XXV Congresso de Iniciação Científica
Resistência de união de cimentos endodônticos convencionais e à base de Mineral Trióxido Agregado
Camila de Paula Telles Pires Lucas, Mário Tanomaru Filho, Raqueli Viapiana, Roberta Bosso, José Mauricio Santos Nunes Reis, Juliane Maria Guerreiro Tanomaru. Campus: Araraquara; Unidade:
Faculdade de Odontologia; Curso: Odontologia; email: camilaptplucas@foar.unesp.br; bolsa FAPESP.
Palavras Chave: Adesividade, Cimentos Dentários, Obturação do Canal Radicular
Introdução
Cimentos endodônticos à base de MTA têm sido propostos. Dentre as suas propriedades, a adesividade (resistência de união) corresponde à capacidade do mesmo em aderir às paredes dentinárias do canal radicular e promover união com a dentina radicular.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união dos cimentos endodônticos: MTA Fillapex (MTAF); Endofill (EDF); AH Plus (AHP); MTA Sealer (Cimento Experimental com óxido de nióbio microparticulado – MTAS NbM) e MTA Sealer com óxido de nióbio nanoparticulado (MTAS NbN), assim como determinar o padrão de falha adesiva dos cimentos à dentina radicular.
Material e Métodos
Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP (Protocolo n° 62/09). Vinte e cinco dentes humanos, provenientes do banco de dentes da Faculdade de Odontologia de Araraquara foram utilizados.
Secções radiculares com 1,5 mm de espessura dos terços cervical, médio e apical foram utilizadas.
Após imersão em solução de hipoclorito de sódio 2,5% e EDTA 17%, o espaço do canal radicular foi preenchido com os cimentos avaliados. Após 7 dias, o teste push-out foi realizado em máquina de ensaios mecânicos na velocidade de 1 mm/min. O tipo de falha de união foi avaliado em aumento de 22X. Os dados foram submetidos aos testes ANOVA e Tukey com 5% de significância.
Resultados e Discussão
Os resultados (Tabela 1) mostraram que no terço cervical, os cimentos AHP e MTAS Nb micro e nano apresentaram maior resistência de união (p<0,05).
No terço médio, os cimentos AHP e Nb nano apresentaram os maiores valores (p<0,05).Já no terço apical, o Nb micro e nano apresentaram os maiores valores (p<0,05). O MTAF obteve menor resistência de união nos três terços. Cimentos à base de resina epóxica (AHP, MTAS Nb micro e nano) apresentaram os maiores valores de resistência de união (p>0,05) quando comparados
aos demais cimentos, resultado semelhante ao trabalho deErsahan e Aydin 1.
Tabela 1- Valores médios (MPa) e desvio-padrão (±) teste push-out nos terços cervical, médio e apical.
AH Plus
Endofill MTA F MTAS
NbM
MTAS NbN
Terço Cervical
7,78 (1,8) a
4,79 (1,3) b
0,05 (0,008) c
9,05 (1,5) a
8,7 (1,1) a Terço
Médio
9,98 (3,2) a
3,13 (0,6) c
0,06 (0,02) c
5,61 (1,04) b
9,02 (1,4) a Terço
Apical
7,25 (1,6) b
3,37 (0,8) c
0,08 (0,02) d
10,01 (1,3) a
9,92 (1,8) a Letras iguais indicam semelhança estatística (p≥0,05).
A análise em microscopia mostrou predominância de falhas adesiva e mista para todos os cimentos.
Teixeira et al.2, avaliaram a resistência de união e o tipo de falha do cimento AH Plus, com resultados semelhantes ao presente estudo. Em contrapartida, outro estudo3 observou resistência de união desse cimento inferior ao deste estudo. O MTAF apresentou a falha adesiva como predominante.
Além disso, obteve os menores valores de resistência de união, concordando com Assmann et al4. Quando comparamos a resistência de união do EDF aos demais cimentos, esse apresentou valores inferiores aos materiais à base de resina epóxica e superiores aos cimentos à base de MTA, resultado este também encontrados em outros estudos5,6.
Conclusões
Conclui-se que os cimentos AHP, MTAS Nb micro e nano apresentam maior resistência de união à dentina radicular e o MTAF demonstra os menores valores. O tipo de falha predominante encontrado foi adesiva.
Agradecimentos
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, processo nº: 2011/18541-2.
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1 Ersahan S. e Aydin, J. E. 2010; 36, 2000-2.
2 Teixeira C.S.; Alfredo E.; Thome L.H.; Gariba-Silva R.; Silva-Sousa Y.T. e Sousa-Neto M.D, J. A. O. S. 2009; 17, 129-35.
3 Hawley M.; Webb T.D. e Goodell G.G. J. E. 2012, 36, :1377-9.
4 Assmann, E.;, Scarparo R. K.; Böttcher D.E. e Grecca F.S, J. E. 2012, 38, 219-21.
5 Lee K.W.; Williams M.C.; Camps J.J. e Pashley D.H, J. E. 2002, 28 684-8.
6 Nagas E.; Altundasar E. e Serper A, O. S. O. , M. O. P. , O. R. E.
2009, 107, 61–4