Saúde sexual e reprodutiva da mulher: análise da disponibilidade, percepções e possibilidade de uso do preservativo feminino. Saúde sexual e reprodutiva da mulher: análise da disponibilidade, percepções e possibilidade de uso do preservativo feminino / Cláudia Gersen Alvarenga de Paiva.
A contracepção e a prevenção
O diafragma foi descrito pela primeira vez em 1880 pelo médico alemão Hasse, pois foi difundido na Holanda e na Alemanha no final do século XIX (POPULLATION REPORTS, 1985). No final da década de 1980 no Brasil, com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o uso do preservativo masculino era recomendado nas diretrizes do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS do Ministério da Saúde (PNDST/Aids/MS) (BRASIL, 2007).
Preservativo Feminino – um direito
Trindade e Schiavo (2001) acrescentam que ações preventivas são necessárias para produzir mudanças de atitudes e práticas, tanto individual quanto coletivamente. Verificou-se que a distribuição do preservativo feminino pelo Ministério da Saúde teve início em 2000 com as políticas de prevenção às DST/HIV/AIDS.
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
Histórico e descrição do Preservativo Feminino
O preservativo feminino L'amour®, primeiro PF de látex do Brasil lançado pela DKT, tem como principais vantagens, destacadas por estudo realizado pelo Conselho de Saúde da Família da Califórnia (CFHC), facilidade de inserção e retirada, conforto, não não compromete a sensibilidade, não tem cheiro forte e não faz barulho durante o sexo. É feito de borracha nitrílica, cujo anel interno é feito de poliuretano, necessário para ajudar a inserir o preservativo na vagina e mantê-lo no lugar.
Pressupostos para o uso do Preservativo Feminino
A reutilização da camisinha feminina após a lavagem e lubrificação é uma opção que está sendo cuidadosamente estudada (POTTER et al., 2003). A aceitabilidade é definida como a probabilidade de usar e continuar usando um insumo (BERQUÓ & BARBOSA, KALCKMANN, 1999; KALCKMANN et al., 1999; MAGALHÃES et al., 2003).
Instruções de uso do Preservativo Feminino
No entanto, as avaliações realizadas em laboratório podem não refletir o risco real de dano do preservativo quando reutilizado pelas mulheres em casa (MAGALHÃES et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2008). As dificuldades no manuseio do método, associadas à menor aceitabilidade do preservativo feminino, são superadas pelo uso continuado, por isso sugere-se que a mulher o use pelo menos três vezes antes de decidir se gosta ou não.
Programa do Ministério da Saúde
Planejamento Familiar
O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), concebido e implantado em 1983 no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), foi resultado da participação social da mulher no Brasil. Uma pesquisa nacional (UNFPA, 2008) constatou que mais de 89% das mulheres conheciam o PF, um método pouco utilizado.
Programa Nacional de DST/HIV/Aids
Quando questionadas sobre o uso de algum método no momento da pesquisa, 80,6% das mulheres com parceiros fixos responderam positivamente, sendo os meios mais citados: esterilização (29%), pílula (25%), camisinha (12% ), vasectomia do parceiro (5%), injeção de hormônio (4%), retirada (2%), DIU (2%), mesas (1%), implante (0,1%) e 19,4% não utilizavam nenhum método. Esta tendência é confirmada pelo aumento do uso do preservativo masculino de 4% para 12% no grupo de mulheres com parceiros regulares e de 11% para 26% no grupo de mulheres sem parceiros regulares com experiência sexual.
Educação em Saúde
Nestes dois casos, pretende-se levar o PF a 100% das unidades que atendem a esses grupos de mulheres. As estimativas populacionais para 2012 revelam o número de mulheres em idade reprodutiva no país (DATASUS, 2013) e para atender a demanda da grande maioria das mulheres não contempladas nos critérios definidos pelo próprio Ministério da Saúde, assumindo que esse aporte é buscado na rede privada.
Gênero, cidadania e saúde sexual e reprodutiva
Ao longo da história, parece que a melhor educação e a independência econômica das mulheres permitiram mudanças importantes em seus estilos de vida, em seus interesses e aspirações. Isso requer uma nova forma de pensar as diferenças, uma nova forma de conviver com a diferença, uma nova masculinidade e uma nova feminilidade como única forma de construir a cidadania plena (MENDOZA, 2014).
Na Teoria da Aprendizagem Significativa, as concepções anteriores do aprendiz, ou seja, o que ele sabe sobre o assunto que está sendo abordado, não são consideradas no sentido de substituí-las por novas informações recebidas, mas de forma arbitrária para se integrar à estrutura cognitiva do aprendiz. Esse processo é importante no sentido de promover condições para que os sujeitos participem dos processos decisórios no âmbito da melhoria das condições de saúde (GOMEZ & MINAYO, 2006). A Organização Mundial da Saúde afirma que o IAH corresponde a "uma relação reconhecida entre uma ou várias partes do setor de saúde com uma ou mais partes de outro setor formadas para atuar sobre um tema com vistas a alcançar resultados de saúde de forma mais eficaz, eficiente ou sustentável do que poderia ser alcançado pelo setor de saúde agindo sozinho” (OMS, 1997).
Com isso, os esforços de diversos setores, como saúde, educação, saneamento, segurança, transporte e habitação, entre outros, visam racionalizar os recursos existentes e transformar as atividades desenvolvidas para que tenham maior efetividade e impacto nos problemas e necessidades sociais. . .
Delineamento do estudo
Elaboração, validação e aplicação dos questionários para investigação do
- Local e perfil das participantes do estudo
- Desenvolvimento da pesquisa
- Construção do questionário de sondagem
- Questionário Piloto
- Aplicação dos questionários
- Entrevistas
- Análise dos dados
- Aspectos éticos
Foi realizada uma primeira reunião com os participantes, em cada um dos hotéis, onde foi exposta a importância da implementação da proposta. Foi realizado um estudo paralelo com o objetivo de analisar a disponibilidade e a demanda do preservativo feminino em estabelecimentos comerciais da cidade de Belo Horizonte. As farmácias/drogarias perceberam que apenas uma grande rede de farmácias de Belo Horizonte comercializava o preservativo feminino.
Após a listagem das facilidades, foram feitos contatos telefônicos com todas as farmácias/farmácias e sex shops que atendessem a esses critérios.
Pesquisa sobre o conhecimento e uso do PF
Respostas do primeiro questionário
Em relação ao uso do preservativo masculino, 96,9% (n=31) afirmaram não usar ou usar esporadicamente, ou seja, não adotaram o produto sistematicamente. O levantamento sobre o uso e informações sobre PF (Tabela 3) trouxe as seguintes indicações dos participantes da pesquisa: nunca usaram tal ingrediente, não sabem onde é distribuído e vendido de graça, metade deles disse que PF pode ser comprado em farmácias e drogarias e ninguém sabe o valor da camisinha feminina. São muitos os motivos pelos quais o casal não usa preservativo em todas as relações sexuais e neste estudo as justificativas apresentadas baseiam-se na confiança no parceiro, uso de outro método contraceptivo e preconceito.
No entanto, o uso do preservativo masculino não é consistente, pois visa prevenir a gravidez na impossibilidade de uso de outro método contraceptivo ou falha.
Respostas do segundo questionário
Quando questionados se o material informativo que receberam foi suficiente para compreender a colocação correta do PF, disseram que não era suficiente. Na primeira vez fiquei um pouco assustado quando tirei porque tive a impressão que estava preso (Primavera, 43 anos - Ensino fundamental incompleto, união estável). As dificuldades em introduzir o PF nas primeiras experiências, bem como o primeiro contato com um insumo desconhecido, reforçam a necessidade de apoio dos serviços nesse período de adaptação, seja para manutenção, seja para mudança de método.
Alguns participantes não entenderam que o uso adequado e confortável torna necessário o treinamento e que é a terceira vez que colocar a camisinha fica mais fácil, com o encaixe correto do anel.
Quanto à disponibilidade do PF
Relatos dos profissionais dos estabelecimentos que comercializam o Preservativo
Categorias analíticas: visões sobre o preservativo feminino (PF); a visão para a comercialização daquele produto; motivo da procura; As características da demanda do produto por parte da clientela foram identificadas com base nas informações dos profissionais da rede de farmácias e sex shops. Com relação à comercialização do PF, há um desinteresse geral por parte dos comerciantes, que alegam prejuízos com o produto, pois além do preço elevado, é difícil comprá-lo dos distribuidores. O motivo da pesquisa do PF, segundo os profissionais de farmácia e sex shop estudados, é que algumas mulheres são alérgicas ao látex e optam por preservativos de poliuretano; curiosidade em conhecer o produto tão pouco divulgado; incapacidade de usar contraceptivos hormonais e mulheres que querem fazer sexo durante a menstruação.
Não sei dizer se tem demanda porque a gente fica atrás do balcão e é autoatendimento (Centro-Sul).
Oficina do preservativo feminino
Há ainda a possibilidade de os clientes terem procurado o produto na prateleira sem passar pelo balconista, o que interfere na mensuração do processo de busca da PF nesse tipo de estabelecimento. Em seguida, foi demonstrada a correta colocação do PF por meio de um modelo de pelve feminina em acrílico (Figuras 8, 9 e 10). Eles trocaram ideias sobre como encontrar uma maneira de conversar com o parceiro para que ele apoiasse o uso do PF.
Após a explicação, eles se sentiram mais tranquilos e entenderam que o uso do PF exigia mais tentativas para atingir a habilidade, o que não foi verificado, pois utilizaram apenas um PF.
Comentários sobre a pesquisa de disponibilidade do PF
Estudos (KALCKMANN et al., 2009) demonstraram que 35% a 50% das usuárias de PF enfrentaram problemas de inserção em suas primeiras experiências, fato que reforça a necessidade de serviços de apoio nesse período de adaptação, seja para manutenção ou método. comutação. Verificou-se que tais materiais informativos não são suficientes para treinar os participantes na colocação de PF. Outra questão é a identificação do PF por uma mulher que opta ou não por este método para sua vida sexual e reprodutiva.
O estudo mostrou que as dificuldades na colocação do programa-quadro foram significativas e não estavam diretamente relacionadas ao tipo de material informativo.
ANEXO 1: Carta de aprovação do Comitê de Ética
ANEXO 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
ANEXO 3: Roteiro de Entrevista
ANEXO 4. Cópia do artigo enviado à Revista da área de Saúde Coletiva
Nas farmácias/drogarias, com base nessas visitas preliminares, constatou-se que apenas uma grande rede varejista de farmácias comercializava o preservativo feminino. Ao final da categorização, foram identificadas as seguintes categorias analíticas: visão do preservativo feminino (PF); visão sobre a comercialização desse produto; perfil do cliente; características da demanda de insumos pela base de clientes. Categorias analíticas: visão sobre o preservativo feminino (PF); visão sobre a comercialização desse produto; perfil do cliente; As características da procura do produto pelos clientes foram identificadas com base em informações de profissionais da rede de farmácias e sex shops.
Investir em campanhas e marketing social é uma das recomendações do estudo 'Preservativo Feminino - das políticas mundiais à realidade brasileira'(9).
ANEXO 5: Questionário 1 – Piloto
ANEXO 6: Questionário 2 – Piloto
ANEXO 7: Questionário 1
Uso em todas as relações sexuais b) Não uso em todas as relações sexuais c) Não uso preservativo.
ANEXO 8: Questionário 2
ANEXO 9: Panfleto
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/acao_anti_aids44.pdf Acesso em: dez, 2013. Disponível em: http://www.pse.pt/ibm‐spss‐. Disponível em: WWW.en.ipea.gov.br/agencia/imagens/stories/PDFs/livros/CAP4.pdf. Avaliação da continuidade do uso do preservativo feminino em usuárias do Sistema Único de Saúde em unidades da Região Metropolitana de São Paulo, Brasil.
PAIVA, V; VENTURI, G; FRANÇA-JÚNIOR, I; LOPES, F. Uso do preservativo feminino: Pesquisa Nacional MS/IBOPE, Brasil 2003. http://www.aids.gov.br/sites/default/files/artigo_preserativo.pdf Acesso: dezembro de 2013.