Esperamos que, a partir da discussão dos temas abordados nestas cinco unidades, você tenha contribuições suficientes para compreender a Responsabilidade Social Corporativa e o Terceiro Setor. Objetivos Nesta unidade irá conhecer a perspetiva histórica da Responsabilidade Social Empresarial e os principais conceitos associados a esta temática.
Unidade
Raízes Históricas da Responsabilidade Social Corporativa
Em outras palavras, as empresas se estabeleceram como a forma mais eficiente e eficaz de alcançar uma sociedade estável. Assim, é possível verificar que tais ideias contribuíram para o desenvolvimento de uma sociedade em que a busca incessante pelo lucro deve ser perseguida, independentemente de possíveis consequências adversas, como a degradação ambiental.
Conceitos de Responsabilidade Social Corporativa
É a obrigação [...] de avaliar em seu processo decisório os efeitos de suas decisões sobre o sistema social externo de forma a alcançar benefícios sociais ao lado de ganhos econômicos tradicionais”. A ideia de que os tomadores de decisão organizacionais reconhecem a obrigação de proteger e melhorar o bem-estar da sociedade como um todo ao lado de seus próprios interesses.
Um conceito em que as empresas integram considerações sociais e ambientais em suas operações de negócios e em seu envolvimento com as partes interessadas de forma voluntária. Trata-se de “criar deliberadamente valor a longo prazo ao nível do Lucro, das Pessoas e do Planeta, [o que] exige transparência e diálogo com os vários stakeholders” e “faz parte do core business de qualquer empresa”.
Fatores Influenciadores das Práticas de RSC
Nesse sentido, é importante destacar que a discussão em torno da RSC vai muito além da adoção ou não de práticas de RSC pelas empresas. Por exemplo: organizações maiores podem sofrer mais pressão das partes interessadas do que empresas menores.
Os Beneficiários das Práticas de RSC
Agora que você conhece os principais fatores que influenciam, em maior ou menor grau, a adoção de práticas de RSE pelas organizações, como saber quem são os principais beneficiários dessas práticas? A Figura 1 resume algumas práticas de RSC de empresas que buscam otimizar seus resultados econômicos e ambientais.
U 2 nidade
Objetivo Nesta unidade, você estudará como funciona na prática a responsabilidade social empresarial, discutindo os objetivos que levam as empresas a agirem nesse sentido; e verá a descrição.
A Prática da Responsabilidade Social Corporativa
Responsabilidade Social Corporativa como Meio
Segundo Toldo (2003, p. 63), “o desenvolvimento de ações de responsabilidade social destaca as práticas sociais como ferramenta estratégica para o crescimento da empresa”. Nessa perspectiva, as empresas se comportam como socialmente responsáveis desde que haja retorno em relação ao cumprimento de suas metas. Isso significa que o conteúdo das práticas de RSC, ou mesmo a adoção ou não dessas práticas, é fortemente influenciado por esses atores.
E talvez esta seja uma das maiores críticas às práticas de RSE: são esses atores que vão decidir se a RSE é importante ou não. Ou seja, se a RSE é benéfica para a empresa em termos de retorno econômico-financeiro.
A Linguagem Ética da Responsabilidade Social Corporativa
É também o estudo dos direitos e deveres humanos, das regras morais que as pessoas usam para tomar decisões e da natureza das relações entre as pessoas. São as conexões que permitem que as pessoas mantenham contato umas com as outras que são sustentadas e alimentadas por nossos valores. A linguagem ética que as empresas adotam por meio de seus gestores é o que vai nortear a organização em relação à RSC.
Assim, a RSE dependerá dos valores inerentes aos seus dirigentes; até que ponto o que eles consideram direitos cumprirá ou não seus deveres; como suas decisões são tomadas em termos de regras morais e relacionamentos. Nesse sentido, apresentaremos alguns casos de práticas de RSE no Brasil, sem nos preocuparmos em compreender a linguagem ética adotada, focando, portanto, nas ações e não nos aspectos que as orientam.
Práticas de Responsabilidade Social Corporativa no Brasil
A Natura é uma empresa brasileira, líder no mercado de cosméticos, fragrâncias e cuidados pessoais, bem como no setor de venda direta. Segundo a empresa, seu compromisso inclui o desenvolvimento dos negócios e das comunidades onde estão presentes e a preservação do meio ambiente. No que respeita ao ambiente, existe uma preocupação no sentido da reutilização da água, no uso responsável de combustíveis para a produção dos produtos, nas práticas de reflorestação e na redução dos resíduos sólidos derivados da sua produção.
A partir dos casos apresentados acima, você pode conhecer algumas práticas de RSC realizadas por algumas empresas brasileiras. Nesse sentido, todas as práticas de RSC têm impacto sobre as partes interessadas fora da organização: como a comunidade e o meio ambiente.
Perspectiva Externa de Atuação da RSC
Dentre esses programas, podemos destacar a parceria com o Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer, que comercializa camisetas, com vendas revertidas para esta ação social; e o projeto voltado para a reabilitação e resgate de presos em parceria com a Agência Penitenciária do Estado de Goiás. Nesse projeto, presidiários da cidade de Anápolis trabalham na produção e embalagem de parte da produção; ou seja, redução de um dia de pena a cada três dias cumpridos, além dos salários repassados aos familiares do preso. Observe que todas as práticas destacadas nesses exemplos referem-se ao comportamento responsável das empresas externamente, ou seja, fora do contexto organizacional.
Então, volte aos casos de RSE no Brasil e tente relacionar as práticas dessas empresas com as especificidades que acabamos de apresentar. Agora que você já conhece as especificidades da perspectiva externa da RSE no Brasil, que tal conhecer a perspectiva interna e suas especificidades.
Perspectiva Interna de Atuação da RSC
Acesse o site de cada uma das empresas destacadas como cases de práticas de RSE no Brasil e relacione as ações dessas empresas com as especificidades da perspectiva interna de RSE. Aqui tivemos a oportunidade de conhecer os propósitos que levam uma empresa a adotar práticas de RSC, a saber: proteger e fortalecer a imagem e reputação da marca, beneficiando a imagem da organização; Posteriormente conheceremos a linguagem ética da RSC e algumas ações de RSC de empresas como Grupo Votorantim, Natura, Grupo Suzano Papel e Celulose e Cia.
Acesse o site das empresas contempladas nesta Unidade ou outras que considere interessantes e identifique as práticas de RSE dentro da perspectiva interna dessas empresas. Liste as práticas de RSE sob a ótica externa das empresas mencionadas nesta Unidade e as especificidades listadas no texto.
U 3 nidade
Objetivo Nesta unidade você conhecerá algumas ferramentas e indicadores de gestão da responsabilidade social corporativa que são utilizados pelas empresas para diagnosticar a situação de suas práticas nesse sentido.
Instrumentos e Indicadores de Gestão de Responsabilidade Social Corporativa
Instrumentos e Indicadores de Gestão da RSC
Segundo o professor e sociólogo Ciro Torres, em artigo disponível no site do Ibase, a principal função do balanço social da empresa é divulgar a responsabilidade social da empresa. Esta organização foi responsável pela criação de uma ferramenta de aprendizagem e avaliação de gestão sobre a incorporação de práticas de responsabilidade social corporativa, planejamento e monitoramento estratégico e desempenho geral do negócio. Vale ressaltar que a empresa interessada em avaliar suas práticas de responsabilidade social e comparar-se com outras empresas poderá responder aos indicadores ethos e verificar os pontos fortes da gestão e as oportunidades de melhoria.
Para informações sobre os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial, acesse: U 4 nidade Terceiro Setor: uma perspectiva histórica Segundo Albuquerque (2006), na década seguinte, a maioria dos países latino-americanos já havia retornado ao regime democrático, mas com fortes crises econômicas e altas taxas de inflação. No esforço de reverter essas situações, a maioria desses países passou a adotar políticas de desenvolvimento neoliberais com forte influência de organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, aos quais tiveram que se submeter no cumprimento das metas. Agora que você conhece um pouco do contexto histórico do desenvolvimento do Terceiro Setor em linhas gerais, como reconhecer como se deu esse desenvolvimento no Brasil. Mas por que o conceito de "proteção social" é importante em nossa discussão sobre a história do Terceiro Setor brasileiro? Porque é a falta ou ausência de ações para garantir a proteção social que em grande parte estimulará o desenvolvimento do Terceiro Setor no país. No Brasil, diferentemente dos países considerados desenvolvidos, a proteção social não foi formada com base em. 4 Estado e Igreja, que a proteção social passou a fazer parte – ainda que muito timidamente – das atividades estatais. Embora nosso objetivo aqui não tenha sido discutir exaustivamente a história do Terceiro Setor no Brasil, é fundamental conhecer a situação atual do país. Quer saber mais sobre as Organizações do Terceiro Setor no Brasil?. lt; http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/fasfil/fasfil.pdf>. Neste endereço você encontra uma pesquisa realizada pelo IBGE sobre as organizações do terceiro setor no Brasil. A seguir, apresentamos em que categorias as organizações do Terceiro Setor no Brasil normalmente se enquadram e destacamos alguns exemplos de organizações que se enquadrariam em cada uma dessas categorias. r. Explique como a ideia de “proteção social” contribuiu para a promoção do Terceiro Setor no Brasil. Explique em que aspectos as organizações do Terceiro Setor que surgiram no contexto das décadas de 1960 e 1970 no Brasil diferem daquelas que surgiram em outros períodos da história do país. U 5 nidade Terceiro Setor e suas Relações As redes podem, portanto, ser vistas “como formas de organização e ação dos atores sociais, com o objetivo de promover mudanças, sejam elas econômicas ou não” (SERVA, 2009, p. 83). Segundo Cunha (2007), o Terceiro Setor e as redes são temas intrinsecamente relacionados, uma vez que este setor é caracterizado por iniciativas, as pessoas envolvidas veem a participação e a cooperação como uma forma efetiva de realizar transformações sociais. Este autor também destaca que as redes sociais do Terceiro Setor podem oferecer uma infinidade de formas, dentre as quais destacamos: redes temáticas e redes regionais. As redes temáticas são redes organizadas em torno de um tema, como as redes de apoio à prevenção da AIDS. As Redes Regionais são redes organizadas por região, como: Rede Regional de Agroecologia Mantiqueira-Mogiana, rede que reúne agricultores e instituições de 39 municípios do interior paulista que atuam na perspectiva agroecológica. Levando em conta essas condições, o desenvolvimento das organizações do terceiro setor parece “supor um processo editorial que considere em sua constituição as características do espaço público não governamental” (CABRAL, 2007, p. 94). 5 zzUniversalidade – refere-se à medida em que suas ações são dirigidas contra o coletivo, ou contra todos aqueles que fazem parte do público de sua missão, em detrimento de interesses individuais. Ainda hoje, segundo Mendes (1999), é comum que essas instituições sejam financiadas de duas formas. As organizações do Terceiro Setor devem se apresentar com identidade coletiva, atuando em conexões ou redes, de forma legal, clara e transparente. Nesta unidade tivemos a oportunidade de conhecer a relação entre o Terceiro Setor e os diversos atores que fazem parte do contexto social, político e econômico em que estão inseridos. Para ter certeza de que você aprendeu o que estudou até agora, revise o objetivo da Unidade e veja se você entende as relações que as organizações do Terceiro Setor mantêm com diferentes stakeholders. FOLHA – A crise vai purificar as ONGs e tornar os projetos mais estruturados e priorizados pelos patrocinadores. FOLHA – O senhor compartilha da opinião de que, mais do que uma crise financeira, vivemos uma crise ética. Minicurrículo
Perspectiva Histórica do Terceiro Setor no Contexto Mundial
Perspectiva Histórica do Terceiro Setor no Contexto Brasileiro
Organizações do Terceiro Setor no Brasil
O Papel das Redes Sociais no Terceiro Setor
Relações Terceiro Setor e Estado – Terceiro Setor e Mercado
Gestão de Organizações do Terceiro Setor
