O trabalho de notação de Anne Teresa De Keersmaeker e sua aplicação na companhia Rosas e na escola P.A.R.T.S.
Autores: Victor Pessoa de Oliveira, Prof. Dr. Vinicius Torres Machado. Campus São Paulo, Instituto de Artes, Licenciatura em Arte-Teatro, victorpessoa.contato@gmail.com, bolsista CNPq edital 04/2018.
Palavras Chave: dança, coreografia, notação coreográfica.
Introdução
A presente pesquisa partiu do interesse em conhecer a lógica de Anne Teresa de Keersmaeker em notar o repertório de sua companhia e a aplicação de notação coreográfica na sua escola P.A.R.T.S.. A finalidade da pesquisa é de entender as diferentes possibilidades de uso da notação coreográfica, como, por exemplo, registro para posteridade, forma não verbal de registro de cena, recurso criativo e compositivo, material de suporte para transmissão de conhecimentos, podendo ser usado nas mais diversas áreas da cena.
Objetivo
Buscou-se estudar conceitos relacionados à coreografia, recortando o objeto de pesquisa ao registro das composições estruturais da cena, registro de trajetórias individuais de dançarinos, registro das trajetórias dos dançarinos no espaço.
Material e Métodos
A pesquisa foi realizada de forma teórica e prática com leitura de livros e artigos especializados sobre coreografia, notação coreográfica, como também o uso de entrevistas a três integrantes e ex integrantes da companhia Rosas e a consulta e análise sobre o material videográfico das obras
"Rosas Danst Rosas", 1983 e "Fase - Four movements to the music of Steve Reich", 1982.
Resultados e Discussão
De acordo com as entrevistas e materiais coletados nas bibliografias consultadas foi possível identificar a presença de um pensamento em torno da notação que não se limita ao registro para posteriori mas uma ferramenta fundante nas criações de Anne Teresa de Keersmaeker a qual faz uso de estruturas matemáticas, geométricas e com forte relação com o movimento minimalista compondo diretamente com a música nas coreografias.
Nas peças "Rosas Danst Rosas" e "Fase"
conseguimos perceber o início do uso das ferramentas de criação que se aprofundaram e complexificaram durante a trajetória do grupo.
Conclusões
Através de repetições e variações dentro das coreografias o espectador é aproximado da estrutura submersa no trabalho, a qual fundamenta as obras da companhia.
Com uso de uma qualidade de movimento que ajuda na pontuação da coreografia no tempo e no espaço, recorre a variações rítmicas, de textura e arranjo causando semelhanças mas não equidades.
Agradecimentos
Pelas conversas e compartilhamento de conteúdos, agradeço à: Gláucia Pedroso, Rosas, Fumiyo Ikeda, Yuika Hashimoto, Samantha Van Wissen e Clarrisa Eleutério e Valerie Inn Albright.
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KEERSMAEKER, Ana Teresa de.; CVEJIC, Bojana. A Choreographers Score: Fase, Rosas danst Rosas, Elena's Aria, Bartók. Bruxelas: Mercatorfonds; Collectors edition, 2012.
TRINDADE, Ana Lígia e VALLE, Flavia Pilla do. A escrita da dança:
um histórico da notação do movimento. Revista Movimento.Porto Alegre, v. 13. n. 3. p. 201-209, set/dez, 2007.
XXXI Congresso de Iniciação Científica