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raízes da influência cultural na sociedade brasileira e belo

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Academic year: 2023

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Trabalho de Conclusão de Curso em História Social e Cultural do Brasil, que analisa um pouco da história de Hollywood e sua influência cultural na sociedade brasileira e em particular na sociedade belo-horizontina dos anos 30, 40 e 50 das produções hollywoodianas e da formação de seus espectadores aqui no brasil. Em Belo Horizonte, foco desta pesquisa, a partir da década de 1930, com a generalização dos filmes sonoros e cinemas na capital mineira, fica evidente a crescente influência de Hollywood na sociedade belo-horizontina.

O primeiro capítulo abordará a formação social dos grandes estúdios de Hollywood dentro da própria cultura norte-americana, bem como a expansão dessa cultura pelo mundo por meio desses estúdios. No segundo capítulo, refletirei sobre a “mistura” das culturas brasileira e norte-americana, esta última tendo uma influência crescente no Brasil, através dos filmes de Hollywood. No quarto capítulo, será discutida a influência de Hollywood e dos cinemas na urbanização da cidade de Belo Horizonte, e no quinto e último capítulo serão discutidos os filmes e artistas que fizeram e fazem parte do imaginário social de Belo Horizonte. discutido. discutido, bem como o perfil do telespectador Belo Horizonte.

A história social de Hollywood

Sem dúvida, dos anos 1930 aos anos 1960, Hollywood foi um importante veículo de transmissão da cultura americana pelo mundo. Nem tudo o que Hollywood mostrava em seus filmes estava presente apenas na cultura norte-americana. Muitos filmes produzidos na época faziam exatamente o contrário, pois criticavam e satirizavam a própria cultura americana.

Claramente, especialmente com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, Hollywood começou a desempenhar um papel importante na consolidação da cultura americana em todo o mundo. Hollywood e sua mudança de atitude em relação à disseminação da cultura americana pelo mundo com o advento da Segunda Guerra Mundial. Walt Disney e seus estúdios foram grandes divulgadores da cultura americana pelo mundo através de seus famosos personagens.

A “mistura” cultural

Esses valores, que já pertencem à nossa realidade cultural, como fotos de atores e atrizes de Hollywood em revistas, vestidos com fantasias de carnaval e dando conselhos aos leitores sobre como se vestir. Outro exemplo dessa “mistura” era que nas exibições de filmes de Hollywood aqui no Brasil, era comum ter filmes ou séries brasileiras como “primeira” comunicação de massa.

Os fenômenos de difusão cultural e popularidade alcançados por Hollywood no período de 1930 a 1960 foram alcançados não apenas por meio de seus filmes, mas também por outros meios de comunicação de massa. Portanto, é preciso entender como, pela primeira vez na história, um grande meio de comunicação de massa, o cinema, começa a se disseminar junto com outros meios de comunicação de massa. O imaginário do cinema está intensamente presente nesses meios de comunicação, que organizam e até criam novos elementos para seu público em relação aos ideais do cinema hollywoodiano.

Por meio de fotografias, capas, reportagens, crônicas dessas revistas, a imagem hollywoodiana tornou-se a linguagem da época. Um grande número de celebridades de Hollywood aparecem nesses anúncios e são lembrados em muitas cenas de filmes famosos para incentivar a compra de um determinado produto (ver Figuras 7, 8, 9 e 12). Cuidados de beleza, cosméticos, preferências alimentares e estéticas, roupas, relógios, doces, todos esses anúncios relacionados a atores, atrizes e filmes de Hollywood.

Esse fascínio que as imagens hollywoodianas despertavam no cotidiano dos espectadores aqui no Brasil nos leva à análise de outro mecanismo, que também envolve a publicidade e que ajudou a moldar os grandes. Reportagem sobre os malefícios que o cinema pode fazer às crianças, problema recorrente na sociedade brasileira da época. Anúncio de balas com figurinhas/fotos de artistas de Hollywood à venda em Belo Horizonte na época.

Aviso de assinaturas das principais revistas americanas da época que foram importadas, inclusive diversas revistas especializadas em cinema.

As estrelas do cinema hollywoodiano

O "Starsytem" é justamente esse mecanismo que transforma a figura de cada estrela do cinema de Hollywood em referência para muitas pessoas. maior estrela romântica da década de 1940, transformação que só pôde ocorrer depois que ela pintou o cabelo de vermelho e mudou seu nome para Rita Hayworth."( FRJEDRJCH, Otto A cidade das redes, p. 152. temas, certos problemas das relações humanas e a maneira como uma estrela de cinema resolvia seus problemas influenciava o pensamento do público sobre seus próprios problemas.

A estrela de cinema é a projeção dessa necessidade de sair de um cotidiano chato e anônimo, em busca de uma vida de prosperidade e sucesso na vida pessoal e profissional. Naquela época, telespectadores do mundo todo sempre preferiam assistir filmes, consumir produtos, ler sobre esse universo, enfim, tudo que tivesse a presença dos astros de Hollywood. É claro que as estrelas de cinema adquiriram arquétipos ideais que guiaram a moda e o comportamento, especialmente para as mulheres.

As vendas de um determinado modelo de carro americano dispararam aqui depois que ele foi apresentado e usado por estrelas em filmes recém-chegados de Hollywood. Havia muitas fotos de atrizes de cinema em revistas mostrando vestidos, maiôs e penteados. As capas de revistas quase sempre tinham a foto de uma mulher e eram quase sempre fotos de atrizes de cinema (ver Figuras 14 e 15).

As imagens da mulher na mídia, por exemplo, que até meados da década de 1950 eram altamente difundidas por ideais de aparência e relacionamentos românticos, são substituídas por novas imagens hollywoodianas a partir de meados da década de 1950. Seja na influência direta na manutenção ou mudança de valores sociais, seja na influência no modo de vestir, seja na influência comportamental, o fato é que naquele momento Hollywood criou as raízes de uma influência social e cultural no Brasil, que perdura até hoje, mesmo que de forma mais leve em relação ao período estudado. Essas fotos foram publicadas na seção "Saudações de Hollywood", vemos uma dessas fotos autografadas por Paulette Goddard.

Anúncio de venda de fotos de artistas de cinema (poses-collants-cowboys) em Belo Horizonte.

Um pouco da história dos cinemas de Belo Horizonte

Em 1932, Belo Horizonte viu nascer um dos maiores cinemas do país até então, que se manteve como um dos maiores campeões de bilheteria do país. As reformas arquitetônicas e de interiores sempre acompanharam a abertura dos cinemas em Belo Horizonte, principalmente na década de 1930. Com o advento dos filmes sonoros e também com o chamado "Cinemascópio"9 na década de 1950, os cinemas tiveram que adaptar suas instalações às novas tecnologias que surgiram na indústria.

O final da década de 1930 e toda a década de 1940, como já mencionamos, formam o período que ficou conhecido como os “Anos Dourados”. Assim como a cinematografia, Belo Horizonte se transformava e se expandia na década de 1940, pois estava em pleno crescimento urbano, populacional e de modernização. A década de 1940 também foi marcada pela construção do conjunto arquitetônico da lagoa da Pampulha, que se tornou outro marco representativo da cidade de Belo Horizonte.

De 1943 até o final da década, mais 15 cinemas foram inaugurados em toda a cidade e na década de 1950 outros 14 cinemas foram inaugurados, marcando não só o auge da febre que o cinema causou na população de Belo Horizonte, mas também a importância e influência que esses cinemas tiveram no cotidiano da população de Belo Horizonte e em sua própria urbanização. Ou seja, as exibições de filmes em Belo Horizonte ainda atraíam um grande público que via a TV apenas como mais uma forma de entretenimento. As grandes salas do circuito comercial sofreram com a queda nas bilheterias e sua queda foi inevitável, atingindo seu auge na década de 70, com o fechamento de várias dessas salas.

Porém, a televisão não foi a única vilã que causou a queda dos cinemas de Belo Horizonte e do mundo, ao que parece. As tentativas de reviver e dar continuidade ao surgimento de alguns cinemas na década de 80 em Belo Horizonte não adiantaram. Portanto, relembrar esse percurso histórico dos cinemas de Belo Horizonte é fundamental para reconstruir uma parte da memória da cidade que por muito tempo foi negligenciada.

O imaginário social que existia naquela época em relação aos cinemas e filmes de Hollywood em Belo Horizonte continua vivo não só nas pessoas que viveram naquele período, mas em todos nós hoje, que sofremos sob a influência direta desse imaginário.

Os filmes hollywoodianos no imaginário social de Belo Horizonte

Antes do simples ato de abrir uma revista naquela época, sempre havia figuras femininas em todas as capas, quase sempre atrizes de Hollywood ou mulheres de destaque da sociedade local. Na década de 1930, por exemplo, percebe-se uma maior identificação do público e das revistas com os filmes e com tudo o que se relaciona à vida da atriz Greta Garbo. E esta atriz foi, sem dúvida, o grande nome de Hollywood naquela década, pois arrastou inúmeros fãs para os cinemas de todo o mundo.

Foram várias as sessões relacionadas com o cinema, como: "Notícias de Hollywood", "O Guarda-Roupa das Estrelas". Saudações de Hollywood”, “Ingressos de Nova York”, “Vestidos para Casais”, “A Câmera Indiscreta”, etc., todas essas seções trazem os artistas que o público tem desejado ver cada vez mais. Esses nomes foram os que mais apareceram nas revistas conceituadas das décadas de 1940 e 1950 e foram, sem dúvida, a linha de frente dos mais importantes e populares artistas de Hollywood da época.

As propagandas e reportagens sobre os filmes da época mostram uma preferência pelos gêneros: romance, comédia, faroeste e gangster. Na década de 1930, os filmes vistos nas revistas eram: o drama romântico 'Rainha Cristina' de 1933. Na década de 1940 também se destacam alguns outros filmes e diretores que se tornaram clássicos do cinema e estiveram muito presentes na mídia da época, como : "Tudo isso e o céu também" de 1940 (Dir. Anatole Litvak, com Charles Boyer e Bette Davis), "As Vinhas da Ira" de 1940 (Dir. Charles Chaplin, com Charles Chaplin).

Esses espectadores, em sua maioria, sabiam distinguir bons e maus filmes, fossem eles de Hollywood, do Brasil ou de qualquer outra cinematografia. Abordagens como essa nos mostram a capacidade crítica do público e da mídia em relação à influência cotidiana do cinema aqui no Brasil. Nessa relação cinema-mídia-espectador, este também é o produtor, pois os filmes eram produzidos de acordo com suas preferências, as revistas traziam os assuntos do cinema que mais lhe interessavam.

No que diz respeito à produção de arte cinematográfica em Hollywood, é generalizar dizer que os filmes comerciais são ruins e falsos, pois a capacidade de criar obras de qualidade não depende da cinematografia, mas da capacidade criativa de quem produz os filmes. .

Referências

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