Sociedade Brasileira de Química ( SBQ)
33a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Novo complexo mononuclear de Cu(II) como modelo funcional de hidrolases: síntese, estrutura e espectroscopia UV-VIS
Eduardo L. Schilling*1 (IC), Geovana G. Terra1 (PG), Adailton J. Bortoluzzi1 (PQ).
1 Laboratório de Bioinorgânica e Cristalografia – LABINC, Departamento de Química – CFM - UFSC
* elschilling@gmail.com
Palavras Chave: bioinorgânica, complexo mononuclear de cobre, estrutura.
Introdução
Complexos mononucleares de cobre com ligantes N doadores têm se mostrado ferramentas muito interessantes no estudo do mecanismo de ação das hidrolases, no desenvolvimento de sondas conformacionais e agentes terapêuticos1. A acidez de Lewis adequada e sua geometria de coordenação variável permitem que o cobre, quando coordenado a ligantes multidentados nitrogenados, forme complexos com atividade catalítica na hidrólise de ésteres de fosfato.
Este trabalho apresenta a síntese de um complexo mononuclear inédito de cobre com o ligante 2-(piridin-2-il)-1,3-bis(piridin-2- ilmetil)hexahidropirimidina (TPP, Figura 1)2, além da sua caracterização por técnicas cristalográficas, espectroscópicas de infravermelho e ultravioleta- visível.
Figura 1. Ligante TTP utilizado na síntese do complexo.
Resultados e Discussão
O complexo foi preparado pela reação de CuCl2 (1,0 mmol) e o ligante TPP (0,8 mmol) em 30 mL de metanol. Da lenta evaporação da solução-mãe, obteve-se o complexo na forma de cristais.
Os cristais verdes translúcidos do complexo [Cu(TPP)Cl2].4H2O 1 (figura 2) cristalizaram no sistema monoclínico, grupo espacial P21/n. A análise por raio-X revelou que o centro de CuII encontra-se em um ambiente de coordenação N3Cl2, numa geometria bipirâmide trigonal distorcida (τ = 0,53). O nitrogênio amínico N1 e os dois ligantes cloro (Cl1 e Cl2) ocupam as posições meridionais, enquanto que as posições axiais encontram-se preenchidas pelos átomos de nitrogênio piridínicos N12 e N32.
O espectro de infravermelho (KBr) evidencia a formação do complexo pelo deslocamento das bandas principais do ligante(cm-1): 3070 cm-1 [ν(C-H)piridina] 1608-1437 [ν(C=C)] e [ν(C=N)].
Figura 2. ORTEP do complexo 1. Principais distâncias de ligação(Å): Cu(1)-N(12) 1.962(5), Cu(1)-N(1) 2.085(5), Cu(1)-N(32) 1.974(5), Cu(1)- Cl(1) 2.306(19), Cu(1)-Cl(2) 2.420(2).
A espectroscopia eletrônica UV-VIS em água do complexo (figura 3) mostra uma banda centrada em 645 nm (ε = 102 L cm-1 mol-1) típica de transições d- d do cobre em um ambiente octaédrico.
Figura 3. Espectroscopia eletrônica UV-VIS de 3x10-3 mol L-1 do complexo 1 em água.
Conclusões
A partir dos experimentos realizados a indicação da formação do complexo é inicialmente observada pelo deslocamento das principais bandas do ligante no espectro de infravermelho. A determinação da estrutura cristalina do complexo [Cu(TPP)Cl2] mostra que o cobre encontra-se pentacoordenado.
Porém em solução adquire geometria octaédrica pela troca dos cloretos por moléculas de água, como indica o espectro UV-VIS.
Agradecimentos
PIBIC/CNPq, LABINC e DQ-UFSC.
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1 Hegg, E. L.; Burstyn, J. N. Coord. Chem. Reviews. 1998, 173, 133.
2 Hureau, C.; Groni, S.; Guillot. R.; Blondin, G.; Duboc, C.;
Anxolabéhère-Mallart, E. Inorg. Chem. 2008, 47, 9238.
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