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RC: 67346 - ISSN: 2448-0959

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Academic year: 2023

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A influência do comportamento alimentar familiar na primeira infância: Uma revisão integrativa

REVISÃO INTEGRATIVA

YASSINE, Yasmin Imad [1], ORDOÑEZ, Ana Manuela [2], SOUZA, Isabel Fernandes de [3]

YASSINE, Yasmin Imad. ORDOÑEZ, Ana Manuela. SOUZA, Isabel Fernandes de. A influência do comportamento alimentar familiar na primeira infância: Uma revisão integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 20, pp. 43-63. Novembro de 2020. ISSN:

2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/nutricao/uma-revisao-integrativa RESUMO

Introdução: O comportamento alimentar é caracterizado como a forma em que as pessoas se alimentam, interferindo na qualidade de vida, na prevenção e no tratamento de doenças. Assim, a alimentação durante a infância tem grande importância para o desenvolvimento e crescimento saudáveis, e para prevenir doenças na fase adulta. Desse modo, o contexto familiar em que a criança esta inserida é fundamental para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis. Objetivo: identificar evidências na literatura científica quanto à influência dos pais na formação dos hábitos alimentares na primeira infância e como esta influência pode gerar prejuízos na fase adulta quando não realizados de maneira adequada.

Metodologia: Tratou-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, proporcionando a síntese de conhecimento e apresentação dos resultados das evidencias quanto as influências do comportamento alimentar paterno e materno na formação dos hábitos da criança. Elaborada seguindo as etapas determinadas pela literatura, sendo estas: elaboração do tema, objetivo e pergunta norteadora, recuperação dos manuscritos a partir das estratégias de busca na literatura, avaliação crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa. Resultados: há evidências na literatura de que o comportamento alimentar das crianças é influenciado por diversos fatores relacionados ao ambiente físico, social, familiar, cultural e também midiático. Considerações finais: a literatura revisada indica a influência familiar na formação dos hábitos alimentares das crianças e essa se perpetuando por gerações.

Assim as orientações educacionais com informações nutricionais aos pais podem contribuir para o consumo alimentar saudável.

Palavras Chave: Hábitos alimentares, cultura alimentar, família, criança.

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1. INTRODUÇÃO

O comportamento alimentar é caracterizado como a forma em que as pessoas se alimentam, interferindo na qualidade de vida, na prevenção e no tratamento de doenças. Assim, a alimentação durante a infância tem grande importância para o desenvolvimento e crescimento saudáveis, contribuindo para fase adulta com saúde (MADRUGA et al., 2012).

Assim o contexto familiar em que a criança está inserida é fundamental para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis (DO CARMO AZEVEDO LEUNG; PASSADORE; DA SILVA, 2016). A formação do comportamento alimentar é determinado primeiramente pela família (DANTAS; DA SILVA, 2019). É na família que a criança constrói seu primeiro espaço de socialização, em que os hábitos alimentares são aprendidos, repetidos e incorporados, muitas vezes até a vida adulta (TOSATTI et al., 2017).

A nutrição adequada na infância, com a manutenção do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e a condução adequada da introdução alimentar, ambos geram experiências quanto à alimentação ao longo da infância e da vida que podem ser positivas ou negativas. Quando bem conduzida, a alimentação traz bem estar psicossocial, emocional e físico na criança (DO CARMO AZEVEDO LEUNG; PASSADORE;

DA SILVA, 2016).

As crianças são influenciadas, pelos pais, na ingestão de alimentos pelas crianças pela forma como os alimentos são disponibilizados, bem como pela maneira como é feita esta interação entre a família e o alimento (VAN DER HORST; SLEDDENS, 2017).

Assim, quando esse ambiente familiar é desfavorável, o mesmo poderá propiciar condições que podem levar ao desenvolvimento de distúrbios alimentares e doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, entre outras, principalmente na vida adulta (MADRUGA et al., 2012).

O meio ambiente e contexto familiar, quando se apresentam desfavoráveis propiciam condições ao desenvolvimento do excesso de peso e da obesidade, tanto na infância e quanto na adolescência (IERVOLINO; SILVA; LOPES, 2017).

Os hábitos alimentares da idade adulta estão diretamente ligados ao que foi aprendido na infância. Assim a promoção dos mesmos deve ser feita com maior ênfase na infância, para que permaneçam ao longo da vida (MADRUGA et al., 2012). Desse modo, é possível afirmar que a infância é um período chave para estabelecer os hábitos alimentares e estilo de vida saudáveis que são preditivos para a vida adulta com saúde (VILLA et al., 2015).

Os hábitos alimentares são reflexos do modo e estilo de vida que existiu na infância, com forte influência do componente familiar. Sendo assim, as questões referentes à alimentação e à formação dos hábitos alimentares, estão intimamente ligadas à saúde e à prevenção de doenças. Dessa maneira, com os indicativos do aumento, a cada ano do número de crianças em situação de obesidade e sobrepeso, verifica- se a importância das condutas e comportamentos familiares na formação dos hábitos alimentares infantis.

(VILLA et al., 2015). A família, principalmente a materna exerce uma grande influência na determinação da alimentação das crianças. São as mães as responsáveis pela escolha, compra, preparo e oferta dos

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alimentos aos filhos (CORADI; BOTTARO; KIRSTEN, 2017).

Desta forma, as condições de saúde na infância não devem ser analisadas de forma isolada e sim, verificando o contexto familiar e social no qual a criança esta inserida. Pois, os filhos tendem a repetir o comportamento alimentar dos pais (VILLA et al., 2015).

Nesse seguimento, é verificado a cada ano um consumo aumentado de alimentos de alto valor energético e um baixo consumo de frutas e hortaliças podendo este aumento estar ligado a disponibilidade domiciliar. (MELO et al., 2017)

Sendo assim, o presente estudo objetivou identificar evidências na literatura científica quanto à influência dos pais na formação dos hábitos alimentares na primeira infância e como esta influência pode gerar prejuízos na fase adulta.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura, proporcionando a síntese de conhecimento e apresentação dos resultados das evidências quanto às influências do comportamento alimentar paterno e materno na formação dos hábitos da criança. Elaborada seguindo as etapas determinadas pela literatura, sendo estas: elaboração do tema, objetivo e pergunta norteadora, recuperação dos manuscritos a partir das estratégicas de busca na literatura, avaliação crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa (SOUZA, 2010).

A coleta de dados foi realizada a partir da questão norteadora: Em relação à formação dos hábitos alimentares na infância, quais são as evidências das influências determinadas pelos pais, relatadas na literatura? A busca de artigos foi realizada nas seguintes bases de dados: Lilacs (Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), PubMed, Scielo e Science Direct.

Foi considerado como critério de inclusão os artigos científicos publicados no período de 2009 a 2019, nos idiomas inglês, espanhol e português, que apresentassem como foco do estudo a influência dos pais na formação de hábitos alimentares na infância.

Foram excluídos os artigos que não estavam de acordo com o objetivo e com os critérios de inclusão do estudo. Também foram excluídos teses, dissertações e artigos que tratavam de outras influências, existentes na formação dos hábitos alimentares na primeira infância, tais como a mídia e a escola. Foram descartados artigos duplicados, ou seja, indexados em mais de uma base.

A pesquisa bibliográfica ocorreu durante o mês de agosto de 2019, utilizando os seguintes descritores em português e inglês: comportamento alimentar; hábitos alimentares, cultura alimentar (feeding behavior), criança (child) e família (Family). Esses descritores combinados com os operadores lógicos OR quando utilizados como sinônimos e AND para compor a estratégia de busca.

As buscas recuperaram 4515 artigos nas 4 bases de dados pesquisadas. Desse total, 4050 foram excluídos por estarem repetidos ou porque, via leitura dos títulos, havia um desalinhamento com a temática investigada.

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Finalizada a primeira etapa de leitura dos títulos, restaram 465 artigos. Esses foram avaliados a partir da leitura dos resumos e palavras-chave. A tabela 1 indica os critérios utilizados para descartar os manuscritos que não fariam parte da revisão.

Tabela 1: Critérios utilizados para descartar os artigos por meio da leitura dos resumos, sendo excluídos (n=415).

Critério de Exclusão Descartados Critério de Exclusão Descartados

influência da mídia 89 artigos duplicados 35

influência escolar 112 pedagogia 55

odontologia 26 educação física 39

teses, dissertações 10 psicologia 49

Fonte: Yasmin Imad Yassine, 2020

Após a leitura dos 465 resumos, foram descartados 415 artigos e restaram 50 documentos para a leitura completa.

Destes 50 artigos foram excluídos 35 por não investigarem especificamente os fenômenos de interesse deste trabalho. Sendo assim, 15 artigos compõem esta revisão integrativa.

O fluxograma do processo de seleção dos artigos incluídos nesta pesquisa pode ser visualizado na figura 1.

Figura 1: fluxograma do processo de seleção dos artigos contemplados nesta revisão integrativa.

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Fonte: Yasmin Imad Yassine, 2020 3. RESULTADOS

3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ESTUDOS

Para a revisão foram selecionados 15 artigos, 07 utilizaram como metodologia de desenho de pesquisa o estudo transversal, 07 utilizaram revisão e 01 o uma abordagem descritiva exploratória com abordagem qualitativa.

O tamanho amostral dos estudos variou de 33 a 14.440 participantes, incluindo desde a família responsável pela criança até as próprias crianças, totalizando 21.339 participantes dentre os estudos incluídos nesta revisão. O número de autores variou entre um e doze.

Em relação aos países de origem, doze pesquisas foram conduzidas no Brasil (DO CARMO AZEVEDO LEUNG; PASSADORE; DA SILVA, 2016), (TOSATTI et al., 2017) (CORADI; BOTTARO; KIRSTEN, 2017), (JAIME; DO PRADO; MALTA, 2017), (VILLA et al., 2015), (ESTIMA; PHILIPP;

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ALVARENGA, 2009), (IERVOLINO; SILVA; LOPES, 2017), (MELO et al., 2017), (SILVA; COSTA;

GIUGLIANI, 2016), (MADRUGA et al., 2012), (DANTAS; DA SILVA, 2019), (WARKENTIN et al., 2018), uma foi realizada na Austrália (DANIELS, 2019), uma nos Estados Unidos (VAN DER HORST;

SLEDDENS, 2017) e uma outra no Irã (ANGOORANI et al., 2018).O Gráfico 1 demonstra os países de origem dos artigos utilizados.

Gráfico 1: Número de publicações conforme país de origem

Fonte: Yasmin Imad Yassine, 2020

A maior parte dos trabalhos selecionados abordaram aspectos da influência dos pais ou responsáveis na alimentação infantil. Outros temas abordados incluíram fatores que influenciaram na escolha e aquisição de alimentos pelos responsáveis, a prática das refeições em família e seu impacto no índice de massa corporal (IMC), a influência socioeconômica e demográfica da família nos hábitos alimentares dos núcleos familiares.

Os artigos selecionados são apresentados no quadro 1, conforme identificação do artigo, população do estudo, país, objetivo principal, desenho do estudo e principais resultados.

Quadro 1 – Caracterização dos artigos (n=15) de acordo com a identificação, participantes, país de condução da pesquisa, objetivo principal, metodologia e principais resultados.

Identificação do artigo

Referências

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