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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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Academic year: 2023

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Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 1 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA VIOLÊNCIA ARMADA NAS FAVELAS DO RIO DE JANEIRO E SEU IMPACTO NAS ESCOLAS PÚBLICAS.

A intensificação da violência nas favelas cariocas

Com a chegada da cocaína no final da década de 1970 e o estabelecimento da primeira fase do tráfico organizado de drogas, a violência se intensificou na capital, Rio de Janeiro. O tráfico de drogas e gangues de integrantes do Comando Vermelho apareceram com maior frequência nesses espaços, o que contribuiu para o crescimento das vendas ilegais em muitas favelas.

Segurança ou insegurança pública?

Ao longo dos anos, surgiram outras políticas de segurança pública que tentam implementar novas alternativas, com o objetivo de acabar com o tráfico de drogas e recuperar o controle dos territórios ocupados. A política de segurança pública tem se envolvido cada vez mais no aumento de mortes causadas por tiroteios em favelas e subúrbios.

Os efeitos das UPP’s sobre as escolas públicas nas favelas do Rio de Janeiro

Portanto, às vezes as pessoas não se sentiam tão respeitadas no local onde moravam (BURGOS et al., 2011). Então, em fevereiro de 2018, o então presidente Michel Temer assinou um decreto, aprovado pelo Senado Federal, ordenando a intervenção da segurança pública federal no Rio de Janeiro. Essa intervenção seria comandada pelo Governo Federal até 31 de dezembro de 2018 e teria como objetivo garantir a segurança pública no estado.

A medida foi adotada devido aos altos índices de violência no Rio de Janeiro. De acordo com a análise realizada pelo Observatório da Intervenção (2018), houve um aumento no número de tiroteios e mortes por assassinatos e massacres no período.13 Todo esse processo histórico revela o quanto o Estado ainda precisa garantir segurança para melhorar a gestão pública. Mas dados os problemas que o Rio de Janeiro continua enfrentando devido à violência armada, como as escolas públicas estão lidando com isso?

Educação em meio ao fogo cruzado

Voltando ao tema das escolas nas áreas queimadas nos faz entender o quanto isso afeta a rotina de muitas pessoas e especificamente a vida de muitos estudantes que frequentam essas escolas, o fato de o Estado ainda lidar de forma insatisfatória com a violência armada nas favelas. Assim, se um país se caracteriza pela presença constante da violência armada, isso terá automaticamente efeitos também nas suas instituições. Durante anos, escolas do Rio de Janeiro localizadas em regiões vulneráveis ​​à violência armada tiveram seu cotidiano marcado por tiroteios incessantes entre policiais e traficantes, ou entre os criminosos dominantes nas áreas contra facções opostas.

Ribeiro (2013) se aprofundou nesse tipo de pesquisa com o objetivo de compreender as consequências que a violência armada tem gerado nas escolas públicas. Os dados de sua pesquisa são coletados desde 2000 em escolas localizadas em áreas que sofrem com a presença de violência urbana. Segundo a pesquisadora, cerca de ¼ das escolas municipais do Rio de Janeiro perderam um ou mais dias de aula por causa dos tiroteios, que constam nas estatísticas.

Os impactos da violência armada nas escolas segundo os jornais

Num contexto diferente, o pesadelo de perder mais um aluno da escola pública do Rio de Janeiro aconteceu em junho de 2018. O acontecimento, portanto, também causou muita comoção e revolta, especialmente entre a população local, gerando novos debates sobre as consequências da violência armada. para escolas públicas em favelas do Rio de Janeiro. Disponível em: Acessado em 19 de agosto de 2018 às 9: 00h00.

Diante disso, a equipe do jornal concluiu que os estudantes queriam orar por mais paz na cidade do Rio de Janeiro para que essas pequenas vítimas pudessem ter um crescimento mais tranquilo. Eles foram então encaminhados ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) com o objetivo de tentar conscientizar os juízes sobre a realidade que as pessoas viviam na época e protestar contra a ineficaz política de segurança pública que colocava vidas em risco. de muitas pessoas que nada tinham a ver com atividades criminosas nas favelas. Disponível em: .

Figura 4 –Carta de uma criança da Maré enviada para o   tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
Figura 4 –Carta de uma criança da Maré enviada para o tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

O enfrentamento dos impactos da violência armada nas escolas segundo o poder

Disponível em: Acesso em: 25 de janeiro de 2021 às 10h00. 28 Leia mais em: https://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/projeto-na-mare-coloca-aviso-em-teto-de-unidade-escolanao-atire-10052019. 30 https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia lei-que-preve-botao-de-panico-em-escolas- Estadosdo-rj-e-publicada.ghtml.

31https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia Defenseeria-publica-pede-a-justica-que-proibaoperacoes-policiais-no-rj-proximo-a-escolas-e-creches.ghtml . 32https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia justica-decide-que-caveiroes-do-ar-nao-podem- voosobre-escolas-e-creches-no-rj.ghtml. Enquanto isso, os governos estadual e municipal do Rio de Janeiro cogitavam gradativamente a volta do ensino presencial nas escolas públicas.

Figura 6 – Placa “Escola, não atire”
Figura 6 – Placa “Escola, não atire”

O confronto armado como desafio para a atividade docente

Segundo uma professora da favela do Caju (33 anos – educação infantil), “nem sempre as operações [policiais] são informadas. Uma professora de Manguinhos (30 anos – educação infantil) explica a importância da parceria com a direção escolar nessas circunstâncias, dizendo que a direção da primeira escola onde atuou na mesma favela se preocupou muito em manter a segurança dos profissionais. e estudantes. Por exemplo, uma professora de Manguinhos (30 anos – educação pré-escolar) disse que as crianças esperavam a posição dela sempre que começavam a ouvir tiros.

O ex-diretor do Costa Barros (45 anos) e professores do Complexo do Lins (idade não identificada - Educação Infantil e Ensino Fundamental I e ​​II) e Vila do João (45 anos - Ensino Fundamental I e ​​PEJA) afirmaram que o O lugar mais seguro é o corredor da escola. Outros professores citam diferentes locais das escolas que são utilizados para proteção, como a professora do Vidigal (30 anos - educação infantil e ensino fundamental), que disse: "No dia em que houve um tiroteio intenso, tivemos que tirar as crianças vão ao banheiro para protegê-las (. .) A diretora ficou muito nervosa, até porque a responsabilidade maior é dela”. Segundo a professora da Mangueira (32 anos – educação infantil), o documento deveria ser redigido da seguinte forma:. Quem é professora de jardim de infância deve escrever que ela e a turma do jardim de infância X costumam entrar no vestiário com as crianças e acalmá-las até que os tiros parem.

Estratégias educativas dos professores diante da ocorrência de tiroteios no entorno61

A intensificação dos problemas gerados pela violência armada que as escolas de algumas favelas do Rio de Janeiro têm enfrentado nos últimos anos levou-as a assumir novas responsabilidades além daquelas que foram definidas como seus objetivos, como fornecer apoio emocional aos seus alunos. Ainda mais com essa realidade atual no Rio de Janeiro, com inúmeros índices de violência armada e casos de professores enfrentando muitos problemas nas escolas, deveria haver mais diálogo com os alunos sobre esse grande problema (SANTOS, 2018). O objetivo do curso, oferecido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha em colaboração com a prefeitura do Rio de Janeiro, era, portanto, formar professores da rede municipal que atuassem em instituições escolares localizadas em locais de difícil acesso devido à presença armada. violência.

Recentemente, em agosto de 2021, durante a pandemia, a Prefeitura do Rio de Janeiro publicou nota em seu site oficial a respeito da renovação do acordo de cooperação que estabeleceu a parceria entre a secretaria municipal de educação e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinha, defende a responsabilidade do município em priorizar a educação. O objetivo era capacitar professores da rede municipal do Rio de Janeiro para desenvolverem comportamentos de risco.

Figura 8 - Imagem de um professor cantando com alunos no corredor de escola  para “abafar” o som de tiros
Figura 8 - Imagem de um professor cantando com alunos no corredor de escola para “abafar” o som de tiros

O trabalho dos professores entrevistados pós-pandemia

Outra possibilidade seria a falta de acesso à Internet, que tem gerado desigualdade no ensino e na aprendizagem, o que tem afetado a maioria dos alunos das escolas públicas municipais e estaduais. Porque sou daqueles professores que gosta de ver os alunos aprenderem, e não via isso no ensino a distância. O maior problema que tenho encontrado neste período de ensino à distância é a falta de condições para uma ligação à Internet de qualidade para os alunos, pelo que muitas vezes não conseguem participar nas atividades, o que provoca falta de feedback.

Entre os aspectos negativos gerados pelas aulas remotas obrigatórias, temos as dificuldades de utilização de recursos tecnológicos sem treinamento, a falta de equipamentos adequados, a desigualdade no acesso dos alunos à Internet e a dificuldade de acompanhar as reuniões e a vida educacional. Expressa-se então a tristeza de toda a comunidade escolar, que depois de tantos dias sem aulas, a pandemia chega repentinamente, evidenciando os verdadeiros abismos que há muito tempo estão escondidos, no que diz respeito à desigualdade, à falta de ajuda adequada para estes escolas, como segurança e recursos. Com base nisso, é possível chegar mais perto da ideia de que a pandemia veio expor o que os professores vêm dizendo há anos sobre desigualdade, más condições de trabalho e falta de segurança nas escolas.

A violência armada nas favelas em meio à pandemia da COVID-19

Desta vez, o espaço que deveria ser para a convivência humana está agora ameaçado por outro inimigo, que o esvazia através da exigência do ensino à distância, que afeta especialmente os jovens e o trabalho educativo. Agora temos que estar com o inimigo, que está sempre visível no nosso dia a dia”, disse um dos entrevistados, cujo nome não foi citado pelo jornal, indignado com a situação atual em abril de 2020. Disputas territoriais entre diferentes facções, que eram anteriormente comuns em algumas regiões, continuaram a persistir.

Na matéria Extra, de 5 de abril de 2020, escrita por Soares (2020), dizia que logo no início do fechamento de estabelecimentos e instituições, quando o governador Wilson Witzel anunciou medidas restritivas à circulação de pessoas na cidade do Rio de Janeiro, as disputas por territórios afetaram em média nove favelas nas zonas norte e oeste da capital, Baixada Fluminense e Norte Fluminense.57. Portanto, quando lembramos da fala do morador que não aprovava a convivência com os perigos dos tiroteios e do coronavírus ao mesmo tempo, isso só comprova o quanto os moradores de favelas e periferias são afetados pela falta de efetividade das ações do governo , que caminha para uma política de precariedade. Disponível em: Acesso em: 10 de abril de 2020 .

As ações do STF e a ADPF das favelas

62 Artikel tilgængelig på: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia stf-mantem-proibicao-deacoes-policiais-em-favelas-do-rj-durante-a-pandemia-de- covid.ghtml. 65 Mere information på: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia fachin-e-aras-discutem-nestasexta-feira-limitacao-de-operacoes-policiais-em-favelas-do- rio.ghtml. Tilgængelig på:

Disponível em: Acessado em 19 de agosto de 2018. Em disponível em: .

Figura 10 – Gráfico
Figura 10 – Gráfico

Imagem

Figura 4 –Carta de uma criança da Maré enviada para o   tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
Figura 5 – Blusas escolares manchadas de sangue
Figura 6 – Placa “Escola, não atire”
Figura 7 – Carta de uma criança da Maré enviada para o Tribunal   de Justiça do Rio de Janeiro
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Referências

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