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UMA REPRESENTAÇÃO DA TERRITORIALIDADE ÉTNICA

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Academic year: 2023

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Esta pesquisa teve como objetivo conhecer, por meio de mapas mentais e entrevistas semiestruturadas, qual a percepção que os estudantes indígenas daquela aldeia têm em relação ao seu território étnico e ao local onde vivem, ambas categorias de análise geográfica. O objetivo é identificar quais elementos aparecem nas representações dos mapas mentais produzidos após a mediação, comparando-os com os produzidos inicialmente.

LUGAR E LUGARES NA GEOGRAFIA HUMANISTA

A abordagem Humanista na Geografia

  • Contextualização
  • Das “experiências íntimas” ao lugar de singularidade

Por outro lado, o local sofre variabilidade ao longo do tempo, à medida que os edifícios e as paisagens mudam. O termo topofilia é muito bem utilizado em estudos e pesquisas fenomenológicas, principalmente naquelas em que se deseja saber como as pessoas se relacionam com o espaço e o que ele significa para elas.

O lugar da pesquisa

  • Pé na estrada: um caminhante rumo à aldeia Pataxó

Conforme Figura 2, a aldeia Caramuru-Paraguassu está localizada na microrregião Ilhéus-Itabuna, no sul da Bahia, integrada à região de Cacaueira. Os interesses econômicos vieram em detrimento das propriedades indígenas, pois os povos que compunham a aldeia Pataxó Håhåhãi Caramuru-Paraguassu eram todos moradores das terras cobiçadas pelos coronéis da época.

MÃE TERRA: O SIMBÓLICO DO TERRITÓRIO

  • Percebendo as abordagens que envolvem o território: a dicotomia entre a terra indígena e
  • Territorialidade, territorialização e Percepção em Geografia
  • Des-reteritorialização e o Rizoma
  • Um povo que caminha para a vitória
    • O povo Pataxó e o território simbólico
    • Territorialidades do povo Pataxó Hãhãhãi Caramuru-Paraguassu
    • Entre a retomada e a reterritorialização

Contudo, o que está realmente acontecendo, como apontam Bastos et al (2009, p.7), é “que os povos indígenas estão cada vez mais confinados a uma área demarcada ‘branca’”. É necessário reconsiderar alguns aspectos da história desses povos, pois apesar dos indígenas terem contato com os não indígenas e ao mesmo tempo serem forçados a entrar no universo do “homem branco”, esse fato aconteceu por dois motivos, mais precisamente: aproximá-los, dominá-los, ou então educá-los e catequiçá-los, para que apresentassem aos colonizadores o que se encontrava por trás das árvores frondosas e ricas em árvores da floresta.

ENTRE A CARTOFILIA, A EDUCAÇÃO INDÍGENA E OS SABERES

Vencendo obstáculos através do ensino de Geografia

  • Geografia errante e o professor caminhante

Abordar assuntos em sala de aula sem fazer nenhuma ligação entre eles leva muitos alunos a dizerem que não gostam de geografia e que é uma matéria chata e decorativa. Na verdade, dá sentido aos temas e conteúdos apresentados em sala de aula, aspecto que muitos professores de geografia abraçam.

Cartofobia e/ou cartofilia? A inquietante pergunta, desafiando o Ensino de Geografia

O termo cartofilia aqui utilizado é um neologismo que se refere às sensações de prazer, agradabilidade, facilidade, realização, concretude e/ou alegria que os alunos sentem ao estudar cartografia e/ou com temas a ela relacionados. Esta iniciativa na sua utilização orientada para o estudo de mapas é acompanhada, em primeiro lugar, pela observação que este professor-investigador tem notado através da sua prática docente relativamente à relação que os alunos estabelecem com a cartografia e, posteriormente, pela compreensão de que esta ferramenta de aprendizagem, por ser tão necessária ao aprendizado da geografia, deveria receber maior atenção, tanto por parte dos professores quanto dos alunos.

Cartografia escolar: destaque para uma linguagem a ser ensinada

Observando a Figura 6, percebe-se que há uma sensação cartófila, baseada na forma como os alunos se comportam concentrados e dedicados, quando são confrontados com atividades com cartões, não demonstrando resistência ou desconforto, ou seja, não apresentam sinais de cartofobia . . Ocorreu a um dos pares representados no projeto, que este professor-pesquisador propôs um encontro com os alunos indígenas, em horário e dia diferente daquele relacionado à pesquisa, com o objetivo de 'realizar um panorama para o Ensino Médio Nacional . Exame de Educação (ENEM). A escolha do turno noturno foi para evitar o comprometimento dos alunos com outras turmas, durante o dia havia alunos do 3º ano e outros, inclusive aqueles que já haviam concluído o ensino médio.

Outro aspecto notável durante esta revisão foi a observação de como os alunos do 3º ano apresentavam dificuldades de leitura e interpretação dos mapas que apareciam nas questões da lista prática, ou seja, questões de provas anteriores do ENEM.

Os caminhos rumo à educação indígena

  • O fazer pedagógico na escola indígena
  • O desenho e a cartografia escolar

Nessas afirmações do autor, ele chama a atenção para a importância da linguagem, pois “a forma como a linguagem é transmitida aos seus membros, principalmente aos mais jovens, é a ação pedagógica (op. Cit)”, abordagem essencial para os povos indígenas. pessoas, especialmente graças aos mais jovens, que, através do uso da sua língua materna, entre outros elementos da cultura, podem internalizar as suas origens ontológicas. Embora “em meados do século XVI muitas aldeias do Rio de Janeiro e da Bahia já possuíssem as primeiras escolas indígenas” (FREIRE, 2004, p.17), esse modelo educacional estava diretamente ligado ao poder opressor, cenário em que a Geografia não pouco teve a contribuir, já que os professores eram os jesuítas. Fala-se de uma nova abordagem do pensamento geográfico, em que os povos indígenas ensinam geografia aos geógrafos.

Para os povos Pataxó Håhåhåi Caramuru-Paraguassu, ter esse domínio torna-se essencial, pois representar o território, lendo os signos que ele contém, constitui um elemento adicional na organização do espaço habitado, especialmente neste momento de reterritorialização, em que o os povos indígenas recuperam suas terras, ou seja, são confiscadas.

Os mapas mentais que falam

Sua pesquisa teve como ponto de partida: a utilização de mapas mentais, como representação da percepção que as pessoas tinham sobre seu território e lugar, como um cotidiano. Sua dissertação aproximou ainda mais o uso de mapas mentais do ensino de geografia, oportunidade na qual, entre outras coisas, destacou as diferentes formas de utilizá-los como ferramenta metodológica de ensino. Os mapas de cartografia social, de ação social e de mapeamento participativo, bem como os mapas mentais, têm como ponto central a representação da percepção do espaço vivido.

Deveria ser uma preocupação constante dos professores de Geografia promover o encontro dos alunos com a cartografia escolar, não só em termos de utilização matemática, mas essencialmente, no exercício de percepção e representação.

O CAMINHO METODOLÓGICO E OS DESAFIOS DA PESQUISA

Os objetivos e hipóteses deste caminho metodológico

Aprendendo o caminho fenomenológico

  • Trilhando o caminho: passos da pesquisa
  • Lendo os mapas a partir da Semiótica

A ordem apresentada pela professora pesquisadora foi a mesma para os três alunos: faça um mapa mental da sua aldeia. Essa primeira representação gráfica do mapa mental do local de vivência e do território étnico serviu de guia para as mediações pedagógicas que foram realizadas nas semanas seguintes em cinco encontros com duração de cem minutos cada, o que corresponde a duas horas. /aula com base no planejamento de sequências didáticas. Com os desenhos em mãos, cada pessoa deveria colocar seu desenho no chão com o leste voltado para o ponto onde o sol nasce para imaginar a escola, os pontos turísticos, o entorno e se a resposta estava correta ou não em termos de localização; .. g) ao retornar novamente à sala, o aluno recebeu um mapa mental: da casa à escola e ao território de vivência, feito na primeira série, para que pudesse verificar se havia alguma referência nessa construção. , enquanto gestão.

Estas duas atividades (f e g) são momentos de verificação, de comparação entre a abstração mental, a imaginação do lugar, o mapa mental e a percepção do próprio lugar.

ENTRE O DESENHO PATAXÓ HÃHÃHÃI E O MAPA MENTAL

Interpretando o lugar de vivência e o território simbólico, a partir dos mapas mentais

Na quarta categoria, a escala/densidade foi utilizada para identificar nos mapas mentais se os projetistas representavam apenas o percurso, o percurso e a região ou se o percurso estava inserido em seu ambiente, aqui chamado de lugar de experiência. Na quinta categoria, característica da forma de representação, utilizou-se para identificar o tipo de layout do desenho, as cores e cores escolhidas para representar os locais e/ou elementos, bem como em quantos mapas o recurso, linguagem escrita, foi adotado, também com o objetivo de identificar lugares e elementos. A última categoria, códigos de convenções cartográficas, foi muito útil para identificar se havia representação da escala cartográfica, título do mapa, legenda, orientação, entre outros.

Durante o processo de análise foram selecionados mapas mentais, os quais são apresentados, ora representando a categoria, ora por diferirem muito da maioria.

Análise dos dados: quando se avista o final do caminho

O retângulo, os que faltaram mas realizaram a atividade em outro horário e F, os que faltaram e não realizaram as atividades propostas. Percebendo que o mais importante na educação é o processo, a professora-pesquisadora combinou com os alunos que as atividades que não fossem realizadas durante os encontros seriam realizadas no último dia, sem causar nenhum prejuízo. Utilizando as abordagens estabelecidas, para melhor orientar o leitor em relação à análise dos dados, foi construída a tabela 6, que relaciona o nome do aluno com o sinal (número, letra) representativo do mapa mental produzido por ele, durante dois momentos: antes e após o conhecimento da mediação.

Assim, conforme mostra a Tabela 6, o número representa o mapa mental criado pelo aluno, e as letras: A e B, percurso casa/escola, onde A corresponde ao pré-conhecimento e B à pós-mediação; C e D representam um mapa do território simbólico em que C pré-conhecimento e D pós-mediação.

Falando através dos mapas mentais

  • Aplicando as categorias de análise

Imagem representada

Mesmo nas imagens aéreas, o aluno referiu-se à casa e à escola, utilizando ponto final e linguagem escrita. A Tabela 8 apresenta os mapas mentais, território simbólico, produzidos nos dois momentos: conhecimento prévio e pós-mediação. Ao analisar os mapas mentais do território simbólico, produzidos nos dois momentos: antes e depois da mediação pedagógica, conforme mostra a Tabela 8, verifica-se que dos 36 desenhos, a maioria desenhou o território ou regiões em vista aérea , um total de 24 desenhos. mapas mentais, os doze restantes foram apresentados pelos alunos em visão frontal.

Dos mapas produzidos a partir de vistas aéreas, a maioria centrou-se em Caramuru, aspecto que sugere que foi pensada a importância desta região para seus projetistas, e até confirma esse dado quando falam de seus desenhos.

Distribuição dos elementos no mapa mental

No mapa mental 17 a aluna não fez o primeiro desenho e no último encontro representou o percurso casa/escola numa perspectiva horizontal. No mapa mental 12, o designer representou inicialmente o território a partir de elementos paisagísticos naturais e construídos, bem como as regiões das aldeias, numa vista frontal. Mapa mental 13, durante o primeiro encontro (A) o aluno traçou o percurso para casa/escola, baseado em elementos naturais e construídos da paisagem, com evidência de uma ideia de espaço projetivo, e 17, ele não havia feito o desenho, referente à primeira carta.

No mapa mental 8, a variação foi que no primeiro, a representação simultânea de diferentes espaços e no último, a representação apresentava indícios de uma noção de espaço projetivo, inclusive que o aluno acrescentou, além dos elementos da paisagem natural e construída , sinais cartográficos convencionais que eram as pontes.

Elemento da paisagem

Quanto ao mapa 10C, também produzido no primeiro encontro, verifica-se que o designer enquadra toda a folha com os elementos naturais e construídos da paisagem. Conforme mostra o Gráfico 1, de um total de 17 mapas mentais: 41% dos alunos do primeiro encontro representaram o percurso casa/escola, apenas através dos elementos da paisagem construída; 47%, naturais e construídos e 12%, naturalmente construídos. 5%, tanto para naturais, construídos e móveis (11), quanto para naturais, construídos, móveis e humanos (15) e 17% para quem não projetou elementos paisagísticos.

Destaque o mapa 17, que no último encontro a aluna representou apenas um elemento da paisagem construída, lembra que não produziu o mapa no primeiro encontro.

Escala /Densidade

No que diz respeito ao mapa mental 18, há uma diferença entre os dois momentos, pois no primeiro a designer representou o caminho inserido no lugar da experiência, trazendo como referência sua casa, escola, percurso e igreja, mas no último. já a insere no território da vila, colocando as regiões de Água Vermelha e Ourinho, bem como o marco cartográfico convencional da ponte. Mapa mental 17 que a aluna não fez no primeiro encontro, no segundo ela representa apenas o caminho, casa-caminho-escola. Este mapa mental é um instrumento/ferramenta de aprendizagem, no qual o aluno, através dele, pode adquirir não só o domínio da linguagem cartográfica, mas também uma porta de entrada para o aprofundamento da Cartografia Escolar.

O mapa mental 4C é a construção do reino simbólico, baseado no lugar da experiência, aqui denominado lugar proximal ao designer.

Característica da forma de representação

Código das convenções cartográficas

  • Os elementos mais significativos presentes nos mapas mentais

Referências

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