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RELATÓRIO TÉCNICO/CIENTÍFICO

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Academic year: 2023

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Filipe Moreira de Andrade, Universidade de Vassouras Doutor pela Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ, Brasil. PROTOCOLO PARA ATENDIMENTO DE TENTATIVAS DE AUTORESIDÊNCIA PARA ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA / José de Alencar Ribeiro Neto. Introdução: O comportamento suicida tornou-se um grave problema de saúde pública e requer esforços dos serviços de emergência.

Estatisticamente, esses pacientes são mais vulneráveis ​​a futuras tentativas de suicídio, portanto, cuidados eficazes podem reduzir os riscos. Objetivo: Elaborar um protocolo de tratamento do comportamento suicida para serviços de emergência validado por um hospital de referência regional e um centro universitário, a saber: Hospital Santa Isabel - HSI e Centro Universitário Governador Ozanam Coelho - UNIFAGOC. Utilidade potencial do produto: O treinamento de profissionais no manejo adequado do comportamento suicida e medidas para educar o público são de extrema importância para prevenir futuras tentativas de suicídio.

Considerando que, de 2007 a 2017, foram estimadas aproximadamente 220.045 tentativas de suicídio apenas por intoxicação exógena (BRASIL.Ministério da Saúde, 2019), enquanto esse número para lesões autoinfligidas, de 2011 a 2016 (motivação suicida de 7% BR,2016, 2016, 7% 616). LÁ. Ministério da Saúde, 2017), pode-se esperar que o número desses pacientes que chegam ao pronto-socorro seja ainda maior. Dado o conhecimento epidemiológico limitado sobre as tentativas de suicídio, a obrigatoriedade da notificação imediata dessas tentativas é obrigatória desde 2014 (BRASIL. Ministério da Saúde, 2014) e, em abril de 2019, a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e Prevenção da Automutilação e Prevenção da Saúde Mental. , 2019). As tentativas de autoextermínio requerem esforços dos serviços de emergência disponíveis, como bombeiros, hospitais e serviços de saúde mental (VARNIK, 2012).

12 Outro ponto grave é o despreparo das equipes de saúde quanto à estratificação de risco desses pacientes após sua estabilização clínica e a fragilidade e insuficiência do encaminhamento e acompanhamento do tratamento em serviço especializado, pois estatisticamente esse paciente fica mais vulnerável a futuras tentativas de suicídio.

Geral

Ações educativas voltadas para o treinamento do comportamento suicida podem melhorar a compreensão, a segurança e o atendimento às pessoas que tentam o suicídio no cenário hospitalar de urgência. Tais ações são essenciais, pois a qualidade da assistência pode determinar a aceitação do paciente e uma atitude mais proativa e participativa no seguimento do tratamento. As ações não devem ser direcionadas apenas aos profissionais de saúde, mas também aos pacientes e às esferas familiar e social que os cercam.

Espera-se que este estudo contribua para responder à falta de formação profissional em contexto de emergência relativamente aos comportamentos suicidas e sirva de base para uma abordagem mais alargada, com uma compreensão mais global deste fenómeno, respeitando este perfil de doentes enquanto pessoas que procuram cuidados de saúde, promovendo a melhor ajuda possível.

Específicos

Desenvolver uma cartilha de educação em saúde com o tema Prevenção da Depressão e Comportamento Suicida, dirigida aos jovens, população com alto risco de comportamento suicida; realizar palestras educativas em escolas locais com o objetivo de prevenir o suicídio. Elaborar artigo de revisão bibliográfica sobre o tema Comportamento Suicida em Situações Agudas e de Emergência, a ser submetido à publicação; artigo básico para a construção do protocolo de atendimento ao paciente em tentativa de autoextinção. Os produtos técnicos deste estudo são: Protocolo para abordagem do comportamento suicida em situações de emergência, fluxograma para tratamento da violência autoinfligida ou tentada.

O protocolo propõe treinar e subsidiar uma equipe multidisciplinar que atua em um cenário de emergência para padronizar as práticas e oferecer uma abordagem eficaz aos pacientes com comportamento suicida. A segunda parte refere-se à abordagem da violência autoinfligida na sala de emergência, como alcançar a estabilização clínica, com ênfase na abordagem da intoxicação, método mais utilizado; como avaliar o comportamento suicida e classificar o risco de suicídio; apresentação de formulário de denúncia individual de violência interpessoal autoinfligida, de caráter obrigatório; quais são os comportamentos em relação ao risco de suicídio; situações especiais e informações úteis em situações de emergência. Um fluxograma foi desenvolvido com base no protocolo usando o software Adobe Photoshop para ilustrar o protocolo e resumir os principais comportamentos associados ao comportamento suicida.

O treinamento foi produzido com base no protocolo e fluxograma, com o objetivo de ilustrar o manejo do comportamento suicida em um cenário de emergência da vida real. A cartilha é escrita em linguagem clara e objetiva para chamar a atenção para o tema deste trabalho, para os preconceitos a ele associados e para orientar na busca de ajuda para depressão e comportamento suicida. Ilustra o diálogo entre dois adolescentes sobre uma doença depressiva que um deles está vivenciando e como eles podem buscar ajuda e acessar uma rede de apoio para o comportamento suicida.

A cartilha foi apresentada aos adolescentes durante um ciclo de palestras educativas em escolas locais; demonstrou ser um produto de interesse social por atingir uma faixa etária com alto risco de comportamento suicida. O panorama bibliográfico demonstra uma extensa literatura sobre o tema do comportamento suicida e sua epidemiologia; no entanto, poucos trabalhos sugerem protocolos de atendimento e treinamento para os profissionais que atuam na situação de emergência. Visitas técnicas ao pronto-socorro da região, ao GRS Ubá (Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais) e à secretaria municipal de saúde de Ubá para verificação das notificações individuais de violência interpessoal autoinfligida e levantamento de dados epidemiológicos na região de abrangência do estudo constataram um cenário de subnotificação dos casos de tentativa de suicídio e violência autoinfligida, devido ao desconhecimento da ficha de notificação, que é obrigatória e imediata, e por não haver protocolo estabelecido para a conduta diante da presença de comportamento suicida em situações de emergência na U. bá e região.

Assim, a ausência de protocolos, fluxogramas norteadores e treinamentos para os profissionais que atuam no atendimento emergencial, a discrepância entre o alto número de casos de comportamento suicida entrando em situações de emergência e o baixo número de notificações, além do pouco ou nenhum investimento na prevenção do comportamento suicida na região adotada pelo estudo, motivou a elaboração deste projeto. Os produtos técnicos: protocolo, fluxograma e treinamento no modelo EaD visam melhorar a qualidade (habilidades e competências) dos profissionais que atuam em emergências com comportamento suicida. A dificuldade de lidar com transtornos mentais por parte do não psiquiatra, somada ao momento de desgaste emocional em pacientes com comportamento suicida, pode criar uma barreira à comunicação.

O protocolo considera as principais especificidades para o atendimento ao comportamento suicida no pronto-socorro, e sugere capacitação da equipe de saúde quanto à estabilização clínica, acolhimento adequado, notificação dos casos, estratificação de risco, comunicação da equipe, revisão clínica, encaminhamentos efetivos e encaminhamentos dos pacientes. O alto número de casos de comportamento suicida que surgem em emergências e o baixo número de notificações também refletem um grave problema de saúde mental, a psicofobia, que pode ser definida como preconceito ou discriminação contra pessoas com transtornos ou déficits mentais. A cartilha intitulada Prevenção da depressão e do comportamento suicida apresenta o tema prevenção em saúde, em consonância com a linha de pesquisa do mestrado e tem como público-alvo a população adolescente, mais vulnerável ao comportamento suicida.

Visto que a literatura sobre comportamento suicida sugere que o comportamento do cuidador influencia positivamente na prevenção de futuras tentativas de suicídio (VIDAL e GONTIJO, 2013), é de extrema importância o atendimento de acordo com um protocolo predeterminado, pois no cenário atual de aumento das tentativas de suicídio, temos as portas de entrada dos hospitais com maior fluxo desses pacientes.

Aplicabilidade

Impacto para a sociedade

O suicídio é um fenômeno complexo que causa consequências individuais e coletivas devastadoras, tais como: alto índice de mortalidade, síndrome depressiva como uma das principais causas de absenteísmo, grande impacto econômico, sofrimento dos familiares, estigma e preconceito. Quando um indivíduo lamenta o suicídio de alguém próximo a ele, é chamado de "sobrevivente de suicídio". Além disso, estima-se que 25 pessoas próximas à vítima possam tentar o suicídio ou ter pensamentos suicidas (CEREL et al. 2019).

Os gastos com suicídio na rede hospitalar do SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil entre 1998 e 2007 foram de mais de R$ 35 milhões, segundo o Ministério da Saúde (SILVEIRA et al. 2021). 24 A abordagem de adolescentes, população altamente vulnerável ao comportamento suicida, por meio de uma série de palestras e distribuição de cartilha, aumentou o impacto social na prevenção da depressão e do comportamento suicida, no combate à psicofobia e no desenvolvimento de estratégias de comunicação de sentimentos e emoções, fornecendo informações seguras e garantindo compaixão, escuta atenta, compreensão empática e cuidado com o outro, qualidades tão raras na sociedade moderna. Assim, estudos como este, com a proposta de capacitar o atendimento no pronto-socorro para que os profissionais possam gerenciar melhor o comportamento suicida, promover a humanização, melhora da comunicação entre médico e paciente, variedade de tratamento, maior segurança na ação médica, redução do estigma e da negligência, elevando a qualidade do acolhimento e direcionamento dos pacientes para tentativa de suicídio, contribuem para a redução dessas tentativas de suicídio e do impacto da doença mental na sociedade.

Os produtos técnicos desenvolvidos visaram abordar os aspectos básicos do atendimento às tentativas de suicídio nos serviços de urgência e emergência, com o objetivo de promover maior qualidade na atuação das equipes de saúde frente às condutas suicidas, além da atuação preventiva desse fenômeno junto à comunidade. O protocolo foi validado por um serviço hospitalar de emergência e um curso de medicina de um centro universitário. Outros produtos deste estudo foram desenvolvidos como suporte teórico e técnico para o desenvolvimento do protocolo (Artigo, Cartilha e E-book) e como formas de aplicação e treinamento deste protocolo (Fluxograma e Treinamento EaD).

Instituir a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, a ser implementada pela União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; e alterar a Lei n. 9.656, de 3 de junho de 1998b. Eficaz. 52, n.33, 2021 Disponível em:

Cicogna J.I.R.; Hillesheim D.; Hallal A.L.L.C.; Mortalidade por suicídio na adolescência no Brasil: tendência de crescimento temporal entre 2000 e 2015. Disponível em: < https://www.who.int/gho/mental_health/suicide_rates_crude/en/>.

Referências

Documentos relacionados

Acreditamos que a estratificação de valores por faixa etária, a utilização de fórmula para avaliação do fluxo máximo a partir do volume urinado e a análise da