XXVI Congresso de Iniciação Científica
Trabalho em condições análogas a de escravo no Brasil contemporâneo na área rural: uma análise da produção acadêmica na Unesp- Franca
Aluno autor: Andressa Vanusa Camargo, orientador: Edvânia Ângela de Souza Lourenço, Campus:
Unesp- Franca, curso: Serviço Social, e-mail do aluno-autor vanusa_drica@hotmail.com, tipo de bolsa:
Pibic reitoria.
Palavras Chave:Trabalho Rural. Trabalho Escravo, Serviço Social
Introdução
Este estudo busca identificar e analisar como vem ocorrendo a discussão do trabalho análogo à escravidão na contemporaneidade, com enfoque para a área rural, a partir da produção acadêmica, especificamente dos Programas de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da UNESP Franca. Entendemos este fenômeno como uma das expressões da Questão Social e, portanto, como um dos objetos de atuação profissional do Serviço Social. Atualmente, este tema pode parecer fora de “contexto”, uma vez que já conta mais de 100 anos à assinatura da Lei Áurea, a qual aboliu legalmente o trabalho escravo no Brasil. Entretanto, na atualidade casos de pessoas vivendo em um regime semelhante à escravidão têm reaparecido com “novas”
características se distinguindo do trabalho escravo racial utilizado no Brasil antes da abolição. A “nova”
escravidão ou o trabalho em condições análogas ao de escravo se caracteriza, por restrição do direito de ir e vir em decorrência do confisco de documentos e/ou da vigilância armada. Tal fenômeno vem sendo vinculado às situações de desemprego, extrema pobreza, baixo ou nenhum nível de escolaridade, entre outros, associados aos efeitos manipulatórios dos contratos informais de trabalho realizados por mediadores, conhecidos como “gatos”, que em nome dos reais contratantes iludem os trabalhadores com vantagens que na pratica não existem, ao contrário, ao aceitarem o “trabalho”
submetem-se as condições degradantes difíceis de serem rompidas. Este tipo de escravidão moderna está presente no meio urbano e rural.
Objetivos
Este estudo busca identificar e analisar como vem ocorrendo a discussão do trabalho análogo à escravidão na contemporaneidade, com enfoque para a área rural, a partir da produção acadêmica, especificamente dos Programas de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da UNESP Franca e, do âmbito do Serviço Social, em especifico do Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS).
Material e Métodos
Revisão bibliográfica. Consideraremos as particularidades deste fenômeno à Luz dos processos sócio históricos que incidiram na
formação social e econômica do Brasil. Para tanto realizaremos estudo bibliográfico acerca desta temática e analise da produção acadêmica dos Programas de Pós Graduação da FCHS – Unesp/Franca, SP, no que diz respeito ao trabalho análogo a escravidão no meio rural. Em relação a UNESP-Franca realizamos amplo levantamento de dados considerando as dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado dos Programas de Pós Graduação dos cursos de Direito, História e Serviço Social, cujo, o período vai de 1995 a 2012. Foram selecionados oito estudos que tinham palavras chaves associadas ao tema da pesquisa em foco, quais sejam: trabalho análogo à escravidão, escravidão contemporânea, trabalho escravo no século XXI e escravidão no meio rural na atualidade.
Resultados e Discussão
A pesquisa está em andamento, mas constatamos que o tema vem sendo pouco discutido no meio acadêmico. Ao somarmos as Dissertações e Teses defendidas pelos três Programas de Pós-Graduação da FCHS - UNESP- Franca, quais sejam: Direito, História e Serviço Social, obtivemos um total de 848 Dissertações (Mestrado) e 191 Teses (Doutorado), totalizando um total de 1039 estudos, dos quais apenas oito títulos versam acerca da temática ora proposta, perfazendo um percentual de 0,76 % em relação a aquele total
Conclusões
Acreditamos que ao procedermos à análise destes estudos poderemos compreender como este tema vem sendo abordado pelo meio acadêmico, qual a sua relevância para os pesquisadores da FCHS- UNESP-Franca; como se destacam as principais preocupações presentes nos referidos estudos, como se delineia a dimensão teórica metodológica e evidenciar os resultados mais relevantes das obras analisadas. Ademais possibilitará também contribuir para a interface com o Serviço Social e quiçá para as políticas sociais de Assistência Social, Saúde e Trabalho.
Agradecimentos
OIT. Trabalho escravo no Brasil do século XXI. Brasília, DF, 2006.
FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil, Ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.
