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registro e intersecções na obra de Lenora de Barros

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Academic year: 2023

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XXV Congresso de Iniciação Científica

só por es-tar: registro e intersecções na obra de Lenora de Barros

Milla Maués Pelúcio Pizzignacco, José Spaniol, UNESP, Instituto de Artes, Artes Visuais, millapizzi@uol.com.br, PIBIC – CNPq.

Palavras Chave: Lenora de Barros; Registro; Intermidialidade

Introdução

Este trabalho é um desdobramento do projeto de pesquisa “Escultura e Fotografia - análises e reflexões”, do prof. dr. José Spaniol, o qual busca explorar a relação entre fotografia e escultura desde o século XIX até o presente, entendendo o registro não apenas como meio de fixação e documentação, mas como (1) aliado na prática escultórica: artifício de investigação dos processos de produção e reflexão sobre a própria condição do artista; e (2) linguagem estruturada: outro campo de inserção dos trabalhos artísticos. Partindo dessas premissas, este trabalho surge com o interesse de relacionar a fotografia e o vídeo como dispositivos de registro a outros meios expressivos. A presente pesquisa debruça-se, então, sobre a obra da artista plástica Lenora de Barros, considerando sua produção como emblemática da arte contemporânea, dada a sua intencionalidade e o trabalho com a convergência de linguagens, ambos beneficiados pelo uso das tecnologias de registro de imagem. A partir das suas raízes, identificadas com a poesia concreta, a artista faz uso dos meios de registro para potencializar sua linguagem poética, o que por sua vez, produz uma nova obra, resultado dessa intersecção entre o texto, o som e a imagem. A partir do uso de diferentes elementos relacionados ao mundo da comunicação, Lenora de Barros faz do próprio corpo matéria e veículo de sua obra.

Objetivos

A partir da perspectiva que considera o registro como algo que transcende o documental para se tornar ele mesmo a obra, objetiva-se neste trabalho examinar os percursos que conduzem Lenora de Barros dos veículos de comunicação – como as revistas alternativas de poesia e a coluna ...Umas, do Jornal da Tarde – aos projetos que perpassam as fotografias, vídeos, performances e instalações em instituições legitimadas no campo das artes plásticas. Deste modo, pretende-se observar estes deslocamentos entre suportes variados e, principalmente, a linguagem híbrida de sua obra, apontando para um caminho de diluição de fronteiras e maior contato entre os meios expressivos.

Material e Métodos

O material selecionado para esta investigação inclui trabalhos efetuados depois do ano 2000, ano que a artista considera um marco em seu trabalho, pois

passa a se dedicar exclusivamente à sua produção.

Para análise dos mesmos, parte-se de revisão bibliográfica com um conjunto de autores que discorrem sobre o registro na arte contemporânea, além daqueles que trabalham com o conceito de intermidialidade. Valeu-se ainda, para a composição desta pesquisa, de entrevista em profundidade realizada com a artista e visita a seu ateliê, além de leituras biográficas sobre Lenora de Barros.

Resultados e Discussão

A partir dos anos 1960, a concepção essencialista das técnicas de registro começa a ser modificada.

Com o aparecimento do happening, da performance, do site specifc e outras tantas obras efêmeras, a necessidade de documentação se impõe, mas logo se percebe no usos desses recursos novas possibilidades de mobilização de signos em prol da elaboração poética. Neste contexto surge com grupo Fluxus a proposta do conceito de intermedia, com o qual Lenora de Barros se identifica. Na produção da artista, o registro age como linguagem catalisadora das diversas mídias por ela utilizadas, aparecendo como resultado final do trabalho, coordenando a poética através da edição. O registro é percebido também como esclarecedor de seu processo criativo e dos deslocamentos a que seus trabalhos são submetidos entre diferentes suportes, desencadeando relações metalinguísticas.

Conclusões

Lenora de Barros expande o exercício verbivocovisual, plano piloto da poesia concreta brasileira. Seu trabalho amadurece a partir de reflexões nesse sentido e se materializa na intersecção de linguagens sob a síntese do registro.

Embora entenda as nomenclaturas apenas como sistematizadoras, a artista se identifica com o conceito de intermedia (Dick Higgins, 1966), atualizado por intermidialidade, o qual aposta no cruzamento de fronteiras entre as mídias, que, ao se contaminarem, geram um novo discurso.

Agradecimentos

Ao CNPq por conceder a bolsa de iniciação científica e ao meu orientador, prof. dr. José Spaniol.

__________________

1 XAVIER, E. S. Coisa em Si – conversas com Lenora de Barros. Porto Alegre: Zouk, 2011.

2 COSTA, L. C. (org). Dispositivos de Registro na Arte Contemporânea. Rio de Janeiro: Contracapa, 2009.

3 CLÜVER, C. Intermidialidade. PÓS: Revista do Programa de Pós

graduação em Artes da Escola de Belas Artes da UFMG, v.1, nov 2008.

Referências

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