Sociedade Brasileira de Química ( SBQ)
32a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
TÉCNICAS DE RECONHECIMENTO DE PADRÕES (SIMCA, LDA) PARA CARACTERIZAÇÃO DE MÉIS DE ABELHAS DA BAHIA
Marcus L. S. de F. Bandeira1,3(PQ)*, Sérgio L. C. Ferreira (PQ)2, Marina S. Castro3 (PQ), Alvanice L.
Ribeiro (TC)3, Anselmo A. Lima (PQ)3
1- IFBAHIA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Campus de Porto Seguro-BA.
marcusbandeira@cefetba.br
2- UFBA – Instituto de Química – Grupo de Pesquisa em Química Analítica, Campus de Ondina, Salvador-BA.
3- EBDA - Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, Salvador – Bahia.
Palavras Chave: Classificação de méis, SIMCA, LDA, Abelhas sem ferrão, Apis mellifera.
Introdução
A classificação de produtos e origem de qualidade é uma área muito ativa para a aplicação de procedimentos de classificação quimiométricos. O uso de técnicas de padrões de reconhecimento na química dos alimentos tem aumentado significativamente ao longo dos anos1.
O presente trabalho mostra o estudo de amostras de méis de abelhas Apis mellifera (Apis) e méis de abelhas sem ferrão (Meliponini) coletadas no estado da Bahia-Brasil onde foram determinados, por ICP OES, 20 elementos químicos (Al, Be, Ba, B, Cd, Ca, Pb, Co, Cu, Cr, Sr, Fe, Li, Mg, Mn, Ni, K, Si, V e Zn) e 12 parâmetros físico-químicos (açúcar redutor, umidade, sacarose aparente, sólidos insolúveis, cinzas, acidez livre, lactônica e total, atividade diastásica, HMF, pH e condutividade). As técnicas LDA e SIMCA foram utilizadas para classificar estes méis e encontrar padrões onde o objetivo é a separação destes tipos de méis em classes distintas.
Resultados e Discussão
Foram analisadas 94 amostras entre méis de Apis mellifera e Meliponini. As amostras foram preparadas e os metais determinados no ICP OES2. Os parâmetros físico-químicos foram determinados usando-se os métodos da AOAC e CAC. Os resultados foram pré-processados (autoescalonamento) e as variáveis foram selecionadas utilizando-se peso de Fischer, peso da variância, histogramas, HCA e PCA).
Figura 01. Gráfico de Coomans (SIMCA)
Na SIMCA conforme a figura 01 temos o gráfico de Coomans (Si x Si) que mostra as distâncias ortogonais das amostras nos diferentes modelos ao mesmo tempo para um nível de confiança de 95%.
Pode-se visualizar neste gráfico quatro zonas: A classe Apis, a classe Meliponini, a sobreposição das classes e a região que não pertence a nenhuma das classes. 75% das amostras de Meliponini foram classificadas corretamente enquanto que para as amostras de Apis mellifera 86,7% foram classificadas corretamente. Na LDA, conforme a tabela 01, 85% das amostras de méis de Meliponini foram classificadas corretamente enquanto que para as amostras de Apis mellifera 95,9%.
Tabela 01: Validação da função discriminante.
Tipo de mel Apis Meliponini % acerto
Apis (n=74) 71 3 95,9
Meliponini (n=20) 3 17 85,0
n = número de amostras.
Conclusões
O uso da técnica de padrão supervisionado SIMCA e LDA permitiu criar modelos matemáticos onde foi possível classificar corretamente méis de Apis e Meliponini com índices de acerto superior a 75%. Os métodos de reconhecimento de padrão supervisionado LDA e SIMCA com o uso de analitos que podem ser determinados em qualquer laboratório (açúcar redutor, umidade, acidez lactônica e atividade diastásica) são instrumentos úteis para classificação e reconhecimento de méis de Apis mellifera e Meliponini.
Agradecimentos
A EBDA pelo suporte técnico e logístico.
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1 LÓPEZ B., LATORRE M.J., FERNÁDEZ M.I., GARCÍA M.A., GARCÍA S., HERRERO C., Food Chemistry, 1996, 55(3), 281.
2 IOANNIDOU M.D., ZACHARIADIS G.A., ANTHEMIDIS A.N., STRATIS J.A., Talanta, 2005, 65, 92.
Melipona scutellaris Melípona quadrifasciata