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(1)Reflexos da avaliação a valor justo no controle de preços de transferência - a apuração do preço parâmetro no CAP e no CPL

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Academic year: 2023

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A seguir, analisaremos a metodologia de cálculo do preço parâmetro em CPL e CAP, e examinaremos o conceito de “custos de produção” utilizado pela legislação tributária ao tratar de ambos os métodos. Conforme observado, na CPL, a lei exige que a pessoa jurídica identifique o custo de produção de bens idênticos ou similares. A legislação tributária contém disposições sobre a determinação do custo de produção - o que explica os critérios para os quais o art.

9.430, quando menciona os custos de produção como critério necessário para o cálculo do preço de um parâmetro em CPL e CAP,.

Avaliação de ativos e passivos a valor justo

Existem diversos pronunciamentos da Diretoria de Pronunciamentos Contábeis que definem a aplicação e a disciplina do método contábil do valor justo. 34 Por que não dizer apenas "valor de mercado" em vez de "valor justo". É justamente por isso que foram desenhados modelos matemáticos e matriciais extremamente complexos que possibilitam o cálculo do valor justo (IUDÍCIBUS, Sérgio de;.

37 Como a avaliação do valor justo pode ocasionar aumento de estoque sem que haja giro ou realização de receita, mesmo antes da Lei nº 38 Eliseu Martins, por exemplo, criticar o uso do valor justo para ativos biológicos destinados ao uso puro e não à venda (MARTINS, Eliseu. Alexandre Evaristo Pinto condenou também o exagero de certas normas contabilísticas sobre o justo valor (PINTO, Alexandre Evaristo .

A mensuração do valor justo leva em consideração certas características do ativo ou passivo, incluindo: (a) a condição e localização do ativo; e (b) restrições, se houver, à venda ou uso do ativo (cláusula 11 CPC 46). Isso porque a avaliação do valor justo é estimada, assumida e não executada em troca efetivamente verificada no mercado. Mensuração de ativos a valor justo e seu impacto nos custos de aquisição e produção para fins de CAP e CPL.

A mensuração de ativos a valor justo e seu impacto no custo de aquisição e produção para efeito do CAP e do CPL

O silêncio da Lei n. 12973 não pode resultar em acolhimento total das “novas” práticas contábeis para fins de preços de

12.973 determina que o IRPJ e a CSL, além do PIS e da COFINS, “serão apurados de acordo com a legislação em vigor, com as alterações desta lei”. Fica claro o comando para manter a legislação em vigor, claro que com as modificações previstas nos artigos seguintes. 12.973 um vetor geral para a neutralização de práticas contábeis que se afastem do princípio da realização do lucro.

A tributação, por outro lado, obedece aos princípios da realização dos rendimentos e da capacidade contributiva e incide sobre as condições reais, pelo que a carga tributária recai sobre as situações. 12.973 preservou a tradição de tributação da renda no Brasil, estabelecendo diversos ajustes ao lucro líquido apurado de acordo com a norma do IRFS, neutralizando práticas contábeis que se distanciavam do princípio da realização. No caso da AVJ, a lei prevê uma forma de diferimento da sua tributação, que deverá ocorrer no momento da realização do respectivo bem.

Assim, o imposto sobre o lucro registrado nada mais é do que o cancelamento do custo correspondente e justamente por isso a lei determina que ambos ocorram simultaneamente, no momento da realização. Direito Tributário O princípio da realização do imposto de renda - Estudo em Homenagem a Ricardo Mariz de Oliveira", ZILVETI, Fernando Aurélio; FAJERSZTAJN, Bruno; SILVEIRA, Rodrigo Maito da. 12.973 sobre o tema de preços de transferência, isso por si só não resulta na aceitação de que as "novas" práticas contábeis devam afetar automaticamente a apuração do CAP e CPL.

Interpretação do conceito de custo de produção para fins de preços de transferência, quando extraído da contabilidade

Interpretação do conceito de custo de produção para efeitos de preços de transferência, quando o mesmo é retirado da contabilidade. O paralelismo entre as técnicas acima e as metodologias utilizadas pela legislação brasileira de controle de preços de transferência existe, pois (i) a abordagem de mercado é semelhante ao método denominado "preço comparável não controlado" pela OCDE (no Brasil, PIC e PVEx), ( ii) a abordagem de custo se assemelha à. De fato, a determinação do valor justo parece ser um ponto de conexão entre a contabilidade IFRS e as regras de preços de transferência, pois o princípio do arm's lentgh, como vemos, busca identificar com precisão o preço de mercado em transações com partes relacionadas.

Ao propor a adoção do "valor justo" contábil como forma de controle de preços de transferência, o autor parece recomendar que tal adoção, se permitida por lei, ocorra em paralelo – e não cumulativamente – com os métodos brasileiros de controle de preços de transferência. Portanto, os métodos criados pelo legislador para controlar os preços de transferência não existem concomitantemente, ou seja, não podem ser combinados com avaliações de valor justo. 9430 quando os preços de revenda são considerados como ponto de partida para ajustes de preços de transferência.

A metodologia PLR revela que a aplicação da margem de lucro, em CAP e CPL, a custos inflacionados ou deflacionados via AVJ é totalmente incompatível com as regras de preços de transferência vigentes no Brasil. 58 Talvez seja por isso que Robert Turner relatou, em 1999, que, no Canadá, quando os preços de transferência eram controlados pelo método do cost-plus, o custo de produção era geralmente calculado pelo método do custo direto. metodologia de custeio por absorção, determinando as autoridades fiscais canadenses que os ajustes de valor justo sejam excluídos dos encargos de depreciação (TURNER, Robert. Esta não seria a primeira nem a última ocasião em que, ao aplicar as regras de preços de transferência, as disposições são interpretadas de tal forma de forma a dar maior racionalidade a tais controles e ajustes.

Essa prática tem sido verificada no âmbito, inclusive, das normas complementares à legislação brasileira de preços de transferência. 11.638 e 11.941, a mensuração dos ativos e passivos a valor justo (ou a mercado) não poderia afetar a determinação do CAP e CPL, sendo obrigatória a sua neutralização, pois a incorporação dessa metodologia ao conceito de custos de produção leva à distorção dos referidos métodos, admite a aplicação de um método de mensuração de preços em detrimento de outro método de mensuração de preços, o que fere a lógica de controle de preços de transferência no Brasil e a racionalidade dos métodos desenhados pelo legislador.

A Lei n. 9430 não obriga a adoção do conceito contábil de custo de produção, o que confirma que práticas contábeis

9.430 não exige a adoção do conceito contábil de custo de produção, o que confirma essa prática contábil. Mas, a rigor, conforme exposto no tópico 3, ainda que a referência legislativa inicialmente remeta o tradutor a conceitos já aprovados e conhecidos pelo legislador tributário, além daqueles utilizados pela legislação societária e normas contábeis, ou seja, o custo contábil de produção determinado pela metodologia do custo de absorção, o fato é que, ao fixar preços de bens e serviços, a pessoa jurídica pode utilizar dados diversos daqueles contidos na contabilidade, adotando assim métricas econômicas para o preço de bens ou serviços, como é o padrão . método de custo. Nesse sentido, para as pessoas jurídicas que o fizeram, mudanças nas práticas contábeis não teriam impacto relevante, pois o custo de produção seria apurado por outros meios e é difícil imaginar - pelos motivos sugeridos no tópico de anterior – que nesse trabalho de preço seriam aplicadas as margens de lucro predeterminadas pelo legislador tributário sobre o custo de produção inflacionado ou deflacionado pela AVJ.

Num estudo dedicado à investigação do conceito de custo de produção para o cálculo de preços paramétricos na CPL, Luís Eduardo Schoueri questiona a adoção pura e simples do conceito de custo histórico contabilístico para efeitos de preços de transferência. O autor contesta a ideia de que esse conceito deva ser exigido na legislação do imposto de renda, uma vez que o legislador de 1996, ao estabelecer as regras brasileiras de preços de transferência, não deixou claro o que entendia por custo de produção65. Schoueri critica a opção, aprovada pela RFB, de utilizar o custo histórico, fundamentando seu raciocínio no princípio da "arm's length", pois, segundo o autor, enquanto a legislação brasileira adota pressupostos, o legislador levou em consideração o que é comumente praticado no mercado em transações entre partes independentes, que é o custo normal ou real ao qual uma margem de lucro deve ser aplicada, não o custo histórico.

O que se depreende, portanto, dessa interessante abordagem baseada no conceito de presunções legais e no princípio "arm's length" é a possível distância entre as regras contábeis para determinação do custo de produção e a identificação do preço parâmetro, no contexto da CPL, para efeitos de transferência de prémios. Schouer não analisa a questão dos impactos da mensuração do valor justo no cálculo do CPL, mas as ideias apresentadas naquele estudo, que questionam a adoção do conceito contábil de custo de produção para fins de preços de transferência, também justificam o expurgo. do AVJ do mesmo cálculo. Com efeito, tendo em vista que (i) a pessoa jurídica nem sempre adota o custo contábil na determinação do preço de venda de seus bens e serviços; (ii) nem todos os critérios ou normas contábeis foram adotados pela pessoa jurídica ao mesmo preço, confirmando o que foi dito acima sobre a impossibilidade de utilização do AVJ como elemento integrante do custo de produção para fins de aplicação das regras de transferência de controle os preços, dada a incompatibilidade desse critério de mensuração com o estabelecido pelo legislador na criação do CAP e LPP, que adotam margens fixas e predeterminadas, aparentemente não são utilizados para custos inflacionados ou esgotados pela AVJ.

Conclusão

A prática contábil atual significa mensurar alguns ativos, como biológicos, bem como passivos a valor justo, o que pode afetar o valor dos custos de produção, que permanecerão aumentados (ou mesmo reduzidos) para a AVJ. 12.973, na qual estabeleceu a neutralidade da mensuração de ativos e passivos pelo valor justo, manteve-se omissa sobre o assunto tratado nesta parte. Este fato, em nossa opinião, não significa que as mudanças nas práticas contábeis tenham sido integralmente adotadas e sejam aplicadas sem limitação em termos de preços de transferência.

9.430, ao definir o CAP e a CPL, adotou a técnica de se referir ao conceito contábil de custos de produção e que, portanto, mudanças nas práticas contábeis devem, a princípio, afetar o cálculo dos ajustes em foco, nem todas as mudanças devem afetar esses métodos. Cabe ao intérprete verificar “cum grano salis” em cada caso concreto se estão de acordo com a determinação dos preços de transferência, ou se podem levar a um viés nos métodos. É exatamente o que ocorre no caso dos custos de produção quando são afetados por avaliações de valor justo.

A avaliação de ativos e passivos a valor justo, por se tratar de uma metodologia que visa determinar o preço que seria auferido em uma transação de mercado, não pode ser combinada com outra metodologia que também vise a fixação de preços “deal”. A avaliação a valor justo é consistente com o padrão "arm's length", mas isso por si só não justifica a combinação dessa metodologia com outros métodos que também são capazes de identificar o preço de mercado, como CAP e CPL. O CAP e o CPL brasileiros preveem margens fixas para os custos incorridos, ou seja, para os gastos incorridos pela pessoa jurídica, o que significa que não é possível aplicar o conceito contábil de custo de produção indefinidamente nas situações em que esse custo não não inclui apenas despesas, mas também registra fluxos de caixa futuros, ganhos ou perdas esperados, resultantes da mensuração de ativos ao valor justo.

Referências

Documentos relacionados

Considerando que a Ciência Contábil é um “sistema de controle utilizado largamente pela sociedade que a tornou obrigatória para todas as empresas no mundo” (RICCIO, 2001, p. 12),