XXVIII Congresso de Iniciação Científica
ESTUDOS INICIAIS COM BIOFILME ASSOCIADO COM FOSFITO NA PROTEÇÃO DE GOIABAS A PODRIDÃO PÓS-COLHEITA
Larissa Escalfi Tristão1, Ana Carolina Firmino1, Ivan Herman Fischer2; Bruno Rafael de Almeida Moreira1. 1UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas, Dracena/SP; 2APTA-Centro Oeste,Bauru/SP; e-mail: larissaescalfi@hotmail.com.
Palavras Chave: fungos, bactérias; frutos.
Introdução
A goiaba (Pisidium guajava) é utilizada nas indústrias de processamento, sob diversas formas, e como fruta para consumo in natura. Diante da alta perecibilidade das frutas e as perdas ocasionadas pelas doenças pós-colheita, faz-se necessário o desenvolvimento e emprego de técnicas adequadas que mantenham a qualidade e prolonguem a vida de prateleira do produto (Chitarra; Chitarra, 2005).
Objetivos
O presente trabalho teve como objetivo realizar estudos iniciais da efetividade de biofilme associado com fosfito na proteção de frutos de goiaba a agentes causadores de podridão pós colheita.
Material e Métodos
Os frutos de goiaba foram revestidos com uma película de diferentes concentrações de biofilmes à base de amido de mandioca associados a fosfito de potássio (20% de K2O e 40% P2O5) na concentração de 1mL de fosfito a cada litro de biofilme. O uso desta concentração de fosfito foi escolhida com base nos bons resultados obtidos com este produto em frutos de goiaba inoculados com Fusiccum sp. (Alves et. al, 2015).
Antes das aplicações dos tratamentos os frutos foram previamente desinfetados com hipoclorito de sódio (0,5%) para que não houvesse contaminação com microrganismos externos. Após a desinfestação e secagem dos frutos foram aplicados os seguintes tratamentos: (a) Frutos revestidos com biofilme a 1,0% acrescidos de fosfito de potássio; (b) Frutos revestidos com biofilme a 2,0% acrescidos de fosfito de potássio; (c) Frutos revestidos com biofilme a 3,0% acrescidos de fosfito de potássio; (d) Frutos sem revestimento de biofilme sem fosfito; (e) Frutos somente tratados com fosfito de potássio. O revestimento dos frutos foi realizado mergulhando estes em biofilme a 25°C seguido de retirada do excesso e secagem por 15 minutos. O delineamento experimental foi o inteiramente ao acaso com 5 tratamentos, sendo 4 repetições de 4 frutos por parcela para cada tratamento. A incubação dos frutos para expressão dos sintomas foi realizada no escuro, a 25±1 ºC e 80% de UR. Sete dias após o tratamento os frutos foram avaliados em relação à incidência e severidade de doenças pós-colheita que ocorreram
naturalmente. A incidência foi realizada contabilizando os números de frutos com sintomas e a severidade através de notas de 0 a 5, sendo nota 0 sem sintoma e nota 5 totalmente degradado.
Resultados e Discussão
Foi observada a incidência de doença pós- colheita na maioria dos frutos tratados. A falta de sintomas em alguns frutos pode ser atribuída a não maturidade deste, pois se sabe que no processo de maturação dos frutos ocorre a diminuição de compostos importantes para defesa contra agentes fitopatogênicos (Amorin et. al, 2011).
Foi observada a incidência de fungo Colletotrichum sp. e da bactéria Pectobacterium sp., como agentes causadores de doença pós- colheita.
A menor severidade da doença observada no tratamento com película a base de amido de mandioca a 3,0% acrescidos de fosfito de potássio (Tabela 1) pode ter ocorrido devido ao fato deste tratamento ter formado uma barreira mais eficiente contra a perda de água e de trocas gasosas, diminuindo assim o processo de maturação dos frutos, fazendo com que estes fiquem mais resistentes ao ataque de fitopatógenos.
Tabela 1– Severidade (média das notas atribuídas aos frutos) e Incidência (%) de doenças pós-colheita em goiabas submetidas a diferentes tratamentos
Tratamentos Media das notas1 Frutos Doentes (%)1 Testemunha
(0% amido e 0% de K) 3,25c 100b
1% amido + K 3c 75a
2% amido + K 2,25b 75a
3% amido + K 1,5a 100b
Somente K 2,25b 100b
C.V. (%) 5,25 2,15
1Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si em nível de 5% pelo teste de Scott-Knott
Conclusões
O biofilme com 3,0% de amido de mandioca acrescidos de fosfito de potássio se mostrou mais efetivo na proteção dos frutos de goiaba.
Referencias
Amorim, L., Rezende, J. A. M., Bergamin Filho, A. . (Org. ). Manual de Fitopatologia: Princípios e conceitos. 4 ed. São Paulo: Ceres, 2011, v. 1.
500p
Alves, E., Fischer, I. H., Furado, E. L., Firmino, A. C. Sensibilidade de Fusicoccum a fosfitos aplicados na superfícies de frutos de goiabas In: II Congresso Brasileiro de Pós colheita, 2015, São Pedro.
Chitarra, M. I. F., Chitarra, A. B. (2005) Pós-colheita de frutas e hortaliças:
fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: Editora UFLA.
