87 XVIII Simpósio de Mirmecologia
Biológico, São Paulo, v.69, suplemento 2, p.87-88, 2007
MESA REDONDA
FORMICÍDEOS DA COLEÇÃO ENTOMOLÓGICA COSTA LIMA
A.J. Mayhé-Nunes*
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Animal, BR 465 km 7, CEP 23890-000, Seropédica, RJ, Brasil. E-mail: amayhe@ufrrj.br
A Coleção Entomológica Costa Lima (CECL), do Instituto de Biologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), é depositária de milhares de espécimes de várias ordens de insetos, principal- mente de importância agrícola. Organizada por Ân- gelo Moreira da Costa Lima, era denominada Coleção ENA (Escola Nacional de Agronomia), foi posterior- mente ampliada pelos pesquisadores da Área de Entomologia do antigo Departamento de Biologia Vegetal da UFRRJ (atualmente Departamento de Entomologia e Fitopatologia), com especial contribui- ção de Cincinnato Rory Gonçalves, uma das maiores autoridades mundiais em taxonomia de formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex (VEIGA- FERREIRA et al., 1999).
A Coleção de Formicidae depositada na CECL reúne um importante acervo deste grupo de insetos, formado por aproximadamente 55% dos gêneros de formigas com ocorrência constatada na região Neotropical e tem amostras identificadas por renomados mirmecólogos, como, por exemplo:
Borgmeier, Gonçalves, Kempf, Kusnezov, M.R. Smith, Weber e Wheeler (MAYHÉ-NUNES et al., 2001).
Desde o final da década de 1990, a coleção de formigas está em processo de ampliação (Veiga- Ferreira et al. 1999), inicialmente com a incorporação de quatro coleções recebidas por doação: Coleção de Cincinnato Rory Gonçalves, do Serviço de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, de Antonio José Mayhé Nunes e de Francisco Racca Filho. Na CECL encontravam-se depositados espéci- mes-tipo de 21 táxons (MAYHÉ-NUNES, 2001), mas, após as publicações de (BRANDÃO & MAYHÉ-NUNES, 2001) e de (MAYHÉ-NUNES & BRANDÃO, 2002; 2005; 2007), atu- almente, conta com 28 táxons, sendo 2 holótipos, 1 paralectótipo, 9 parátipos, 14 cótipos e 2 síntipos;
além disso, apesar de não ter valor nomenclatural, também inclui dois nidótipos.
A partir de 2002, com a participação da equipe do Laboratório de Mirmecologia da UFRRJ como colabo- radora do Programa Biota/Fapesp e por meio de outra parceria com o Laboratório de Ecologia e Conserva- ção (LEC) do Instituto de Florestas da UFRRJ, foram feitas várias expedições de coleta no Estado do Rio de Janeiro, enfocando principalmente formigas de serapilheira. Estas parcerias proporcionaram uma
*Bolsista do CNPq.
significativa ampliação do acervo e a elaboração de dissertações (Veiga-Ferreira, 2003; Vargas, 2006; Sou- za, 2007) e da publicação artigos em revistas cientificas (VEIGA-FERREIRA et al., 2005; SOUZA et al., 2005; SCHUTTE
et al., 2007; VARGAS et al., 2007), além de outros traba- lhos submetidos e aceitos para publicação.
Todo o material proveniente destas expedições ainda encontra-se em processo de organização, mas sabe-se que estão depositadas na coleção muitas es- pécies, e até gêneros, que não tinham ocorrência regis- trada para o Rio de Janeiro. Este volumoso material tem espécimes identificados como morfo-espécies, particularmente de Pheidole, Solenopsis, Crematogaster e Hypoponera.
No momento, um dos maiores desafios é a padro- nização das morfo-espécies coletadas em diferentes inventários na Mata Atlântica fluminense e a tentati- va de identificar todo o material ao nível de espécie.
Entretanto, pelo número de táxons depositados pode- se afirmar que a CECL é, atualmente, a principal coleção de formicídeos do Rio de Janeiro e a mais representativa da formicifauna da serapilheira fluminense.
REFERÊNCIAS
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