XXXI Congresso de Iniciação Científica
TECNOLOGIA ASSISTIVA: DESIGN DE CADEIRA DE RODAS COMO OBJETO DE ESTUDO DA EMOÇÃO DE JOVENS SEM DEFICIÊNCIA
Larissa da Silva Luz, Fausto Orsi Medola, Luciana Ramos Baleotti, Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, campus de Marília/SP, Terapia Ocupacional, lariluz07@outlook.com.
Palavras Chave: Design, emoção, cadeira de rodas.
Introdução
O design de dispositivos de Tecnologia Assistiva (TA) acarreta sentimentos diversificados em relação a ele, podendo instigar maior ou menor grau de emoção, pois o dispositivo pode assumir papéis sociais e simbólicos além das funções práticas para as quais foi projetado.(CREPALDI; SANTOS, 2017).
Objetivo
Identificar a emoção despertada por modelos distintos de cadeira de rodas (CR) em jovens sem deficiência.
Material e Métodos
Participaram 35 estudantes sem deficiência que cursavam o segundo ano de Terapia Ocupacional em uma universidade pública, concluído a disciplina de TA, a qual dentre o conteúdo abordado contemplava CR. Instrumentos: A) Escala de Diferencial Semântico (EDS) construída com base no estudo de Desmet e Dijkhuis (2003), composta por seis emojis, três que expressam emoções positivas (feliz, supresa agradável, apaixonado) e outros três, emoções negativas (triste, surpresa desagradável, desgosto). Os pares de emoções opostas são polarizados em uma escala que varia de 1 a 7, e para cada ponto da escala é atribuído um valor, de 1 (extremo positivo) a 7 (extremo negativo), sendo o valor 4, neutro; B) quatro modelos visuais distintos de CR, dois infantis e dois adultos. Apresenta-se um recorte dos dados a partir da somatória da pontuação dos valores positivo, negativo e neutro nas três escalas. Análise descritiva dos dados.
Resultados e Discussão
A maioria dos participantes (91,4%) era do sexo feminino, na faixa etária de 18 a 21 anos. A maior parte (77,1%) relatou não ter experiência de contato com usuários de CR. As figuras abaixo apresentam os dados relativos a emoção despertada por cada CR utilizada neste estudo.
Figura 1. CR 1 Figura 2. CR 2
Figura 3. CR 3 Figura 4. CR 4
Legenda: Feliz/Triste: Positivo Neutro Negativo Apaixonado/Desgosto: Positivo Neutro Negativo Surpresa boa/ruim: Positivo Neutro Negativo
Com relação aos modelos de CR-adulto, a CR 4 foi a que evidenciou maior frequência de emoções positivas, comparativamente a CR 2. O design da CR 4 variava em cores: preta para encosto e assento, colorida nas ferragens (azul, verde e vermelha). Esses dados corroboram o estudo de Lanutti (2019) o qual evidenciou que o modelo de CR com estruturas coloridas gerou percepção emocional mais positiva em seus usuários. Com relação aos modelos infantis (CR 1 e 3), a CR 1 apresentou maior frequência de emoção positiva nas escalas de apaixonado e surpresa, já na escala feliz/triste, a frequência foi similar nos dois modelos.
Ambas também apresentavam estruturas que envolviam cores no assento e nas ferragens.
Buscou-se evidenciar as CR que despertaram maior frequência de emoções positiva e negativa.
Ressalta-se que outras análises estão em andamento.
Conclusões
O conhecimento das emoções gerada por dispositivos de TA pode trazer contribuições para profissionais de diferentes áreas do conhecimento.
No que diz respeito a CR, tal conhecimento permite reflexões e discussões que contribuem para que projetistas aprimorem o design de CR, e que os profissionais da saúde prescrevam e indiquem CR que contenham atributos visuais mais atrativos a fim de evocar emoções positivas nas pessoas com e sem deficiência.
1CREPALDI, C.; SANT OS, C. T . Abordagens metodológicas do design com foco em fatores em ocionais", p. 712-719.In:São Paulo: Blucher, 2017.
2DESMET , P.M.A.; DIJKHUIS E. A wheelchair can be fun: a case of emotion-driven design. In Proceedings of The Internationl Conference on Designing Pleasurable Products and In terfaces.Pittsburgh, Pennsylvania, USA. The Association for Computing Machinery. 2003.
3LANUT T I, J. N. L. Com preensão dos aspectos em ocionais em diferentes Cadeiras de Rodas: Um a contribuição para o Design Ergonômico e Inclusivo. 2019. 233 f. Tese (Doutorado) - Pós Graduação em Design, Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Unesp, Bauru, 2019.