• Nenhum resultado encontrado

universidade federal do recôncavo da bahia - cfp

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "universidade federal do recôncavo da bahia - cfp"

Copied!
59
0
0

Texto

Portanto, o presente trabalho tem como objetivo analisar parcialmente o repertório lexical de oito pessoas com idade entre 15 e 20 anos e maiores de 60 anos, quatro mulheres e quatro homens, com baixa escolaridade, da zona urbana e rural do município de Mutuípe, município localizado no Recôncavo da Bahia. Pretende-se, assim, identificar possíveis variantes linguísticas na fala dos falantes nativos encontradas nas localidades estudadas, ao mesmo tempo que capta o processo de mudança no léxico regional através da comparação da fala das duas gerações.

A DIALETOLOGIA

Ao estudar a língua, instrumento responsável pelas relações sociais documentadas entre membros de uma comunidade ou entre povos, para Cardoso (2010), a dialetologia não pode ignorar a consideração de fatores extralinguísticos, inerentes aos falantes, nem reduzir o reconhecimento de suas implicações nos atos de fala. Da mesma forma, o fato de que seguirá e refletirá os padrões comportamentais e os valores socioculturais e identitários de uma determinada comunidade de fala não pode ser ignorado.

A DIALETOLOGIA BRASILEIRA

Lingüística de Sergipe, desenho de atlas linguístico de Minas Gerais, atlas linguístico da Paraíba, atlas linguístico do Paraná. Em 2005, Suzana Alice Marcelino Cardoso publicou o Atlas da Linguagem de Sergipe II, inicialmente apresentado como dissertação.

O ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL

Os objetivos do Projeto ALiB foram criados pelo Comitê Nacional e representam um grande desafio que vem sendo perseguido por todos os interessados ​​em conhecer a realidade linguística brasileira. O Comitê Nacional do Projeto ALiB descreveu os objetivos gerais e específicos que norteiam a documentação da realidade linguística do Brasil. Existe um formulário de informações que deve ser devidamente preenchido, antes mesmo do início da pesquisa, pois funciona como um cadastro que confirma ou não o perfil do informante, evitando assim a realização de pesquisas que não possam constar no corpus do Atlas Linguístico. do Brasil (CARDOSO; MOTA, 2004, p. 31-33).

ESTUDOS SOCIOLINGUÍSTICOS

Linguagem como identidade social

É nesse sentido que Brandão (1991) afirma que é na linguagem que se projeta a cultura de um povo, entendendo a cultura no seu sentido mais amplo, aquele que inclui “a totalidade dos padrões de comportamento, crenças, instituições e outros valores”. Considerando a identidade de um povo, que resulta de características manifestadas em sua cultura, que, por sua vez, é forjada e expressa através da mediação das línguas, podemos observar que a língua atravessa o plano conceitual de ser apenas um instrumento que costumava nomear as coisas. e situações. A linguagem é o suporte, o meio pelo qual tudo passa de um indivíduo a outro, de um grupo a outro, o meio pelo qual todas as coisas, inclusive o homem, são criadas.

A Variação linguística

O nível fonético-fonológico ocorre quando uma palavra é pronunciada de diferentes maneiras, seja acrescentando, diminuindo ou substituindo, alterando um fonema, caracterizando assim o sotaque. A semântica é observada quando o significado ou significado de uma palavra muda em diferentes regiões, ou seja, o termo é o mesmo, o que muda é o seu significado. A comparação que se faz entre diferentes fases da história de uma língua é a variação diacrônica – khrónos: tempo (grego).

Mudança versus variação diacrônica

A mudança linguística desempenha um papel importante na oposição à definição estruturalista, que define a língua como um sistema funcional homogéneo e imutável, uma vez que para esta concepção os processos de mudança foram condicionados apenas ou essencialmente por factores funcionais inerentes ao sistema linguístico. Para o autor, o desenvolvimento dos processos de mudança linguística é determinado de forma decisiva pelo sistema social de avaliação das variantes linguísticas. Segundo o autor, os processos de mudanças contemporâneas que ocorrem na comunidade de fala são primordiais na sociolinguística.

O CAMPO SEMÂNTICO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS EM OUTROS

O trabalho citado acima mostrou uma identidade entre os registros da APFB e os registrados no Projeto ALiB, para léxicos referentes à vestimenta utilizada para sustentação do peito. Os resultados apresentados baseiam-se em pesquisas do corpus do Projeto ALiB, especificamente nas capitais. Segundo o autor, a questão 189 do questionário semântico-lexical (QSL) apresentava 5 nomes nas capitais do Brasil, a saber: ceroulas, cueca, samba canto, sunga e zorba.

A ORIGEM DA PESQUISA

Este capítulo tem como objetivo descrever as etapas realizadas durante a pesquisa, bem como os aspectos sociais e geográficos das áreas estudadas. A análise basear-se-á nas três dimensões da dialetologia pluridimensional, nomeadamente: a) dimensão diatópica, zona rural versus zona urbana; b) a dimensão diageracional, jovens versus mais velhos, para que possamos procurar termos conservadores; O trabalho é baseado em parte do Questionário Semântico Lexical (QSL) do Projeto Atlas Linguístico Brasileiro (ALiB), levando em consideração as respostas dadas pelos informantes às três questões relacionadas ao campo semântico Vestuário e Acessórios.

A COLETA DE DADOS

A escolha dos diferentes locais, bem como a diferença de género e idade, foi feita seguindo a metodologia do projeto ALiB e Dialetologia Pluridimensional, que não só procura investigar a variação diatópica, mas, tanto quanto possível, deve também apresentar e analisar outras variações, incluindo gênero e geração. As respostas foram obtidas a partir de questões previamente formuladas pelo grupo de pesquisadores do projeto ALiB, com o objetivo de registrar os léxicos que remetem a determinados conceitos, no caso de questões elaboradas para o questionário semântico-lexical. A análise dos dados baseia-se nas respostas dos informantes ao décimo terceiro campo semântico, Roupas e acessórios do Questionário Semântico Lexical do Projeto Atlas Linguístico Brasileiro.

MUTUÍPE: DADOS SÓCIO-HISTÓRICO-GEOGRÁFICOS

Foram realizadas oito entrevistas com dois homens e duas mulheres sem escolaridade, maiores de 60 anos, nascidos e residentes na zona rural e urbana do município de Mutuípe. Localizada no antigo município de Jiquiriçá, a Fazenda Mutum ficava às margens de uma estrada que ligava o sertão do sudoeste baiano a Minas Gerais. De acordo com o quadro de divisão territorial em vigor em 1 de julho de 1955, o município de Mutuípe é constituído por um único distrito.

ZONA RURAL DA SERRA DA ESPERANÇA

O município de Mutuípe pertenceu ao Termo de Jiquiriçá, no distrito de Ubaíra, até 2 de julho de 1949, quando, por força da Lei nº 175, foi criado o distrito de Mutuípe, que inclui o município de mesmo nome. Dentro do esporte e do lazer, o futebol masculino se destaca entre jovens e adultos, onde quase todas as semanas há treinos em campo próximo à escola. Os dados foram obtidos por meio de levantamentos linguísticos, baseados no método de utilização de questionários do projeto ALiB, que apresenta uma série de variantes linguísticas para cada questão de pesquisa.

A PEÇA DO VESTUÁRIO QUE SERVE PARA SEGURAR OS SEIOS

A dimensão diatópica

Do ponto de vista diatópico, nota-se que o léxico dos informantes do meio rural apresenta maior variabilidade, por exemplo observamos palavras marcadas como califon, biquíni e aparelho. Nota-se que as variantes califon e suspensório não estão mais presentes na fala dos informantes da sede municipal, indicando que estão restritas ao discurso rural. Das lexias documentadas no artigo, apenas a variante califon foi registrada em ambas as pesquisas, que parece ser a variante mais utilizada por pessoas que vivem em áreas rurais e por informantes da faixa etária mais avançada, como podemos ver abaixo.

Tabela 1 – Distribuição dos dados para a questão 188 segundo a variável diatópica.
Tabela 1 – Distribuição dos dados para a questão 188 segundo a variável diatópica.

A dimensão diageracional

Nota-se que a escolha de termos como califon e aparelho, hoje denominado sutiã, só foi documentada por pessoas mais velhas, o que confirma que essas formas estão em vias de desuso. Nota-se que a variante biquíni foi documentada apenas como mais uma peça de roupa que serve para segurar os seios.Nota-se que a variante califon também foi documentada em outras pesquisas, como nos artigos O Bra na Bahia: Um Estudos em Dois Tempos Diferentes, de Marcela Moura Torres (2012) e A Variação Lexical do Português Falado no Brasil: Reflexões sobre o campo semântico Vestuário e acessórios em Dados do Projeto ALiB, de Marcela Moura Torres (2013), deixados como variante para sutiã. Segundo Torres (2012) e (2013), ao comparar as variantes bh e califon, parece haver também a ocorrência das expressões protetor de peito, em Conceição do Coité, na APFB, e protetor de peito, em Jeremoabo e Euclides da Cunha, no corpus do projeto ALiB e na variante do corpus em Mucuri, Monte Santo, Mirandela, Vitória da Conquista, Campo Formoso, Jacobina, Caitité, Rodelas e Paratinga, na APFB e em Euclides da Cunha e Alagoinhas, na rede de pontos no projeto ALiB.

A dimensão diagenérica

A variante califão também foi documentada por ambos os sexos, mas foi produzida com mais frequência por homens. Nota-se que homens e mulheres não falam iguais, e o estudo dessa diferença é tema de discussão permanente na Sociolinguística. Após análise dos dados da questão 188, verificamos que a variante sutiã foi documentada por todas as informantes, indicando ser um termo representativo para a peça de roupa utilizada para sustentação dos seios.

Tabela 3 – Distribuição dos dados para a questão 188 segundo a variável diagenérica  Variantes  Total de
Tabela 3 – Distribuição dos dados para a questão 188 segundo a variável diagenérica Variantes Total de

A ROUPA QUE O HOMEM USA DEBAIXO DA CALÇA

A dimensão diatópica

A dimensão diageracional

Nota-se também que as variantes ceroula e samba canção podem ser consideradas variantes arcaicas e podem estar caindo em desuso, pois só foram documentadas por informantes da faixa etária II. Nota-se que as variantes ceroula e samba-canção também foram documentadas no artigo A variação lexical do português falado no Brasil: reflexões sobre o campo semântico Vestuário e acessórios nos dados do projeto ALiB, de Marcela Moura Torres (2013), como um coleta de dados para a APFB e o Projeto ALiB, documentados como variantes de roupas íntimas. Ressalta-se que as variantes sunga e zorba também foram captadas no trabalho supracitado, distribuídas pelas capitais da rede de pontos do Projeto ALiB.

A dimensão diagenérica

Do ponto de vista diagenérico, o léxico dos informantes masculinos apresentou maior produtividade de fenômenos, mas também preservou as variantes mais antigas que estão sendo abandonadas, a saber: ceroula e samba-canção. Analisando a questão 189, podemos perceber que lexias ceroula e samba-canção são variantes regionais da cueca. Constatamos que um maior número de fenómenos foram documentados em áreas rurais, típicas de áreas conservadoras, na faixa etária mais avançada e em informantes do sexo masculino, o que mais uma vez comprova o dinamismo que a linguagem representa, seja por razões culturais ou sociais.

A ROUPA QUE A MULHER USA DEBAIXO DA SAIA

A dimensão diatópica

A variante Calçola também foi documentada em ambas as zonas, mas foi mais registada em zonas urbanas. As variantes Guarnição e Anágua foram documentadas apenas em áreas rurais e delineadas como léxicos conservadores e estão sendo eliminadas gradualmente. A variante fio-dental foi documentada como uma peça moderna que as mulheres também usam sob as saias.

Tabela 7 - Distribuição dos dados para a questão 190 segundo a variável diatópica  Variantes  Total de
Tabela 7 - Distribuição dos dados para a questão 190 segundo a variável diatópica Variantes Total de

A dimensão diageracional

Nota-se que a variante Calçola também está documentada no artigo A variação lexical do português falado no Brasil: reflexões sobre o campo semântico Vestuário e acessórios nos dados do projeto ALiB, de Marcela Moura Torres (2013), que permanece como variante para calcinha . Ressalta-se que a variante tanga, distribuída entre as principais cidades da rede de pontos do projeto ALiB, também foi registrada no trabalho citado acima.

A dimensão diagenérica

As variantes suspensório, samba canção, anágua e guarnição foram as variantes documentadas apenas por informantes do meio rural, demarcadas como lexias arcaicas e à beira do desuso. Nota-se que no que diz respeito à variação diatópica (variação em função da variável do espaço geográfico), o léxico dos informantes do meio rural apresentou maior variabilidade, incluindo formas que atualmente não são mais utilizadas, o que demonstra a diversidade que a língua sofre, especialmente quando usado por pessoas que vivem em locais distantes de áreas urbanas. No que diz respeito à variação diageracional (variação em função da idade), o léxico dos informantes mais velhos também apresentou maior variabilidade, documentando léxicos arcaicos.

Imagem

Tabela 1 – Distribuição dos dados para a questão 188 segundo a variável diatópica.
Tabela 2 – Distribuição dos dados para a questão 188 segundo a variável diageracional  Variantes  Total de
Tabela 3 – Distribuição dos dados para a questão 188 segundo a variável diagenérica  Variantes  Total de
Tabela 4 - Distribuição dos dados para a questão 189 segundo a variável diatópica  Variantes  Total de
+6

Referências

Documentos relacionados

Observou-se também que a monitoria foi de suma importância para os acadêmicos que estavam de dependência, uma vez que foram os que mais se mostraram interessados e raramente faltavam