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Relatório sobre o mercado de trabalho do Rio Grande do Sul

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Academic year: 2023

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O presente estudo analisa aspectos do mercado de trabalho no Rio Grande do Sul e faz uma comparação entre as condições observadas em 2001 e 2013, tanto no que diz respeito ao perfil do trabalhador médio no Rio Grande do Sul, quanto à expansão do emprego. o seu rendimento médio e a disponibilidade de mão-de-obra. A comparação dos dados estaduais com os verificados em nível nacional foi realizada com o objetivo de compreender as diferenças nas condições de trabalho no Rio Grande do Sul e no restante do País. A quarta seção aborda a questão da mão de obra potencial e da oferta de emprego. trabalho em no Rio Grande do Sul, bem como os efeitos das políticas nacionais de salário mínimo e do salário mínimo regional sobre a formalidade do mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE é possível observar as características e o perfil do trabalhador médio gaúcho. O salário real médio dos trabalhadores gaúchos aumentou 38,6% entre 2001 e 2013, superando a média brasileira, que aumentou 34,0% no período. As mulheres gaúchas são mais representativas no mercado de trabalho do que a média brasileira (48,9% respectivamente contra 45,4% em 2013).

Em ambos os casos, houve incorporação da mão de obra feminina ao mercado de trabalho entre 2001 e 2013. O grau de formalidade aumentou entre 2001 e 2013 tanto no estado quanto no Brasil, mantendo-se a diferença entre os dois, com Rio Grande do Sul com um mercado de trabalho mais formalizado que o Brasil.

Renda e nível de escolaridade

Nesta subseção estimamos o retorno da escolaridade para o Brasil e o Rio Grande do Sul em 2013 com base em uma regressão minceriana. Tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, a renda dos empregados é, em média, maior para os níveis de ensino superior. Renda média real, em reais, por nível de escolaridade no Rio Grande do Sul e no Brasil – 2013.

Em todas as atividades econômicas, o retorno salarial médio para cada ano de estudo é maior para os trabalhadores gaúchos do que para os brasileiros. O retorno médio de um ano adicional de estudo no setor de serviços é maior do que em outras atividades, tanto no estado (9,6%) quanto no Brasil (9,5%). Retorno médio de um ano adicional de estudo sobre o rendimento, em percentual, por atividade econômica no Rio Grande do Sul e no Brasil - 2013.

Diferencial de salários entre homens e mulheres

Dados e estatísticas descritivas

Nossas variáveis, entretanto, podem ser divididas em cinco categorias: (i) características básicas, (ii) capital humano, (iii) estrutura familiar, (iv) perfil ocupacional e (v) perfil empregatício. i) Características básicas: neste grupo encontram-se quatro variáveis ​​que se referem às características físicas e localização geográfica do indivíduo. As variáveis ​​são as seguintes:. idade, idade ao quadrado3, dummy que identifica a cor do indivíduo e outra variável indicadora de residir ou não em região metropolitana. ii) Capital Humano: Um importante preditor do salário de um indivíduo é quanto capital humano ele acumulou. Nesse sentido, como medida de capital humano, utilizamos uma variável composta pela PNAD, que informa o número de anos de estudo que um indivíduo possui. iii) Estrutura familiar: este conjunto de variáveis ​​tem como objetivo definir a estrutura da família de um indivíduo, bem como definir o seu papel na distribuição do tempo dentro dela.

São dez variáveis ​​utilizadas para caracterizar a estrutura familiar: uma dummy que indica se o indivíduo é solteiro ou não, número de horas dedicadas às tarefas domésticas e um conjunto de oito variáveis ​​categóricas que identificam o tipo de família. Por fim, o conjunto de oito variáveis ​​que identificam o tipo de família do indivíduo é obtido a partir da variável “Tipo de família para todos os domicílios” para a qual existem oito valores: (1) casal sem filhos, (2) casal com todos os filhos menores de 14 anos. , (3) ) casal com todos os filhos menores de 14 anos, (4) casal com filhos menores de 14 e 14 anos ou mais, (5) mãe com todos os filhos menores de 14 anos, (6) mãe com todos os filhos com 14 anos ou mais, ( 7) mãe com filhos menores de 14 anos e filhos com 14 anos ou mais e (8) outros tipos de família. iv) Perfil profissional: aqui as variáveis ​​tentam definir a trajetória de inserção do indivíduo no mercado de trabalho. As variáveis ​​utilizadas são três: idade em que começaram a trabalhar, idade em que começaram a trabalhar ao quadrado e probabilidade de interrupção da carreira profissional em determinado ano.

As variáveis ​​idade em que o indivíduo começou a trabalhar foram construídas com base na questão da PNAD “Idade em que começou a trabalhar”. A probabilidade de interrupção da carreira profissional foi construída da seguinte forma: utilizando dados das PNADs de 2011 e 2012, criamos grupos com base nas seguintes características: idade, sexo e número de filhos. São seis variáveis: dummy que indica se o indivíduo é sindicalizado, dummy que indica se o indivíduo tem emprego formal (se for empregado assalariado com carteira assinada), número de anos nesse emprego, número de horas trabalhadas por semana , percentagem de mulheres que trabalham nesse tipo de ocupação e percentagem de mulheres que trabalham nesse tipo de atividade.

Outra diferença importante é o número médio de horas dedicadas às tarefas domésticas: em média, as mulheres dedicam cerca de três vezes mais horas às tarefas domésticas do que os homens. Ao observarmos as variáveis ​​que representam os percentuais de mulheres nas ocupações e atividades dos indivíduos, percebemos que as mulheres tendem a se concentrar em atividades e ocupações específicas. As mulheres, em particular, têm uma probabilidade média de 35,1% de interromper a sua carreira profissional (em comparação com 14,7% para os homens).

Percentagem média de mulheres que trabalham na profissão do indivíduo Percentagem média de mulheres que trabalham na actividade do indivíduo Estrutura familiar.

Resultados

As características observadas podem ser divididas em dois grupos: i) características que contribuem para que o salário do homem seja superior ao da mulher, e ii) características que contribuem para que o salário da mulher seja superior ao do homem. No primeiro grupo, ou seja, entre as variáveis ​​que contribuem para o aumento da diferença salarial, podemos destacar a probabilidade de interrupção da carreira profissional – maior em média para as mulheres, conforme mostra a Tabela 3 –, que contribui com cerca de 11,2 p.p. As mulheres têm em média uma jornada de trabalho mais curta que os homens, e esta composição leva a uma maior diferença a favor dos homens.

Além disso, outro factor importante que contribui para o agravamento da disparidade salarial entre homens e mulheres parece ser o número de horas dedicadas ao trabalho doméstico. Ainda na tabela 4, podemos observar que a concentração das mulheres em ocupações e atividades diferentes das dos homens ajuda a aumentar a disparidade salarial em 3,0 p.p. Estes resultados parecem indicar que as mulheres tendem a concentrar-se em profissões e atividades que pagam, em média, menos.

Quando olhamos para as variáveis ​​que contribuem para a redução da disparidade, ou seja, para reduzir a disparidade salarial entre homens e mulheres (o segundo grupo), vemos que a que mais contribui para isso é a variável anos de estudo. De facto, as mulheres da amostra têm um nível de escolaridade mais elevado e, uma vez que a escolaridade está correlacionada com o rendimento, esta diferença contribui para reduzir a disparidade. Outra variável que contribui significativamente para a redução da disparidade salarial entre homens e mulheres é a idade em que começaram a trabalhar.

Se considerarmos a agregação em cada perfil, notamos que em três deles o efeito ajuda a que os salários dos homens sejam mais elevados, e em dois deles ocorre o contrário. No segundo grupo, vale destacar as características básicas (-3,8 p.p.) e o capital humano (-12,3 p.p.), afinal as mulheres estudam mais. Ou seja, se homens e mulheres tivessem exatamente as mesmas características em todos os perfis considerados na análise, as mulheres ainda ganhariam 7,0% menos que os homens por algum motivo não observável ou por alguma característica que não foi considerada no estudo.

A parte explicada pelas variáveis ​​observadas (13,8 p.p.) decorre do efeito líquido entre as características que atuam no aumento da disparidade salarial (perfil de emprego, perfil profissional e estrutura familiar, que contribuem para a diferença a favor dos homens com 30,4%) e aqueles que ajudam a garantir que esta disparidade não seja tão elevada (características básicas e capital humano, que em conjunto reduzem a disparidade salarial em 16,6%).

Formalização do mercado de trabalho

O Salário Mínimo e seu impacto no tamanho do setor formal do mercado de

  • Identificação do efeito causal a partir de um pressuposto testável
  • Estimando os efeitos do mínimo e do piso regional
  • Resultados

Em princípio, uma forma de examinar o impacto de tais políticas é analisar a evolução do salário mínimo e a dimensão do sector formal do mercado de trabalho ao longo do tempo, como mostra o gráfico 14. Uma análise superficial poderia concluir que ambas as séries aumentam , parece que o salário mínimo a preços de Setembro de 2013 tem um impacto positivo na dimensão do sector formal. O gráfico abaixo mostra a evolução do rendimento real para os diferentes grupos de rendimento, bem como a evolução do salário mínimo nacional a preços constantes.

Ou seja, a terceira variável – o desempenho da economia – afeta positivamente tanto o nível do salário mínimo como o nível de formalidade e outras faixas. A evolução do salário mínimo real nacional e do rendimento salarial real por classe de renda no Brasil. A diferença entre a classe mais baixa e a mais alta pode ser explicada pela existência do salário mínimo.

No entanto, o efeito será mais sensível no grupo de empregos que pagam salários em torno do salário mínimo actual. Quando o salário mínimo é introduzido, sem política não podemos observar a dimensão do sector formal do mercado de trabalho e vice-versa. O Gráfico 17 mostra a probabilidade teórica de um indivíduo ser formal, dado o seu salário, na ausência do salário mínimo.

A faixa destacada, que fica entre os valores do salário mínimo nacional e o limite regional (azul), ponderada pela população que recebe salário dentro dessa faixa, representa o efeito que o mínimo regional tem sobre o tamanho da mão de obra formal Sector de mercado. A faixa destacada entre zero e o salário mínimo nacional (amarelo), ponderada pela população de trabalhadores da mesma faixa, representa o efeito do salário mínimo nacional. A tabela abaixo mostra os efeitos das políticas de salário mínimo nacional (MS) e de salário mínimo regional no mercado de trabalho oficial para os anos de 2002 a 2013.

A segunda coluna mostra o efeito total caso o salário mínimo nacional e o salário mínimo regional, respetivamente, não tivessem sido implementados. Entre 2002 e 2013, o impacto do salário mínimo nacional na formalidade não se alterou muito, mantendo-se em torno dos 3 pontos percentuais (p.p.). Por outras palavras, quanto mais elevado for o piso regional em comparação com o salário mínimo nacional, mais importante será na redução da dimensão do sector formal do mercado de trabalho.

Gráfico 21 mostra a ideia por trás da decomposição. A faixa em destaque que está entre os valores  do salário mínimo nacional e do piso regional (azul), ponderada pela população que ganha um salário  dentro de tal intervalo, representa o efeito que o mínim
Gráfico 21 mostra a ideia por trás da decomposição. A faixa em destaque que está entre os valores do salário mínimo nacional e do piso regional (azul), ponderada pela população que ganha um salário dentro de tal intervalo, representa o efeito que o mínim

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Gráfico 21 mostra a ideia por trás da decomposição. A faixa em destaque que está entre os valores  do salário mínimo nacional e do piso regional (azul), ponderada pela população que ganha um salário  dentro de tal intervalo, representa o efeito que o mínim

Referências

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