamentados em relações intertextuais.

O estudo da "fortuna crítica" e a assimilação desse repertório teórico será de fundamental importância para a análise do processo de significação textual

desse corpus, dos procedimentos linguístico- literários de sua construção discursiva, e das proposições temáticas e investimentos funcionais operados por essas narrativas nietzschianas.

Resultados e Discussão

A proposta justifica-se pela necessidade de suprir a carência de estudos dessa natureza divulgados em língua portuguesa. No Brasil, os trabalhos que empreendem uma análise crítico-literário dessas confluências entre Bíblia, literatura e filosofia restringem-se, na maioria dos casos, a traduções de obras estrangeiras, demonstrando o atraso da nossa erudição crítica em relação à tradição científica internacional. Portanto, o presente projeto pretende contribuir para a superação dessas limitações e deficiências.

Conclusões

Os resultados esperados com a pesquisa consistem numa tentativa de demonstrar que os textos de Nietzsche selecionados para análise apropriam-se das convenções genéricas da parábola, e podem ser lidas de acordo com o horizonte de expectativas que caracteriza a tradição do gênero.

Além disso, a pesquisa constitui uma possibilidade de se ampliar a bibliografia crítica sobre o assunto, alcançando uma visão mais autêntica e consistente da obra de Nietzsche e da sua relação intertextual com a tradição bíblica.

Finalmente, pretende-se submeter os resultados obtidos à apreciação crítica da comunidade científica, despertando também o interesse de outros pesquisadores pelo assunto, por meio da divulgação de seus resultados em eventos e periódicos científicos.

Agradecimentos

Equipe do Escritório de Pesquisa da FCL/Assis.

___________________

1 Bakhtin, M.; Gêneros do discurso. In:______. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000. pp.279-326.

2 Bentes, A. C.; Cavalcante, M. M.; Koch, I. G. V.; Intertextualidade:

diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2007.

3 Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Edições Paulinas, 1985.

4 Deleuze, G. Nietzsche e a Filosofia, Tradução: António M. Magalhães.

Portugal: Ed. Rés, 2001.

5 Nietzsche, F.; Assim falou Zaratustra. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

6 Nietzsche, F.; A Gaia Ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

7 Sant’anna, M. A. D.; O gênero da parábola. São Paulo: Unesp, 2010.

Referências

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