XXXI Congresso de Iniciação Científica
Qualidade de mudas de Calendula officinalis L. em função de substratos oriundos de pseudocaule de bananeira e tempo de viveiro.
Vinicius Alexandre Ávila dos Santos, Filipe Pereira Giardini Bonfim, Valeria Tebinka, Lin Chau Ming.
Botucatu-SP, Faculdade De Ciências Agronômicas, Engenharia Agronômica, vaas1511@gmail.com, bolsa PIBIC.
Palavras Chave: calêndula, composto orgânico, medicinal.
Introdução
O Ministério da Saúde divulgou uma lista com 71 plantas medicinais de interesse ao SUS (Sistema Único de Saúde), dentre elas encontra-se a Calendula Officinalis L., planta utilizada devido suas propriedades anti-inflamatórias, sedativas, bactericidas, sudorificas e dermatológicas. Logo surge a necessidade de estudos fitotécnicos iniciais como o de produção de mudas, principalmente em sistemas orgânicos/agroecológicos que são os recomendados pela legislação para o cultivo de plantas medicinais. Desse modo aproveitar resíduos da agricultura e indústria através de compostagem, processo segundo Raij (2011) que consiste em fermentação aeróbica de diferentes materiais até a humificação, se torna prática viável e objeto de estudos para estabelecimentos de sistemas mais sustentáveis.
Objetivo
Objetivo desta pesquisa foi aproveitar resíduos da fruticultura (pseudocaule de bananeira) e da criação de gado (esterco) através de compostagem para produção de mudas de Calendula officinalis L. em diferentes épocas de viveiro.
Material e Métodos
O desenvolvimento da pesquisa iniciou-se com a produção do composto orgânico oriundo do pseudocaule da banana (CB), onde o fornecedor principal de nitrogênio foi o esterco (relação C/N de 22/1) e o fornecedor de carbono foi o pseudocaule de bananeira (relação C/N de 50/1, 126 mg/kg de Na, 31 mg/kg de Fe, 9 mg/kg de Mn, 0,01% de P2O5, 0,08% de K2O, 0,02% de Ca, 0,03% de Mg e 0,9% de N). Logo após, o mesmo foi utilizado como substrato para a produção de mudas de Calendula officinalis L. e comparado com um substrato comercial Carolina Soil® (CS) em diferentes proporções. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x3, com 5 substratos (Trat1=100% CS, Trat2=100% CB, Trat3=75% CS + 25% CB, Trat4=25% CS + 75% CB, Trat5=50% CS + 50%
CB) e três épocas diferentes de avaliação [vinte dias (época 1), trinta dias (época 2) e quarenta dias (época 3)], com 4 repetições e seis plantas úteis por parcela. As características avaliadas foram: matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca das
raízes (MSR), altura das mudas (Alt.), comprimento das raízes (CR), numero de folhas (NF) e a simetria foliar (SF).
Resultados e Discussão
Os substratos com os tratamentos 2 (75% Carolina + 25% composto) e 3 (50% Carolina + 50%
composto) apresentaram melhores resultados para todos características analisadas. Resultados já esperados, uma vez que, substratos comerciais apresentam boa aeração e permite adequado desenvolvimento radicular, que somado ao composto produzido, rico em nutrientes, favorece o crescimento adequado da muda.
Tabela 1 – Valores médios.
- As médias seguidas de uma mesma letra não diferente estatisticamente entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Valores transformados raiz(x+0,5).
Quanto à melhor época, de forma geral, trinta e quarenta dias após a semeadura apresentaram médias superiores do que aos vinte dias, porém não há diferença estatística significativa entre elas.
Conclusões
Os tratamentos 2 (75% Carolina + 25% composto) e 3 (50% Carolina + 50% composto) são os melhores para produção de mudas de Calendula officinalis L.
A melhor época para transplante das mudas ao campo é aos 40 dias após a semeadura, onde as mudas se encontram em melhor desenvolvimento garantindo assim um melhor resultado em campo.
Agradecimentos
Aos professores doutores Filipe Pereira Giardini Bonfim e Lin Chau Ming, a mestranda em Horticultura Valeria Tebinka e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa disponibilizada.
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1RAIJ, B. Van. Fertilidade do solo e manejo de nutrientes.
Piracicaba: International Plant Nutrition Institute, 2011. 420p.