XXVII Congresso de Iniciação Científica
PURIFICAÇÃO DOS PEPTÍDEOS PRESENTES NO VENENO DA ARANHA CARANGUEJEIRA Vitalius sorocabae (Theraphosidae).
Rafael Carlos Benetti Paredero, Lucilene Delazari dos Santos, Botucatu, IBB, Ciências Biológicas, rafaparedero@gmail.com, PIBIC Reitoria
Palavras-chaves: veneno, aranha, Vitalius sorocabae
Introdução
Existem aproximadamente 36 mil espécies de aranhas descritas no mundo. Perante a grande diversidade desses animais, muito pouco se sabe sobre a composição dos seus venenos.
Os componentes ativos presentes no veneno das aranhas são, na sua grande maioria, peptídeos que possuem poucos resíduos de aminoácidos. Os estudos sobre o veneno das aranhas do gênero Vitalius são extremamente escassos, porém, a composição proteica do 14seu veneno foi parcialmente caracterizado, tendo como proteína mais abundante, a proteína hialuronidase, a qual apresentou massa molecular de 45 kDa. Estudos evidenciam que o veneno dessa aranha é similar ao de outras aranhas Theraphosidae, como a da Pterinochilus.sp e Scodra griseipe, sugerindo assim que, a composição peptídica do veneno da aranha V.sorocabae seja relativamente similar ao da V.dubius.
Objetivos
O objetivo deste trabalho foi isolar os peptídeos presentes no veneno da aranha caranguejeira Vitalius sorocabae através da cromatografia líquida de fase reversa (RP-HPLC), a fim de caracterizá-los estruturalmente.
Material e Métodos
Os peptídeos foram purificados por cromatografia liquida de fase reversa (RP- HPLC) em coluna semi-preparativa C-18 (Phenomenex). Para a fase móvel foram utilizados dois solventes, Solvente A [água contendo TFA 0,1% (v/v)] e Solvente B [acetonitrila contendo TFA 0,1% (v/v)] em um gradiente de 0 a 80% de B em um fluxo de 1 mL/min. A eluição foi monitorada por medidas de absorbância em 214, 254 e 280 nm. As frações resultantes foram quantificadas por peso seco.
Resultados e Discussão
Como resultados, o perfil cromatográfico do veneno da aranha V. sorocabae apresentou cerca de x frações peptídicas, sendo estas submetidas a
liofilização e quantificação. A figura 1 representa o perfil peptídico do veneno da aranha V.sorocabae.
Figura 1. Perfil peptidômico do veneno da aranha V.
sorocabae.
A metodologia de purificação neste trabalho possibilitou o fracionamento dos peptídeos do veneno, corroborando com outros trabalhos de artrópodes que evidenciam a existência de diversos compostos de baixa massa.
Levando em consideração que 20 mg de veneno bruto foram submetidos à RP-HPLC, o rendimento peptídico total foi de 19,289 mg, o que equivale cerca de 96,44% do veneno total. A quantidade de peptídeos em cada fração foi variada, tendo um valor mínimo de 20 ug e máximo de 3,73 mg o que equivale 0,10% e 19,34% da quantidade de peptídica em relação ao veneno bruto. Portanto, este resultado era o esperado, vista que venenos de artrópodes possuem uma elevada concentração de compostos de baixa massa.
Conclusões
A priori, os resultados obtidos corroboram com os trabalhos publicados sobre venenos de artrópodes, em particular, os venenos de aranhas, onde conclui- se que os compostos de baixa massa estão em elevada concentrações. O próximo passo do trabalho será o sequenciamento de cada peptídeo a fim de conhecermos a fundo os compostos presentes no veneno da aranha V.sorocabae.